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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
Perspectivas entre Memória e Competência em
Informação
Perspectives between memory and information literacy
Mariene Kohler (1), Sara Dieny Chaves Ribeiro (2),
Margarete Farias de Moraes (3), Luiz Carlos da Silva (4)
Marta Leandro da Mata (5)
(1) Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Brasil, marienekohler2014@gmail.com,
(2) saradienychaves@gmail.com, (3) margarete.moraes@ufes.br,
(4) luizarquivologia@gmail.com, (5) marta.mata@ufes.br
Resumo
A temática da memória, assim como a informação, transcende os limites de um único campo de estudo e
tem sido abordada por múltiplos domínios do conhecimento; devido a essa característica, torna-se possível
relacioná-la com a competência em informação em vários aspectos. Este estudo objetiva verificar, por meio
da revisão de literatura, o que se tem produzido no campo da Ciência da Informação sobre a relação entre
memória e competência em informação. A pesquisa, de natureza exploratória e bibliográfica, emprega uma
abordagem qualitativa e utiliza as bases de dados Scopus e Web of Science para a revisão de literatura. A
pesquisa resultou na identificação de 18 (dezoito) artigos que tratam da temática competência em
informação e memória. Para a análise dos textos selecionados procedeu-se à categorização dos mesmos,
criando as seguintes categorias: competência em informação e memória humana, competência em
informação e memória artificial, competência em informação e memória social. De maneira geral, a análise
dos artigos revelou que há uma lacuna significativa ao se buscar pesquisas com tais temas. A maioria dos
estudos se concentraram na competência em informação e memória humana, abordando questões da
capacidade de memorização como um aspecto para a avaliação do aprendizado e de um benefício para
reduzir a carga cognitiva e o estresse no trabalho, o impacto da memória na gestão da informação e sua
relação com a competência em informação.
Palavras-Chave: Memória; Competência em Informação; Memória Social; Memória Humana; Memória
Artificial.
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
Abstract
The theme of memory, like information, transcends the limits of a single field of study and has been
addressed by multiple domains of knowledge, due to this characteristic it becomes possible to relate it to
Information Literacy in several aspects. This study aims to verify, through a literature review, what has
been produced in the field of Information Science about the relationship between memory and information
literacy. The research, of an exploratory and bibliographic nature, employs a qualitative approach and uses
the Scopus and Web of Science databases for the literature review. The research resulted in the
identification of 18 (eighteen) articles that deal with the topic of information literacy and memory. To
analyze the selected texts, they were categorized, creating the following categories: information literacy
and human memory, information literacy and artificial memory, information literacy and social memory.
In general, the analysis of the articles revealed that there is a significant gap when searching for articles
with both themes. Most studies have focused on information literacy and human memory, addressing issues
of memorization capacity as an aspect for assessing learning and a benefit to reduce cognitive load and
stress at work, the impact of memory on information management and its relationship with Information
Literacy.
Keywords: Memory; Information Literacy; Social Memory; Human Memory; Artificial Memory.
1 Introdução
De grande relevância para as áreas envolvidas no manuseio dos registros da informação, a
temática da memória, assim como a informação, transcende os limites de um único campo de
estudo e tem sido abordada por múltiplos domínios do conhecimento. Sua abordagem abrangente
e interdisciplinar destaca a natureza complexa e multifacetada desse fenômeno, ressaltando sua
importância nas mais variadas áreas de pesquisa e prática (Gondar 2005).
A Ciência da Informação (CI) é um campo de estudo interdisciplinar que está atrelado às
discussões tecnológicas, sem deixar de lado as dimensões humanas e sociais (Saracevic 1996);
abarcando, ainda, a complexa interação entre tecnologia, sociedade e memória. No âmbito dos
estudos sobre memória uma significativa interseção com a Ciência da Informação, em que se
reconhece a explícita necessidade de preservar a informação como um reflexo da memória
coletiva. Essa preservação não se restringe somente aos artefatos físicos, mas também a diversas
manifestações, desde a oralidade das narrativas culturais até os registros digitais e tecnologias de
armazenamento de dados. As instituições como bibliotecas, museus e arquivos desempenham um
papel de extrema importância na contribuição da preservação da memória coletiva e do patrimônio
intelectual, oferecendo espaços físicos e digitais para a conservação e disseminação da informação
(Monteiro e Carelli 2007).
