A CONCEÃO DO HOMEM NO EXERCIO DA
PATERNIDADE JUNTO AO TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA)
THE CONCEPTION OF MAN IN THE EXERCISE OF
FATHERHOOD WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER
Aline Cristina de SOUZA
Doutora em Educação Especial. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Minas Gerais, Brasil.
https://orcid.org/0000-0003-3004-8358 | alinezenaro@gmail.com
SOUZA, Aline Cristina de. A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro autista
(TEA). Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
RESUMO: o presente estudo teve por objetivo compreender a perspectiva paterna acerca do exercício da paternidade
junto ao filho com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para tanto, foi proposto um estudo qualitativo,
exploratório e descritivo. A amostra foi composta por 15 pais (homens), residentes em uma cidade no interior do estado
de São Paulo, de médio porte, que possuíam um filho de até seis anos de idade diagnosticado com TEA. O instrumento
de coleta de dados pautou-se em um roteiro de entrevista semiestruturado, com 48 perguntas, das quais utilizou-se
apenas quatro para este recorte. A coleta de dados foi realizada em formato presencial. A análise de dados ocorreu por
meio de análise de conteúdo com a criação de categorias. Os resultados obtidos demonstraram que os pais possuem
uma visão acerca da boa paternidade que perpassa o provedorismo. O TEA tem impacto direto no emocional dos
homens, o que requer maiores observações e compreensões em torno dos sentimentos, para que estes corroborem para
a paternidade efetiva.
PALAVRAS-CHAVE: Paternidade. Exercício da paternidade. Transtorno do Espectro Autista. Parentalidade ativa.
ABSTRACT: this study aimed to understand the father’s perspective about the exercise of fatherhood with the child
diagnosed with Autistic Spectrum Disorder (ASD). erefore, a qualitative, exploratory and descriptive study was
proposed. e sample consisted of 15 fathers (men) who had a child up to six years old diagnosed with ASD. e data
collection instrument was based on a semi-structured interview script, with 48 questions, of which only four were used
for this cut. Data analysis occurred through content analysis with the creation of categories. e results showed that
parents have a vision about good parenting that permeates providerism. ASD has a direct impact on mens emotions,
which requires greater observations and understanding of feelings, so that they support effective fatherhood.
KEYWORDS: Fatherhood. Exercise of fatherhood. Autism Spectrum Disorder. Active parenting
REVISTA DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n2.e0240017
is is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024. 1-15
A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro
autista (TEA)
Artigos
A CONCEPÇÃO DO HOMEM NO EXERCÍCIO DA
PATERNIDADE JUNTO AO TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA)
THE CONCEPTION OF MAN IN THE EXERCISE
OF FATHERHOOD WITH AUTISM SPECTRUM
DISORDER
Aline Cristina de SOUZA
1
RESUMO: o presente estudo teve por objetivo compreender a perspectiva paterna acerca do exercício da paternidade
junto ao filho com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para tanto, foi proposto um estudo qualitativo,
exploratório e descritivo. A amostra foi composta por 15 pais (homens), residentes em uma cidade no interior do estado
de São Paulo, de médio porte, que possuíam um filho de até seis anos de idade diagnosticado com TEA. O instrumento
de coleta de dados pautou-se em um roteiro de entrevista semiestruturado, com 48 perguntas, das quais utilizou-se apenas
quatro para este recorte. A coleta de dados foi realizada em formato presencial. A análise de dados ocorreu por meio de
análise de conteúdo com a criação de categorias. Os resultados obtidos demonstraram que os pais possuem uma visão acerca
da boa paternidade que perpassa o provedorismo. O TEA tem impacto direto no emocional dos homens, o que requer
maiores observações e compreensões em torno dos sentimentos, para que estes corroborem para a paternidade efetiva.
PALAVRAS-CHAVE: Paternidade. Exercício da paternidade. Transtorno do Espectro Autista. Parentalidade ativa.
ABSTRACT: this study aimed to understand the father’s perspective about the exercise of fatherhood with the child
diagnosed with Autistic Spectrum Disorder (ASD). erefore, a qualitative, exploratory and descriptive study was proposed.
e sample consisted of 15 fathers (men) who had a child up to six years old diagnosed with ASD. e data collection
instrument was based on a semi-structured interview script, with 48 questions, of which only four were used for this cut.
