O USO DE ASSISTENTES VIRTUAIS POR
ESTUDANTES COM TRANSTORNO DE DÉFICIT
DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) NO
ENSINO SUPERIOR
THE USE OF VIRTUAL ASSISTANTS BY STUDENTS
WITH ATTENTION-DEFICIT HYPERACTIVITY
DISORDER (ADHD) IN HIGHER EDUCATION
Ana Cláudia de Lima LINHARES
Mestre em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Santa Catarina, Brasil.
https://orcid.org/0000-0003-4718-4399 | anaclinhares05@gmail.com
Eric Araujo Dias COIMBRA
Doutor em Sociologia. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Santa Catarina, Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-5459-7840 | ericoimbra@yahoo.com.br
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias. O uso de assistentes virtuais por estudantes com
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) no ensino superior. Revista Diálogos e Perspectivas em
Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
RESUMO: o objetivo deste artigo foi verificar de que forma os assistentes virtuais têm contribuído para a acessibilidade
de estudantes com TDAH no ensino superior. Como procedimento metodológico, entrevistamos estudantes com
essa condição matriculados em cursos de graduação e pós-graduação em instituições de ensino superior. Todos os
selecionados são de distintos Estados brasileiros e fazem uso de assistentes virtuais por pelo menos seis meses. A
abordagem foi realizada pelas redes sociais, após algumas postagens dos selecionados sobre a utilização de assistentes
virtuais e seu diagnóstico de TDAH. As entrevistas em profundidade foram estruturadas em três eixos: perfil dos
usuários, uso de assistentes virtuais e uso dos mesmos com enfoque educacional. Os resultados destacam a importância
de desenvolver tecnologias pensando na acessibilidade. Entendemos que o acesso às diversas tecnologias pode facilitar
no rendimento escolar e no desenvolvimento das potencialidades dos estudantes com TDAH.
PALAVRAS-CHAVE: Assistentes virtuais. TDAH. Acessibilidade. Educação.
ABSTRACT: the objective of this article was to verify how virtual assistants have contributed to the accessibility of
students with ADHD in higher education. As a methodological procedure, we interviewed students with ADHD
enrolled in undergraduate and graduate courses at higher education institutions. All those selected are from different
Brazilian states and use virtual assistants for at least six months. e approach was carried out through social networks,
after some posts by the selected ones about the use of virtual assistants and their diagnosis of ADHD. e in-depth
interviews were structured around three axes: user profile, use of virtual assistants and use with an educational focus.
e results highlight the importance of developing technologies already thinking about the accessibility requirement.
We understand that access to different technologies can facilitate academic performance and the development of
potential for students with ADHD.
KEYWORDS: Virtual assistants. ADHD. Accessibility. Education.
REVISTA DIÁLOGOS E PERSPECTIVAS EM
EDUCAÇÃO ESPECIAL
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
https://doi.org/10.36311/2358-8845.2024.v11n2.e0240022
is is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 1-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
O USO DE ASSISTENTES VIRTUAIS POR
ESTUDANTES COM TRANSTORNO DE DÉFICIT
DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) NO
ENSINO SUPERIOR
THE USE OF VIRTUAL ASSISTANTS BY STUDENTS
WITH ATTENTION-DEFICIT HYPERACTIVITY
DISORDER (ADHD) IN HIGHER EDUCATION
Ana Cláudia de Lima LINHARES
1
Eric Araujo Dias COIMBRA
2
RESUMO: o objetivo deste artigo foi verificar de que forma os assistentes virtuais têm contribuído para a acessibilidade
de estudantes com TDAH no ensino superior. Como procedimento metodológico, entrevistamos estudantes com essa
condição matriculados em cursos de graduação e pós-graduação em instituições de ensino superior. Todos os selecionados
são de distintos Estados brasileiros e fazem uso de assistentes virtuais por pelo menos seis meses. A abordagem foi realizada
pelas redes sociais, após algumas postagens dos selecionados sobre a utilização de assistentes virtuais e seu diagnóstico de
TDAH. As entrevistas em profundidade foram estruturadas em três eixos: perfil dos usuários, uso de assistentes virtuais e
uso dos mesmos com enfoque educacional. Os resultados destacam a importância de desenvolver tecnologias pensando na
acessibilidade. Entendemos que o acesso às diversas tecnologias pode facilitar no rendimento escolar e no desenvolvimento
das potencialidades dos estudantes com TDAH.
PALAVRAS-CHAVE: Assistentes virtuais. TDAH. Acessibilidade. Educação.
ABSTRACT: the objective of this article was to verify how virtual assistants have contributed to the accessibility of
students with ADHD in higher education. As a methodological procedure, we interviewed students with ADHD enrolled
in undergraduate and graduate courses at higher education institutions. All those selected are from different Brazilian
states and use virtual assistants for at least six months. e approach was carried out through social networks, after some
posts by the selected ones about the use of virtual assistants and their diagnosis of ADHD. e in-depth interviews were
structured around three axes: user profile, use of virtual assistants and use with an educational focus. e results highlight
the importance of developing technologies already thinking about the accessibility requirement. We understand that access
to different technologies can facilitate academic performance and the development of potential for students with ADHD.
KEYWORDS: Virtual assistants. ADHD. Accessibility. Education.
