Infâncias confinadas

a educação como direito das crianças em tempos de pandemia

Autores

  • Aliandra Cristina Mesomo Lira Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO
  • Eliane Dominico Universidade Estadual de Maringá/UEM
  • Magali Maria Johann Universidade Estadual de Maringá/UEM
  • Maristela Aparecida Nunes Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO

DOI:

https://doi.org/10.36311/2236-5192.2021.v22nesp.p59-76

Palavras-chave:

Educação, Crianças, Pandemia

Resumo

O artigo objetiva problematizar as experiências educativas vividas pelas crianças, suas famílias e professores na condição presente da crise humanitária gerada pela pandemia do COVID-19. A partir da contextualização da pandemia, discute como as estratégias regulatórias e a lógica de controle operam e se intensificam nesse momento e quais os possíveis impactos desse ordenamento nas subjetividades infantis, bem como nos modos de agir dos adultos responsáveis pelas crianças e nos professores. Defende uma educação que respeite a vida e os direitos das crianças, que concorra para uma formação humana sem descuidar da formação dos profissionais e da necessária parceria com as famílias.

Recebido em: 26/10/2020.
Aprovado em: 16/11/2020.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aliandra Cristina Mesomo Lira, Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO

Doutora em Educação (USP, 2009); professora lotada no Departamento de Pedagogia e credenciada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava (PR).

Eliane Dominico, Universidade Estadual de Maringá/UEM

Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Maringá/UEM. Mestre em Educação pela Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO, Guarapuava, Paraná, Brasil. Professora no Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO.

Magali Maria Johann, Universidade Estadual de Maringá/UEM

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Maringá, Paraná, Brasil. Mestre em Educação pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Professora Colaboradora no Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO.

Maristela Aparecida Nunes, Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO

Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste//UNICENTRO.

Referências

ARROYO, M. G; SILVA, M. R da. Corpo infância: exercícios tensos de ser criança; por outras pedagogias dos corpos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

AVELINO, N. Apresentação: Foucault e a anarqueologia dos saberes. In: FOUCAULT, M. Do Governo dos Vivos: Curso no Collège de France: 1979 – 1980: excertos. São Paulo: Centro de Cultura Social; Rio de Janeiro: Achiamé, 2010

BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de junho de 1990. Estabelece o estatuto da criança e do adolescente. Brasília, 1990

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

BUJES, M. I. E. Infância e maquinarias. 2001. 259 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

BUJES, M. I. E. Políticas sociais, capital humano e infância em tempos neoliberais. In: HAROLDO, R de. Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. p. 259-280.

CAMPOS, M. M.; ALMEIDA, A.; BARRETO, A. et al. Para um retorno à escola e à creche que respeite os direitos fundamentais de crianças, famílias e educadores. Maio, 2020. Disponível em: https://www.mieib.org.br/wp-content/uploads/2020/06/Material_Para-um-retorno-%C3%A0-escola-e-%C3%A0-creche.pdf. Acesso em: 07 jul. 2020.

CARVALHO, A. F. Por uma ontologia política da (d)eficiência no governo da infância. In: HAROLDO, R de. Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. p. 25-48.

CASTRO, J. M; REGATTIERI, M. Interação escola-família: subsídios para práticas escolares. Brasília: Unesco, MEC, 2009.

DOMINICO, E. Educação Infantil, práticas e relações estabelecidas: uma análise foucaultiana. 2018. 116 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO, 2017.

DORNELLES, L V. Infância que nos escapam: da criança na rua à criança cyber. Petrópolis: Vozes, 2005.

FISCHER, R. M. B. O estatuto pedagógico da mídia: questões de análise. Educação e realidade, v. 22, n. 2. p. 1-21, 1997. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71363. Acesso em: 20 jun. 2020.

FOCHI, P. S. Será que um dia os arco-íris terão cores? In: GAI, D. N.; FERRAZ, W. (Orgs.). Parafernálias II: currículo, cadê a poesia? Porto Alegre: INDEPin, 2014.

FOUCAULT, M. A governamentalidade. In: FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1993. p. 277-293.

FOUCAULT, M. O governo de si e dos outros. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: o nascimento das prisões; 42.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

FREIRE, M. Rotinas: construção do tempo na relação pedagógica. Cadernos de Reflexão, São Paulo, 1993.