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
Na perspectiva de Pinheiro (2005), a Ciência da Informação tem suas raízes: 1)
Bibliografia/Documentação, em que a ênfase recai sobre o registro do conhecimento, funcionando
como a preservação da memória intelectual da civilização; e 2) Recuperação da Informação, com
enfoque nas aplicações tecnológicas em sistemas de informação.
Conforme afirmado por Barros (2005), é possível definir a memória de maneira simples
como um processo que engloba aquisição, armazenamento e evocação de informações, sendo a
aquisição também referida como aprendizado, a evocação pode ser designada como recordação,
lembrança ou recuperação.
Contribuindo para o entendimento, Oliveira e Rodrigues (2010) apresentam três categorias
que caracterizam essa relação: a) a memória humana, contemplando a transmissão de informações
intangíveis (sensações, emoções) pelos processos cognitivos dos indivíduos; b) a memória
artificial que envolve o registro e armazenamento de informações no meio digital e os processos
relacionados a sua recuperação e; c) a memória social abordando aspectos da memória coletiva, as
disputas de memória entre grupos, artefatos e lugares de memória.
A tecnologia perpassa por praticamente todas as ações dos seres humanos, o que gera
várias consequências para a sociedade. No que concerne às discussões sobre memória, a
preocupação com o esquecimento, por conta disso, grupos se movimentam para disputar um
espaço nos registros de memória, muitos recorrendo à informações fora de contexto e fake news.
Diante disso, torna-se pertinente mencionar a discussão acerca da infodemia que também se
relaciona com a memória ao envolver a recuperação da informação por meio das tecnologias
emergentes. Para Melo e Santana (2022 p. 26) a infodemia refere-se ao “[...] aumento na
quantidade e variedade excessiva de informações [sem nenhuma ou] de [diferente] qualidade e
credibilidade [...]” que a partir de sua disseminação em fontes de informação dispensam o
compromisso com a verdade, substanciam “[...] a formação de opiniões e constroem
conhecimentos hipotéticos e irreais, baseados em informações falsas, descontextualizadas e
imprecisas” (Melo e Santana 2022 p. 35), que, por sua vez, podem se perpetuar na memória
desinformando a sociedade.
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
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Nesse contexto, pode-se relacionar a importância do desenvolvimento da competência em
informação (CoInfo) nos indivíduos para que cada vez mais as disputas, que são inevitáveis,
possam ocorrer de maneira democrática proporcionando o aumento pelo compromisso com a ética
e a verdade sem recorrer às práticas desinformativas. A competência em informação pode ser
definida como um conjunto composto por habilidades, atitudes, valores e conhecimentos que um
indivíduo desenvolve para utilizar de maneira consciente, criativa e benéfica os recursos e fontes
de informação disponíveis (Campello 2023; Vitorino e Piantola 2009).
De acordo com Vitorino (2020) a competência em informação abrange quatro dimensões
distintas que se unem em um único objetivo.
As características das dimensões assim se apresentam: a) dimensão técnica
meio de ação no contexto da informação; consiste nas habilidades adquiridas para
encontrar, avaliar e usar a informação de que precisamos; está ligada à ideia de
que o indivíduo competente em informação é aquele capaz de acessar com
sucesso e dominar as novas tecnologias; b) dimensão estética criatividade
sensível; capacidade de compreender, relacionar, ordenar, configurar e
ressignificar a informação; experiência interior, individual e única do sujeito ao
lidar com os conteúdos de informação e sua maneira de expressá-la e agir sobre
ela no âmbito coletivo; c) dimensão ética uso responsável da informação; visa
à realização do bem comum; relaciona-se a questões de apropriação e uso da
informação, tais como propriedade intelectual, direitos autorais e acesso à
informação; d) dimensão política exercício da cidadania; participação dos
indivíduos nas decisões e nas transformações referentes à vida social; capacidade
de ver além da superfície do discurso (Vitorino 2020 p. 51).
