TraduTores e inTérpreTes educacionais: reflees
acerca da formão e conTraTão
Educational translators and intErprEtErs: rEflEctions
on training and hiring
Muyara dos SANTOS
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística – UFSC. Professora
Auxiliar Intérprete Educacional do Município de Florianópolis/SC.
https://orcid.org/0009-0004-8741-3744 | muyaradossantos@gmail.com
Ana Paula SANTANA
Doutora em Linguística pela Universidade de Campinas – UNICAMP.
Docente da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
https://orcid.org/0000-0002-9508-9866 | ana.santana@ufsc.br
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula. Tradutores e intérpretes educacionais: reflexões acerca da formação e contratação.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
Resumo: as políticas públicas de atendimento ao estudante surdo no Brasil reconhecem que o profissional responsável por
atuar na mediação linguística é o tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais - Libras. No contexto educacional, esse
profissional é contratado a partir de diferentes pré-requisitos. Desta forma, este estudo tem como objetivo refletir acerca
da formação dos tradutores e intérpretes educacionais e a sua contratação no ambiente educacional. Como metodologia,
utilizou-se uma pesquisa documental realizada com dois tipos de fontes: a) ementas dos cursos de graduação em Tradução
e Interpretação com Habilitação em Libras em nível de bacharel; b) editais estaduais de contratação para o tradutor e
intérprete educacional. Durante o estudo percebeu-se que o cenário nacional é bastante diverso, manifestando as necessidades,
potencialidades e limites de cada contexto regional. Assim, os resultados apontam para a necessidade de discussões sobre a
formação para a atuação do tradutor e intérprete educacional, bem como na falta de consenso nas exigências de contratação
deste profissional. Este resultado corrobora com a baixa oferta de cursos superiores de tradução e interpretação na maioria
das regiões, o que faz com que as orientações propostas pelos documentos oficiais fiquem distantes da prática. Neste sentido,
de maneira emergencial, os editais permitem e abrem precedentes para a contratação de profissionais com formação diversa,
algumas vezes sem o pré-requisito da formação em nível superior. Esse recurso, aplicado em situações emergenciais, visa dar
conta da educação bilíngue inclusiva e “de qualidade” para os estudantes surdos, solução essa que pode apresentar limites
didáticos e metodológicos no exercício da profissão.
Palavras-Chave: Tradutor e intérprete educacional. Surdos. Formação. Bilinguismo.
Abstract: the public policies of deaf student helpers in Brazil recognizes that the Professional responsible for acting as
the linguistic mediator is the translator and interpreter of Brazilian Sign Language - BSL. In the educational context, this
Professional is hired based on different prerequisites. is way, the study has as its objective to reflect about the education/
background of the educational translator and interpreter and their hiring in the educational environment. It was used as a
methodology, a desk research made with two types of sources: a) Summaries of the graduation courses on translation and
interpretation specialized in BSL at bachelors level; b) State editorials on educational translators and interpreters hiring.
During the study, it was noticed that the situation in the country is very diverse, manifesting the necessities, potential and
limits of each regional context. us, the results point to the necessity of discussions about the training for educational
translator and interpreter roles, as well as the lack of consensus regarding the requirements for hiring these professionals. is
finding aligns with the limited availability of higher education courses in translation and interpretation in most regions, which
results in a gap between the official guidelines and practical applications. In this regard, as an emergency measure, the hiring
notices permit and open the possibility of hiring professionals with different backgrounds, sometimes without the prerequisite
of higher education. is resource, applied in emergency situations, aims to address the inclusive and “high-quality” bilingual
education for deaf students; however, this solution may present didactic and methodological limitations in the exercise of the
profession.
Keywords: Educational translator and interpreter. Deaf. Education. Bilingualism.
REVISTA DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n1.e0240009
is is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 1-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
TraduTores e inTérpreTes educacionais:
reflexões acerca da formação e
conTraTação
EDUCATIONAL TRANSLATORS AND INTERPRETERS:
REFLECTIONS ON TRAINING AND HIRING
Muyara dos SANTOS
1
Ana Paula SANTANA
2
Resumo: as políticas públicas de atendimento ao estudante surdo no Brasil reconhecem que o profissional responsável por
atuar na mediação linguística é o tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais - Libras. No contexto educacional, esse
profissional é contratado a partir de diferentes pré-requisitos. Desta forma, este estudo tem como objetivo refletir acerca
da formação dos tradutores e intérpretes educacionais e a sua contratação no ambiente educacional. Como metodologia,
utilizou-se uma pesquisa documental realizada com dois tipos de fontes: a) ementas dos cursos de graduação em Tradução e
Interpretação com Habilitação em Libras em nível de bacharel; b) editais estaduais de contratação para o tradutor e intérprete
educacional. Durante o estudo percebeu-se que o cenário nacional é bastante diverso, manifestando as necessidades,
potencialidades e limites de cada contexto regional. Assim, os resultados apontam para a necessidade de discussões sobre a
formação para a atuação do tradutor e intérprete educacional, bem como na falta de consenso nas exigências de contratação
deste profissional. Este resultado corrobora com a baixa oferta de cursos superiores de tradução e interpretação na maioria
das regiões, o que faz com que as orientações propostas pelos documentos oficiais fiquem distantes da prática. Neste sentido,
de maneira emergencial, os editais permitem e abrem precedentes para a contratação de profissionais com formação diversa,
algumas vezes sem o pré-requisito da formação em nível superior. Esse recurso, aplicado em situações emergenciais, visa dar
conta da educação bilíngue inclusiva e “de qualidade” para os estudantes surdos, solução essa que pode apresentar limites
didáticos e metodológicos no exercício da profissão.
Palavras-Chave: Tradutor e intérprete educacional. Surdos. Formação. Bilinguismo.
Abstract: the public policies of deaf student helpers in Brazil recognizes that the Professional responsible for acting as
the linguistic mediator is the translator and interpreter of Brazilian Sign Language - BSL. In the educational context, this
Professional is hired based on different prerequisites. is way, the study has as its objective to reflect about the education/
background of the educational translator and interpreter and their hiring in the educational environment. It was used as a
methodology, a desk research made with two types of sources: a) Summaries of the graduation courses on translation and
interpretation specialized in BSL at bachelors level; b) State editorials on educational translators and interpreters hiring.
