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RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
PESQUISAS SOBRE GESTÃO DE DADOS EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO:
uma análise bibliométrica da BRAPCI
Research on Data Management in Information Science: a bibliometric analysis at BRAPCI
Adriana Alves Rodrigues (1), Guilherme Ataíde Dias (2)
(1) Universidade Federal da Paraíba, Brasil, adrianacontemporanea@gmail.com
(2) guilhermeataide@gmail.com
Resumo
Investiga as pesquisas científicas sobre Gestão de Dados em periódicos integrados na Base de Dados
Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI). A investigação tem caráter
teórico-descritivo e utilizou-se o método bibliométrico, técnica quantitativa que visa verificar os indicativos
da produção científica. Dentre os principais resultados estão: a) Aumento progressivo dos artigos sobre
gestão de dados, tendo seu auge maior em 2020 e 2021; b) Gestão de Dados de Pesquisa como temática
emergente na Ciência da Informação - CI e c) Produção intensiva em coautorias, potencializando uma das
características da e-Science. Conclui-se que as pesquisas em Gestão de Dados estão intensamente
vinculadas às práticas da e-Science, de frequente escrita colaborativa, mas seus compartilhamentos
dependem do gerenciamento dos repositórios e ou plataformas de gestão de dados, e que essa administração
é parte de um universo complexo maior de ordem técnica/tecnológica, podendo interferir em seu
compartilhamento e circulação.
Palavras-chave: Gestão de dados; e-Science; Colaboração Científica; Pesquisa Bibliométrica.
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uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Abstract
Investigates scientific research on Data Management in journals integrated in the Reference Database of
Journal Articles in Information Science (BRAPCI). The investigation has a theoretical-descriptive character
and used the bibliometric method, a quantitative technique that aims to verify the indicators of scientific
production. Among the main results are: a) Progressive increase in articles on data management, peaking
in 2020 and 2021; b) Research Data Management as an emerging theme in Information Science - CI and c)
Intensive production in co-authorship, enhancing one of the characteristics of e-Science. It is concluded
that research in Data Management is intensely linked to e-Science practices, of frequent collaborative
writing, but its sharing depends on the management of repositories and/or data management platforms, and
that this administration is part of a universe larger technical/technological complex, which may interfere
with its sharing and circulation.
Keywords: Data management; e-Science; Scientific Collaboration; Bibliometric Research.
1 Introdução
No contexto científico contemporâneo, a geração intensiva de dados configura-se como um
importante elemento para a evolução da ciência, desde o processo de coleta até o reuso dos dados
de pesquisa, bem como o compartilhamento. Os avanços das Tecnologias Digitais da Informação
e Comunicação (TDIC) propiciaram esse novo contexto de pesquisa científica ao mesmo tempo
em que impuseram desafios e dificuldades no que se refere à organização e curadoria dos grandes
volumes de dados, característicos da era do Big Data (Chen et al., 2014). Nesta direção, o
fenômeno do Big Data reposiciona, portanto, as práticas de pesquisas científicas na
contemporaneidade, com impactos nas esferas culturais, políticos, sociais, econômicos e
científicos, revelando um conceito, e ao mesmo tempo, uma prática inserida em uma perspectiva
de ser um continuum, isto é, fenômeno que está sempre em movimento e intensidade, atingindo
várias áreas de conhecimento de modo constante (Rodrigues, Nóbrega, Dias, 2017). Para os
autores, dentro da Ciência da Informação (CI), esse conceito é resultado da explosão informacional
ocorrida na década de 1940 que não somente evidenciam o poderio das TDIC frente à nova
conjectura, como também, reconfigurou seus procedimentos sócio-técnicos, revelando-se um
campo apresentando complexidade e desafios em lidar com os grandes volumes de dados e nos
modos em como transformar esses dados em valor científico e de conhecimento.
Deste modo, esses dados estão adquirindo características de ubiquidade e pervasividade,
no entanto o modo de compreensão e interpretação vai depender do olhar do pesquisador, tendo
em vista que os dados existem em determinado contexto e podem assumir os mais variados
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significados (Borgman, 2015). Os caminhos desbravadores do fazer científico ganharam novos
contornos e dinamicidade, quando consideramos a e-Science (Gray, 2009) apontada como o quarto
paradigma da ciência e pode ser compreendida como a ciber-infraestrutura que propicia aos
pesquisadores ao amplo acesso a coleções de dados, instrumentos científicos e demais ferramentas
computacionais digitais ao conhecimento aberto, com possibilidades de manipulação, extração,
acessos, usos e reuso dos dados dentro de novas aplicações no campo científico com caráter
colaborativo.