Para Vitorino (2020), a CoInfo se relaciona com a preservação da memória em sua
dimensão ética, fazendo com que os indivíduos adquiram a consciência da responsabilidade de
proteger e manter registros culturais, históricos e científicos para as gerações futuras; contribuindo
para as discussões sobre a preservação da memória do mundo que, por sua vez, perpassa o respeito
às identidades culturais e a preservação de informações relevantes à compreensão da história e da
sociedade. Ademais, pode-se relacionar a CoInfo com a dimensão técnica, no que concerne ao
desenvolvimento cognitivo de memorização de procedimentos e técnicas para o uso e acesso à
informações confiáveis, que auxiliam na aprendizagem e na tomada de decisões.
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
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1640.2024.v18.e024025.
Em vista dos aspectos mencionados, o objetivo central deste estudo é verificar o que se tem
produzido no campo da Ciência da Informação sobre a relação entre memória e competência em
informação, bem como os vieses abordados na literatura da área.
A importância da elaboração do presente artigo se justifica diante do cenário
contemporâneo de sobrecarga informacional e de constante evolução tecnológica; visto que a
sociedade atual enfrenta uma influência incessante de informações, demandando uma
compreensão sobre como a memória influencia na competência em informação. Ao explorar a
conexão e interação entre memória e a competência em informação e ao analisar as diferentes
dimensões dessa relação, o artigo também contribui para o entendimento de como os indivíduos
processam, retém e aplicam conhecimento em um contexto marcado pela expansão e disseminação
da informação. Além disso, também propicia o avanço das discussões interdisciplinares na Ciência
da Informação, envolvendo duas temáticas de pesquisa distintas, que poucos estudos sobre
essa relação com base na literatura da área; proporcionando uma abertura do olhar científico para
novos diálogos e debates, pois realizar a associação de campos distintos “[...] é relevante para o
desenvolvimento e a consolidação da [CI][...]” (Valentim, et al. 2014 p. 207). Contribuindo, ainda,
para os estudos que envolvem grupos sociais e disputas pela memória, pois a CoInfo é capaz de
proporcionar debates e o protagonismo dos sujeitos frente às demandas pela informação.
2 A complexidade da memória em seus múltiplos níveis
A conceituação do termo “memória” revela-se um processo complexo, pois estabelece
vínculos fundamentais com diversos domínios do conhecimento, incluindo a Neurociência,
Educação, Psicologia, História, entre outras (Silva, et.al. 2018). A memória, analisada sob uma
perspectiva evolutiva, foi caracterizada em dois contextos distintos: primeiro, seguindo a acepção
estrita, “[..] a memória representa a habilidade de certos seres vivos em armazenar, no sistema
nervoso, dados e informações sobre o ambiente circundante, como o intuito de modificar seu
próprio comportamento” (Chapouthier 2006 p. 9); segundo, a partir de uma interpretação mais
abrangente, a memória é “[...] todo vestígio deixado no mundo ou em seus componentes por um
evento específico” (Chapouthier 2006 p. 9).
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Para o campo da Ciência da Informação, o mais importante é que o registro da memória
seja feito de maneira que possibilite o entendimento de seu significado e de sua recuperação (Polli
e Molina 2020), porquanto se assim não estiver, a memória perderá sua percepção e relevância.
Dessa maneira, diversas distinções podem ser feitas em relação à memória. No âmbito cognitivo,
a memória humana destaca-se como a capacidade dos indivíduos de armazenar experiências
vividas, as quais exercem influência no momento presente. Esse tipo de memória abrange as ações
de “[...] conservar, recordar e transmitir informações, sentimentos e experiências [...]” (Oliveira e
Rodrigues 2010 p. 6). Destaca-se que a memória humana promove “[...] um encontro entre passado
e presente [...] que influencia e cria o futuro” (Silva, et al. 2018 p. 98).