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Linguística – UFSC. Professora Auxiliar Intérprete Educacional do
Município de Florianópolis/SC. E-mail: muyaradossantos@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0009-0004-8741-3744
Doutora em Linguística pela Universidade de Campinas – UNICAMP. Docente da Universidade Federal de Santa Catarina
– UFSC. E-mail: ana.santana@ufsc.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9508-9866
2-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
During the study, it was noticed that the situation in the country is very diverse, manifesting the necessities, potential and
limits of each regional context. us, the results point to the necessity of discussions about the training for educational
translator and interpreter roles, as well as the lack of consensus regarding the requirements for hiring these professionals.
is finding aligns with the limited availability of higher education courses in translation and interpretation in most regions,
which results in a gap between the official guidelines and practical applications. In this regard, as an emergency measure, the
hiring notices permit and open the possibility of hiring professionals with different backgrounds, sometimes without the
prerequisite of higher education. is resource, applied in emergency situations, aims to address the inclusive and “high-
quality” bilingual education for deaf students; however, this solution may present didactic and methodological limitations
in the exercise of the profession.
Keywords: Educational translator and interpreter. Deaf. Education. Bilingualism.
inTrodução
A prática de tradução e interpretação antecede o reconhecimento da língua de sinais,
tanto no campo linguístico como legislativo (Nascimento, 2016). Inicialmente a atividade era
exercida por familiares de pessoas surdas, colegas do contexto religioso, pessoas que atuavam
na esfera comunitária ou usuários da língua de sinais que realizavam a interpretação nas
atividades rotineiras. Desta forma, o exercício da tradução e interpretação de língua de sinais
acontecia de maneira informal, sem remuneração e sem formação específica para atuação.
Em meados da década de 80 do século passado, havia algumas propostas de capacitação
para os tradutores e intérpretes de língua de sinais (doravante TILS), principalmente no
contexto religioso (Martins; Nascimento, 2015). O primeiro Encontro Nacional dos
Intérpretes de Língua de Sinais ocorreu no ano de 1988, organizado pela Federação Nacional
de Educação e Integração dos Surdos (FENEIS). Este encontro teve o objetivo de verificar as
demandas dos TILS e reduzir os entraves comunicacionais (Albres, 2015). Em 1992, outro
encontro foi realizado, aprovando o código de ética dos tradutores e intérpretes de Língua de
Sinais no Brasil e criando o Departamento Nacional de Intérpretes (Anater; Passos, 2010),
descentralizando escritórios em várias regiões do País.
Neste mesmo período, a educação para surdos estava iniciando seu processo na
perspectiva inclusiva. Embora a figura do profissional TILS ainda não fosse obrigatória, a
demanda por estes profissionais na área educacional começava a despontar, e os estudantes
surdos matriculados nas Unidades de Ensino reivindicavam seus direitos linguísticos. Em
1997, o MEC admitiu não haver formação e pessoas habilitadas para a função e, nesse caso,
o exercício laboral poderia acontecer por pessoas que tivessem boa fluência na língua de sinais
e na Língua Portuguesa (Albres, 2015).
No início do século XXI, mediante a escassez de formação profissional para atuação
nas Unidades de ensino, o MEC financiou o “Programa Nacional de Apoio à Educação de
Surdos”, com o objetivo de capacitar profissionais TILS para atuarem na esfera educacional
(Albres, 2015). Nesse mesmo período, a Libras foi reconhecida por meio da Lei nº 10.436/2002
e posteriormente regulamentada pelo Decreto nº5.626/2005. A partir da publicação do
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 3-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
decreto, iniciam-se as movimentações para a implementação da formação específica para o
cargo de tradutor e intérprete.
Embora nos últimos anos tenhamos cada vez mais produções científicas sobre o
TILS (Souza, 2007; Lacerda, 2009; Albres, 2015; Albres; Rodrigues, 2018; Lacerda; Santos,
2015; Lacerda; Santiago, 2022), ainda há muitas lacunas para esta discussão, principalmente
relacionada a sua formação.
Desta forma, este estudo justifica-se à medida que analisa as condições de contratações
de trabalho dos TILS que atuam no ambiente educacional a partir dos editais estaduais,
o que implica reflexão na elaboração dos pré-requisitos necessários para a contratação do
profissional. Além disso, colabora com as discussões acerca das matrizes curriculares dos cursos
de graduação em Letras-Libras, nível bacharelado, a partir da discussão sobre a formação dos
graduandos para o mercado de trabalho no contexto educacional. Diante disso, o objetivo
deste estudo é refletir acerca da formação dos tradutores e intérpretes educacionais e a sua
contratação no ambiente educacional.
Para tanto, a metodologia adotada neste estudo foi a pesquisa documental, que
Gil (2017), descreve por meio da utilização de documentos desenvolvidos para diversas
finalidades, como autorizações, cartas, resoluções, memorandos, legislações, etc. A escolha em
utilizar a análise documental ocorre em virtude das possibilidades de relacionar informações
documentais com o contexto sócio-histórico de grupos específicos (Sá-silva; Almeida;
Guindani, 2009). Foram utilizados neste estudo dois tipos de fontes: ementas dos cursos de
graduação em Tradução e Interpretação com Habilitação em Libras, em nível de bacharelado
e editais estaduais de contratação para Tradutor e Intérprete Educacional.
percurso formaTiVo do TraduTor e inTérpreTe de lÍnGua
Brasileira de sinais - liBras
O Decreto nº5.626 (Brasil, 2005), além de instituir o curso superior de tradução e
interpretação, regulamenta o programa de certificação (PROLIBRAS) por um período de dez
anos. Essa organização leva em consideração o intervalo mínimo entre o início da graduação
e a formatura da primeira turma de tradutores e intérpretes. Neste sentido, o exame de
proficiência foi idealizado para suprir a necessidade urgente nas Unidades de Ensino.
