Editorial
Amabriane da Silva Oliveira SHIMITE
Equipe Editorial
Sandra Eli Sartoreto de Oliveira MARTINS
Editora Chefe
O volume onze, número um da Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial (RDPEE) de 2024 é constituído
por doze artigos, que abordam discussões sobre a Educação Inclusiva em diferentes contextos nacionais e internacional.
Nesse fascículo podemos encontrar estudos sobre a saúde dos docentes da Educação Especial, a percepção desses sobre
essa área e o cenário político em que se encontra a Educação Inclusiva, por meio de relatos de pesquisa. Também, artigos
sobre a percepção dos alunos em relação a inclusão de pessoas com deficiência na escola, bem como relatos de pesquisa
que tratam sobre a inclusão de estudantes com deficiência na Educação Superior. Além dessas pesquisas, é possível
encontrar artigos sobre adaptações de materiais, revisões sistemáticas sobre diferentes contextos da Educação Especial
e por fim, um relato de pesquisa sobre o analfabetismo funcional e as dificuldades em constituir a Educação Inclusiva
no México.
REVISTA DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n1.e0240000
is is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240000, 2024. 1-4
Editorial
Editorial
O volume onze, número um da Revista Diálogos e Perspectivas em Educação
Especial (RDPEE) de 2024 é constituído por doze artigos, que abordam discussões sobre a
Educação Inclusiva em diferentes contextos nacionais e internacional.
Nesse fascículo podemos encontrar estudos sobre a saúde dos docentes da Educação
Especial, a percepção desses sobre essa área e o cenário político em que se encontra a Educação
Inclusiva, por meio de relatos de pesquisa. Também, artigos sobre a percepção dos alunos em
relação a inclusão de pessoas com deficiência na escola, bem como relatos de pesquisa que
tratam sobre a inclusão de estudantes com deficiência na Educação Superior. Além dessas
pesquisas, é possível encontrar artigos sobre adaptações de materiais, revisões sistemáticas
sobre diferentes contextos da Educação Especial e por fim, um relato de pesquisa sobre o
analfabetismo funcional e as dificuldades em constituir a Educação Inclusiva no México.
No artigo “Indicadores de saúde de docentes de Educação Especial em uma região da
Bahia” do autor Osni Oliveira Norberto da Silva foi apresentado os indicadores de saúde dos
professores de Educação Especial que atuam nas escolas municipais da região de Piemonte da
Diamantina, estado da Bahia. O estudo contou com trinta e seis professores que responderam
um questionário de perguntas fechadas. Os resultados indicaram que os docentes em geral
praticam exercícios físicos, principalmente a caminhada ou corrida ao ar livre; entretanto
sentem dores na coluna ou nas articulações, mas consideram sua alimentação muito saudável.
No artigo “O livro didático em Braille e o processo de adaptação: uma Tecnologia
Assistiva para a sala de aula” das autoras Alessandra Aparecida Vissossi e Hylea de Camargo
Vale Fernandes Lima foi apresentada uma atividade envolvendo gráficos adaptada para
o Sistema Braille, com o intuito de promover acessibilidade e autonomia a alunos cegos
inseridos no contexto do ensino regular inclusivo. Foram selecionados gráficos presentes ao
longo de toda a vida escolar e em variadas disciplinas, assim foram elaboradas formas para
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SHIMITE, Amabriane da Silva Oliveira; MARTINS, Sandra Eli Sartoreto de Oliveira
torná-los acessíveis à pessoa cega. Para realizar o processo de produção de livros acessíveis foi
considerado o quão necessário é conhecer os documentos normatizadores da produção de
textos em Braille, conhecimento do programa Braille Fácil e, para séries mais avançadas, ter
domínio sobre alguma área do conhecimento. Neste artigo, foi apresentada toda a sequência
do processo de materiais acessíveis: adaptação, transcrição, revisão e impressão dos caracteres
em Braille, mostrando a complexidade da produção desses materiais e a sua importância na
vida escolar da pessoa cega.