As discussões brasileiras e as produções acadêmicas sobre essa temática na área da Ciência
da Informação ainda são recentes, sendo registrado, na Brapci, os primeiros artigos sobre Ciência
Aberta em 30 de março de 2014, totalizando um número de 11 trabalhos indexados nessa base de
dados (Silveira et al, 2021). Embora as produções e eventos acadêmicos se direcionam a escrutinar
a temática, ainda não há uma política a nível nacional que estabeleça as políticas mandatórias da
Ciência Aberta (Clinio et al, 2018). Ainda assim, é possível apontar algumas iniciativas nesta
direção, a exemplo da Fapesp que exige o plano de gestão de dados em seus editais e a Fiocruz,
que determina a sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento
(1)
direcionada para as
dissertações, teses e artigos desde 2014. Neste mesmo ano, foi lançado o Programa Horizon
2020
(2)
,
financiado pela União Europeia e que tinha por objetivo incentivar e subsidiar a adoção
de políticas de abertura e gestão de dados em países europeus. A partir dessa data, foram muitas
iniciativas que culminaram na relevância da abertura de dados para a ciência contemporânea, cuja
limitação de espaço não permite a menção a todos. Recentemente, durante a 40ª edição da
Conferência Geral da Unesco, em 2021, foi estabelecido a produção de um documento
(Recommendation on Open Science
(3)
), a nível internacional que institucionaliza as normas e
diretrizes para a Ciência Aberta, em um julgamento comum que abarcou 193 Estados membros,
que estabelece as diretrizes rumo à promoção da Ciência Aberta mundialmente (Unesco, 2021).
Ainda nessa perspectiva, cabe ressaltar a taxonomia
(4)
feita por Pontika et al (2015), produzido em
parceria com o programa europeu Facilitate Open Science Training for European Research
(Foster)
(5)
, na qual visava o estabelecimento de uma estrutura organizativa, bem como fornecer
uma classificação relativa às práticas da Ciência Aberta. Um outro objetivo apontado pelos autores
via além de uma classificação do campo temático, mas também obter o aproveitamento da sua
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capacidade de organização e sistematização que auxiliem os pesquisadores e gestores nas
pesquisas científicas.
Neste sentido, torna-se essencial a prática de gestão de dados de pesquisa que esteja
ancorada nesse ambiente permeado de dados complexos, alta velocidade e dinamismo,
considerando que a ciência contemporânea - em sua maioria - é fundamentada e orientada por
dados digitais de pesquisa no que se refere ao processamento de coleta, filtragem, modelagem,
edição, publicação, compartilhamento, uso e reuso, entre outros atributos. No entanto, não é
possível exaurir a pesquisa na descrição de todos os modelos e diretrizes de gestão de dados em
promoção da Ciência Aberta, mas podemos apontar dois modelos mais recorrentes na área
acadêmica: a) Guia de Gestão de Dados de Pesquisa para Bibliotecários e Pesquisadores, dos
pesquisadores Luis Fernando Sayão e Luana Sales (2015) e b) Plano De Gestão de Dados de
Pesquisa - PGD: Guia de Elaboração, de Viviane Veiga et al (2022). Ambas as produções, em
conformidade com as perspectivas da Ciência Aberta, mostram os caminhos que podem ser
utilizados para o melhor gerenciamento dos dados de pesquisa, bem como auxiliar na elaboração
dos documentos organizativos para este fim.
Assim, a presente investigação analisa o processo evolutivo das pesquisas em Gestão de
Dados, tendo como parâmetro a Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência
da Informação (Brapci)
(6)
no período entre os anos de 2010 a 2022. A seleção pela referida base
de dados ocorre pelo fato de compartilhar o conhecimento científico via redes digitais, se
constituindo como um dos repositórios de produção científica brasileira com mais completude na
área da Ciência da Informação (CI) (Bufrem, Freitas, Júnior, 2010) e, portanto, adequada para essa
investigação. A escolha por trabalhar com esse tema envolve a consolidação da base de dados
como um espaço acadêmico com produções nacionais focadas em Ciência da Informação (CI),
dispondo de amplo reconhecimento na comunidade científica da área. Assim sendo, realizar um
levantamento da produção científica em gestão de dados aponta para novos horizontes de pesquisas
nesse contexto, além de apresentar as interlocuções da CI, bem como tendências de diferentes
perspectivas neste assunto.
Para tanto, o trabalho está organizado em três partes: na primeira há uma discussão sobre
a gestão de dados no contexto da e-Science, demais características e benefícios; a segunda parte
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detalha os procedimentos metodológicos explorados; e a última apresenta e discute os resultados,
fornecendo um diagnóstico sobre o processo evolutivo das pesquisas e demais desdobramentos.
2 Gestão de Dados no contexto da e-Science
Embora a característica primordial da ciência contemporânea esteja fundamentada no
compartilhamento de dados, não se trata de uma prática tão recente (Machado, 2015). Na década
de 1990, quando a internet começava a sua expansão via fibra ótica, os bancos de dados iniciaram
o processo de disseminação das produções científicas daquela época, sobretudo, a publicização
dos artigos científicos de acesso aberto, tendo surgido, em 1991, o primeiro repositório de dados
com textos das áreas da Ciência da Computação, Matemática, Biologia, Estatística, Engenharia
Elétrica, Economia e Física, o ArXiv
(7)
, criado por Paul Ginsparg, um físico americano, e hoje é
gerenciado pela Universidade Cornell Tech
(8)
, situada em Ithaca, Nova York (Machado, 2015).
