Editorial
Prof. Dr. Francisco Ricardo Lins Vieira de MELO
Editor
O volume 11, número 3 da Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial (RDPEE) do ano de 2024 é
constituído de 11 artigos, que configura o dossiê temático sobre acessiblidade e inclusão na universidade, fruto do
4º Congresso Nacional de Inclusão na Educação Superior e Profissional Tecnológica, ocorrido em Natal/RN.
REVISTA DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n3.e0240027
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Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 3, e0240027, 2024. 1-4
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Editorial
O volume 11, número 3 da Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial
(RDPEE) do ano de 2024 é constituído de 11 artigos, que configura o dossiê temático sobre
acessiblidade e inclusão na universidade, fruto do 4º Congresso Nacional de Inclusão na
Educação Superior e Profissional Tecnológica, ocorrido em Natal/RN, de 02 a 05 de abril de
2024, promovido pela Secretaria de Inclusão e Acessibilidade da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (SIA/UFRN) com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (Capes) e parceria de instituições públicas de educação superior tendo
como finalidade dar visibilidade aos trabalhos premiados na 1ª Edição, do Prêmio Romeu
Sassaki, assim como estudos e pesquisas representando Instituições de Ensino Superior
de diferentes regiões brasileiras no campo da política institucional e dos saberes e práticas
inclusivas desenvolvidas no contexto da Educação Superior e Profissional Tecnológica.
O Prêmio Romeu Sassaki é uma homenagem que passa a se configurar como
elemento permanente do Congresso Nacional de Inclusão na Educação Superior e
Profissional Tecnológica, pelo reconhecimento de sua pessoa no protagonismo frente a
luta pelos dieitos das pessoas com deficiência na sociedade brasileira, cuja obra e dedicação
foi reconhecida pela UFRN, em dezembro de 2021, homenageando-o com o título de
Doutor Honoris em reconhecimento aos mais de 60 anos dedicados à promoção da inclusão
das pessoas com deficiência.
Neste dossiê, dos 11 artigos contemplados, 9 são brasileiros e 2 estrangeiros. Desses,
8 são estudos que foram premiados em primeiro lugar no Prêmio Romeu Sassaki, no evento
mencionado acima, conforme o eixo temático:
Eixo 1 -Gestão institucional e ações afirmativas (Ingresso de estudantes com
deficiência nos cursos de graduação da Universidade Federal de Goiás);
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MELO, Francisco Ricardo Lins Vieira de
Eixo 2 - Acessibilidade e suas dimensões (Diagnóstico participativo da
acessibilidade em uma Instituição Federal de Educação Superior);
Eixo 3 - Ensino, avaliação e práticas educacionais inclusivas (“Uma proposta de
formação sobre Acessibilidade Metodológica: Ensino de Química para Pessoas
Surdas);
Eixo 4 - Redes de apoio e suporte para inclusão e acessibilidade (A participação
de Estudantes com Deficiência Visual no fortalecimento da Política de Inclusão
e Acessibilidade em uma Instituição Federal de Ensino Superior);
Eixo 5 - Avaliação biopsicossocial da deficiência (Índice de Funcionalidade
Brasileiro: experiência de avaliação da deficiência na UFMG);
Eixo 6 - Políticas educacionais inclusivas e direitos humanos (Políticas de
Educação Especial no Instituto Federal Goiano);
Eixo 7 - Inovação, tecnologias e produtos para inclusão e acessibilidade (Selo
Brasileiro de Acessibilidade: Sistema WEB para Avaliação de Acessibilidade de
sites e geração de selo automático);
Eixo 8 - Articulação universidade e sociedade (Entrelaçamento Ensino, Pesquisa
e Extensão: o papel da universidade para mães de pessoas com deficiência da (in)
visibilidade a participação social).
Os dois outros que assinam o dossiê com foco no contexto internacional, representam
o Uruguai (Altas Habilidades/Superdotación en Uruguay: análisis de una larga história
de ausencias e interferencias. pela Universidad de la Empresa – UDE e Portugal (Ensino
Superior e Práticas Inclusivas: os Estudantes com Necessidades Específicas na Universidade
do Algarve).
A seguir, uma breve explanação sobre a composição de cada artigo:
O artigo “Estudo sobre o ingresso de estudantes com deficiência nos cursos de
graduação da Universidade Federal de Goiás” de Walquíria Dutra de Oliveira e Cláudio
Roberto Machado Benite analisa as características dos estudantes com deficiência que
ingressaram na UFG de 2010 a 2021, revelando um aumento significativo a partir de
2018 e a ampliação da diversidade devido às reservas de vagas. Destaca a importância das
políticas de acessibilidade e a necessidade de foco na permanência e qualidade da formação
desses estudantes.