Data analysis occurred through content analysis with the creation of categories. e results showed that parents have a
vision about good parenting that permeates providerism. ASD has a direct impact on mens emotions, which requires greater
observations and understanding of feelings, so that they support effective fatherhood.
KEYWORDS: Fatherhood. Exercise of fatherhood. Autism Spectrum Disorder. Active parenting
INTRODUÇÃO
A parentalidade contribui para além do estabelecimento de laços sociais, implica
em uma construção cotidiana para o desenvolvimento de diferentes segmentos, como:
Doutora em Educação Especial. Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Minas Gerais, Brasil. E-mail: alinezenaro@
gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3004-8358
2-15 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
SOUZA, Aline Cristina de
social, afetivo, cognitivo, dentre outros. O conceito de parentalidade engloba a dimensão
simbólica do que consiste em ser pai ou mãe, que abrange desde o nascimento de um filho
até a transformação do cenário vivenciado (Konicheckis, 2008; Golse, 2006; Stern, 1997).
Diante disto, a paternidade pode ser entendida, então, como um significante
decisivo na construção da identidade do sujeito (Rosa, 2008), pois promove transformações
na vida conjugal e na forma de se relacionar com o mundo. Além disso, é fundamental para
a construção da identidade do filho, na medida em que lhe serve de referência. A paternidade
também não pode ser considerada estática, já que ela se transforma ao longo da vivência do
papel de pai.
A paternidade consiste, então, em um processo dinâmico e contínuo, que se dá
por meio das relações do pai com sua família e consigo próprio. Com a transformação da
composição familiar ao longo dos anos, tornou-se necessário rearranjar os papéis exercidos
por cada membro da instituição, desse modo, as novas exigências se tornaram emergentes
junto aos pais (lê-se homens), considerando, então, o estabelecimento de divisões de funções,
cumprimento de cuidados ofertados à criança, acompanhamento escolar, dentre outros
(Pombo, 2019).
Apesar das transformações vivenciadas, a literatura aponta que quando uma criança
com deficiência e/ou transtorno é concebida por uma instituição familiar, as demandas se
tornam mais latentes e os rearranjos mais imperativos (Silva; Dessen, 2001; Fiamenghini Jr;
Messa, 2007; Caiola, 2017; Correia; Seabra-Santos, 2018).
Parte-se, então, da concepção de que o nascimento de uma criança por si só já
é suficiente para gerar inúmeras expectativas nos pais e em todos os membros da família.
No entanto, quando a criança apresenta algum tipo de deficiência e/ou transtorno toda a
expectativa se rompe e novos desafios são impostos aos genitores, devendo rearranjar toda a
estrutura familiar, seja física ou emocionalmente.
Desse modo, a parentalidade atípica requere um cuidado diretivo/interventivo para
com o filho, mas também para com os próprios genitores (Moreira, 2022). Mediante o
exposto, observa-se ao longo dos processos investigativos científicos, relacionados às famílias
atípicas, que existe uma vertente muito forte em se pesquisar sempre acerca da mãe, inserindo
o pai em um “plano de fundo”. Para tanto, o presente estudo busca ressaltar, especificamente,
as percepções dos homens em torno do exercício da paternidade, nas suas mais diferentes
nuances junto ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA configura-se em um transtorno do neurodesenvolvimento, com diferentes
características que apresentam prejuízos persistentes em: comunicação e interação social,
além de comportamentos repetitivos e restrititivos (Apa, 2014). Somado a isto, tem-se três
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024. 3-15
A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro
autista (TEA)
Artigos
principais níveis de acometimento – nível um, dois e três, diferenciados pela necessidade de
suporte apresentada pelo indivíduo.
Segundo Farrell (2008), o autismo é considerado um transtorno do
neurodesenvolvimento, com base biológica relacionado a fatores genéticos e, associado a
fatores abientais. Ainda hoje, não se tem uma causa única para o autismo, e os cientistas o
atribuem a uma causa multifatorial, contudo, de origem genética.
Frente ao crescimento exponencial de diagnósticos de TEA e a escassez de documentos
que investigam os homens, enquanto pais atípicos, realizou-se uma busca na base de dados
Scielo com o descritor – Paternidade -, observou-se o quantitativo de 238 estudos, porém, ao
inserirmos o cruzamento de descritores, sendo: Paternidade AND Atípico; Paternidade AND
Autismo; Paternidade AND TEA, observou-se um quantitativo negativo, ou seja, nenhum
estudo foi encontrado cruzando estes dados. Quando a tentativa descritora foi – Autismo
AND Pai – obtiveram-se seis documentos, dos quais dois retratavam a mãe como responsável
e os outros quatros, os pais, no sentido de parentalidade.