Mestre em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Santa Catarina, Brasil. E-mail: anaclinhares05@
gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4718-4399
Doutor em Sociologia. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Santa Catarina, Brasil. E-mail: ericoimbra@
yahoo.com.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5459-7840
2-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
INTRODUÇÃO
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma desordem
neurobiológica que surge na infância e pode acompanhar a pessoa por toda a vida. De acordo
com Visser et al. [2014], a taxa de prevalência de TDAH na infância é de 11% com aumentos
significativos nos diagnósticos a cada ano. Estudos examinaram a persistência do transtorno
e concluíram que em aproximadamente 65% dos casos o TDAH prossegue na adolescência
e na idade adulta (Faraone et al. 2016). Os indivíduos que apresentam esta condição quase
sempre estão envoltos em uma tríade de sintomas: inquietude, impulsividade e déficit de
atenção. Destacamos que um dos cenários em que mais se reconhece os sintomas de TDAH
ao mesmo tempo que mais impacta é o cenário escolar (DSM-5-TR, 2023). Assim, esta
condição se enquadra no conceito de neurodivergente – um termo que tem ganhado força,
naturalizando-os como parte da diversidade humana (Ortega, 2008). Nos últimos anos, são
inúmeros os artifícios tecnológicos direcionados a esse público, que vão desde uma maior
celeridade no diagnóstico, até instrumentos para tornar experiências cotidianas mais acessíveis,
trazendo melhorias do dia a dia. Assim, para as pessoas com TDAH, alguns produtos e
recursos tecnológicos são bem mais que itens de facilidade e são necessários para a execução
de tarefas cotidianas, como os alarmes disponíveis nos smartphones, agendas eletrônicas e
vídeos acessíveis.
Além destes, temos os assistentes virtuais, que são dispositivos que podem realizar
tarefas ou serviços para um indivíduo, tornando um facilitador, sobretudo, na autonomia
do processo de aprender ou das atividades educacionais. A utilização dos assistentes virtuais
na realização das atividades educacionais de pessoas com TDAH envolve funções como:
solicitação de serviços, leitura de livros em voz alta, responder perguntas e tirar dúvidas,
auxílio em pesquisas simples e complexas, organizar rotina, lembrar de compromissos e
programar alarmes.
A partir desse contexto, o objetivo do presente artigo foi verificar de que forma os
assistentes virtuais têm contribuído para a acessibilidade das pessoas com TDAH no ensino
superior. O problema da pesquisa consiste em oferecer uma resposta à seguinte questão: em
que medida podemos entender que os assistentes virtuais contribuem para a acessibilidade das
pessoas com TDAH nas atividades que permeiam a educação superior?
A pesquisa se justifica em razão das barreiras encontradas pelas pessoas com TDAH
(no desenvolvimento de suas atividades cotidianas) e da necessidade de se utilizar instrumentos
que favoreçam a execução de suas tarefas, sobretudo educacionais.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 3-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE - TDAH
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais
(DSM-5-TR, 2023), o TDAH caracteriza um estado neurobiológico refletido em níveis
de desenvolvimento não apropriados de atenção, como condutas de hiperatividade e
impulsividade. Portanto, o TDAH é um transtorno relacionado ao neurodesenvolvimento
do indivíduo, ou seja, a habilidade do ser humano em interagir com o meio em que o rodeia.
Sobre o tempo de diagnóstico e os impactos, Castro e De Lima (2018) avaliam que:
[...] adultos com TDAH possuem impactos negativos e significativos em diferentes
aspectos de seu desenvolvimento: afetivo-emocional; desenvolvimento educacional;
desempenho profissional; gestão financeira; relacionamento interpessoal;
relacionamento conjugal e exercício de suas funções parentais. Os diferentes impactos
podem ser mediados por déficits nas funções executivas, uma vez que representam
habilidades relacionadas com a autonomia e autorregulação. Os estudos enfatizam
que o diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem minimizar os impactos
causados pelo TDAH (Castro; Lima, 2018).
De acordo com Gonçalves (2019, p. 22), as características mais comuns apresentadas
pelas pessoas com TDAH são: “[...] dificuldade em se manter o foco em alguma atividade
que exija esforço mental prolongado ou em alguma tarefa que precise ser realizada com regras
e prazos pré-determinados, [...] começar e terminar as tarefas escolares”. Lopes, Nascimento
e Bandeira (2005) apontam diversos sintomas presentes frequentemente em indivíduos com
TDAH, tais como: procrastinação, alternância de tarefas, o que pode induzir a habilidade
motivacional; dificuldades de focalização, organização e hierarquização; menor velocidade de
entendimento; manejo deficiente da frustração. Assim, dentre as características apresentadas
pelas pessoas com TDAH destacam-se: a insuficiência na atenção, o que acaba por delongar
uma simples leitura; a distração rápida; a capacidade reduzida de ouvir; pouca compreensão
no que se refere a leituras, tarefas burocráticas ou palestras, bem como deficiência de memória
de trabalho e memória prospectiva.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-5-
TR, 2023), existem três subtipos de TDAH. O primeiro subtipo é marcado pela desatenção
frequente, caracterizando-se em cometer uma grande repetição de erros por conta da falta
de atenção aos detalhes, considerado como um quadro de devaneio e desorganização.
A desatenção e a desorganização abrangem sintomas como: a capacidade do indivíduo
permanecer atento em uma tarefa, feição de não ouvir e perdas sucessivas de materiais e
objetos em graus incoerentes com idade ou seu nível de desenvolvimento.
O segundo subtipo tem a hiperatividade como comportamento predominante,
incluindo a agitação e a impulsividade. Os indivíduos desse subtipo são identificados por sua
4-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
inquietude, procuram realizar várias atividades ao mesmo tempo, apresentam comportamentos
explosivos e não sabem lidar com frustrações. A hiperatividade e a impulsividade se apresentam
em atividades excessivas, como a intromissão em atividades de outras pessoas, inquietação e
incapacidade de permanecer sentado ou mesmo de aguardar (DSM-5-TR, 2023).
Por último, existe o subtipo combinado, que é o mais conhecido e recorrente,
caracterizado pelo comportamento hiperativo e impulsivo, associado à desatenção (Ferreira,
2011).
ESTUDANTES COM TDAH NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Durante muitas décadas acreditou-se que o TDAH perdurava somente até a
adolescência. No entanto, estudos mais recentes comprovaram que o TDAH persiste na
fase adulta (Schmitz et al., 2007). Apesar dos avanços científicos sobre o entendimento da
condição, ainda há um número limitado de estudos sobre a ascensão dos sintomas e, em
especial, sobre o TDAH em adultos. Segundo Mattos (2015) citado por Lopes, Nascimento
e Bandeira (2005):
Adultos com TDAH apresentam uma tendência pronunciada de distração,
esquecimento, repetições de erros, além de perderem coisas, não recordarem o
que acabaram de ler, de necessitarem perguntar muitas vezes o mesmo e evitarem
sistematicamente toda leitura que não seja do seu interesse especíco. Geralmente
envolvem-se em atividades de pouca atenção e concentração por apresentarem
tais diculdades. Isso não signica não prestar atenção nunca, mas em muitas
ocasiões, ou na maioria delas a pessoa está dispersa, “no mundo da lua” (Mattos,
2015 apud Lopes; Nascimento; Bandeira, 2005, p. 68).