Por outro lado, o conceito de memória organizacional que, muitas vezes, é tratada na
literatura por memória institucional. No entanto, o termo “[...] memória institucional ainda é difícil
de ser encontrado na literatura e não está completamente separado do conceito de memória
organizacional” (Polli e Molina 2020 p. 812). Nesse viés, compreende-se o sentido da memória de
uma organização registrada em documentos, sendo que a partir do seu resgate ocorre a evocação
da memória. Nesses registros, “[...] as entidades exprimem toda sua personalidade, tanto pela
forma quanto pelo conteúdo dos documentos" (Polli e Molina 2020 p. 837).
Por sua vez, a memória artificial ou digital se assemelha ao conceito de memória
organizacional pela característica de se preocupar com a organização, registro e representação da
informação; porém, sua definição é mais abrangente, sendo considerada uma “[...] extensão da
memória humana, uma memória adicional possibilitada por recursos tecnológicos [...]” (Oliveira
e Rodrigues 2010 p. 6), que se preocupa com os sistemas de recuperação e representação das
memórias em informações. Neste sentido, pode-se encontrar estudos sobre bancos de dados e
repositórios digitais. Esse conceito de memória, amplamente presente na sociedade atual,
abrange a ideia de memória que é capturada e preservada por meio de recursos eletrônicos,
destinados a armazenar dados, informações, arquivos e outros registros. Esse processo não se
limita a uma única natureza, englobando elementos sonoros, visuais e textuais (Silva, et al. 2018).
também a memória social ou coletiva, quando o foco dos estudos está na cultura e
tradição de grupos sociais, “[...] estejam eles institucionalizados (compondo os acervos de
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
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arquivos, bibliotecas e museus) ou não” (Oliveira e Rodrigues 2010 p.3), que registram suas
memórias e, posteriormente, disseminam, representam ou as modificam, por meio de livros,
filmes, músicas, mídias sociais, entre outros. Encontram-se, assim, diálogos sobre espaços de
memória, produções coletivas de conhecimento, memória científica registrada, dentre outros.
Em vista do que foi mencionado, considera-se que a investigação acerca da memória na
Ciência da Informação é multifacetada, perpassando rios conceitos, como os da memória
biológica criada no cérebro humano, seu posterior registro em documentos especializados de
instituições ou no armazenamento de dados em dispositivos eletrônicos, englobando a preservação
da cultura e tradição ao longo do tempo.
3 A interface entre competência em informação e memória
As conexões entre a memória e a representação do passado a partir do presente são tão
significativas quanto os registros memoriais (Ottonicar, et al. 2016). Nesse sentido, destaca-se a
importância da memória como um repertório essencial, que não apenas serve como um arquivo de
experiências passadas, mas também desempenha um papel fundamental na construção do nosso
entendimento atual, oferecendo um repertório vital que molda a nossa percepção, comportamento
e capacidade de compreensão em relação ao mundo que nos cerca. Considerar a memória como
um repertório essencial destaca sua função não apenas como um simples depósito de lembranças,
mas como um componente dinâmico e influente na nossa interação contínua com o passado,
presente e futuro. Nesse entendimento, “[...] memória repertório a] memória baseada no uso de
diferentes cognições, ou seja, mistura espontânea de experiências, know-how, valores, cultura,
ambiência e insights [...]” (Santos 2019 p. 65-66), que é construída a partir das informações e
conhecimentos advindos das relações coletivas em sociedade.
Por conta disso, a memória não é meramente um repositório estático de informações, mas
um processo dinâmico que envolve a interpretação e reconstrução contínua das experiências
passadas. Sendo possível, por meio dessa característica, traçar uma inter-relação entre memória e
competência em informação na busca pela compreensão de como a capacidade de recordar,
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
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assimilar e aplicar informações influencia diretamente a habilidade de adquirir novos
conhecimentos e aprimorar as aptidões cognitivas.