A proposta inicial era de que o exame PROLIBRAS fosse realizado anualmente, por
dez anos, ou seja, deveria haver dez edições, mas ocorreram apenas sete. Logo após ocorrer a
primeira, algumas instituições de ensino superior passaram a exigir o certificado como critério
para contratação, e o PROLIBRAS tornou-se um instrumento disciplinar para o exercício
profissional (Nascimento, 2016). Ao analisar os relatórios técnicos emitidos pelas comissões
organizadoras dos exames, é possível quantificar os profissionais certificados em proficiência
4-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
na tradução e interpretação da Libras - Língua Portuguesa e observar algumas mudanças
durante as edições. Observados com mais detalhes na tabela a seguir:
Tabela 1 - Número de profissionais certificados
Edição/Ano Nível médio Nível superior
PROLIBRAS 2006 562 aprovados 178 aprovados
PROLIBRAS 2007 547 aprovados 193 aprovados
PROLIBRAS 2008 601 aprovados 122 aprovados
PROLIBRAS 2009 430 aprovados 92 aprovados
PROLIBRAS 2010 271 aprovados 162 aprovados
PROLIBRAS 2012/2013 242 aprovados ----------
PROLIBRAS 2015 777 aprovados ----------
TOTAL 3430 aprovados 747 aprovados
Fonte: As autoras, a partir dos dados disponíveis no site prolibras
3
.
As edições que aconteceram até o ano de 2010 dispunham a opção de certificação
em nível superior, porém, no ano seguinte havia apenas a alternativa para o nível médio. Esta
alteração ocorreu devido ao veto sobre a formação em nível superior do TILS na legislação
que regulamenta a profissão, por meio da Lei nº12.319 (Brasil, 2010). Apesar do avanço
no reconhecimento profissional, por meio da regulamentação da função, o veto referente a
formação em nível superior influenciou as contratações, como será visto mais adiante.
Conforme demonstrado na tabela acima, a última edição do Prolibras foi realizada
em 2015, certificando 4177 profissionais para atuarem na tradução e interpretação, sujeitos
aptos a atender nas mais diferentes esferas. Concomitante aos processos de certificação, o
primeiro curso superior de Letras - Libras a distância foi iniciado na Universidade Federal de
Santa Catarina em 2006, com habilitação em licenciatura, atendendo várias regiões do Brasil.
Em 2008, foi inaugurada a habilitação em bacharelado, responsável por formar os profissionais
TILS. O curso contou com o subsídio da Secretaria de Educação a Distância do Ministério
de Educação (SEED/MEC), da Secretaria de Educação Especial (SEESP) e da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) (Rodrigues, 2018). Em 2009, o
curso foi criado na modalidade presencial na UFSC, em ambas as habilitações. Outro fator
importante que impulsionou a ampliação da oferta de cursos superiores na área da tradução e
interpretação de língua de sinais, foi a criação do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência - Viver sem Limite, lançado em 2011. No planejamento constava a criação de 27
cursos de Letras/Libras – Licenciatura e 27 cursos de Letras/Libras – Bacharelado, com 2.700
vagas por ano para a formação de TILS (Brasil, 2011).
 Disponível em: http://www.prolibras.ufsc.br/
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 5-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
A proposta do plano teve um grande impacto na criação de cursos de graduação e,
atualmente, de acordo com o portal e-MEC
4
, o território nacional conta com dez Instituições
de Ensino Superior ofertando cursos de bacharelado para a formação de TILS:
Quadro 1 - Instituições que ofertam graduação em grau de bacharel
Instituição Modalidade Data de início
Universidade Federal De Santa Catarina (UFSC)
A distância
5
28/06/2008
Presencial 03/08/2009
Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ) Presencial 30/10/2013
Universidade Federal De Goiás (UFG) Presencial 06/03/2014
Universidade Federal Do Espírito Santo (UFES) Presencial 01/04/2014
Universidade Federal de Roraima (UFRR) Presencial 18/08/2014
Universidade Federal De São Carlos (UFSCAR) Presencial 01/09/2014
Fundação Universidade Federal Da Grande Dourados (UFGD) A distância 01/02/2019
Centro Universitário Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI) A distância 11/02/2019
Faculdade Única de Ipatinga (FUNIP) A distância 12/10/2020
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
6
Presencial 12/08/2015
Fonte: As autoras, a partir das informações disponíveis no site do e-MEC.
Ao analisar a oferta de cursos por regiões brasileiras, nota-se uma desproporção na
oferta de formação em nível superior para TILS. Verifique-se que a região Sudeste possui a
maior oferta, enquanto a Nordeste não oferece curso de Letras Libras em nível de bacharelado.
Essa discrepância pode ser melhor observada abaixo:
Quadro 2 - Oferta de cursos por região
Região Sul Região Sudeste Região Centro-oeste Região Norte
UFSC – SC
UNIASSELVI – SC
UFRGS – RS
UFRJ – RJ
UFSCAR – SP
UFES – ES
FUNIP – MG
UFG – GO
UFGD – MS
UFRR – RR
Fonte: As autoras.
 Pesquisa realizada no dia 08 de maio de 2023, no site https://emec.mec.gov.br/.
 Polos de apoio presencial em Macapá (AP) – UNIFAP, Marabá (PA) – UNIFESSPA e Santo André (SP) – UFABC.
A Instituição UFRGS não constava na lista do site do e-MEC até a publicação deste artigo, porém foi inserida no estudo
devido ao conhecimento das autoras sobre a oferta deste curso, das produções científicas na área e também por ser uma
universidade federal de grande importância.
6-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
Neste contexto, a ausência de cursos de graduação em nível de bacharel na região
Nordeste certamente tem um impacto significativo nas contratações de TILS considerando
que esses cursos são responsáveis por formar os profissionais para atuação em diversos
ambientes, especialmente no campo educacional. Outra discrepância na oferta de cursos
superiores na área de Libras está relacionada ao grau do curso. A comparação entre os cursos
de Licenciatura e Bacharelado em Letras Libras evidencia uma disparidade significativa. Para
avaliar a situação, foi realizada uma busca no site do e-MEC, com o objetivo de quantificar os
cursos de graduação em Letras Libras em nível de Licenciatura no Brasil no ano de 2023. O
resultado da pesquisa revela que cinquenta e cinco instituições de ensino superior oferecem
o curso de Letras Libras no grau de licenciatura, um número relativamente significativo em
comparação com os dez cursos em grau de bacharel apresentados no quadro anterior.