Em resumo, os adultos com TDAH referem-se principalmente à desorganização,
falta de concentração, esquecimentos constantes, dificuldades para planejar e finalizar tarefas,
sensação de excesso de atividades. Estas condições se acentuam na transição do ensino médio
para o ensino superior, pois exige novas estratégias para lidar com a procrastinação, problemas
de concentração e planejamento – aspectos que podem interferir na experiência universitária
(He; Antshel, 2017; Prevatt; Yelland, 2013).
Benczik (2010) explica que o estudante com TDAH se demonstra desatento tanto
nas aulas quanto nas atividades escolares. Em decorrência disso, muitas vezes acaba por não
conseguir cumprir os prazos determinados para entrega de trabalhos, esquecendo os dias
de provas e aparentando não dar importância aos estudos. Sobre isso, é imprescindível que
além da acessibilidade que os espaços educacionais oferecem, o estudante busque meios que
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 5-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
contribuam no processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, os meios tecnológicos
podem se constituir em alternativas para o enfrentamento de barreiras cotidianas.
Importante ressaltar que pessoas com TDAH que estão no ensino superior podem
vir a conseguir ser bem-sucedidas e levar uma vida produtiva e autônoma, apesar de todas
as dificuldades escolares que possam apresentar (PalminI, 2008). De acordo com Mattos
(2015), há indivíduos que podem ter a inteligência muito acima da média e mesmo assim
apresentarem diagnóstico de TDAH.
Oliveira e Dias (2015) destacam que durante a adaptação acadêmica os alunos do
ensino superior traçam estratégias visando o alcance da resolutividade dos problemas e a
busca de um apoio social, bem como estratégias voltadas para a correlação positiva entre os
hábitos de estudo e a gestão do tempo, otimizando a estratégia de resolução dos problemas.
Estas estratégias podem ser melhor realizadas com o uso do assistente virtual por estudantes
com TDAH.
NEURODIVERSIDADE, INCLUSÃO E O USO DOS ASSISTENTES VIRTUAIS
Quando falamos de neurodiversidade, estamos reconhecendo as diferenças
neurológicas que cada ser humano possui. O movimento que reivindica a neurodiversidade
salienta que a condição neurodiversa não é uma doença, e sim uma diferença humana, que
deve ser respeitada, levando em consideração toda a diversidade existente (cultural, étnico-
racial, sexual...).
omas Armstrong (2010) explica que os neurodivergentes possuem suas vantagens,
o exemplo utilizado por ele é que pessoas com TDAH podem realizar multitarefas, são mais
propensas a serem criativas e com o estímulo certo podem ser capazes do “hiperfoco”, ou seja,
dedicar atenção de forma persistente em uma atividade específica, o que pode resultar em bons
retornos. É de suma importância reconhecer e respeitar as diferentes condições neurológicas,
mas tão importante quanto é a inclusão desses indivíduos, pois grande parte das tecnologias
de informação e comunicação (TICs) são pensadas para indivíduos neurotípicos. Além das
novas ferramentas tecnológicas, as formas de aprendizagem e socialização nas instituições
educacionais também se destinam a atender os indivíduos neurotípicos, ainda que existam
vários projetos de inclusão nas principais universidades brasileiras.
Em uma sociedade de relações mediadas pelas tecnologias digitais é ainda mais
importante se pensar na acessibilidade. Trata-se de um termo que é empregado em diversos
contextos, inclusive nos meios tecnológicos (Centro Tecnológico de Acessibilidade - IFRS,
2023). Como vimos, tal conceito não se limita a proporcionar aos diversos usuários o direito
de acesso às informações, mas também a eliminar barreiras de acesso, mediante o uso de
equipamentos variados e com formatos alternativos.
6-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
Segundo Dias (2003), no contexto tecnológico ou digital, o termo acessibilidade é
associado a forma de acesso de um software por vários padrões de pessoas, inclusive aquelas
com necessidades específicas ou deficiência. Ainda de acordo com Dias (2003, p. 111), a
acessibilidade possibilita “[...] que qualquer pessoa, usando os mais variados tipos de tecnologias
ou provedores de navegação [...] deve ser capaz de visitar e interagir com essa tecnologia,
compreendendo claramente as informações nelas apresentadas”. Assim, a acessibilidade no
contexto digital possibilita que pessoas em diferentes condições e deficiências, incluindo
condições temporárias e situacionais, possam acessar qualquer site e até mesmo interagir caso
ocorra o interesse ou necessidade.
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº. 13.146/2015), também
conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI), define a acessibilidade como sendo a:
[...] possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia,
de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação
e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e
instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na
zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida
(BRASIL, 2015).
De acordo com Torres e Mazzoni (2004), a acessibilidade de um produto consiste em
ponderar a diversidade dos possíveis usuários e das diversas formas de interação dos usuários
com o produto, que podem ser manifestadas de acordo com as preferências da pessoa ou da
qualidade do equipamento (como internet, celular, computador, entre outros).
Na educação, as tecnologias aliadas ao processo de ensino-aprendizagem se tornaram
um instrumento, uma ferramenta educacional. Para muitos estudantes neurodivergentes, elas
se constituíram em um meio de acesso ao aprendizado, que são de direito de todo cidadão.
Aliar tecnologias acessíveis ao contexto educacional poderá favorecer o desenvolvimento,
inclusão e consequentemente o rendimento desses sujeitos.