Dessa maneira,
No âmbito da Ciência da Informação (CI), o estudo da memória assume um viés
interdisciplinar, isto é, integrador de saberes, visto que o homem é sujeito e objeto
da memória e é nesse contexto que acredita-se que ela está diretamente
relacionada às questões da competência em informação, pois lida diretamente
com o aprender a aprender [...] (Santos, et al. 2021 p. 04).
A CoInfo consiste na capacidade do sujeito de manter o próprio aprendizado ao longo da
vida a partir do [...] desenvolvimento de habilidades e competências que permitam um uso
consciente, criativo e benéfico da informação [...]” (Vitorino 2020 p. 13), englobando os aspectos
técnicos para lidar com a informação, proporcionando, ainda, aos indivíduos os instrumentos
necessários para se tornarem cidadãos éticos engajados socialmente. Para Farias e Belluzzo (2017
p. 118) a CoInfo perpassa pela “[...] necessidade da pessoa de aprender a produzir um
conhecimento desde o procedimento que se inicia na busca, permeia o acesso e termina no uso
eficiente da informação [...]”. Esse processo se relaciona com as dimensões da CoInfo e se tornam
perceptíveis principalmente pela intencionalidade do sujeito, tanto no âmbito tecnológico
(técnico), legal (ético), criativo e lúdico (estético), quanto engajada politicamente (política) para
atender a distintos objetivos informacionais (Vitorino 2020).
Por essa perspectiva, o conceito da CoInfo está estritamente relacionado à capacidade do
indivíduo de recordar e aplicar conhecimentos passados, atuando de maneira eficaz e ética. Desse
modo, ao funcionar como sujeito e objeto do processo, a memória torna-se uma peça fundamental
para o desenvolvimento da competência em informação. Este processo ao ser realizado por
indivíduos, aponta para o fato de que não somente um ato de absorção de informações, mas sim
um processo contínuo de aprendizado, adaptabilidade e aplicação de conhecimentos. Assim, a
memória desempenha um papel crucial ao facilitar a retenção de informações relevantes,
permitindo construir uma base sólida para a tomada de decisões informadas.
Ademais, a interação entre competência em informação e memória destaca a importância
de estratégias cognitivas eficazes no contexto da busca e utilização de informações. A capacidade
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de recordar experiências anteriores, avaliar a sua relevância e aplicar esses aprendizados no
contexto atual contribui para aprimorar a competência em informação, resultando em uma
abordagem mais refinada e eficiente.
4 Procedimentos metodológicos
Este estudo examinou as contribuições no âmbito da Ciência da Informação relativas à
interação entre memória e competência em informação; assumindo a natureza de uma pesquisa
exploratória e bibliográfica, empregando uma abordagem qualitativa.
Com base na revisão de literatura, centrada no tema da competência em informação e
memória, tal pesquisa fundamenta-se em um processo de revisão que não apenas direciona, mas
também delimita o escopo de análise, garantindo pertinência aos resultados obtidos. Nesse
parâmetro, diversas etapas são cruciais para garantir a qualidade da revisão de literatura, incluindo
a definição das bases de dados bibliográficas a serem utilizadas, a especificação dos termos de
busca, a formulação da estratégia de busca e a sistematização das informações encontradas (Galvão
e Ricarte 2020).
Inicialmente, realizou-se a seleção das bases de dados, a Scopus e a Web of Science devido
à sua consolidação e reconhecimento na área da Ciência da Informação, alcançando amplitude
internacional e sendo capazes de demonstrar o estado da arte sobre o tema investigado.