Depois dessa iniciativa pioneira, vários outros repositórios para a divulgação e compartilhamento
dos resultados das investigações foram criados ao redor do mundo. No Brasil, destaca-se a
construção dos Bancos de Teses e Dissertações juntos às Universidades e o da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
No contexto das pesquisas científicas atuais, a ciência moderna vivencia o quarto
paradigma da ciência ou e-Science, podendo ser entendido de forma ampla pelo "conjunto de
ferramentas tecnológicas para a coleta e análise de dados de pesquisa e possibilita que novos
enfoques, aplicações e inovações sejam oferecidos pela ciência atual" (Sayão; Sales, 2014, p. 78).
Essas tecnologias digitais se configuram como os principais dispositivos de armazenamento e de
disseminação dos dados, e essa característica vem alterando o modus operandi de fazer ciência no
mundo e alterando o modo como os dados são coletados, disseminados, gerenciados,
compartilhados, usados e reutilizados, cujos fatores podem remodelar as produções científicas
como um todo movido pelo dinamismo da ciência. No entanto, esse contexto conduz a uma arena
de questionamentos e tensionamentos que suscita reflexões pertinentes, sobretudo, nos modos em
como esses dados estão sendo explorados e quais seus usos. Para Borgman (2015, kindle location,
607), a questão dos dados está se tornando ubíquo, pervasivo na sociedade contemporânea, mas
seu entendimento depende do contexto na qual os dados estão inseridos e do olhar do pesquisador.
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"Os dados não são objetos puros ou naturais com essência própria. Eles existem em um contexto,
adquirindo significado a partir desse contexto e formando a perspectiva de quem vê"
(9)
.
Nesse processo de geração de conhecimento sob uso intensivo das tecnologias digitais, a
e-Science está submergida numa atmosfera multifacetada de tensões. Por um lado, é no uso
integrativo e intensivo de dados, bem como sua disseminação que as práticas da ciência se
sobressaem. Por outro, os desafios de refinar, filtrar, editar os dados pode requerer/exigir maior
competências técnicas/tecnológicas para lidar com grandes volumes de dados de acesso aberto.
Nesta perspectiva, as principais transformações da tríade ciência, tecnologia e sociedade
estão calcadas sob à égide de imposição de novas dinâmicas de produção e compartilhamento do
conhecimento científico orquestradas pela ciência aberta. Mas não somente isso: é preciso refletir
as funções que esses processos desempenham na instância social e quais vetores de inovação são
induzidos por essa atmosfera de reprodutibilidade dos dados de pesquisa de amplo acesso social
frente às grandes bases de dados inserido numa diversidade de áreas do conhecimento. Para isso,
com base em Sales e Sayão (2022), os benefícios de uma boa gestão de dados são relevantes porque:
Confere maior visibilidade das pesquisas científicas;
Promove economia de tempo ao pesquisar;
Proporciona a validação dos dados de pesquisa;
Legitima os resultados e confere credibilidade dos mesmos;
Facilita a consulta nas bases de dados.
As instituições acadêmicas, pesquisadores e agência de fomento entendem a dinâmica
da movimentação e circulação destes dados que, se devidamente organizados e disponibilizados,
podem contribuir para que a maximização do potencial desses dados abertos se realize na ciência,
além do enriquecimento da difusão e ampliação das oportunidades de usos e recursos da
informação. Assim, Dias, Anjos e Araújo (2019) alertam para o fato de que a disseminação dos
dados em determinados repositórios de pesquisa deve estar vinculada ao regimento de curadoria
por parte da instituição ou mesmo de grupo de pesquisa. Assim, conforme os autores, pode-se
configurar com uma das etapas para uma gestão de dados adequada. Além disso, os pesquisadores
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podem estabelecer diretrizes para a gestão destes dados através de um Plano de Gestão de Dados
(PGD), onde o pesquisador pode estabelecer as normativas de usos, disponibilização,
compartilhamentos e modos de manipular os dados disponibilizados.
3 Procedimentos Metodológicos
A investigação tem caráter teórico-descritivo e de pesquisa aplicada. Para tanto, utilizou-
se o método bibliométrico, que consiste em uma técnica quantitativa que visa verificar os índices
de produção e disseminação do conhecimento científico, "especialmente em sistemas de
informação e de comunicação científicos e tecnológicos, e de produtividade, necessários ao
planejamento, avaliação e gestão da ciência e da tecnologia, de uma determinada comunidade
científica ou país" (Guedes; Borschiver, 2005, p.15), e vem se fortalecendo enquanto ferramenta
de estudo inserido em um contexto de inquietações mais robustas de leituras e interpretações da
realidade científica (Araújo, 2006). Para Quevedo-Silva et al. (2015), esse método propõe facilitar
as investigações em que os resultados da pesquisa podem auxiliar os pesquisadores diante de novas
temáticas no campo científico.
Lima (1986) pontua que os avanços científico e tecnológico fortaleceram a utilização dos
métodos matemáticos no tocante ao uso intensivo dos computadores, fatores que contribuíram para
uma importante etapa evolutiva na história da Ciência, sobretudo, nas Ciências Sociais em que a
atividade de quantificar dados caminhava a passos lentos. Ainda segundo a autora, "o
desenvolvimento científico e tecnológico intensificou o uso de métodos matemáticos, em
processos acelerados pelo uso do computador e se constituindo em importante desenvolvimento
na história da ciência, inclusive nas ciências sociais onde a quantificação era extremamente lenta"
(Lima, 1986, p.128).