Os dados pesquisados demonstram a fragilidade da área estudada no país, e a
necessidade de se aprofundar o conhecimento acerca do genitor, o seu exercício frente ao
filho atípico e as suas perspectivas, expectativas, emoções e afins, possibilitando-lhe um lugar
de fala.
Diante do exposto acima, o presente estudo tem por objetivo compreender a
perspectiva paterna acerca do exercício da paternidade junto ao filho com diagnóstico de
Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A pesquisadora levantou como hipótese a existência de conflitos constantes em
torno do exercício da paternidade, ora na responsabilidade financeira e provedora, ora na
demonstração afetiva, emocional e interacional. Acredita-se que os genitores não possuem
dimensão do impacto da paternidade na vida de seus filhos e demais membros da família,
como parceiras e demais filhos.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Caracterizou-se a presente pesquisa como qualitativa, em caráter exploratório e
descritiva. De acordo com Gerhardt e Silveira (2009) os métodos qualitativos buscam explicar
o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e
as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-
métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens. A especificidade
exploratória, segundo Gil (2008), busca auxiliar a familiarização e o conhecimento sobre o
tema sem propor uma hipótese para análise.
4-15 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
SOUZA, Aline Cristina de
Consequentemente, tem-se o perfil descritivo, este volta-se para uma população
ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que
podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados (Gil, 2008, p.28).
O estudo foi composto por 15 participantes do sexo masculino, que estavam de
acordo com os critérios pré-estabelecidos pelas pesquisadoras, sendo: (a) ter pelo menos um
filho com diagnóstico de autismo em idade pré-escolar (cinco anos); (b) ser casado ou manter
união estável; (c) ter contato direto com os filhos e; (d) aceitar participar da pesquisa.
A amostra foi contactada e selecionada a partir da escola que seus filhos estudavam,
uma instituição especial que possuía um setor específico de autismo. A pesquisa foi apresentada
ao gestor, com posterior aprovação os pais foram contactados e, novamente a pesquisa foi
explicada a eles. Com a adesão da sua participação, o agendamento da entrevista foi realizado.
Após a coleta de dados, foi possível observar que a média de idade dos pais foi de
38,8 anos, variando entre 27 anos e 55 anos de idade. Do total de participantes, 13 eram
casados ou mantinham união estável com as respectivas mães da criança autista, enquanto
que, apenas dois pais eram solteiros e detentores da guarda do filho.
O nível de escolaridade dos genitores se resumiu em: sete possuíam o ensino
médico completo, quatro possuíam ensino superior incompleto, três pais possuíam o
ensino fundamental incompleto e somente um pai possuía o ensino superior completo com
pós-graduação. A renda média mensal dos pais foi de R$3.746,00, variando de R$1.500,00
a R$10.000,00. Quando ao poder aquisitivo, avaliado pelo Critério Brasil, a maioria dos
participantes pertenciam à classe C1, variando entre as classes B1 a D. Verificou-se que
predominam na amostra as crianças do sexo masculino, sendo 11 meninos e somente
quatro meninas.
A média de idade dessas crianças foi de 5,2 anos, variando entre três e oito anos de
idade. Com relação ao número de filhos, a média dos pais se manteve em 2,3 filhos por casal,
variando de um a nove filhos por família.
A pesquisa ocorreu de forma presencial, a partir da preferência de local indicado pelos
genitores, sendo, portanto, na casa dos pais ou na universidade pública federal, localizada no
interior do estado de São Paulo, em uma cidade de médio porte, no ano de 2015.
O estudo passou por aprovação no Comitê de Ética em Pesquisas com Seres
Humanos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Utilizou-se como instrumento
de investigação, um roteiro de entrevista semiestruturado elaborado por Souza (2016) a partir
de Nunes (2006) e Saladini (2013).