A pesquisa nas bases de dados foi realizada entre os dias 04 a 15 de dezembro de 2023 e a
seguinte estratégia de busca foram as seguintes: ("competência em informação" AND memória)
OR ("information literacy" AND memory), utilizando os termos tanto em inglês quanto em
português, com o intuito de ampliar as buscas. Em relação ao tipo de documento, preferiu-se
restringir a seleção exclusivamente à “artigo”, sem demarcação cronológica em razão da
quantidade ínfima de textos científicos disponíveis acerca das temáticas. Durante esta condução,
realizou-se a leitura do material para procurar e selecionar os documentos em que ambos os termos
estivessem presentes no título, resumo ou palavra-chave. A utilização desse critério torna-se uma
abordagem eficaz que aprimora a busca em bases de dados, compreendendo melhor o escopo dos
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
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materiais. Resultando, assim, em 65 (sessenta e cinco) artigos; dentre esses, 38 (trinta e oito) foram
recuperados na Scopus e 27 (vinte e sete) na Web of Science. A atividade de escolha dos
documentos para definir quais seriam selecionados e quais seriam dispensados foi realizada pelos
seguintes critérios: disponibilidade gratuita integral do artigo, artigos duplicados e exclusão de
pesquisas que não abordavam especificamente os conceitos da CoInfo e memória, bem como
aqueles que tinham o foco em outros tipos de competências. A delimitação dos resultados gerou
um total de 18 (dezoito) artigos para análise.
Posteriormente, para a organização dos resultados, após a leitura completa dos documentos,
além de ter como auxílio as diretrizes da literatura (Oliveira e Rodrigues 2010; Silva, et al. 2018),
estabeleceu-se as seguintes categorias de análise:
Quadro 1 - Categorias de análise dos artigos
Competência em
informação e memória
humana
Competência em informação e
memória artificial
Competência em
informação e memória
social
Compreende artigos que
exploram simultaneamente a
competência em informação e
a habilidade humana de
preservar, recordar e
transmitir informações.
Engloba artigos que investigam
concomitantemente a competência em
informação e a memória externa,
viabilizada por recursos tecnológicos
ou outras ferramentas que facilitam
sua armazenagem e recuperação.
Abrange artigos que
investigam de forma
simultânea a competência em
informação e os registros da
informação, como memória
socialmente construída e
compartilhada por um grupo.
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
5 Apresentação e análise dos resultados
Em todos os artigos selecionados para apresentação e discussão, a CoInfo está associada à
noção de memória, ainda que essa conexão seja estabelecida de maneira indireta ou como um
campo a ser beneficiado para pesquisas futuras na Ciência da Informação. Apresenta-se a seguir a
estruturação das subseções em consonância com os artigos referentes ao enfoque encontrado
acerca da memória da literatura da área, com dados como autor, tulo e data, bem como sua
quantidade:
Quadro 2 - Estruturação das subseções em categorias conforme os artigos selecionados.
MEMÓRIA HUMANA E COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
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Autor
Título
1
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The problem of information naivete.
2
Bowler, L.
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3
Bird, Nora. J.; et al.
Source Evaluation and Information Literacy: Findings from a
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4
Otopah, F. O.;
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Personal information management practices of students and its
implications for library services.
5
Thornton, D.E.;
Kaya, E.
All the world wide web's a stage: improving students’
information skills with dramatic video tutorials.
6
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Effects of integrated information literacy on science learning and
problem-solving among seventh-grade students.
7
Baker, R. L.
Designing LibGuides as instructional tools for critical thinking
and effective online learning.
8
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How Do Our Students Learn?: An Outline of a Cognitive
Psychological Model for Information Literacy Instruction
9
Rosman, T.; Mayer,
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A longitudinal study on information-seeking knowledge in
psychology undergraduates: Exploring the role of information
literacy instruction and working memory capacity.
10
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The effects of inquiry-based information literacy instruction on
memory and comprehension: a longitudinal study.
11
Vossler, J. J.; John
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Educational Story as a Tool for Addressing the Framework for
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12
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Keeping found things found: challenges and usefulness of
personal information management among academicians.
13
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Evaluación diagnóstica de habilidades de pensamiento e
informacionales a través del diseño y aplicación de tres
instrumentos para estudiantes de primer grado de educación
primaria.
14
Nwagwu, W.