FREIRE, P. Pedagogia da Esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

HINTZ, H. C. Novos Tempos, Novas Famílias? Da Modernidade à Pós-modernidade. Pensando Famílias, Porto Alegre, v. 3, n.3, p. 8-19, 2001. Disponível em: http://www.susepe.rs.gov.br/upload/1363010551_hintz_novos_tempos,_novas_fam%C3%ADlias_-_complementar_8_abril.pdf. Acesso em: 07 jul. 2020.

HEYWOOD, C. Uma história da infância. Porto Alegre: Artmed, 2004.

KOHAN, W. O. Tempos da escola em tempo de pandemia e necropolítica. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 15, p. 1-9, 2020. Disponível em: https://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/issue/view/694. Acesso em: 07 jul. 2020.

LIRA, A. C. M.; DREWINSKI, J. M. de A.; SAPELLI, M. L. S. Educação infantil para crianças de quatro e cinco anos: entre a obrigatoriedade, o direito e a imposição. Imagens da Educação, Maringá, v. 6, n. 2, p. 84-97, 2016.

MIEIB. Posicionamento público do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) relativa à proposta de parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre reorganização dos calendários escolares e atividades pedagógicas não presenciais durante o período de pandemia da COVID-19. Brasília, abril 2020. Disponível em: https://www.mieib.org.br/wp-content/uploads/2020/04/POSICIONAMENTO-MIEIB-PARA-O-CNE-FINAL-19.04.2020.pdf. Acesso em: 07 jul. 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Ministério da Saúde declara transmissão comunitária nacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/46568-ministerio-da-saude-declara-transmissao-comunitaria-nacional. Acesso em: 08 jun. 2020.

OSTETTO, L. E. Educação infantil e Arte: sentidos e práticas possíveis. In: GUIMARÃES, C. M. (Org.). Educação Infantil: princípios e fundamentos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. p. 27-39.

ORNELL, F.; SCHUCH, J. B.; SORDI, A. O.; KESSLER, F. H. P. Pandemia de medo e CoVid-19: impacto na saúde mental e possíveis estratégias. Editorial. Revista Debates em Psiquiatria, Rio de Janeiro, abril 2020. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/340442412_Pandemia_de_medo_e_COVID-19_impacto_na_saude_mental_e_possiveis_estrategias. Acesso em: 07 jul. 2020.

PAIM, J. S. Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1723-1728, jun. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.09172018. Acesso em: 09 jun. 2020.

SARMENTO, M. J; PINTO, M. As crianças e a infância: definindo conceitos, delimitando o campo. In: SARMENTO, M. J; PINTO, M. As crianças: contextos e identidades. Braga: Universidade do Minho, 1997. p. 7-30.

SCHOR, J. Nascidos para comprar: uma leitura essencial para orientarmos nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Gente, 2009.

SOUSA SANTOS, B. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020.

TONUCCI, F. Francesco Tonucci: “Não percamos esse tempo precisos com lições de casa”. El País, Entrevista, abril 2020. Disponível em: https://brasil.elpais.com/sociedade/2020-04-12/francesco-tonucci-nao-percamos-esse-tempo-precioso-dando-deveres.html?fbclid=IwAR0v0y3fJdCsPA-zKxHSv2Aryk0cINTd8Kl1Dbsb7DXWzXsUVCZPJmKxWro. Acesso em: 07 jul. 2020.

VEIGA-NETO, A. Por que governar a infância? In: RESENDE, H de (Org.). Michel Foucault. O governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica, 2015. p. 11- 24.

WAJSKOP, G. O brincar na Educação Infantil: uma história que se repete. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

ZANON, C.; DELLAZZANA-ZANON, L. L. WECHSLER, S. M. FABRETTI, R. R.; ROCHA, K. N. da. COVID-19: implicações e aplicações da Psicologia Positiva em tempos de pandemia. Est. Psic., Campinas, v. 37, p. 1-13, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2020000100506. Acesso em: 07 jul. 2020.

ZHU, N.; ZHANG, D.; WANG, W. et al. A novel coronavirus from patients with pneumonia in China, 2019. The New England Journal of Medicine, p. 727-733, abril 2020. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2001017. Acesso em: 05 jun. 2020.

Downloads

Publicado

2021-03-05

Como Citar

Mesomo Lira, A. C., Dominico, E., Johann, M. M., & Nunes, M. A. (2021). Infâncias confinadas: a educação como direito das crianças em tempos de pandemia. Educação Em Revista, 22(esp), 59–76. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2021.v22nesp.p59-76

Edição

Seção

Artigos