Para tanto, selecionamos a Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência
da Informação (Brapci)
(10)
por ser um repositório de produção científica focado na área da CI no
Brasil e um dos maiores representantes da área, tendo iniciado seu percurso no ano de 2000. A sua
missão é auxiliar estudos na área da CI revelando as especificidades da produção científica e, desde
o ano de 2016, está hospedada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 2024,
a mesma modificou sua nomenclatura para o nome Base de Dados em Ciência da Informação em
8
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publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
vez de Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci),
considerando o fato de disponibilizar conteúdos acadêmicos de forma completa em formato (PDF)
das produções que estão indexadas, configurando-se também como a "memória da área da
Ciência da Informação Brasileira por disponibilizar mais de 15 revistas que não mais estão
disponíveis na web, removendo a palavra referenciais" (Brapci, 2024, online). Ao mesmo tempo,
nesta nova iniciativa, foi indexada à base de dados do Benacib
(11)
, base de dados do Enancib, que
estão integrados os eventos acadêmicos, ISKO Brasil (Internacional Society for Knowledge
Organization
(12)
) e EBBC (Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria)
(13)
, além de
integrar livros em acesso aberto da área da Ciência da Informação.
Por se tratar de uma pesquisa predominantemente quantitativa, nosso protocolo de pesquisa
(Figura 1) foi baseado no que Quevedo-Silva el al. (2015) propuseram com o objetivo de demarcar
os procedimentos de análise bem delineados com o intuito de amenizar possíveis distorções nas
etapas estabelecidas e interpretação dos dados bibliométricos. Neste sentido, o objetivo dessa
pesquisa é realizar um panorama das pesquisas científicas no período de 2010 a 2022. Na primeira
etapa, definição da palavra-chave, utilizamos o termo de busca em português "gestão de dados"
nos títulos dos periódicos, sem nenhum filtro no que se refere à data de publicação, apenas
demarcando o período proposto, etapa que se coaduna com a segunda na busca de termos, que
veremos mais adiante a variação que foi encontrada.
Figura 1 - Protocolo da Pesquisa
Fonte: Os autores, adaptado de Quevedo-Silva el al. (2015)
9
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uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Na etapa exportação dos dados, utilizamos como suporte tecnológico para a tabulação dos
dados bibliométricos, o aplicativo de planilhas em tempo real online Google Sheets
(14)
, em que é
possível exportar dados, criar fórmulas para manipulação dos dados, calcular números de modo
automatizado. Para a criação das visualizações de dados (tabelas, gráficos e outros), além de
explorarmos a planilha online do Google, foi utilizado a ferramenta online DataWrapper
(15)
, que
é específica para esta finalidade. Como forma analítica e de interpretação dos resultados, optamos
por utilizar a análise descritiva dos dados para nossa pesquisa, o que contempla mais o escopo da
nossa investigação.
4 Resultados e Análise dos Dados
Ao todo, a pesquisa contabilizou 114 publicações na Brapci (Figura 2), sendo que destas,
9 foram duplicadas, correspondendo a 7,9%, e 4 foram rejeitadas por não ter o foco em gestão de
dados, correspondendo a 3,5%. No total, 101 artigos foram considerados aptos para a análise,
totalizando 88,6% da amostra. Como critérios de inclusão para a seleção dos artigos em periódicos
da área, levou-se em conta: a) artigos em periódicos entre os anos de 2010 a 2022; b) Artigos em
open access; c) Artigos que tivessem relação ao tema da pesquisa. Como critérios de exclusão,
levou-se em conta: a) Publicações que não estavam em formato de artigo; b) As que estavam fora
do período do tempo proposto 2010 a 2022; c) Publicações que estavam em outro idioma
(16)
;
d) Publicações em Congressos ou Anais de eventos. Desta maneira, foi possível refinar os artigos
que foram submetidos à análise.
10
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uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Figura 2 - Distribuição dos dados coletados
Fonte: Dados de Pesquisa
Essa primeira etapa sintetiza o cômputo geral das publicações selecionadas, nas quais
foram adotados os procedimentos de inclusão e exclusão delimitados para que os resultados
tivessem um maior refinamento dos dados apresentados e estivessem alinhados ao objetivo da
pesquisa. Deste modo, os anos de 2010, que corresponde ao início do período analisado, e 2011,
não foram achados registros de artigos científico e essa produção seguiu a passos lentos nos anos
seguintes, como mostra o Gráfico 1. Ao observar o movimento das publicações, constatamos que
o início das discussões e pesquisas acadêmicas sobre gestão de dados começam a dar seus
primeiros passos de modo compartilhado a partir dos anos de 2012 (4,0%) e 2013 (5,9%), período
em que os debates de efervescência sobre Big Data começam a ficar mais cada vez mais pujantes
dentro da CI, uma vez que, nas pesquisas referentes à informação e tecnologia, a Ciência da
Informação se revela como uma área adequada ao propiciar informações relevantes para a
sociedade envolvidas com a Ciência e Tecnologia (Saracevic, 1996). Além disso, a partir dos anos
2000 houve a explosão do termo com a migração para todos os campos do conhecimento (Mayer
Schönberger; Cukier, 2013), o que aumentou o grau intensivo dos dados criados e compartilhados,
abrindo caminhos para projetos de digitalização massificada (De Mauro; Greco; Grimaldi, 2012).