Quando falamos em acessibilidade, é bastante importante que os neurodivergentes
possam enfrentar barreiras que não estão apenas ligadas aos aspectos operacionais e mais
relacionadas a aspectos das habilidades (Pagani, 2021). Seeman-Horwitz, L., et al. (2021)
apresentam alguns exemplos de barreiras enfrentadas pelos neurodivergentes:
Podem ter problema para lembrar das senhas e códigos de acesso;
Podem sofrer fadiga com sites complexos que passam por várias etapas durante
o processo, isso pode sobrecarregar o usuário;
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 7-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
Podem apresentar resistência para o entendimento de porcentagens e cálculos;
Podem não conseguir concluir uma tarefa;
Podem se distrair ou interromper a conclusão da atividade.
Muitos estudantes possuem um contexto desafiador e que de alguma forma impacta
o seu processo de aprendizagem. Trata-se de uma percepção cada vez mais importante: a
de olhar não só para as dificuldades de pessoas neurodivergentes, mas também para suas
potencialidades. Assim, em razão da diversidade e singularidade de pessoas, não existe um
único modelo educacional que funcione para todos.
Um dos produtos tecnológicos recentemente utilizados por pessoas com TDAH no
auxílio de suas atividades são os assistentes virtuais, que consistem em dispositivos comandados
por voz, com inteligência artificial, que podem interagir com diversos aparelhos residenciais,
desde que os aparelhos sejam compatíveis com o assistente virtual. Eles também realizam
tarefas cotidianas, como apagar ou ligar as luzes, fazer compras, ligar ou desligar a televisão,
fechar ou abrir portas, além de outras funcionalidades, como ler um livro, dizer as horas,
colocar lembretes e acionar despertadores, tocar músicas, narrar notícias, procurar receitas,
chamar um motorista de aplicativo e aprender gostos de seus usuários, tudo virtualmente.
Portanto, as respostas dos assistentes virtuais tendem a ser cada vez mais próximas das
expectativas ou gostos do dono (Ramadan et al., 2021; Whang; IM, 2021).
Destacamos também que os assistentes virtuais podem ser conectados a variados
dispositivos, principalmente TV, caixas de som, lâmpadas e eletrodomésticos. Assim, hoje
os assistentes virtuais ocupam um lugar de importância dentro dos ecossistemas inteligentes.
Os assistentes de voz têm o potencial de mudar radicalmente a forma como os
usuários interagem com os computadores, tablets, smartfones, etc. Para muitos usuários, ler e
digitar, gerenciar rotina, manter o foco, etc., são barreiras para acessar informações e realizar
suas atividades cotidianas. Os assistentes de voz podem preencher a lacuna de informações
para esses usuários que enfrentam tais barreiras.
Além desses benefícios aos usuários, a interação com os assistentes de voz busca
requerer o mínimo esforço (West; Kraut; Chew, 2019). Dessa forma, os assistentes virtuais
podem ajudar as pessoas com TDAH a melhor gerenciar seus sintomas, lidar melhor com
suas dificuldades cotidianas e melhorar sua qualidade de vida.
8-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E COLETA DE DADOS
3
A metodologia utilizada para a elaboração desta pesquisa contou com entrevistas
qualitativas, nas quais foram selecionados 13 estudantes com diagnóstico de TDAH
matriculados no ensino superior (graduação e pós-graduação), sendo 6 do sexo masculino e 7
do sexo feminino, com idades entre 24 e 44 anos. Todos os selecionados residem em distintos
Estados do Brasil e fazem uso do assistente virtual por pelo menos seis meses.
Inicialmente, desenvolvemos o roteiro de perguntas que serviu de guia para as
entrevistas com os participantes. A abordagem foi realizada pelas redes sociais, após algumas
postagens dos selecionados sobre a utilização do assistente virtual e da sua condição. Depois, no
direct das redes sociais de cada entrevistado (a), seguimos com a explicação do tema, objetivo
da pesquisa e o convite aos participantes. Com o aceite e autorização formalizada, enviamos
o formulário com as perguntas. Os entrevistados(a) foram identificados por “entrevistado(a)
1”, “entrevistado(a) 2”, “entrevistado(a) 3”, “entrevistado(a) 4” e assim por diante, conforme
a ordem das entrevistas.
Os encontros ocorreram pelas plataformas digitais, entre os dias 25 de janeiro e
28 de março de 2023. As entrevistas tiveram durações aproximadas de uma hora com cada
participante e foram transcritas para assegurar o posterior resgate de informações. Dado que
o foco das análises reside no conteúdo, sem considerações acerca das formas de dizer (pausas,
tom de voz utilizados, prolongamento de vogais, etc.), não foram utilizadas convenções de
transcrição. Da mesma forma e pela mesma razão, repetições, hesitações, equívocos nas falas
e vícios de linguagem foram suprimidos nos excertos.
O instrumento utilizado para a geração de dados na presente pesquisa foi a entrevista,
semiestruturada em profundidade; uma modalidade individual de entrevista, que se distingue
tanto do formato com estrutura rígida de questões predeterminadas quanto da modalidade
menos estruturada de conversação da observação participante (Bauer; Gaskell, 2002). Ela
consiste na principal ferramenta metodológica utilizada nesta investigação e permite as
compreensões a que este estudo se propôs.
A primeira parte da entrevista foi composta por perguntas de caracterização dos
participantes. Essa etapa apresenta perguntas que identificam a idade, sexo, estado residente,
instituição de ensino e curso de graduação ou pós-graduação dos participantes, assim como a
fase/período que está cursando e a modalidade de ensino.
A segunda parte da entrevista foi composta por perguntas sobre as características do
TDAH dos participantes. Continha perguntas sobre o tipo de TDAH, tempo de diagnóstico
e as barreiras enfrentadas no dia-a-dia no contexto educacional.
Aprovação de Comitê de ética em Pesquisa. Certificado de Apresentação para Apreciação ética (CAAE) número:
59261722.0.0000.5370
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 9-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
A terceira parte da entrevista foi composta por perguntas sobre o uso do assistente
virtual pelos participantes. Continha perguntas sobre o tempo de aquisição do aparelho,
quantidade e modelo(s) utilizado(s), tempo de uso diário, problemas ou dificuldades no uso,
comentários ou sugestões.