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O artigo “Barreiras de acessibilidade na educação superior: a percepção dos discentes”,
cujo título original “Diagnóstico participativo da acessibilidade em uma Instituição Federal
de Educação Superior” de Francileuda de Lima Linhares e Lilia Asuca Sumiya examina a
percepção dos estudantes com deficiência sobre a acessibilidade em uma Instituição Federal
de Ensino Superior, identificando barreiras e propondo melhorias em várias áreas, como a
interação com os estudantes e a promoção de soluções para acesso e permanência. Os dados
ajudaram a elaborar um planejamento estratégico para acessibilidade.
O artigo “Entrelaçamento Ensino, Pesquisa e Extensão. O papel da universidade
para mães de pessoas com deficiência: da (in)visibilidade à participação social” de Alessandra
Miranda Mendes Soares analisa a articulação entre ensino, pesquisa e extensão na universidade
para mães de pessoas com deficiência, mostrando que essa combinação melhora a qualidade
de vida das mães e oferece um espaço formativo para os estudantes.
O artigo “Políticas de Inclusão Educacional na Educação Superior: o caso do
Instituto Federal Goiano” de Mônica Isabel Canuto Nunes e Márcia Denise Pletsch analisa
regulamentos e normativas sobre Educação Especial no Instituto Federal Goiano para entender
o acesso e permanência de estudantes com deficiência. Os resultados mostram que as políticas
ainda são incipientes, mas há movimentos para melhorar as condições para esses estudantes.
O artigo “Estratégias para a participação de estudantes com deficiência visual no
âmbito da Política de Inclusão e Acessibilidade na Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN)” de David Barbalho Pereira, Ana Leila de Melo Soares, Catarina Shin
Lima de Souza e Elizabeth Sachi Kanzaki analisa a participação de estudantes com deficiência
visual na Comissão Permanente de Inclusão e Acessibilidade da UFRN. As práticas analisadas
ajudam na permanência e sucesso acadêmico dos estudantes e destacam a importância de sua
participação nas decisões sobre inclusão.
O artigo “Formação continuada para docentes de Química: uma proposta para
minimizar as lacunas da formação inicial para o ensino de pessoas surdas” de Regina de
Fátima Freire Valetin Monteiro, Deise Morgana das Neves Correia e Andrea de Lucena Lira
propõe uma formação continuada para docentes de Química para ensinar estudantes surdos,
baseada em lacunas na formação inicial. O curso inclui vídeos em língua de sinais e visa
melhorar a experimentação visual no ensino de Química.
O artigo “Índice de Funcionalidade Brasileiro: avaliação da deficiência na
UFMG” de Regina Celi Fonseca Ribeiro, Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela e Daniela
Virginia Vaz relata a experiência na UFMG com o treinamento para usar o Índice de
Funcionalidade Brasileiro (IFBr), que visa ser o padrão para avaliação de deficiência.
Os resultados mostram que o IFBr facilita o trabalho das bancas na identificação de
elegibilidade para reservas de vagas.
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MELO, Francisco Ricardo Lins Vieira de
O artigo “Concepção e desenvolvimento de um sistema WEB para avaliação
de acessibilidade de sites e geração automatizada de Selo” de Durval Ferreira Sobrinho
Junior, Andréa Poletto Sonza e Woquiton Lima Fernandes apresenta o Selo Brasileiro de
Acessibilidade, um sistema para avaliar e monitorar a acessibilidade digital de sites públicos
conforme as diretrizes WCAG. O estudo mostra que muitos sites são pouco acessíveis e
propõe uma metodologia para melhorar a acessibilidade digital.
O artigo “A profissionalidade docente na perspectiva inclusiva na Educação
Superior: um diálogo sob o prisma da Teoria das Representações Sociais” de Laura Medeiros
Souto, Elda Silva do Nascimento Melo e Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo explora
como a educação inclusiva se integra na profissionalização docente através da Teoria das
Representações Sociais. A pesquisa qualitativa revela a importância de práticas pedagógicas
inclusivas e a necessidade de mais estudos sobre a relação entre profissionalidade docente e
inclusão na educação superior.
O artigo “Altas Habilidades/Superdotación en Uruguay: análisis de una larga história
de ausencias e interferencias” de Susana Graciela Pérez-Barrera e Leticia Yaquelin Arbelo-
Marrero discute a educação de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação no Uruguai,
destacando avanços e desafios. A análise aponta para a necessidade de políticas educativas
específicas para evitar diagnósticos errôneos e melhorar a formação dos educadores.
O artigo “Ensino Superior e Práticas Inclusivas: os Estudantes com Necessidades
Específicas na Universidade do Algarve/Portugal” de Josemery Araújo Alves, Maria Helena
Venâncio Martins e Ana Catarina Marçal da Piedade analisa a percepção dos estudantes com
Necessidades Específicas na Universidade do Algarve/Portugal sobre inclusão. A investigação
revelou que, embora a universidade responda em geral às necessidades, existem dificuldades
na aplicação das medidas de inclusão e comunicação entre docentes. A análise ajudará a
melhorar a política de inclusão e suporte acadêmico.
Boa leitura!
Prof. Dr. Francisco Ricardo Lins Vieira de Melo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Organizador do dossiê Acessibilidade na Educação Superior: avaliação e práticas inclusivas