Considerando a grande demanda no campo educacional, contexto que, aliás, foi
decisivo para impulsionar a profissão do TILS, questiona-se aqui a formação desses profissionais
para atuarem na área educacional. Afinal, existe necessidade de alguma habilidade específica
para atuar nessa área? De que forma os cursos de graduação estão promovendo a formação
para essa atuação?
TraduTor e inTérpreTe no amBienTe educacional
No contexto educacional encontramos uma “floresta terminológica” relacionada
à nomenclatura para designar o profissional TILS. Albres (2015), descreve vários termos
utilizados a partir da sua pesquisa realizada nos documentos oficiais relacionados às políticas
públicas. A autora encontrou dezesseis nomeações diferentes para o cargo:
Intérpretes; Intérprete da Língua de Sinais; Intérprete de Língua de Sinais/Língua
Portuguesa; Intérprete de LIBRAS; Intérpretes profissionais da Língua de Sinais;
Tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa; Tradutor/intérprete de Libras
e Língua Portuguesa; Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS;
Tradutores/intérpretes da Libras; Professor intérprete da Língua Brasileira de Sinais/
Língua Portuguesa; Professores intérpretes das linguagens e códigos aplicáveis;
Professor-intérprete; Intérprete Educacional; Intérprete especialista para atuar na área
da educação; Intérprete-tutor; Tradutor/intérprete escolar (Albres, 2015, p. 39)
Nestes registros, encontram-se designações que se referiam somente a interpretação,
outras somente a tradução, e ainda há formas que utilizavam o termo “professor” conjuntamente,
como, por exemplo, a nomenclatura “Professor-intérprete” (Albres, 2015). Assim, evidencia-
se uma flutuação de terminologias para designar este profissional. Essa variação ocorre tanto
da forma como é concebido o trabalho do profissional, quanto do contexto em que este
profissional é citado nos documentos oficiais. Em outras palavras, há ênfase em um ou outro
termo: intérprete/tradutor e até “professor”.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 7-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
Na literatura da área educacional, encontram-se muitos estudos utilizando a
terminologia Intérprete Educacional. (Souza, 2007; Lacerda 2009; Albres, 2015; Antonio;
Mota; Kelman, 2015; Santos, 2021). Embora esta seja utilizada por vários autores, neste
artigo será adotado “Tradutor e Intérprete Educacional (doravante TIE)”, a partir do
momento em que se compreende que este profissional não atua exclusivamente na realização
de interpretações simultâneas ou consecutivas em sala de aula. Há trabalhos de tradução,
mesmo que estes sejam em menor número, como a tradução de materiais pedagógicos para as
aulas e tradução de vídeos institucionais.
Outro ponto que precisa ser destacado é a utilização do termo “educacional” para
marcar não apenas o local de trabalho (a sala de aula/a escola/ a universidade), mas também
práticas diferenciadas de atuação do TILS em outras esferas. Isso implica conhecimentos
específicos para atender o contexto educacional, assim como a expectativa dos estudantes
surdos (Lacerda, 2009; Albres, 2015; Santos, 2021). Ainda que não substitua o professor,
Lacerda (2009), por exemplo, afirma que a prática interpretativa no ambiente educacional é
entrelaçada por tarefas pedagógicas, que colocam o TIE como agente participativo na equipe
educacional, contribuindo para o desenvolvimento acadêmico.
É nesse contexto que Martins (2013) afirma que a “posição-mestre” que o TIE
assume em sala de aula refere-se a sua atuação ativa na interação estudante/TIE/professor.
Para a autora, em virtude da proximidade com o estudante, o TIE não adota uma postura de
neutralidade, visto que, durante a interpretação, faz escolhas que julga serem necessárias para
fomentar conteúdos específicos (Martins, 2013). Ainda sobre a proximidade dos cargos de
educador e TIE, Martins e Nascimento (2022, p. 1739), discutem que “[..] a similaridade
prática dessas funções, executadas pelo docente e pelo intérprete, impossibilitam-nos
dissociar a atuação do intérprete educacional das formas de condução pedagógica para a
produção de conhecimento”.
Para ilustrar essa discussão, realizou-se uma busca na literatura centrada na
temática do TILS no ambiente educacional que abordava especificamente os conhecimentos
fundamentais para atuação neste campo. Apresenta-se na tabela abaixo uma síntese com
o objetivo de analisar os conhecimentos específicos necessários para atuação na esfera
educacional citados nas referências.
8-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
Quadro 3 - Conhecimentos específicos do TIE
Conhecimentos específicos
“Estar atento às apreensões feitas pelos alunos surdos e aos modos como eles efetivamente
participam das aulas” (Lacerda, 2009, p.34).
“Tenha preparo para atuar no espaço educacional também como educador, atento às
dificuldades, mediando e favorecendo a construção dos conhecimentos” (Lacerda, 2009, p.34).
“O trabalho do IE vai além de fazer escolhas ativas sobre o que deve traduzir, envolvendo
também modos de tornar conteúdos acessíveis para o aluno” (Lacerda, 2009 , p.35).
“É necessário que o intérprete compreenda a intenção do discurso, o projeto de dizer do
professor, para assim desenvolver uma interpretação satisfatória” (Albres, 2015, p.85).
“Estejam conscientes de suas responsabilidades e devidamente preparados para lidarem com os
processos tradutórios e interpretativos que se desenvolvem nos contextos educacionais, os quais
demandam conhecimentos, habilidades, atitudes e metarreflexão na solução de problemas e
tomadas de decisão” (Albres; Rodrigues, 2018, p.19).
Além do conhecimento linguístico e dos processos de tradução e interpretação, são necessários
conhecimentos pedagógicos para atuar em sala de aula, bem como conhecimentos sobre ética e
postura profissional” (Santos, 2021, p.5).