A quarta e última parte foi composta por perguntas sobre o uso do assistente virtual com
enfoque educacional no ensino superior. Continha perguntas sobre a contribuição do assistente
virtual no desempenho acadêmico e no enfrentamento das barreiras das características do
TDAH.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente, apresentamos o perfil geral dos entrevistados, de modo a favorecer
o entendimento de seus contextos particulares e permitir uma compreensão mais ampla
das respostas por eles oferecidas. Entre os 13 entrevistados, 6 estão matriculados em cursos
na modalidade EAD e os outros 7 na modalidade presencial. Todos estão matriculados em
distintas universidades e fazem diferentes cursos, sendo 7 na graduação e 6 na pós-graduação.
A maior parte dos entrevistados são provenientes dos Estados de São Paulo (5) e Rio de
Janeiro (4). O quadro 01, a seguir, apresenta os dados dos entrevistados:
QUADRO 01 – Dados gerais dos participantes da pesquisa
Participante Estado Idade Gênero Universidade Nível Curso
Fase /
semestre
Modalidade
Entrevistado(a)
1
Tocantins 28 M
Universidade
de Gurupi
(UnirG)
Graduação Medicina 4 Presencial
Entrevistado(a)
2
Rio
Grande
do Sul
31 M Outro (a) Graduação Outra(a) 3 Presencial
Entrevistado(a)
3
Santa
Catarina
44 M
Centro
Universitário
FAVENI
(UniFAVENI)
Graduação Sociologia 3 EAD
Entrevistado(a)
4
Rio de
Janeiro
24 M
Faculdade
Descomplica
Pós-
graduação
MBA em Gestão
de Qualidade
Final EAD
Entrevistado(a)
5
São Paulo 29 M
Universidade
de São Paulo
(USP)
Graduação Química 4 Presencial
Entrevistado(a)
6
São Paulo 28 F
Universidade
Cesumar
Graduação Gastronomia 4 EAD
10-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
Entrevistado(a)
7
Rio de
Janeiro
24 F
Universidade
Veiga de
Almeida
Graduação
Publicidade e
Propaganda
4 Presencial
Entrevistado(a)
8
São Paulo 34 F
Universidade
Cruzeiro
do Sul
Pós-
graduação
Especialização
em alfabetização
e letramento
2 EAD
Entrevistado(a)
9
São Paulo 38 M
Universidade
Federal
Fluminense
(UFF)
Pós-
graduação
Doutorado em
Comunicação
8 Presencial
Entrevistado(a)
10
Rio de
Janeiro
25 F RD University
Pós-
graduação
Especialização
em Gestão de
redes sociais
2 EAD
Entrevistado(a)
11
Minas
Gerais
36 F
Faculdade
Descomplica
Pós-
graduação
MBA em finanças
com ênfase
em mercado
de capitais
1 EAD
Entrevistado(a)
12
Rio de
Janeiro
32 F
Universidade
Federal do
Rio de Janeiro
(UFRJ)
Pós-
graduação
Doutorado em
Antropologia
Social
8 Presencial
Entrevistado(a)
13
São Paulo 31 F
Instituto
Federal de São
Paulo (IFSP)
Graduação
Análise e
Desenvolvimento
de Sistemas
6 Presencial
Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.
Como dito anteriormente, o TDAH é classificado em três grupos definidos por níveis
elevados de desatenção e/ou hiperatividade. Sobre esta questão, 4 dos nossos entrevistados
afirmaram ter TDAH do tipo desatento, 3 do tipo hiperativo e 6 do tipo combinado (de
característica mista). Entre as barreiras, foram relatadas queixas em relação à desorganização,
reduzida capacidade de concentração, esquecimentos, problemas para finalizar tarefa ou para
cumprir os prazos estabelecidos, impressão crônica de excesso de atividades e inabilidade de
planejamento ou organização.
Também já foi relatado que o diagnóstico precoce possibilita intervenções no sentido
de amenizar os impactos vividos pelas pessoas com TDAH. No presente estudo, um fato a
ser destacado é que a maioria dos participantes tiveram o diagnóstico apenas na fase adulta,
o que tem relação direta com as barreiras encontradas. O entrevistado 09 foi diagnosticado
a mais tempo (30 anos). Todos os demais entrevistados foram diagnosticados recentemente
(nos últimos 5 anos). Quase metade dos entrevistados foram diagnosticados em menos de
um ano. Este dado é muito significativo, pois indica que o diagnóstico de TDAH é bem
mais presente atualmente do que foi no passado. Isto se deve ao avanço da medicina, que
tem realizado diagnósticos cada vez mais assertivos e também à divulgação do transtorno pela
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O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
mídia e a sociedade em geral. O quadro 02, a seguir, apresenta os tipos de TDAH, o tempo
de diagnóstico e as principais barreiras no contexto educacional dos participantes.
QUADRO 02 – Aspectos gerais do TDAH dos participantes da pesquisa
Participante
Tipo
predominante
TDAH
Tempo de
diagnóstico
Principais barreiras encontradas no
dia-a-dia no contexto educacional
Entrevistado(a)
1
Combinado 4 anos
Prestar atenção nas aulas, conseguir
ficar muito tempo em uma tarefa.
Entrevistado(a)
2
Desatento 3 anos
Lembrar das minhas obrigações
e de eventos não regulares.
Entrevistado(a)
3
Desatento 5 anos
1) dificuldade de entregar as atividades
dentro do prazo estipulado;
2) procrastinar, fazendo o que
é mais prazeroso antes do que é
mais urgente e necessário;
3) dificuldade de prestar a
atenção por um longo período em
assuntos que considero cansativos
ou pouco interessantes.
Entrevistado(a)
4
Combinado 2 anos Atividades sem prazo pré-estabelecido.
Entrevistado(a)
5
Desatento 13 meses
Ambiente com muitas pessoas,
conversas paralelas, celulares, sou do
tipo desatento grava, tudo tira atenção.