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024. 5-15
A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro
autista (TEA)
Artigos
O roteiro apresentava 48 perguntas abertas, voltadas para os pais (homens), porém,
neste estudo será utilizado um recorte, no qual apenas quatro questões foram selecionadas
para a discussão. Os dados foram obtidos por meio da gravação das entrevistas e com
aprovação dos participantes, o que corroborou para sua posterior transcrição, para obter
maior fidedignidade dos resultados.
Realizou-se a análise de conteúdo, que de acordo com Bardin (2010) tem como
objetivo “trabalhar a fala e conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se
debruça” (p.45). Das respostas obtidas foram elaboradas categorias que auxiliaram o processo
de discussão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados apresentados a seguir compõem um estudo mais amplo (dissertação de
mestrado realizada por Souza (2016), no qual buscou compreender o impacto do autismo
no pai (homem), para tanto, foram selecionados apenas alguns elementos para desenhar este
estudo. Inicialmente, foi questionado aos pais que definissem o que é ser um bom pai, as
respostas obtidas estão descritas na Tabela 1.
TABELA 1 - Definição do que é ser bom pai, na perspectiva dos participantes
Categorias Porcentagem Falas Ilustrativas
Não souberam
responder
26,7% P1 - “Vixe, agora você me pegou viu, não sei não”.
Dar atenção 20,0%
P5 - “Ah, eu acho que principalmente dar
atenção, carinho, amor, né?”.
Ser participativo 13,3%
P13 - “Independente do quadro, do jeito que é o filho, é ter
participação. É participar, tentar ao máximo. O meu pai,
eu achava que ele era um bom pai, tudo o que eu queria ele
comprava, mas ele nunca sentou e perguntou sobre mim, sobre
o que eu gostava. Ele não passou um minuto conversando
comigo. Eu acho que suprir financeiramente é bom, mas
não é tudo, não tem nada a vê. Eu tento fazer tudo com eles
o que eu não tive, dar atenção, viajar juntos, estar juntos.
Eu tento fazer o que eu posso e o que eu não posso”.
Fazer de tudo
para o filho
13,3%
P3 - “Para mim seria... o tempo todo estar fazendo
as coisas, estar podendo... Foi o que eu te falei meu
tempo é curto de ficar com ele, ficar mais com ele”.
Cuidar do filho 13,3%
P10 - “Ah, ser um bom pai é cuidar dele para que
amanhã ele possa se virar sozinho. Né? Porque a gente
não vai estar aqui a vida inteira, porque amanhã ou
depois eu vou ficar velho e ele ainda vai estar novo”.
6-15 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
SOUZA, Aline Cristina de
Ter paciência 6,7%
P14 - “Olha no meu modo de ver com a minha experiência, é
ter paciência, se desligar um pouco das nossas próprias vontades,
nos colocar um pouco em segundo plano, acho que também
não ser tão meloso, ser rígido quando precisa ser e ser bobão
quando precisa ser, mas eu acho que o principal é você deixar as
suas próprias vontades de lado, desde que não afete a criança”.
Ser o provedor
financeiro
6,7%
P2 - “Ah... Em minha opinião eu sempre achei assim, que
eu falto muito com as crianças para ser um bom pai deles,
principalmente parte financeira. Financeiramente eu
não pude, não posso ainda dar o que exatamente eles
merecem, no caso seria a alimentação, né? Um bom pai
tem que fazer o possível para alimentar os filhos, isso é o
legal. Ser um bom pai é isso. Poder ajudá-los em roupas,
calçados que tem bastante necessidade disso ai”.
Fonte: própria autora, 2014.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, 26,7% dos pais não souberam
definir o que é ser um bom pai, 20,0% disseram que dar a atenção necessária aos filhos se
remete a um bom pai. Além disso, 13,3% dos pais afirmaram que um bom pai tem que ser
participativo, enquanto que outros 13,3% disseram que um bom pai deve cuidar do filho.
Apenas um participante definiu que para ser bom pai é preciso ter paciência, além de outro
participante ter definido bom pai como o provedor financeiro.
Diversos autores discutem o que é ser um bom pai. Para Benczik (2011), ser um
bom pai consiste em estabelecer um processo interacional. Enquanto que Nóbrega (2011),
afirma ser a afetividade o fator preponderante. Já para Pereira (2014), a definição é muito
complexa, uma vez que apresenta, ainda, a prevalência do conceito de provimento/sustento
para os filhos, como uma definição recorrente para tornar qualitativa a paternidade e, por
fim, Braga e Lima (2020), indicam a autoridade, como uma característica que compete aos
genitores e os torna efetivo.