Em 2017, nota-se um aumento dos periódicos analisados totalizando 10,9%, tendo os anos de 2019
(15,8%) e 2020 (16,8%) como os anos mais expressivos das publicações, o que leva a reflexão de
11
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publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
aumento vertiginoso sobre a temática, sobretudo, com o pico maior em 2020 no ano devido à
pandemia e aos processos de lockdown, com um número relativamente grande de instituições que
aderiu ao trabalho remoto, reestruturando suas atividades para a virtualidade. Em 2012, as
pesquisas tiveram aumento com 12,9% e em 2022, com 10,9% do total em comparação aos anos
antes da pandemia, o que mostra uma regularidade das pesquisas científicas com essa temática.
Gráfico 1 - Quantitativo dos dados bibliométricos encontrados estratificado por ano
Fonte: Dados de Pesquisa
No campo de busca de termos, identificamos algumas variações nos tulos dos artigos
analisados, bem como repetições e algumas duplicações, embora nosso termo-chave fosse "gestão
de dados". Neste universo, a grande maioria dos artigos não apresentava palavras-chave, e os
resumos, muitas vezes, não deixavam visíveis os objetivos dos escopos das pesquisas. Deste modo,
refinamos para que o termo em questão ficasse restrito apenas pela titulação nos periódicos na
estratificação conduzida. Nesta direção, constatamos uma variedade dos termos de buscas que está
descrita na tabela 1.
12
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publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Tabela 1 - Variações nas buscas do termo selecionado
Fonte: Dados de Pesquisa
Foram considerados nas titulações, termos genéricos, mas que mantinham vinculação ao
termo geral Gestão de Dados. O Termo "Gestão de Dados de Pesquisa" ocupou o topo do ranking
com 37,6% do total coletado. Percebe-se haver um aumento do interesse dos pesquisadores em
investigar mais detidamente a gestão de dados, bem como agências de fomento, profissionais da
informação e instituições de pesquisa, sob vários ângulos de abordagens, métodos e metodologias
diversificadas. As demais terminologias "Gestão de Dados" aparece em 12% do total, seguidos de
"Gestão de dados científicos" (9,9%), "Gerenciamento de Dados" (9,9%), "Plano de Gestão de
Dados" (8,9%), "Gestão de dados FAIR" (7,9%), "Gestão de Dados abertos" (7,9%) e "Gestão de
Dados de investigação", com 5% do total.
Os resultados se alinham ao que, no contexto científico vislumbra o uso intenso, geração e
compartilhamento de dados e a necessidade de utilização de novas metodologias e estratégias
tecnológicas para extrair valor, tendo em vista que em nível mundial, o gerenciamento de dados
de pesquisa vem se configurando como uma atividade primordial vinculada aos centros de
pesquisa (Tang; Hu, 2019). Como reforçam Sales e Sayão (2022, p. 1), diversos centros de
pesquisas, em níveis diferenciados, estão juntando esforços rumo a novas conceituações sobre a
gestão de dados, "reconsiderando ou ampliando as suas estratégias de tratamento dos dados,
13
RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
implementando plataformas de gestão e curadoria, adquirindo ferramentas de análises e
visualização, e desenvolvendo programas de capacitação para as suas equipes". Como parte da
análise, estratificou-se também os periódicos nos quais os pesquisadores compartilharam suas
pesquisas, conforme distribuição dos dados organizados na Tabela 2.
Tabela 2 - Periódicos com mais publicações de acordo com a análise
Fonte: Dados de Pesquisa
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uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
As Revistas Liinc em Revista
(17)
, organizada pelo Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (Ibict), vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação,
em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a Cadernos BAD, de Portugal,
possui a maioria das publicações analisadas, 16 artigos, representando 7,9 % cada. Em seguida,
com 6 (seis) artigos publicados, totalizando 5,9% está a Revista Ciência da Informação, também
editada pelo Ibict, e Encontros Bibli, revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da
informação vinculada ao Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), totalizando 5 (cinco) artigos da amostra, isto é, 5,0%. Os quatro
periódicos analisados concentram a maior parte das publicações no interstício analisado e se
mostram abertos à discussão sobre gestão de dados de modo que a transversalidade desse tema se
sobressaia. As demais revistas tiveram seus substratos e porcentagem a partir de 4.
Tendo sua primeira publicação em março de 2005, a Liinc se atém às questões emergentes
científicas e suas novas implicações sociais, tecnológicas, culturais e econômicas, ao mesmo
tempo em que observa as transformações de uma ciência dinâmica, mutável e fluida (Albagli,
2021). É um dos poucos periódicos em que sugere a publicação dos dados ou códigos que
auxiliaram as pesquisas publicadas na revista, e também que esses dados de pesquisa estejam
vinculados aos Princípios FAIR
(18)
, bem como o depósito em repositórios de pesquisa tais como
Zenodo
(19)
, GitHub
(20)
e Bitbucket
(21)
. Essa prática está alinhada às diretrizes da Ciência Aberta
que assinala que se trata de "um movimento que incentiva a transparência da pesquisa científica
desde a concepção da investigação até o uso de softwares abertos. Também promove
esclarecimento na elaboração de metodologias e gestão de dados científicos" (Silveira; Silva, 2019,
p. 2).