Entrevistado(a)
6
Combinado 1 ano
Vídeos não legendados e aulas ao
vivo sem material de apoio escrito.
Entrevistado(a)
7
Hiperativo 2 anos
A maioria dos professores envia textos
escaneados para lermos, o que não
permite que conversores de texto para
fala funcionem com eles. Eu utilizo estes
conversores para conseguir acompanhar
o texto sem me perder - do contrário,
levo 3x mais tempo para terminar.
Entrevistado(a)
8
Hiperativo 6 meses
A quantidade de conteúdo
apresentado ao mesmo tempo;
Organização e administração do tempo.
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LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
Entrevistado(a)
9
Combinado 30 anos
Prazos, alternância entre hiperfoco
e falta de foco, assiduidade, atrasos
com horários agendados, início de
atividades (função executiva).
Entrevistado(a)
10
Combinado 4 meses
Esquecimento de prazos, trava no
cérebro pra fazer os trabalhos, dispersão
na hora da aula, erros gramaticais
bobos por falta de atenção que
tiram pontos, bloqueio criativo.
Entrevistado(a)
11
Combinado 1 ano
Organização de rotina, gasto muito
tempo em matérias que gosto e é
extremamente difícil manter a rotina
das matérias que gosto menos.
Entrevistado(a)
12
Hiperativo 1 ano
Não sei dizer porque sou autista e
tenho TDAH então não consigo
separar quais são minhas dificuldades
impostas por cada uma das
minhas condições cognitivas.
Entrevistado(a)
13
Desatento 1 ano Horários e prazos de trabalhos e provas.
Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.
Conforme as entrevistas, todos já faziam uso do assistente virtual há pelo menos
6 meses, tempo adequado para uma melhor análise. Constatou-se também que a maioria
se mostrou satisfeita com a aquisição dos aparelhos, alguns sugeriram melhorias e outros
decidiram por não opinar ou apresentar sugestões. Dos 13 entrevistados, 8 relataram
não encontrar problemas ou dificuldades no uso do assistente virtual, 5 encontram certa
dificuldade em reconhecimento de comandos, entendimento de outros idiomas e lentidão.
Em relação ao tempo de uso diário do assistente virtual, 6 participantes mencionaram
fazer uso o dia todo. O(a) entrevistado(a) 10 mencionou 8 horas enquanto que o(a)
entrevistado(a) 6 mencionou 6 horas. Os outros participantes do estudo relataram usar o
assistente virtual por menos de 2 horas diárias. Na sequência, o quadro 03 apresenta detalhes
sobre o uso do assistente virtual pelos estudantes entrevistados.
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O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
QUADRO 03 – Caracterização do uso do assistente virtual pelos participantes da pesquisa
Participante
Tempo de
aquisição
do aparelho
Quantidade
de aparelhos
Tempo
de uso
diário
Problemas
ou
dificuldades
no uso
Comentários
ou sugestões
Entrevistado(a)
1
5 anos 1 aparelho 2 horas o
Muito útil quando
se precisa controlar
o tempo, ou lembrar
de compromissos.
Entrevistado(a)
2
4 anos 2 aparelhos
30
minutos
o
Pegar o cronograma
de cada cadeira e
colocar lembretes
logo no começo do
semestre sobre tais
provas, trabalhos e
atividades extras,
bem como lembretes
de estudar para esses
compromissos 1, 2
ou 3 semanas antes.
Faço e super indico.
Entrevistado(a)
3
6 meses 1 aparelho
15
minutos
Não muito.
O assistente
virtual às
vezes não
entendo
bem meus
comandos
ou os
interpreta
de forma
distinta
do que
eu havia
pensado.
Auxilia bastante, mas
poderia aperfeiçoar
no entendimento
de perguntas que
fazemos a ela, ou
seja, ela poderia
compreender um
número maior de
comandos, mas creio
que novos recursos
virão com as novas
versões da mesma.
Entrevistado(a)
4
4 anos 1 aparelho 2h o
Sem comentário
ou sugestões.
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LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
Entrevistado(a)
5
5 anos 3 aparelhos Dia todo
Talvez
algumas
funções
em outras
línguas,
mas nada
que mudar
de região
não resolva
Não encontrei ainda
skill de leitura de
audiobook, ou abrir
e-mail da faculdade
e fazer leitura e envio
de mensagem por
comando de voz.
Entrevistado(a)
6
2 anos 1 aparelho 6 horas o
Usem o Calendário
e explore bem todas
as ferramentas
do dispositivo
Entrevistado(a)
7
2 anos 1 aparelho Dia todo
Sim. Muitas
vezes ela
não entende
o que
eu digo,
inclusive
quando eu
peço para
ler livros
do kindle.
Gostaria que ela lesse
textos em PDF, e não
apenas os ebooks e
que ela entendesse
melhor sotaques
que não fossem o
de São Paulo.
Entrevistado(a)
8
4 anos 2 aparelhos Dia todo
Em alguns
momentos,
ela não
entende
com
exatidão
o que
falamos,
porém é a
assistente
mais
assertiva
que já
testamos
Sem comentário
ou sugestões.
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O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
Entrevistado(a)
9
4 anos 3 aparelhos Dia todo
Não
encontro
problemas
Eu gosto da
distribuição de
alarmes ao longo do
dia de hora em hora
e do temporizador
pomodoro para
focar/descansar
durante leitura
e escrita; o uso
para ouvir música
por estilo ajuda a
controlar o humor;
o controle da
iluminação ajuda
a despertar logo
cedo e construir
um ambiente de
baixa luminosidade
para “perceber” que
mesmo hiperfocado
é necessário dormir e
retomar as atividades
no dia seguinte.
Entrevistado(a)
10
6 meses 1 aparelho 8h o
É de extrema
importância pra
quem tem TDAH
no dia a dia e
facilita ainda mais
os estudantes. O
esquecimento é um dos
principais sintomas
e a ferramenta de
lembrete dela é
perfeita, além de
chamar a atenção
no dia e horário
ela lembra OQ
deve ser feito. Acho
incrível, não largo a
minha por nada.