Observa-se, então, que se torna complexo definir o que é ser um bom pai, uma
vez que se esbarra em um caráter subjetivo tal conceituação e, que precisa ser considerado
mediante a necessidade de compreensão do papel, porém, há que se considerar a transição
social e a transformação de papéis vivenciados ao longo dos anos.
Por meio das falas dos participantes na Tabela 1, compreende-se a variação de
definição para cada um dos participantes, o que reforça a ideia de subjetividade, uma vez
que o que é bom para um, pode não vir a ser para outro. Portanto, do ponto de vista
analítico, ser bom pai consiste em exercer uma paternidade ativa, ou seja, estabelecer
relações com sua família, seu filho e consigo próprio, a partir de um processo dinâmico e
contínuo (Zornig, 2010).
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024. 7-15
A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro
autista (TEA)
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A paternidade na contemporaneidade, engloba, então, a participação e o
compartilhamento de funções em tarefas domésticas, socioeconômicas e de planejamento
familiar (Silva, 2020). Posteriormente, foi investigado acerca do exercício da paternidade,
buscando que os genitores realizassem uma autoanálise frente ao seu papel. A Tabela 2 possui
os resultados obtidos.
TABELA 2 - Autoanálise dos participantes frente ao exercício da paternidade
Categorias Porcentagem Falas Ilustrativas
Considera-se
um bom pai
60,0%
P1 - “Sim. Eu sou um bom pai sim. Um pai presente.
Um pai enérgico, corrigir, quando tem que corrigir,
chamar atenção. Eu faço a minha parte”.
Poderia ser
melhor
33,3%
P13 - “Acho que eu poderia ser mais, mas eu não tenho tempo
para isso. Eu teria que me organizar melhor, eu acho que eu sou
muito aventureiro, eu tenho essa empresa, eu tenho aquela empresa”.
Não se
considera um
bom pai
6,7%
P11 – “Não, sou muito ausente. Eu poderia ser mais presente.
Melhor eu não sei, porque eu não vou mudar. Eu posso fazer
mais, mas eu não faço mais porque eu quero um tempo para mim,
porque eu gosto de beber cerveja, jogar truco e conversa fora”.
Fonte: própria autora, 2014.
A partir da Tabela 2 têm-se como resultados de autoanálise os seguintes percentuais:
60,3% se consideram um bom pai, seguido de 33,3% que acreditam que poderia ser melhor,
enquanto que 6,7% não se consideram um bom pai.
Segundo Abade e Romanelli (2018, p.5), o exercício da paternidade é algo em
processo, em constante fluxo nas relações cotidianas entre pai e filhos e assume formas
específicas em cada sociedade.
Alguns autores afirmam que o pai, em muitos momentos, é excluído do processo de
estabelecimento de vínculo junto ao filho, devido à crença de funções tradicionais voltadas para
o gênero feminino e, que compete somente ao homem ser o provedor financeiro (Bornholdt,
2006, Staudt, Wagner, 2007; Levandowski & Piccinini, 2006; Piccinini et al., 2004).
Por meio das falas descritas no quadro, observamos alguns discursos paternos que
se voltam para a mesma compreensão acerca do que é ser um bom pai – estar presente. De
acordo com Bernardi (2017, p61), apesar do incentivo para que o pai esteja mais presente na
vida dos filhos, ele ainda enfrenta inúmeros desafios.
Entende-se por desafios inúmeras variáveis que podem vir a dificultar a sua presença,
no entanto, há que se considerar que a compreensão do seu papel é fundamental para que tais
desafios sejam minimizados frente a demanda de estar com o filho.
8-15 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
SOUZA, Aline Cristina de
O participante que não se considera um bom pai ressalta - Não, sou muito ausente.
Eu poderia ser mais presente. Melhor eu não sei, porque eu não vou mudar. Eu posso fazer mais,
mas eu não faço mais porque eu quero um tempo para mim, porque eu gosto de beber
cerveja, jogar truco e conversa fora”. Este genitor tem consciência de que pode fazer mais,
porém, é uma escolha sua não realizar, uma vez que ele julga merecer o seu tempo individual
como relevante.