Como resultado, também foram analisados os periódicos estratificados no sistema Qualis
Periódicos (Gráfico 2). Do total analisado, 18,81% das pesquisas em gestão de dados estão
publicadas em revistas com Qualis A2, seguidos do estrato B1 (com 17 artigos), totalizando
16,83%, e dos estratos A3, A4 e B2 com 16 artigos publicados, correspondendo a 15,84% do total
analisado. Estes números corroboram com o interesse dos pesquisadores em publicar suas
pesquisas nos periódicos mais bem posicionados e avaliados pelos pesquisadores em Ciência da
Informação e determinado pelo Sistema de Qualis Periódicos integrado à Coordenação de
15
RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
(22)
. As revistas em estrato A1 obtiveram
3,96% do total, em que o baixo número aqui demonstra que quanto maior é o estrato da revista,
maior é o funil para a seleção e publicação dos artigos nestes periódicos, elevando o grau de
critérios das pesquisas. E por fim, B3 obteve 12,87 % da amostra geral.
Gráfico 2 - Distribuição do quantitativo dos artigos nos periódicos
Fonte: Dados de Pesquisa
Para estratificar os autores mais citados dos periódicos selecionados, optou-se pela
contabilização da quantidade de artigos veiculados na Brapci, com autoria única ou com co
autorias, envolvendo dois ou mais pesquisadores em uma mesma pesquisa com o objetivo de
apreender melhor a trajetória dos pesquisadores em Gestão de Dados e quais as abordagens e
discussões que estão sendo empreendidas (Tabela 3).
Ao todo, foram 12 autores que apareceram com maior frequência no período analisado,
com um total de 67,3% dos trabalhos veiculados. Para o refino dos dados bibliométricos na tabela,
os artigos com autoria única não foram identificados, mas estão todos computados na categoria
"outros", correspondendo a 32,7% do total.
16
RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Tabela 3 - Quantitativo dos autores com maior número de artigos
Obs: (*) Outros: correspondem ao total de autores que produziram um artigo, ou seja, os de frequências (n=1)
Fonte: Dados de Pesquisa
Os dois primeiros autores com maior número de artigos publicados sobre Gestão de Dados
são, respectivamente, os pesquisadores Luana Sales e Luis Fernando Sayão. A Luana Sales
desponta na dianteira da listagem com 26,2% (17 artigos) das pesquisas em Gestão de Dados
analisados no referido período. A mesma mantém uma bolsa de Produtividade em Pesquisa do
CNPq, nível 2, e atua como Analista em C&T do MCTI/IBICT e como docente do Programa
de Pós-graduação em Ciência da Informação do convênio IBICT-UFRJ, além de ser coordenadora-
Geral da Rede de Implementação do GO FAIR Brasil. Foi vencedora do melhor trabalho do GT-8
(Informação e Tecnologia) do Enancib e é autora de uma diversidade de livros e artigos sobre
Dados de Pesquisa, tendo elaborado, em 2015, junto com o pesquisador Luís Fernando Sayão, o
Guia de Dados de Pesquisa para Bibliotecários e Pesquisadores. Seus interesses de pesquisas
perpassam os temas de Dados de pesquisa, Gestão de dados, Curadoria, vocabulários controlados,
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RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
e-Science, tesauros, Sistemas de Organização do Conhecimento, taxonomias e ontologias, dentre
outros.
Em segundo lugar da listagem, o pesquisador Luis Fernando Sayão, com 18,5% (12 artigos).
Ele é vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, Centro de Informações Nucleares, ao
Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da UNIRIO - PPGB e ao Programa de Pós-
Graduação em Memória e Acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa e tem sua produção científica
voltada aos estudos dos dados de pesquisa, curadoria, e-Science e gestão de dados, sobretudo
realizando muitas investigações em parceria com Luana Sales. Também é bolsista de
Produtividade em Pesquisa do CNPq, nível 2, e representante da área nuclear no GO FAIR BRASIL.
Em terceiro lugar, aparecem os pesquisadores empatados em números de artigos: Ricardo Sant’ana,
Guilherme Ataíde Dia, Silvana Vidotti, Patrícia Henning e Viviane Veiga com alta produção em
pesquisas sobre dados, big data e temas transversais, tendo computado 7,7% do total. Nesta
listagem, todos os pesquisadores - com exceção da pesquisadora Gabriela Monteiro - pertencem a
Programas de Pós-Graduação e são bolsistas de Produtividade do CNPq, Nível 2, fato este em que
há o predomínio de muitas produções científicas.