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Entrevistado(a)
11
3 anos 5 aparelhos 20 min o
Para quem usa o
método pomodoro,
ela é uma excelente
auxiliar; mas também
ajuda a lembrar o
horário de começar
as aulas (em caso de
aula à distância). Seu
uso me ajuda porque
eu sempre perco o
celular, então o uso
dele fica limitado.
Entrevistado(a)
12
1 ano 1 aparelho Dia todo
O aplicativo
é muito
pouco
intuitivo
e lento
Sem comentário
ou sugestões.
Entrevistado(a)
13
6 meses 1 aparelho Dia todo
Não. É
adaptável.
Encontrei nela uma
forma mais simples
e rápida de fazer
as tarefas e honrar
compromissos.
Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.
De acordo com as respostas dos participantes da pesquisa, os assistentes virtuais têm
contribuído para o desempenho acadêmico, com lembretes de compromissos e atividades
(mencionado por todos os entrevistados) e com a organização das atividades/rotina. Os
entrevistados 4, 5 e 9 mencionaram a “técnica pomodoro”, desenvolvida no final dos anos
1980 por Francesco Cirillo. Segundo o autor, esta técnica:
consiste na utilização de um cronômetro para dividir o trabalho em períodos de 25
minutos, separados por breves intervalos.[1] A técnica deriva seu nome da palavra
italiana pomodoro (tomate), como referência ao popular cronômetro gastronômico
na forma dessa fruta. O método é baseado na ideia de que pausas frequentes podem
aumentar a agilidade mental (Cirillo, 1994).
Os estudantes entrevistados também destacaram a praticidade do uso dos assistentes
virtuais e a possibilidade de utilizar o áudio para sua execução, evitando assim o manuseio
e o consequente desfoco. Outros aspectos referentes à contribuição desses itens para o
desempenho acadêmico foram: lembrar de compromissos; uso de tempo controlado para
trocar de tarefas; poder tirar dúvidas sobre assuntos gerais; fazer pesquisas por voz; lembrar de
tarefas por meio de sons e luzes.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 17-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
Questionados sobre como os assistentes virtuais podem contribuir no enfrentamento
de barreiras dos estudantes com TDAH, obtivemos como respostas: ajuda na tradução de
idiomas; facilita a leitura por meio de audiolivros; contribui através de métodos da terapia
cognitivo-comportamental, meditação mindfulness e auxílio na respiração diafragmática. A
maioria dos entrevistados destacou que os assistentes virtuais facilitam a vida do estudante
com TDAH na organização de prazos, datas e tarefas. Em relação ao enfrentamento de
barreiras, o Entrevistado 12 apresentou o seguinte argumento:
Não há “barreiras das minhas características do TDAH”. Há barreiras impostas pelo
capacitismo da sociedade. O assistente virtual me ajuda a manter uma estrutura do
dia, o que é importante pra minha regulação emocional e desempenho acadêmico.
O capacitismo da sociedade contribui para a imposição e a intensificação das barreiras
enfrentadas pelas pessoas com TDAH, inclusive, a falta de informações sobre a condição é
um problema a ser enfrentado e corrigido socialmente. No entanto, as características das
pessoas com TDAH são produto da natureza dos indivíduos, sendo a genética o principal
fator determinante.
A seguir, o quadro 04 se refere à contribuição do assistente virtual para o desempenho
acadêmico e o enfrentamento das barreiras dos estudantes com TDAH.
QUADRO 04 – Uso dos assistentes virtuais com enfoque educacional no ensino superior
Participante
Uso dos assistentes virtuais
e desempenho acadêmico
Uso dos assistentes virtuais e enfrentamento
das barreiras das características do TDAH
Entrevistado(a)
1
Me ajuda a lembrar de
compromissos, despertador para
acordar, uso de ‘timers’ com tempo
contado para trocar de tarefas.
No controle de tempo de tarefas,
por exemplo com ‘timers’.
Entrevistado(a)
2
Lembrando de provas, trabalhos,
acordar pra aula, lembretes
pra estudar tal assunto em tal
momento do dia/semana/mês.
Pela praticidade de apenas falar, consigo focar em
alguma coisa enquanto me distraio 2 segundos
pra pedir determinada ação que se eu fizesse
manualmente provavelmente me distrairia.
Entrevistado(a)
3
A função de despertador é prática
e eficaz. Ela também programa
lembretes diversos que facilitam
muito a agenda e o dia-a-dia de
quem tem TDAH. A função
de tirar dúvidas de assuntos
gerais também é muito útil.
Me faz lembrar de compromissos, auxilia com
a tradução no aprendizado de idiomas e facilita
os estudos com a função de áudio-livros.
Entrevistado(a)
4
Na organização das atividades
e prazos, por proporcionar
um lembrete audível.
Atenção e com técnicas como Pomodoro
18-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
Entrevistado(a)
5
Lembretes, temporizador para
método pomodoro, pesquisas
por voz para que não perder
foco, se fosse feito no celular
com redes sociais e aplicativos
acabaria esquecendo o que estava
fazendo, ajuda com respiração
diafragmática, conseguir
aplicar ‘mindfulness’ guiado.
Aplicar alguns métodos da terapia cognitivo
comportamental, meditação ‘mindfullnes’, auxílio na
respiração diafragmática. Um dia mais legal é meu
método de cartões de enfrentamento da terapia, que
virou lembretes de enfrentamento. Peço pra que ela
leia coisas que escrevi quando estava em estado de
consciência plena para deixar/esquecer pensamentos
disruptivos, por exemplo, TDAH tem dificuldade em
fazer planejamentos cumprir objetivos futuros, então
se preciso estudar pra uma prova em um momento de
consciência plena escrevia os motivos do porque estudar
e passar na prova e quando aquilo deixa de fazer sentido
ou esqueço peço que me recorde e leia os lembretes de
enfrentamento, porque preciso fazer prova de química?