“Exige do profissional conhecimentos mínimos sobre os processos de ensino e aprendizagem do
estudante surdo” (Santos, 2021, p.5).
Fonte: As autoras.
Com base nos pontos levantados, verifica-se que a atuação do TIE tem sido
descrita na literatura por um discurso que destaca um trabalho pedagógico para além do
conhecimento linguístico e interpretativo. Isso legitima para o TIE atitudes que podem se
assemelhar às de um “educador”, embora de maneira um tanto nebulosa. Essa ênfase vai
ao encontro da perspectiva do TIE como um profissional da/para a educação. É nebuloso
porque não se explica exatamente qual seria esse papel pedagógico dos TIEs, afinal, o que
implica conhecimento de processos de ensino e aprendizagem? Por exemplo, bastaria ao TIE
ter conhecimento do cenário de uma sala de aula? Da estrutura de uma instituição de ensino?
Das metodologias avaliativas? Dos recursos metodológicos de ensino? Ou esse conhecimento
de ensino e aprendizagem deveria estar relacionado diretamente ao estudante surdo? Os
estudos revisados não evidenciam essas questões.
Vale ressaltar que a atuação do TIE vai além da sala de aula, envolve atuar nos
momentos de planejamentos das atividades e nas reuniões (Costa, 2017). Além disso, tais
estratégias podem tornar-se mais complexas, dependendo do nível escolar em que o estudante
está matriculado. Neste sentido, autores como Antonio, Mota e Kelman (2015), ressaltam
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 9-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
que a formação mais adequada ao TIE, deveria ser composta por duas áreas conjuntas, sendo
docência e interpretação.
Mediante o exposto, é interessante analisar sobre as disciplinas ofertadas nas
graduações responsáveis por formar TIEs. Com esse objetivo foram verificadas as ementas
dos currículos dos cursos de graduação em Letras Libras e Pedagogia Bilíngue. Realizou-se
uma pesquisa através da busca nas ementas dos cursos das Universidades Federais, Institutos
Federais e Universidades particulares, cadastradas no site do e-MEC. Como resultado,
obteve-se a seguinte composição: dez instituições ofertam, em 2023, o curso de graduação
em Letras Libras - sendo oito em Universidades Federais e duas em Instituições particulares;
uma instituição oferta o curso de Pedagogia Bilíngue, com abrangência em treze polos de
apoio presencial.
A partir dos cursos cadastrados no portal do e-MEC, constatou-se que, das dez
instituições que ofertam a graduação em Letras Libras, nove dispõem as ementas ao acesso
público (descritas na tabela abaixo), e uma não foi possível encontrar informação a respeito da
matriz curricular. Quanto ao curso de Pedagogia Bilíngue oferecido pelo Instituto Nacional
de Educação de Surdos, a busca limitou-se à Instituição de apoio presencial no estado de
Santa Catarina, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Para a busca foram selecionadas
as palavras-chave: intérprete educacional, contextos educacionais, contexto escolar e educação
de surdos, obtendo o seguinte quadro:
Quadro 4 - Disciplinas ofertadas
Curso/ Instituição Disciplina Conteúdo Programático (ementa)
Letras-Libras -
bacharelado em
tradução e interpretação
(UFES)
7
Tradução e Interpretação em
espaços educacionais (4º período)
Discussão e debates referentes à atuação
do tradutor-intérprete de Língua de
Sinais em espaços educacionais. A
constituição do intérprete educacional.
Estágio Supervisionado I (6º
período)
Realização de estágio em interpretação da
Língua de Sinais Brasileira para a Língua
Portuguesa no contexto educacional de
atuação com supervisão.
 https://letras.ufes.br/pt-br/matriz-curricular-4
10-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
Letras-Libras (UFSC)
8
Presencial
Estudos da Interpretação I (3º
período)
Papéis em diferentes espaços de atuação:
intérprete generalista e intérprete
educacional.
Laboratório em interpretação I (6º
período)
Aplicação teórica e prática de
interpretação Português - Libras -
Português em contextos educacionais.
Interpretação Educacional
(optativa)
O conteúdo não está disponível no
currículo do curso.
Letras-Libras (UFSC)
9
EAD
Prática de Interpretação I (3º
período)
Prática de interpretação Português-Libras/
Libras-Português na esfera educacional.
Letras-Libras(UFRJ)
10
Laboratório de Tradução e
Interpretação de Libras-Língua
portuguesa I (4ºperíodo)
Teoria e prática de tradução e
interpretação de Libras-português-Libras
em contextos educacionais.
Letras-Libras (UFRR)
11
Interpretação de língua de sinais
III (5º período)
Atuação do intérprete de língua de
sinais na mediação educacional: atuação,
formação e fronteiras da prática em sala
de aula.
Estágio em interpretação da
língua de sinais brasileira e língua
portuguesa: contexto escolar (6º
período)
Realização de estágio em interpretação
da Língua de Sinais Brasileira e Língua
Portuguesa no contexto escolar.
Letras Libras com
habilitação em tradutor/
intérprete em Libras
(UFGD)
12
Estudos da interpretação I (4º
período)
Papéis em diferentes espaços de atuação:
intérprete generalista e intérprete
educacional.
Laboratório de interpretação I (6º
período)
Aplicação prática de interpretação
Português – Libras – Português em
contextos educacionais e culturais.
Letras: tradução e
interpretação em Libras/
Português (UFG)
13
Introdução aos Estudos de
Tradução/Interpretação de Línguas
de Sinais
O papel do intérprete de língua de sinais
na sala de aula. A representação do
“intérprete-pedagógico” na educação de
surdos.
 https://letraslibras.grad.ufsc.br/curriculo-do-curso/
 http://cagr.sistemas.ufsc.br/relatorios/curriculoCurso?curso=715
10
https://www.portal.letras.ufrj.br/graduacao/cursos-de-graduacao/letras-libras.html
11
https://sigaa.ufrr.br/sigaa/public/departamento/componentes.jsf?id=1048
12
https://portal.ufgd.edu.br/coordenadoria/cograd/ppcs
13
https://letras.ufg.br/p/295-matriz-curricular?atr=en&locale=en
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 11-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
Tradução e
interpretação em
língua brasileira de
sinais – Libras/Língua
Portuguesa (UFSCAR)
14
Tradução e Interpretação na Esfera
Educacional I (3º período)
Análise crítica e reflexiva da atuação do
intérprete junto à comunidade surda
infantil nos espaços sociais educacionais.
