O ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: ENTRE O PROCESSO FORMATIVO E A EXPLORAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO

Autores

  • Sandra Cristina Demschinski Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG https://orcid.org/0000-0002-9973-2767
  • Simone de Fátima Flach Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

DOI:

https://doi.org/10.36311/2236-5192.2018.v19n2.08.p109

Palavras-chave:

Trabalho, Educação, Estágio não obrigatório, Formação de Professores

Resumo

O presente texto apresenta reflexões acerca da realidade de estudantes do curso de Licenciatura em Pedagogia, com o intuito de identificar se a realização de estágio não obrigatório se caracteriza como atividade formativa ou exploração da força de trabalho. O aporte teórico metodológico que dá sustentação às análises é o materialismo histórico e dialético, de forma a explicitar como os estudantes oriundos da classe trabalhadora estão sujeitos à exploração, sob a lógica capitalista, mesmo quando desempenham atividades consideradas não laborais. Os dados, coletados a partir de questionamentos a 239 estudantes-estagiários, nos anos de 2014 e 2015, revelam que: os estudantes se submetem à atividade em razão das necessidades materiais de subsistência e para sua manutenção no processo formativo, fatos que os expõe a um processo que se assemelha à exploração dos trabalhadores em geral; e, ainda, que as atividades desenvolvidas não são condizentes com a fase de seu processo formativo.

Recebido em: 09/01/2017.
Aprovado em: 01/10/2018.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sandra Cristina Demschinski, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Simone de Fátima Flach, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Doutora em Educação. Docente do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG. Pesquisadora integrante do Grupo de Pesquisa Capital, Trabalho, Estado, Educação e Políticas Educacionais - GPCATE.

Referências

ANTUNES, R. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as Metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo : Cortez, 7ª ed., 2000.
AUGUSTO, M. H. A valorização dos professores da educação básica e as políticas de responsabilização: o que há de novo no plano nacional de educação? Cadernos Cedes, Campinas, v. 35, n. 97, p. 535-552, set./dez., 2015.
BARTALOTTI, C. C. Inclusão social das pessoas com deficiência: utopia ou possibilidades? São Paulo: Paulus, 2006.
BRASIL. Presidência da república, Lei n° 11.788, de 25 de setembro de 2008. Revoga as leis nos6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1966, e o art. 6° da Medida provisória n° 2.164-41, de 24 de agosto de 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm> Acesso em: 29 mar. 2015.
BRASIL. Presidência da República, Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em 29 mar. 2015.
CAPONE, L. A fraude à lei do estágio e a flexibilização do direito do trabalho. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, Belo Horizonte, v.51, n.81, p. 47-70, jan./jun.2010.
DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 2009.
ENGELS, F. A Dialética da Natureza. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
GATTI, B.A.; BARRETO, E.S.S. Professores: aspectos de sua profissionalização,formação e valorização social. Brasília, DF: UNESCO, 2009. (Relatório de pesquisa).
GATTI, B. A. Formação de Professores no Brasil: características e problemas. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, out./dez. 2010.
GROCHOSKA, M. A. Políticas educacionais e a valorização do professor: carreira e qualidade de vida dos professores de educação básica do município de São José dos Pinhais,- PR. 2015. 269 f. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal do Paraná - UFPR. Curitiba. 2015.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. v. 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política.São Paulo : Expressão Popular, 2008 .
ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
SAVIANI, D. O trabalho com princípio educativo frente às novas tecnologias. In: FERRETI, C. J. et al. Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. p. 151-168.
SCHEIBE, L. valorização e formação dos professores para a educação básica: questões desafiadoras para um novo plano nacional de educação. Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n. 112, p. 981-1000, jul./set. 2010.
TONET, I. Desafios atuais para a classe operária.(s/d). Disponível em: <http://ivotonet.xpg.uol.com.br/arquivos/DESAFIOS_ATUAIS_PARA_A_CLASSE_OPERARIA.pdf>Acesso em: 10 mar. 2016
VARGAS, H. M.; PAULA, M. de F. C. A inclusão do estudante-trabalhador e do trabalhador-estudante na educação superior: desafio público a ser enfrentado. Avaliação. Campinas, v.18, n.2, p.459-485, jul. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/aval/v18n2/11.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2016.

Downloads

Publicado

2018-11-19

Como Citar

Demschinski, S. C., & Flach, S. de F. (2018). O ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: ENTRE O PROCESSO FORMATIVO E A EXPLORAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO. Educação Em Revista, 19(2), 109–128. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2018.v19n2.08.p109

Edição

Seção

Artigos