E ela começa a ler tudo que eu tinha descrito. Ao
acordar, quais são meus lembretes de enfrentamento…
Entrevistado(a)
6
Otimizando minha rotina
e me ajudando com datas e
horários de compromissos.
Consigo organizar minha rotina acadêmica e
de trabalho de uma forma que eu não esqueça
de nenhuma atividade, aula, reunião, etc.
Entrevistado(a)
7
Ela me lembra de compromissos
da minha agenda, além de ser
muito importante no meu
processo de acordar de manhã.
Eu tenho dificuldade de levantar
da cama, então programei uma
rotina para ela acender as luzes e
começar a tocar músicas agitadas
nos horários programados.
Ela me ajuda a não precisar tanto do celular para
ações rápidas (olhar a agenda, colocar música,
programar alarmes etc), ações que normalmente são
interrompidas pela disfunção executiva. Quando
eu falo em voz alta, tenho mais chances de lembrar
do que estou fazendo. Além disso, coloco lembretes
de curtíssimo tempo (30seg, 2min) para ações que
devo fazer imediatamente, também como forma de
driblar a disfunção executiva. Fora isso, o assistente
virtual lê livros em voz alta enquanto eu acompanho
pelo Kindle, o que me permite ler mais rápido e me
perder menos. O assistente virtual constantemente
me lembra dos meus compromissos, dos quais eu
geralmente me esqueço se não coloco na Agenda.
Entrevistado(a)
8
Me ajuda na organização com
datas de entrega, pesquisas,
listas de tarefas, etc.
A principal contribuição, para mim, é a
Organização de prazos, datas e tarefas
Entrevistado(a)
9
Ajuda a construir alarmes,
calendários, lembretes,
estilos musicais para estudo,
controle da iluminação,
temporizador pomodoro.
Contribui principalmente para ter melhor consciência
da passagem do tempo e realização de compromissos
Entrevistado(a)
10
Ela me lembra das tarefas
e posso escutar músicas
que me fazem focar.
Da mesma forma que o desempenho acadêmico.
Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024. 19-22
O uso de assistentes virtuais por estudantes com transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH) no ensino superior
Artigo
Entrevistado(a)
11
Uso principalmente como
marcador de tempo; mas às vezes
faço perguntas rápidas, como
contas. Nas aulas virtuais, peço
para que ela me lembre do horário,
pois me distraio facilmente.
Me ajuda a controlar o tempo; sem isso, fico
sem noção de quanto tempo passou.
Entrevistado(a)
12
Me permite ter uma rotina
estruturada, além de me lembrar
dos compromissos e me motivar,
através da voz, a me engajar nas
terapias não farmacológicas como
meditação e exercício físico.
Não há “barreiras das minhas características do
TDAH”. Há barreiras impostas pelo capacitismo da
sociedade. O assistente virtual me ajuda a manter
uma estrutura do dia, o que é importante pra minha
regulação emocional e desempenho acadêmico.
Entrevistado(a)
13
Lembretes de compromissos
como provas, trabalhos e
até mesmo dia de aula.
Nos lembretes e facilidade de tarefas.
Fonte: elaboração dos autores a partir dos dados da pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos a partir da pesquisa possuem relevância acadêmica e social,
tendo em vista que os objetivos da mesma foram contemplados a partir de uma diversificada
bibliografia e dos resultados obtidos através das entrevistas com os estudantes com TDAH.
Constatou-se, por meio das entrevistas, o objetivo principal da pesquisa, ou seja, que os
assistentes virtuais têm contribuído para a acessibilidade das pessoas com TDAH no ensino
superior.
Foram apresentadas definições conceituais do TDAH, a tipologia e suas principais
características. Durante muitas décadas se acreditou que esta condição afetasse apenas
crianças e adolescentes. Porém, tem sido cada vez mais frequente os diagnósticos de TDAH
em adultos. Trata-se de um dado que foi reforçado pela nossa pesquisa de campo, a partir
das entrevistas. O aumento do número de diagnósticos é fundamental para que as pessoas
com TDAH possam se conhecer melhor e lidar com suas condições, podendo contar com o
auxílio das ciências médicas e dos recursos tecnológicos.
Quanto antes se realizar o diagnóstico, mais se poderá, parafraseando o filósofo
Sócrates, conhecer-se a si mesmo. Além do autoconhecimento, a ajuda de profissionais (como
médicos e psicológicos) e o uso de tecnologias acessíveis (como os assistentes virtuais) podem
contribuir significativamente para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com
TDAH.
Foram entrevistados estudantes com TDAH no ensino superior de diferentes níveis
(graduação, especialização, mestrado e doutorado). De fato, esses estudantes possuem as
mesmas condições para conquistar um bom desempenho acadêmico que as pessoas que não
20-22 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 11, n. 2, e0240022, 2024.
LINHARES, Ana Cláudia de Lima; COIMBRA, Eric Araujo Dias
apresentam a condição. Porém, a acessibilidade é um fator fundamental para que os mesmos
possam obter, tanto o sucesso acadêmico, quanto outras conquistas igualmente importantes,
como o êxito profissional e melhorias em suas relações interpessoais. Ainda que estes dois
últimos não tenham sido o foco desta pesquisa, fica aqui a sugestão para futuras pesquisas.
O tema da neurodiversidade foi abordado como um contraponto à visão errônea
que considera o TDAH uma doença e não uma condição humana. Vivemos numa sociedade
globalizada e mais do que nunca marcada pela diversidade de povos, culturas, crenças, raças,
etnias, visões de mundo, padrões comportamentais, etc. O conceito de neurodiversidade
atende a esta perspectiva da diversidade social. Portanto, não faz sentido definir esta condição
como doença, pois este conceito por si só é depreciativo e pode reforçar o capacitismo.
Os resultados da pesquisa indicaram que o uso dos assistentes virtuais tem contribuído
com a acessibilidade dos estudantes com TDAH, auxiliando-os em diversos aspectos de suas
vidas acadêmicas e cotidianas. Também obtemos por meio das entrevistas diversas sugestões de
melhorias que poderiam facilitar o uso deste recurso tecnológico, tornando-o mais acessível.
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