Atividades práticas de tradução e
interpretação Libras - português voltadas
às necessidades da Educação Infantil e
Ensino Fundamental I.
Tradução e Interpretação na Esfera
Educacional II (4º período)
Análise crítica e reflexiva da atuação
do intérprete junto à comunidade
surda infanto-juvenil nos espaços
sociais educacionais. Atividades práticas
de tradução e interpretação Libras -
português voltadas às necessidades do
Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Tradução e Interpretação na Esfera
Educacional III (5º período)
Análise crítica e reflexiva da atuação
do intérprete junto à comunidade
surda adulta nas instituições de Ensino
Superior. Atividades práticas de tradução
interpretação Libras - português voltadas
às necessidades do Ensino Superior
Letras
Libras(Uniasselvi)
15
Estágio Curricular Obrigatório II
(6º período)
Caracterização da atuação do profissional
TILSP em instituições de educação
básica.
Estágio Curricular Obrigatório III
(7º período)
Caracterização da atuação do profissional
TILSP no ensino técnico e ensino
superior.
Pedagogia bilíngue
(IFSC)
16
Libras: infâncias, aprendizagem e
subjetividades (2º período)
Estudo e discussão em Libras sobre a
infância da criança Surda e subjetividade
e diferença da criança Surda nos espaços
escolar, social e familiar.
Libras: Projetos interdisciplinares
(4º período)
A Libras e os processos de ensino e
aprendizagem nas diferentes áreas de
conhecimento.
Políticas Públicas e Educação
Bilíngue (5º período)
Políticas educacionais. Políticas no
contexto da educação de surdos.
Libras: A diferença no cotidiano
escolar (6º período)
As diferentes especificidades do sujeito
surdo no ambiente escolar.
14
http://www.tilsp.ufscar.br/assets/anexos/matriz_curricular_curso_tilsp.pdf
15
https://conteudos.uniasselvi.com.br/documentacao_legal/
16
http://cs.ifsc.edu.br/portal/files/PALHO%C3%87A_PPC_Pedagogia_Bilingue_PRESENCIAL.pdf
12-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
Letras: tradução e
interpretação em Libras/
Português (UFRGS)
17
Prática de interpretação em Libras
I (4º período)
Aplicação teórica e prática de
interpretação Português-Libras-Português
em contextos educacionais.
Prática de interpretação em Libras
II (5º período)
Aplicação teórica e prática de
interpretação Português-Libras-Português
em contextos educacionais.
Fonte: As autoras, com base nas matrizes curriculares disponíveis nos sites das Instituições.
Constata-se, a partir da tabela acima, que a formação em nível de graduação aborda
superficialmente a especialidade da tradução e interpretação educacional nos cursos de Letras
Libras, apresentando poucas disciplinas com ênfase no contexto escolar. Sobre esse ponto,
Rodrigues (2019) conduziu uma pesquisa analisando as formações do TILS e verificou que as
formações propostas não se estendem para além de um profissional generalista.
Se, de um lado, a graduação em Letras-Libras oferece pouca formação para essa
atuação educacional, de outro, ao analisar a matriz curricular do Curso de Pedagogia Bilíngue,
observa-se que há também pouca oferta de disciplinas sobre a atuação no ambiente escolar.
Sobre essa questão Souza (2007), levanta a seguinte hipótese:
A formação do intérprete educacional demanda uma dupla formação, a saber, aquela
própria da tradução (em geral, campo dos cursos de Linguística e Letras) e aquela que
se inscreve no campo da Educação (Pedagogia e Licenciaturas); especialmente no caso
do intérprete contratado para atuar no contexto escolar e convocado a participar do
processo educativo de estudantes surdos, e em especial, daqueles matriculados nas
séries iniciais de ensino (Souza, 2007, p. 169).
De fato, a formação inicial do TIE precisa ser repensada, considerando seu importante
papel na educação. As autoras Lacerda e Santiago (2022), enfatizam a urgência em discutir
a formação do TILS, pois as recentes discussões apontam para áreas de atuação específicas.
Acredita-se que discutir os diferentes ambientes de atuação, pode favorecer a formação, visto
que, cada ambiente tem sua especificidade.
A respeito da atuação em outros contextos fora do educacional, há poucos estudos,
conforme relatam Lacerda e Santos (2018). As autoras realizaram uma pesquisa sobre o TILS
que atua em conferências acadêmicas e verificaram que “o contexto de conferência se diferencia
de outros, pois a interação entre palestrante e plateia é limitada e existem protocolos específicos
que geram explanações mais formais” (Lacerda; Santos, 2018, p. 66). Vale destacar que, se
por um lado o profissional que atua em ambientes de conferência enfrenta limitações com os
sujeitos surdos, por outro, o contexto educacional possibilita uma maior aproximação com os
sujeitos surdos, permitindo assim a construção de sentidos mais profundos (Lacerda; Santos,
17
https://www.ufrgs.br/letraslibras/projeto-pedagogico/
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 13-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
2015). Isto posto, destaca-se algumas estratégias utilizadas pelos TIEs que são específicas
desse contexto.