No artigo “Percepções de estudantes do ensino fundamental sem deficiência sobre a
deficiência auditiva” da autora Aline de Novaes Conceição foi apresentado o contexto de uma
escola, localizada no interior do estado de São Paulo, onde ocorreu a análise das percepções de
estudantes sem deficiência sobre a deficiência auditiva. Participaram da pesquisa, 21 crianças
matriculadas no terceiro ano dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os participantes
responderam um questionário em que havia questões sobre a deficiência auditiva e,
posteriormente, participaram de um programa informativo sobre inclusão e diversidade,
registrando o aprendido. Foi realizada a análise qualitativa dos conteúdos contidos nos
registros dos participantes, sendo verificado um aumento significativo da percepção favorável
das crianças sobre a deficiência auditiva.
No artigo “(In)acessibilidade na graduação em Pedagogia: narrativas de uma universitária
com deficiência” da autora Jackeline Susann Souza da Silva foi analisada a experiência de uma
universitária com deficiência a partir de suas narrativas sobre a (in)acessibilidade no curso de
Pedagogia. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semiestruturada com apoio
de gravador e diário de campo. Os resultados indicaram que o acesso à Educação Superior
inicia bem antes do processo seletivo, pois envolve a preparação adequada dos estudantes com
deficiência desde a Educação Básica.
No artigo “Processamento sensorial e engajamento de crianças autistas nas rotinas
infantis” dos autores Carina Sousa Elias, Anderson Henrique França Figueredo Leão e
Patrícia Carla de Souza Della Barba investigou a relação entre o processamento sensorial
e o engajamento de crianças autistas de dois a cinco anos em suas rotinas. A partir de um
estudo correlacional, no qual os participantes foram os cuidadores das crianças e a coleta de
dados realizada de forma online, foi empregada a técnica de amostragem Bola de Neve com
dois questionários, o SPM-P (Medida do Processamento Sensorial – Versão Casa) e o QEC
(Questionário de Envolvimento de Crianças). Foram obtidos um total de 56 famílias, sendo
30 famílias com crianças autistas e 26 com crianças com desenvolvimento típico (DT). Por
meio da análise de correlação e regressão múltipla foi identificado que os escores finais de
processamento sensorial e engajamento se correlacionaram inversamente em crianças com
TEA ou DT, e que o diagnóstico de TEA e o Planejamento Motor e Ideias prejudicados
reduziram significativamente o engajamento, enquanto a idade e a escolaridade o aumentaram.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240000, 2024. 3-4
Editorial
No artigo “O que se fala, quando se fala do profissional de apoio pedagógico na Educação
Especial?” da autora Isabel Matos Nunes foi apresentado o resultado de uma revisão sistemática
realizada por meio do Banco de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), com o objetivo de identificar como a temática que envolve
esse profissional é contemplada nos trabalhos acadêmicos. As reflexões realizadas a partir dos
textos selecionados suscitaram outras perguntas e a “quase certeza” de que ao se falar desse
profissional da Educação Especial discute-se muitos processos e práticas pedagógicas que
demarcam avanços, recuos, consensos e possibilidades da modalidade, no entanto, pouco ou
quase nada se fala do profissional e das suas condições de trabalho e emprego, evidenciando
um vasto campo de pesquisa ainda a ser cultivado.
No artigo “Usos de tecnologias educacionais na Educação de estudantes surdos
dos autores George Franca dos Santos e Janaine Honorato foi apresentado o resultado de
uma revisão bibliográfica das principais tecnologias digitais da informação e comunicação
utilizadas na educação de alunos surdos no Brasil. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa
e utilizou métodos de análise bibliográfica e documental para coletar dados de fontes diversas,
como livros, revistas, leis e sites. Os resultados indicaram que as tecnologias educacionais e
recursos digitais são eficazes como suporte educacional para a pessoa surda, pois possibilitam
a interação, desenvolvimento e aprendizado. Além disso, foi observado que as tecnologias de
tradução de língua de sinais, jogos educativos, animações e eBooks são as mais utilizadas e
bem-sucedidas para a educação de alunos surdos.