A tabela também aponta a questão das autorias individuais e coletivas na produção
científica. O que se evidenciou foi a predominância das autorias coletivas, com dois ou mais
autores em uma publicação. A exceção ficou por conta da pesquisadora Gabriela Monteiro,
mestre em Gestão de Unidades da Informação pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão da
Informação - PPGInfo da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, que teve um artigo
em autoria individual. A hegemonia das produções em coautoria revela uma outra faceta da e-
Science, que é a colaboração científica que vem aumentando a continuidade e relevância, se
mostrando eficiente na resolução de temáticas complexas. A Ciência Aberta é compreendida como
"a interação que ocorre dentro de um contexto social entre dois ou mais cientistas que facilita o
compartilhamento de significado e conclusão de tarefas com relação a um objetivo compartilhado
e superordenado" (Sonnewald, 2007, p.645, tradução nossa)
(23)
. Para a autora, com o cenário
estimulado pelas TDIC, a colaboração científica é uma via direta para os pesquisadores que não
podem estar geograficamente reunidos e que esta prática inclui "elementos como revisão por pares,
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RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
sistemas de recompensa, paradigmas científicos e políticas científicas, bem como normas
disciplinares e universitárias" (Sonnewald, 2007, p.645, tradução nossa)
(24)
.
Ainda nesta etapa de Análise Descritiva, os resultados permitiram também refletir sobre o
estado da arte das pesquisas sobre gestão de dados, bem como proporcionar uma reflexão sobre
seus aspectos mais recorrentes e impactos na produção científica. O objetivo dessa etapa da
pesquisa é "apresentar tendências de pesquisa no tema e proposições teóricas a partir da integração
das teorias que suportam o desenvolvimento de cada tema" (Quevedo-Silva el al, 2015). Desta
forma e explorando essa etapa dos estudos bibliométricos, definimos quatro dimensões das
pesquisas em gestão de dados (Figura 3), a saber
Dimensão da Colaboração Científica: Nesta dimensão, uma grande recorrência de
intercâmbio entre os pesquisadores através dos dados de pesquisa, bem como uma
potencialização de compartilhamento, e consequentemente, divulgação das pesquisas
científicas;
Dimensão Geração de Dados Primários: Embora dados primários existam no fazer
científico, no contexto da e-Science esse procedimento foi intensificado facilitados
pelas ferramentas digitais e em vários formatos;
Dimensão de Coautoria: A pesquisa revelou a veemência das pesquisas em gestão de
dados serem realizadas em coautorias entre os pesquisadores na CI, o que reforça uma
das prerrogativas da e-Science de ser uma produção aberta e colaborativa, ou seja, não
há isolamento entre os pesquisadores;
Dimensão de Novas Metodologias: Na ciência contemporânea, marcada pela geração
intensiva de dados, uma necessidade de adoção de novas metodologias para lidar
com dados de pesquisa, bem como compartilhar, divulgar e reutilizar, e,
consequentemente, se materializam também pelo uso de métodos e ferramentas
cruzadas com a perspectiva de alinhar uma estratégia para gestão de dados.
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RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Figura 3 - Dimensões sobre Pesquisa em Gestão de Dados na Ciência da Informação
Fonte: Dados de Pesquisa
Nessa diversidade de dimensões, a gestão de dados não pode ser vista como um
procedimento que finaliza a investigação na medida em que os dados, por exemplo, são
depositados no repositório. Contudo, essa prática deve-se levar em conta que se trata de um
processo contínuo em que o (a) pesquisador (a) deve ser o (a) curador (a) dos seus dados de
pesquisa durante todo o seu Ciclo de Vida. Nesta direção, refletir sobre esses aspectos relevantes
possibilitam a interligação de formas de saber e demais práticas científicas que estejam alinhadas
ao fazer científico na contemporaneidade, e que desafios como ter manejo de lidar com volumes
de dados, saber utilizar as ferramentas disponíveis, saber gerenciar os dados em um repositório,
dentre outros, sinaliza a complexidade de um ambiente cujo uso intensivo dos dados nos coloca
numa perspectiva de busca de novos métodos e metodologias que otimizem e operacionalizam da
melhor forma.
Ao traçar tais dimensões, é preciso compreender que estas não se mostram totalizantes
dentro de um universo com infinitas possibilidades de pesquisas, porém, podem sinalizar algum
tipo de horizonte que conduza uma reflexão sobre as pesquisas em gestão de dados no contexto da
e-Science, revelando novos desdobramentos e ressonância na comunidade científica, bem com
novas fronteiras de desafios para sua operacionalidade.
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RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
5 Conclusões
A presente investigação, que culminou neste levantamento das pesquisas em Gestão de
Dados em nível nacional, possibilitou a realização de um mapeamento teórico e empírico sobre a
temática em questão sustentada pelos estudos bibliométricos. Enfatizamos a contribuição da
pesquisa para a área da CI como um aspecto inovador, tendo em vista que pesquisas com esse
ângulo de abordagem ainda são tímidas por parte dos pesquisadores vinculados à área da Ciência
da Informação no Brasil. Os resultados obtidos revelam a intensidade das pesquisas em coautorias,
fato que demonstra o potencial das características da e-Science que versa sobre a colaboração
científica e expandiram os limites da colaboração com o uso intensivo das TDIC,
compartilhamento dos dados e seu amplo acesso, como também a intensificação de pesquisas
dissertando sobre gestão de gados de pesquisa (37,6%). Nesta direção, pode-se colocar em um
patamar discursivo a condição emergente da temática inserida na Ciência da Informação, bem
como a procura em dissertar sobre gestão de dados em grupos de pesquisadores mais produtivos e
principais revistas científicas circulantes.