Incentivo a participação do estudante durante as aulas, a partir de perguntas e
comentários sobre a dinâmica da sala de aula;
Uso de imagens visuais (imagens de celular, recortes de gravuras, desenhos no
quadro), para construir o sentido de palavras que o estudante ainda não domina;
Checagem da compreensão do estudante em relação ao tema ministrado em
aula;
Reflexão, em conjunto com o professor regente, sobre o melhor posicionamento
do estudante surdo em sala de aula, com o objetivo de aumentar a atenção, tanto
para o tradutor e intérprete, quanto para a aula;
Implementação de estratégias visuais previamente elaboradas com o professor
para a facilitação da aprendizagem dos conteúdos;
Participação nos planejamentos coletivos com os demais profissionais da
Unidade de Ensino;
Encorajamento do estudante para interagir com os demais colegas de classe;
Compartilhamento de saberes em reuniões pedagógicas ou formações
descentralizadas;
Participação nos colegiados de classe da turma do estudante surdo, com o
objetivo de contribuir com a avaliação descritiva ou avaliação numérica;
Verificação de possíveis indicativos de sofrimentos emocionais e exclusão
educacional do estudante que precisam ser acolhidos pela equipe escolar;
Discussão com o professor de Libras sobre possíveis assuntos a serem trabalhados
com o estudante no atendimento AEE.
Verifica-se, nestas estratégias, que há questões específicas do ambiente escolar,
como a possibilidade de movimentar-se nos discursos em direção ao repertório do estudante
surdo. Observa-se também uma preocupação com o processo de ensino aprendizagem do
estudante surdo, que está entrelaçado nos discursos presentes em todo ambiente escolar, não
somente na relação professor-estudante. Há, ainda, uma mediação maior entre o professor/
TIE/estudante, considerando as discussões realizadas previamente com os professores sobre
conteúdo e a aprendizagem do estudante. Ou seja, existem especificidades para o trabalho na
área educacional, uma vez que, o objetivo ultrapassa a tradução e interpretação dos discursos
e passa a envolver estratégias linguísticas para facilitar a aquisição do conhecimento do
14-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
estudante. Considerando esses aspectos, questiona-se aqui, quais as exigências postas para a
contratação desse profissional nos editais relacionados à área educacional.
a conTraTação do TraduTor e inTérpreTe educacional:
aspecTos de formação
A formação do TIE no Brasil é heterogênea e, com isso, a exigência de pré-requisitos
para sua contratação também é ampla, podendo ter nível médio, superior e pós-graduação
(Lacerda, 2009). Os TIEs formados em nível superior podem apresentar graduações em
qualquer área, não especificamente na graduação em curso superior de tradução e interpretação.
Lembrando aqui que a Lei nº 12.319 de 2010 regulamentou a profissão, mas vetou a exigência
do pré-requisito da habilitação em curso superior de tradução e interpretação de Libras,
abrindo um leque de possibilidades na formação do tradutor e intérprete educacional.
Assim, de acordo com a Lei nº 12.319, a exigência de formação é em nível médio,
com complementação em cursos de educação profissional, extensão universitária e cursos
de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições
credenciadas por Secretarias de Educação. Há, assim, um contrassenso, pois o decreto
nº.5626 estabeleceu a formação em nível médio somente no período de dez anos, após, a
exigência seria o curso superior em tradução e interpretação, com habilitação em Libras -
Língua Portuguesa (Brasil, 2005). Ou seja, até 2015 apenas.
Essa falta de regulamentação para os pré-requisitos da contratação e formação
reverbera nas exigências legais que apresentam diferentes requisitos dos editais municipais,
estaduais e federais. Por exemplo, em algumas instituições a exigência é por profissionais
formados em Letras-Libras, em outros cursos de nível superior em qualquer área e, dependendo
do edital de contratação, é exigido documentação que comprove estudos na área de Libras,
seja por cursos complementares ou a aprovação em exames de proficiência.
Para dar maior visibilidade a essa discussão foi realizada uma busca por editais de
contratação em caráter temporário de TIEs, em virtude da maior oferta de vagas e da baixa
efetivação de profissionais para este cargo. Dessa forma, buscou-se os editais disponíveis nos
vinte e seis estados brasileiros entre 2019 a 2023. Optou-se pelos editais estaduais com a
proposta de dar maior visibilidade às possíveis diferenças entre os estados brasileiros. No
período pesquisado, foi possível encontrar dezenove estados com editais
18
disponíveis para
o cargo. Ao analisar os editais, constatam-se divergências e convergências nos pré-requisitos
18
Editais Pesquisados: Edital nº 13/2022 (RS), Edital nº 2213/2021 (SC), Edital nº 70/2022 (PR), Edital de credenciamento
- 2023 (SP), Edital nº 02/2023 (MG), Edital 2022 (MS), Edital nº 008/2021 (GO), Edital nº 032/2022 (ES), Edital nº
22/2022 (SE), Edital 2023 (RR), Edital nº 199/2021 (RO), Edital nº 15/2022 (RN), Edital nº 02/2022 (PA), Edital
Nº 006/2023 (MA), Chamada pública 2021 (CE), Edital n° 001/2019/2020 (AM), Edital nº 001/2019 (AP), Edital nº
001/2020 (AL), Edital nº 001/2023 (AC).
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 15-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
para a contratação. Alguns editais exigem formação específica em tradução e interpretação,
mas também aceitam profissionais graduados em qualquer área, como pode ser observado no
quadro abaixo:
Quadro 6 - Exigências por Estado
Letras Libras
Bacharelado
Letras Libras
Licenciatura
Curso superior em
qualquer área
Nível médio
ou Magistério
Santa Catarina
Paraná
São Paulo
Mato Grosso do Sul
Espírito Santo
Sergipe
Maranhão
Ceará
Amapá
Acre
Paraná
São Paulo
Minas Gerais
Mato Grosso do Sul
Rio Grande do Norte
Maranhão
Ceará
Amapá
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Paraná
São Paulo
Minas Gerais
Espírito Santo
Sergipe
Roraima
Maranhão
Ceará
Amazonas
Amapá
Acre
Paraná
São Paulo
Espírito Santo
Sergipe
Rondônia
Pará
Alagoas
Fonte: As autoras com referência aos editais.
Dos dezenove editais consultados, nenhum apresenta exclusivamente a opção
de formação em Letras Libras bacharelado. Todos os editais consultados admitem outras
formações, caso o TIE não possua a formação específica. Essa situação reflete diversos
contextos, como a falta de profissionais formados, o não reconhecimento do cargo pelos
órgãos competentes e a oferta limitada de cursos superiores específicos.