No artigo “A contribuição do AADEE na inclusão de alunos com deficiência intelectual
nas escolas municipais do Recife-PE” dos autores Hylka Walleska Barbosa de Lima Caldas, Tícia
Cassiany Ferro Cavalcante e iago Rodrigo Fernandes da Silva Santos foram apresentados
os resultados de uma pesquisa sobre as contribuições do trabalho do Agente de Apoio ao
Desenvolvimento Educacional Especial (AADEE) frente à inclusão de alunos com deficiência
intelectual, na educação pública municipal da cidade do Recife-PE. Como parte do percurso
metodológico, foram entrevistados profissionais que atuam como AADEE. A análise
apresentou evidências de uma inclusão transformadora, mas que carece de um conjunto de
práticas coletivas para que o direito à educação dos estudantes com deficiência intelectual se
torne efetivo.
No artigo “Intérpretes educacionais: reflexões acerca da formação e contratação” das
autoras Muyara dos Santos e Ana Paula Santana foi apresentada a reflexão acerca da formação
dos intérpretes educacionais e a sua contratação no ambiente educacional. Por meio da
pesquisa documental realizada com dois tipos de fontes: a) ementas dos cursos de graduação
em Tradução e Interpretação com Habilitação em Libras; b) editais estaduais de contratação
para intérprete educacional. Como resultado foi exposta a necessidade de discussões sobre
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SHIMITE, Amabriane da Silva Oliveira; MARTINS, Sandra Eli Sartoreto de Oliveira
a formação para a atuação do intérprete educacional, bem como a falta de consenso nas
exigências de contratação deste profissional.
No artigo “A formação do(a) professor(a) de Educação Física face à inclusão de crianças
com Transtorno do Espectro Autista: entre a legislação e o currículo das licenciaturas” das autoras
Disneylândia Maria Ribeiro, Gabriela Alencar de Barros Vieira e Cristiane de Fátima Costa
Freire foi abordada a discussão sobre a formação inicial do(a) professor(a) de educação física
face à inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista, com base na legislação e nas
políticas educacionais contemporâneas.
No artigo “As políticas públicas de Educação Especial nas escolas de ensino fundamental
no município de Melgaço – PA” das autoras Cleide Matos, Andresa Cardoso Coutinho e
Darlete Pacheco Souza foram analisadas as políticas públicas de Educação Especial e Inclusiva
asseguradas na legislação educacional e suas reverberações nos indicadores de acessibilidade
apresentados no censo educacional do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio
Teixeira (INEP) no período de 2018 a 2020, especificamente, o percentual de pessoas com
deficiências matriculadas nas escolas públicas municipais de Melgaço-PA.
No artigo “Analfabetismo funcional ou barreiras de aprendizagem nas Escolas
Secundárias do México” do autor Osbaldo Amauri Gallegos de Dios foi analisada a situação
das escolas secundárias rurais no México e sua luta contra a desigualdade educacional, a
alfabetização em todo o mundo e seu impacto contra a desigualdade, o analfabetismo funcional
no México e na América Latina. Este contexto permite-nos compreender a importância dos
Centros Múltiplos de Atenção (CAM) e da USAER para identificar e reduzir as Barreiras à
Aprendizagem e à Participação (BAP), o que permitiria a educação inclusiva no México. Por
fim, analisa-se a crise educacional depois a pandemia da COVID-19 e o problema dos alunos
com carência na leitura e escrita nas escolas secundárias em 2023.
Boa leitura a todxs!
Amabriane da Silva Oliveira Shimite
Equipe Editorial
Sandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins
Editora Chefe