Não realizamos apontamentos para com os participantes e, sim, levantamos objetos
de reflexão em torno da paternidade participativa, e que ser presente, estabelecer vínculos e
realizar cuidados e tarefas para com o filho não impedem, em hipótese alguma, de ter seus
momentos de individualidade. O questionamento que fazemos, no entanto, é: e a mãe? Em
que momento ela tem o seu momento individual? De cuidado próprio?
Nesta perspectiva, Garcia (2019, p.52) discorre que
[...] as normas sociais, culturais e jurídicas brasileiras, associadas ao conceito
tradicional de masculinidade, atuam como estruturas que sustentam a desigualdade
de gênero no que tange aos espaços de atuação dos homens e mulheres em relação ao
cuidado. Tais normas influenciam diretamente no bem-estar da família no período
de vivência da paternidade e maternidade, pois limitam as possibilidades de conexão
emocional dos pais com seus filhos através da rotina e da participação ativa nas ações
de cuidado; e, em paralelo, sobrecarregam as mães com cargas triplas de trabalho
(trabalho remunerado, trabalho de cuidado dos filhos e trabalhos domésticos).
Em consonância, entende-se que existe um enraizamento da concepção de divisão
de tarefas do que compete a cada genitor, porém, com a transformação social, tais papéis se
tornaram mais confusos, sem uma real delimitação, o que é efetivo em nossa percepção, uma
vez que não se precisa estabelecer tarefas, papéis e funções, mas sim exercer em colaboração,
devido a ser responsabilidade de ambos. Desse modo, retoma-se a discussão de participação
ativa e consciente, no qual acontece quando o homem se encontra inserido no processo e tem
a consciência que sua participação faz a diferença para a sua companheira e seu filho (Belfort
Junior; Lima, 2019).
Os autores Silva, Vieira e Scheider (2016), afirmam que diferentes aspectos
pessoais e contextuais influenciam diretamente no envolvimento paterno e no seu respectivo
exercício. Com relação aos aspectos pessoais têm-se: motivação, habilidades, características da
criança e sociodemográfica. Enquanto que as dimensões contextuais são: suporte, trabalho,
relacionamento, dentre outros.
Portanto, torna-se subjetivo compreender o exercício da paternidade em seu caráter
mais amplo, uma vez que envolve inúmeras variáveis que impactam diretamente no processo
relacional, social, afetivo e laboral do homem para com seus filhos.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024. 9-15
A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro
autista (TEA)
Artigos
Consequentemente, os pais foram convidados a responder sobre a relevância
participativa frente ao desenvolvimento de seus filhos, a Tabela 3 apresenta os resultados a seguir.
TABELA 3 - Importância da figura paterna para a vida dos filhos com TEA
Categorias Porcentagem Falas Ilustrativas
Sim 93,3%
P14 - “Não só dito por mim, mas pela avó dela
também, eu me vejo sim como importante”.
Essencial 6,7%
P13 – “Ah eu acho que praticamente essencial. Tudo. Não tem... Da
minha mão sai o sustento, eu tento ajudar o máximo que eu posso”.
Fonte: própria autora, 2014.
A compreensão em torno da relevância da figura paterna foi observada nas respostas
dos participantes na Tabela 3, no qual todos dissertaram que consideram importante sim,
a figura do pai. De acordo com 93,3% da amostra o pai é importante, enquanto que 6,7%
afirmaram ser essencial.
Esta pergunta nos leva a refletir em muitos aspectos: se os pais (homens) têm
consciência da importância da sua figura para a vida de seus filhos e, se sim, por que muitos
não cumprem com o papel efetivamente?
O recorte de amostra que temos é muito pequeno, comparado ao quantitativo
de homens e pais existentes no Brasil, portanto não generalizamos, mas levantamos o
questionamento como forma de ponderação para com as responsabilidades.
Considerando a importância paterna, um estudo realizado por Tadeu et al. (2020)
objetivou descrever a importância da participação do pai na primeiríssima infância. Por meio
de uma revisão bibliográfica chegaram-se aos seguintes resultados: o estabelecimento de
vínculo é primordial, pais que se relacionam com seus filhos desde o nascimento estimulam
desenvolvimento físico e mental, a criança tende a desenvolver novas habilidades que a
preparam para vida social.
Diante do exposto, compreende-se que a paternidade vai além da concepção social,
está diretamente relacionada com a capacidade de colocar em prática o que compete ao
homem, no caso ser responsável pelo filho que também foi gerado por ele. No entanto,
observam-se, ainda, equívocos quanto ao conceito de importância e a sua significação, como
podemos observar na fala do participante 13 - Ah eu acho que praticamente essencial.
