198 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 10, n. 1, p. 187-202, Jan.-Jun., 2023
FELCKILCKER, J. B.; TREVISOL, M. T. C.
No mapeamento bibliográco efetuado apareceram várias práticas pedagógicas
inovadoras, entre as quais destacamos a utilização de tecnologias assistivas, que, como constam nos
artigos, são todos os recursos e serviços que contribuem para proporcionar habilidades funcionais e
promover uma vida independente, por exemplo, jogos e softwares, leitores de tela, teclado adaptado,
lápis com um cabo curvado ou mais grosso, projetos arquitetônicos para acessibilidade, órteses e
prótese, a utilização dos PECS – Pessoas Engajadas Comunicando-se Socialmente para autista, além
de jogos e atividades lúdicas em todas as modalidades de ensino. Nazari (2017), em sua pesquisa,
destaca a necessidade de maiores investimentos públicos (nanciamentos) em projetos na área de
Tecnologias Assistivas, haja vista que grandes são os benefícios aos sujeitos que necessitam desse
auxílio.
Becker (2001 p. 27) relata que “O professor constituirá, a cada dia, a sua docência,
dinamizando seu processo de aprender. Os alunos constituirão, a cada dia, sua discência,
ensinando, aos colegas e ao professor, novas coisas, noções, objetos culturais.” É importante que os
docentes saibam como trabalhar com os diferentes níveis e tipos de deciência, utilizar estratégias,
metodologias, adaptar materiais visando desenvolver autonomia e independência dos estudantes.
Os estudos de Oliveira e Santos (2017) destacam que os sujeitos da pesquisa foram
discentes, docentes e técnicos da Educação de Jovens e Adultos de duas escolas especializadas,
uma com atendimento educacional de educandos surdos e outra com discentes com deciência
intelectual, onde foram desenvolvidas práticas pedagógicas inovadoras e inclusivas. Assim, mesmo
apesar de pouco tempo de experiência, cerca de nove meses, entre todas etapas da pesquisa-ação,
ocorreram mudanças signicativas na prática docente e na aprendizagem dos educandos.
Quanto à superdotação, estudos relatam que é um problema quando o aluno se sente
desmotivado com a repetição de conteúdos, quando não consegue interagir com os demais. Dessa
forma, o professor necessita observar que esses alunos estão mais avançados do que a turma e
proporcionar atividades que visem aprimorar a criatividade, imaginação, iniciativa, liderança,
vocabulário avançado para a sua idade cronológica, riqueza de expressão verbal, habilidade para
considerar pontos de vistas de outras pessoas.
Batista (2019) destaca que segundo o Conselho Brasileiro de Superdotação (ConBraSD),
aproximadamente8 milhões de brasileiros possuem altas habilidades, o que representa5% da
população. Porém, nem todos possuem o diagnóstico e oferta de atendimento educacional. As
ações inclusivas do Ministério da Educação (MEC) dependem da efetivação nos governos estaduais
e municipais, que são responsáveis pela educação básica.
Dantas (2019, p. 5) destaca que “é importante que a Educação Emocional seja trabalhada
na escola, pois ela contribui para o desenvolvimento integral dos sujeitos, não evidenciando apenas
os aspectos cognitivos”, pois os aspectos emocionais contribuem para a construção da identidade e
formação integral.
Para isso, a escola necessita estar preparada para os atender, utilizar práticas pedagógicas
que valorizem suas diferenças e que consigam demonstrar suas potencialidades. Artigos abordaram o
uso de materiais diversicados (jogos, softwares educativos, tecnologias assistivas) e a importância de
avaliação diferenciada e utilização de portfólio, com a descrição dos avanços dos alunos. O professor
de atendimento especial, em parceria com os professores de sala, procura adaptar atividades que o
aluno ainda não tem autonomia para desenvolver sozinho, ajudando o estudante a se sentir capaz
de realizá-las e obter êxito nas diversas etapas do ensino.