Soma-se a isso o fato de que a região Nordeste é a menos assistida com políticas
públicas voltadas para a formação do TILS, uma vez que não oferece curso de Letras Libras
em grau de bacharelado. Como resultado, faltam TILS na região e sobram estudantes surdos
sem direito a interação, como visto na manchete do jornal de 25 de maio de 2023. O jornal
Folha de São Paulo
19
noticiou a reivindicação dos estudantes surdos que estão sem tradutores
e intérpretes em sala de aula no município de Salvador (Brasil, 2023).
19
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/05/alunos-surdos-de-salvador-ficam-sem-interpretes-de-libras-
nas-escolas-municipais.shtml#:~:text=Alunos%20surdos%20de%20Salvador%20ficam,05%2F2023%20%2D%20
Educa%C3%A7%C3%A3o%20%2D%20Folha
16-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
Vale ressaltar que, até mesmo nos estados que oferecem a formação superior para
TILS, encontram-se dificuldades na contratação dos profissionais, como é o caso dos estados
da região Sudeste, que possuem a maior oferta de cursos superiores específicos, e ainda assim,
admitem outras formações para atender a demanda dos estudantes. Logo, verifica-se nos
editais consultados que a formação específica para TILS no curso Letras Libras Bacharelado
ainda não é o pré-requisito principal. Dessa maneira, as Instituições se veem obrigadas a
solicitar outras possibilidades de formação.
Não obstante, outra situação evidenciada nas leituras dos editais supracitados, é
a falta de concordância entre a legislação que reconhece o cargo do tradutor e intérprete
de Libras, a Lei nº 12.319/2010, que institui a formação em nível médio, e o Decreto nº
5.626/2005, que estabelece formação em nível superior.
Ressalta-se ainda que o TILS com formação em nível médio apresenta carências
relacionadas a vários saberes teóricos. É desnecessária, neste contexto, a comparação entre
conteúdos e carga horária de cursos de proficiência em Libras e os cursos de graduação no
que se relaciona a aulas práticas, teóricas e estágios. Além disso, sabe-se que a capacitação
dos professores universitários, projetos de extensão e pesquisa têm impacto significativo na
formação. Considera-se ainda que os cursos de graduação são oferecidos majoritariamente
por universidades públicas em que o nível de admissão é, primordialmente, doutorado,
um contexto muito diferente dos cursos de proficiência. Contudo, não se pode deixar de
considerar sua importância histórica, mesmo na atualidade, considerando a quantidade de
profissionais que não têm acesso a universidade e que vivem em regiões isoladas do país.
Para finalizar, demonstra-se abaixo a diversidade nas formações encontradas neste
estudo e, desta forma, a falta de regulamentação e de profissionais formados para o trabalho.
Figura 1 - Exigências para contratação do tradutor e intérprete educacional
Fonte: As autoras, a partir dos dados retirados nos editais citados anteriormente.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024. 17-20
Tradutores e intérpretes educacionais Artigos
É importante ressaltar que a língua de sinais foi reconhecida apenas em 2002,
Lei nº 10.436, e o primeiro curso de graduação em Letras Libras em 2006. Diante disso,
compreende-se que mesmo após 20 anos, ainda exista um longo caminho para a legitimação
da profissão.
considerações finais
As discussões ao longo deste artigo apontam para três questões básicas: (1) De
que forma os cursos de graduação estão promovendo a formação para atuação no ambiente
educacional? (2) Existe alguma habilidade específica para atuar na interpretação e tradução na
área de educação? (3) Qual a exigência de formação nos processos seletivos para TIE?
Com relação a formação da graduação, identifica-se que é perceptível a necessidade de
avanços no que compete aos cursos de graduação e suas matrizes curriculares sobre a temática
educacional. O levantamento realizado apontou para a baixa quantidade de disciplinas
ofertadas com foco no TIE. Levando em consideração que este é um dos campos de maior
atuação dos profissionais, acredita-se que a oferta de disciplinas precisa ser ampliada. Dessa
forma, há uma demanda urgente para a reformulação das ementas ou aumento de carga horária
relacionadas a este conhecimento nos cursos de graduação em nível bacharelado. Considera-
se ainda a discussão sobre a carga horária para disciplinas teóricas, práticas e estágios levando
em conta que as vivências do cotidiano escolar são fundamentais para a formação do aluno.
Com relação ao conhecimento específico na área de educação, ele envolve vários
aspectos: processos de ensino e aprendizagem, conhecimento do cenário de uma sala de
aula e da estrutura de uma instituição de ensino, saber sobre metodologias avaliativas e
recursos metodológicos de ensino e ainda sobre inclusão, alunos com múltiplas deficiências
e transtornos, dentre outras especificidades. Ou seja, é necessário preparar o TILS para a
sala de aula, quer seja contratado com formação em pedagogia, quer seja com formação em
Letras-Libras. Acredita-se que esse conteúdo deve fazer parte da graduação, embora os cursos
de formação e especializações sejam importantes para atualização e aprofundamento na área
educacional. Mas este não pode ser o único caminho considerando que há várias localidades
do Brasil em que a oferta de cursos de formação ainda é baixa. Acrescente-se a este problema
a formação de TILS apenas com ensino médio.
Conjuntamente a isso, os editais refletem a falta de profissionais em várias regiões
do Brasil. Sendo o Brasil um país continental e com tantas diferenças socioeconômicas, a
formação e a carência de profissionais são diferentes para cada região, estado e até mesmo
municípios. Desta forma, as práticas do século passado ainda são legitimadas como a
contratação de pessoas com ensino médio. Porém, é preciso ressaltar que são esses profissionais
de ensino médio, contratados em alguns lugares, os únicos responsáveis por propiciar uma
18-20 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 1, e0240009, 2024.
SANTOS, Muyara dos; SANTANA, Ana Paula
educação bilíngue inclusiva para os alunos surdos e por oferecer a língua de sinais para que
os estudantes tenham condições de aprendizagem e muitas vezes, os únicos a oferecerem a
inclusão linguística e educacional.
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