Tudo. Não tem... Da minha mão sai o sustento, eu tento ajudar o máximo que eu posso” (sic!)
[Grifo nosso].
10-15 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
SOUZA, Aline Cristina de
A perspectiva de “sustento” – provento, ainda é a forma de representação da
paternidade mais relevante para muitos homens [e sujeitos da sociedade]. Porém, reitera-se
que o exercício da paternidade vai além do provento financeiro, que implica muitas outras
variáveis, tal dado nos leva a compreender que se faz necessário discutir, mais profundamente,
elementos que permeiam a importância e a responsabilidade paterna, a fim de que a
sensibilização ocorra frente às transformações vivenciadas na contemporaneidade. Em seguida
a Tabela 4 apresenta o sentimento do pai frente ao diagnóstico de TEA.
TABELA 4 - Sentimento frente ao diagnóstico de TEA
Categorias Porcentagem Falas Ilustrativas
É normal 60,0%
P4 – “Ah é... Não tem problema não, pra
mim é normal. A vida é normal”.
Não souberam
responder
20,0%
Se sente
prejudicado
6,7%
P11 - “Não sei, como eu me sinto? Eu me sinto prejudicado,
primeiro porque a gravidez dela não deveria ter ocorrido, não foi
planejada e não deveria ter ocorrido, porque já bastava a G. Na
minha cabeça, a minha aposentadoria teria já começado, o trabalho
se prolonga porque eu não posso me dispor de alguns valores que eu
teria... Eu perderia por conta da aposentadoria, mas com as despesas
da G. e da L. eu vou ter que trabalhar até os 62 anos, 63 anos, isso vai
encurtar meu tempo de ócio. Por causa disso eu me sinto prejudicado”.
Se sente
orgulhoso
6,7%
P2 - “Ah... Eu ainda sinto orgulho, eu sinto orgulho
de ser pai dela. Mesmo que ela tenha autismo, porque
ela é muito inteligente, é saudável apesar disso aí ela é
saudável, fisicamente ela é saudável, muito forte”.
Se sente
frustrado
6,7%
P13 - “Às vezes frustrado, porque eu acho que por mais que a gente
vai correr... eu tento assim, na minha cabeça o que eu penso, o que
eu queria para o R., é que ele fosse independente. Que ele tenha um
apartamento, que ele faça a comida dele, ir ao banheiro, se cuidar sabe.
Eu acho que ele não vai conseguir isso. É meio frustrante eu acho”.
Fonte: própria autora, 2014.
Como mostram os dados da Tabela 4, 60,0% dos pais disseram se sentir normal,
não vendo maiores problemas com relação à deficiência do filho e 20,0% não souberam
responder. Um pai afirmou se sentir orgulhoso. Dois pais disseram se sentir prejudicados e
frustrados, respectivamente, por serem pais de uma criança com autismo.
Sabe-se que a paternidade por si só já transforma o sujeito, quando a paternidade
vem acompanhada de um filho atípico, a mudança se faz ainda mais relevante. Compreender
as nuances que englobam essas alterações nos auxilia no processo de perspectiva macro que
contempla o social, cultural, interacional, educacional etc.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024. 11-15
A concepção do homem no exercício da paternidade junto ao transtorno do espectro
autista (TEA)
Artigos
Ao se buscar e efetivar o diagnóstico muitos dispositivos são ativados e,
consequentemente, inúmeros sentimentos emergem. De acordo com a literatura cinco
processos podem ser esperados pelos familiares – raiva, tristeza, culpa, negação e aceitação.
Não existe uma regra que delimita que todos irão perpassar por todas as etapas, mas que elas
estão presentes em muitas famílias e membros, isso não há dúvidas.
De acordo com Silva e Oliveira (2017), a raiva pode ser substituída pela tristeza,
trata-se de uma reação saudável e esperada, uma vez que existiu a perda do filho idealizado
2
e
o estresse vivenciado pelo diagnóstico de autismo. Da mesma forma, a recusa também pode
estar presente, no qual se buscam respostas e questiona-se constantemente do por que ter
ocorrido isto na família. Posteriormente, tem-se a negação, com mistura constante de culpa.
