2-4 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240000, 2024.
SHIMITE, Amabriane da Silva Oliveira; MARTINS, Sandra Eli Sartoreto de Oliveira
torná-los acessíveis à pessoa cega. Para realizar o processo de produção de livros acessíveis foi
considerado o quão necessário é conhecer os documentos normatizadores da produção de
textos em Braille, conhecimento do programa Braille Fácil e, para séries mais avançadas, ter
domínio sobre alguma área do conhecimento. Neste artigo, foi apresentada toda a sequência
do processo de materiais acessíveis: adaptação, transcrição, revisão e impressão dos caracteres
em Braille, mostrando a complexidade da produção desses materiais e a sua importância na
vida escolar da pessoa cega.
No artigo “Percepções de estudantes do ensino fundamental sem deficiência sobre a
deficiência auditiva” da autora Aline de Novaes Conceição foi apresentado o contexto de uma
escola, localizada no interior do estado de São Paulo, onde ocorreu a análise das percepções de
estudantes sem deficiência sobre a deficiência auditiva. Participaram da pesquisa, 21 crianças
matriculadas no terceiro ano dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os participantes
responderam um questionário em que havia questões sobre a deficiência auditiva e,
posteriormente, participaram de um programa informativo sobre inclusão e diversidade,
registrando o aprendido. Foi realizada a análise qualitativa dos conteúdos contidos nos
registros dos participantes, sendo verificado um aumento significativo da percepção favorável
das crianças sobre a deficiência auditiva.
No artigo “(In)acessibilidade na graduação em Pedagogia: narrativas de uma universitária
com deficiência” da autora Jackeline Susann Souza da Silva foi analisada a experiência de uma
universitária com deficiência a partir de suas narrativas sobre a (in)acessibilidade no curso de
Pedagogia. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com apoio
de gravador e diário de campo. Os resultados indicaram que o acesso à Educação Superior
inicia bem antes do processo seletivo, pois envolve a preparação adequada dos estudantes com
deficiência desde a Educação Básica.
No artigo “Processamento sensorial e engajamento de crianças autistas nas rotinas
infantis” dos autores Carina Sousa Elias, Anderson Henrique França Figueredo Leão e
Patrícia Carla de Souza Della Barba investigou a relação entre o processamento sensorial
e o engajamento de crianças autistas de dois a cinco anos em suas rotinas. A partir de um
estudo correlacional, no qual os participantes foram os cuidadores das crianças e a coleta de
dados realizada de forma online, foi empregada a técnica de amostragem Bola de Neve com
dois questionários, o SPM-P (Medida do Processamento Sensorial – Versão Casa) e o QEC
(Questionário de Envolvimento de Crianças). Foram obtidos um total de 56 famílias, sendo
30 famílias com crianças autistas e 26 com crianças com desenvolvimento típico (DT). Por
meio da análise de correlação e regressão múltipla foi identificado que os escores finais de
processamento sensorial e engajamento se correlacionaram inversamente em crianças com
TEA ou DT, e que o diagnóstico de TEA e o Planejamento Motor e Ideias prejudicados
reduziram significativamente o engajamento, enquanto a idade e a escolaridade o aumentaram.