Neste sentido, ao mesmo tempo em que a investigação apresentada explicita o panorama
das pesquisas em gestão de dados de pesquisa na CI, abordando distintas variáveis, reforça também
as diretrizes das práticas da e-Science como agentes norteadores na promoção de uma ciência
pautada nos aspectos do Open Access, Big Data, intensivo compartilhamento, uso, reuso e
curadoria dos dados de pesquisa. O estudo apresentado mostra a limitação em não introduzir uma
outra base de dados para a realização de um contraponto das produções em gestão de dados, o que
amplificou ainda mais o escopo da investigação proposta resultando em dados quantitativos com
mais robustez. Esse fator poderia ser o desencadeador de outras perspectivas científicas ao realizar
um estudo comparativo, sobretudo, com casos nacionais e internacionais, e fornecer uma visão
amplificada de como vem sendo esse gerenciamento em duas práticas distintas, e a partir desses
resultados, ofertar uma visão holística dessa prática acadêmica.
Em linhas gerais, conclui-se que as pesquisas em gestão de dados estão intensamente
vinculadas ao âmbito da Ciência Aberta e de frequente escrita colaborativa, conforme apontam os
resultados encontrados, mas seus compartilhamentos e circulações dependem do gerenciamento
adequado dos repositórios, e que essa administração é parte de um universo complexo maior de
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RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
ordem técnica/tecnológica, podendo interferir em seu compartilhamento e circulação. Como
pesquisas futuras, sugerimos a realização de um estudo mais aprofundado sobre o tema levando
em consideração os aspectos de propriedade intelectual, questões éticas, curadoria e segurança dos
dados, essencialmente quando se trata de um universo em mutação, em um continuum fazer
científico e em intercalação com outra base de dados da área, a exemplo da Scielo, como modo de
estabelecer um estudo comparativo entre as duas bases de dados sobre a temática estudada.
Notas
(1) https://portal.fiocruz.br/documento/politica-de-acesso-aberto-ao-conhecimento-da-fiocruz
(2) https://research-and-innovation.ec.europa.eu/funding/funding-opportunities/funding-programmes-and-open-
calls/horizon-2020_en?prefLang=pt
(3) Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000379949.locale=en. Acesso em: 27 mai 2024
(4) Disponível em: http://oro.open.ac.uk/44719/. Acesso em: 27 mai 2024
(5) Disponível em: https://www.fosteropenscience.eu/. Acesso em: 27 mai 2024
(6) Disponível em: https://www.brapci.inf.br/. Acesso em: 20 dez de 2023.
(7) Disponível em: https://arxiv.org/. Acesso em: 21 jan. 2023.
(8) Disponível em: https://www.tech.cornell.edu/. Acesso em: 21 jan. 2023.
(9) No original: “Data are not pure or natural objects with an essence of their own. They exist in a context, taking
on meaning from that context and form the perspective of the beholder” (Kindle location, 607).
(10) Disponível em: https://www.brapci.inf.br/. Acesso em: 12 jan. 2024
(11) Disponível em: https://cip.brapci.inf.br/benancib. Acesso em: 5 jan. 2024
(12) Disponível em: https://isko.org.br/isko-internacional/. Acesso em: 5 jan. 2024
(13) Disponível em: https://ebbc.inf.br/ebbc9/. Acesso em: 5 jan. 2024
(14) Disponível em: https://www.google.com/sheets/about/. Acesso em: 12 jan. 2023.
(15) Disponível em: https://www.datawrapper.de/. Acesso em: 12 jan. 2023.
(16) Embora seja uma Base de Dados nacional focada na área da Ciência da Informação, na nossa pesquisa
apareceram produções em outros idiomas, como o espanhol, por exemplo. No entanto, recortamos o corpus
para somente produções nacionais.
(17) https://revista.ibict.br/liinc/
(18) Para mais informações: https://www.go-fair.org/fair-principles/
(19) Disponível em: https://zenodo.org/. Acesso em: 23 jan. 2023
(20) Disponível em: https://github.com/. Acesso em: 23 jan. 2023
(21) Disponível em: https://bitbucket.org/. Acesso em: 23 jan. 2023
(22) Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br. Acesso em: 24 jan. 2023
(23) No original: "Scientific collaboration can be defined as interaction taking place within a social context among
two or more scientists that facilitates the sharing of meaning and completion of tasks with respect to a mutually
shared, superordinate goal".
(24) No original: "elements such as peer review, reward systems, scientific paradigms and science policies, as well
as disciplinary and university norms".
22
RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. Pesquisas sobre Gestão de Dados em Ciência da Informação:
uma análise bibliométrica da Brapci. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 18,
publicação contínua, 2024, e024021. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024021.
Agradecimentos
À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ/PB), Termo n
o
1969/2022, referente
a pesquisa de Pós-Doutorado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
na Universidade Federal da Paraíba (PPGC/UFPB).
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Copyright: © 2024 RODRIGUES, Adriana Alves; DIAS, Guilherme Ataíde. This is an open-access
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Received: 17/06/2024 Accepted: 03/07/2024