Por fim, ocorre a aceitação, ao atingir esta etapa os pais estão se sentem prontos para trabalhar,
intervir e buscar o conhecimento em torno do TEA e as inúmeras nuances que perpassam o
desenvolvimento de seus filhos.
Partindo do exposto, entende-se que trabalhar o impacto do autismo na família
é fundamental, mas com cada um de seus membros também. As respostas obtidas
apresentam variações, porém, enquanto pesquisadora saliento a necessidade de se aprofundar
o conhecimento e a investigação, portanto, grande parte da amostra afirma ter se sentido
normal” com o diagnóstico. Compreendemos a perspectiva dada, mas conforma a literatura
aponta para a efetividade do impacto do diagnóstico nos membros familiares, entende-se que
isto corrobora para a crença de que o sentimento deve ser definido com mais profundidade, e
não como normal. Permite-se entender, então, que a fala da amostra com “é normal” refere-se
à aceitação do diagnóstico.
Duas falas necessitam ser enfatizadas – “Eu me sinto prejudicado ...” e “Ás vezes
frustrado...”. Esses sentimentos remetem expressão de emoções que demandam suporte por
diferentes vieses, mas, principalmente, a partir da perspectiva que não dificultem o acesso
e a realização do exercício da paternidade, devido a existência do diagnóstico. Para tanto,
um caminho possível são as intervenções, primeiramente com a criança diagnosticada com
TEA e, posteriormente, com a família, considerando as fragilidades, o resgate psíquico dos
membros, buscar equilíbrio entre os papéis e as demandas existentes (Baptista; Bosa, 2002;
Silva; Oliveira; 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve por objetivo compreender a perspectiva paterna acerca do
exercício da paternidade junto ao filho com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista.
A literatura aponta para a existência da idealização do filho antes do nascimento, com projeções futuras para o mesmo,
entretanto, tais destaques são rompidos quando a criança nasce ou é diagnosticada ao longo do desenvolvimento infantil
(Pessoal et al., 2022; Mariano; Romanha, 2019; Constatinidis et al., 2018).
12-15 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240017, 2024.
SOUZA, Aline Cristina de
A partir de uma investigação empírica, pode-se observar alguns pontos fundamentais do
processo de paternidade atípica.
A concepção de paternidade requer maior aprofundamento, uma vez que sua
compreensão ainda não está totalmente fundamentada, por apresentar caráter subjetivo,
entretanto, acredita-se que as transformações sociais contribuem para essa difusão deturpada
acerca do que é ser pai. Porém, ressalta-se que o exercício da paternidade vai além de se
considerar um “bom pai ou não”, envolve a responsabilidade para com o filho, o que requer
a aplicabilidade e realização de tarefas junto à criança.
Entende-se que os genitores possuem conhecimento acerca da relevância da
paternidade e o impacto da mesma para a vida do filho, independentemente da presença de
um diagnóstico de TEA. No entanto, o discurso permeia a perspectiva de provedor, o que
corrobora para que o exercício paterno seja minimizado somente pelo provento, e enfatiza o
que os estudos científicos retratam quando realizamos a pesquisa nas bases de dados, sempre
com ênfase na maternidade, subentendendo assim, que a responsabilidade de cuidados é
somente da mãe.
A pesquisa também demonstrou a necessidade de se aprofundar nas emoções paternas
[e familiares], uma vez que o impacto do autismo recai também sobre o homem. Lidar com
os sentimentos é tarefa primordial para que o exercício da paternidade seja realizado em
plenitude. Porém, observam-se resistências em se discutir essa temática tão relevante para o
processo se efetivar.
A pesquisa permitiu também compreender que a paternidade ainda consiste em
uma área pouco explorada, principalmente quando atrelada a algum outro objeto de estudo,
como o TEA. Recomenda-se aprofundar as pesquisas relacionadas ao exercício da paternidade
ativa, paternidade e filhos com diagnósticos, além de correlacionar temas, de modo a ampliar
o conhecimento em torno do assunto abordado.
O estudo apresentou limitações de público, uma vez que nem sempre os pais
(homens) aceitam participar de pesquisas, além disso observou-se insuficiência de literatura
brasileira para que a discussão fosse melhor fundamentada, no qual os artigos encontrados
datam dos anos 2000, portanto, ressalta-se a necessidade de se investigar mais profundamente
este público e temática.
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