Digesting the abundance of idol matter: key factors in personal
information management experiences of selected social science
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MEMÓRIA ARTIFICIAL E COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
Autor
Título
1
Lohia, P.; Margam,
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Use of smartphones for enhancing digital information literacy
skills: a study of library and information science students,
university of delhi
2
Zangerl, L. M., et al.
Personal Digital Archiving: Eine neue Aufgabe für Öffentliche
und Wissenschaftliche Bibliotheken
MEMÓRIA SOCIAL E COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
Autor
Título
1
Reia-Baptista, V
La alfabetización fílmica: apropiaciones mediáticas con ejemplos
de cine europeo
2
Luyt, B
Wikipedia, collective memory, and the Vietnam war
Fonte: Elaborado pelos autores (2023).
12
KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
5.1 Competência em informação e memória humana
Essa foi a categoria que mais se sobressaiu entre os artigos recuperados, que se referem ao
processo cognitivo da memória humana, isto é, à capacidade de memorização que interfere
diretamente no aprendizado. Em mais de um estudo, a memória foi apontada como um aspecto
para avaliar a conquista do aprendizado e/ou da CoInfo (Chen, et al. 2017; Rosman, et al. 2016).
O estudo de Warraich, et al. (2018) investiga as práticas de gestão de informações (GIs)
pessoais no cotidiano híbrido dos docentes de engenharia. A memória foi apontada como um
desafio, pois as tarefas de organização das informações dependem da capacidade de memorização
de cada sujeito, nos resultados os participantes apontaram que “É difícil lembrar a localização das
informações pessoais no computador [...]” (Warraich, et al. 2018 p. 716, tradução nossa). Nesse
contexto, a competência em informação foi colocada como um aspecto que define originalidade e
valor para a pesquisa, que os resultados podem auxiliar na promoção de programas para o
público pesquisado. Da mesma maneira, a pesquisa de Otopah e Dadzie (2013), evidenciou que a
que a GIs pessoais [...] dos estudantes podem ser melhoradas, a partir de programas de CoInfo
com reforço na memorização [...]” (Otopah e Dadzie 2013 p. 143).
Para os pesquisadores brasileiros, Valentim, et al. (2014), a gestão de informação é
realizada para diminuir o tempo e custo gasto para a obtenção de informações, por conta disso a
CoInfo é imprescindível para a tomada de decisão e, consequentemente, para as suas ações. No
mesmo contexto, a pesquisa de Nwagwu (2023) focou em investigar as formas que docentes de
ciências sociais gerenciam suas informações pessoais, visto que essa prática “[...] é uma área onde
as tecnologias de informação têm constituído um desafio supremo para a sociedade” (Nwagwu
2023 p. 545, tradução nossa), devido à grande quantidade de informações geradas. A memória foi
apontada como um problema recorrente em relação à gestão de informações pessoais, que “[...]
o corpo humano cansa-se depois de um certo grau de trabalho. Neste sentido, [...] é uma questão
de a memória humana ser limitada na sua capacidade de registar e armazenar uma quantidade
ilimitada de informação [....]” (Nwagwu 2023 p. 553, tradução nossa), uma sobrecarga de
informações. Por sua vez, a CoInfo foi apontada como algo a ser melhorado para que os problemas
encontrados na gestão da informação pudessem ser minimizados. Foi possível identificar
13
KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
dificuldades entre os participantes desta pesquisa para encontrar informações que foram
armazenadas nos dispositivos eletrônicos pessoais, nessa dinâmica,
As memórias humanas no PIM [processo de gestão de informações] podem ser
afetadas pela forma como o usuário da informação internaliza os eventos por
meio de percepções, emoções e interpretações. A memória humana também sofre
transitoriedade devido à deterioração geral ao longo do tempo ou por interferência
através de eventos proativos e retroativos. Além disso, a perda de memória ocorre
quando uma pessoa é incapaz de converter as informações recebidas em uma
forma que sua memória possa processar e armazenar (Nwagwu 2023 p. 559,
tradução nossa).
No entanto, mesmo com as limitações da memória humana, a CoInfo, em consonância com
a gestão da informação, promove várias contribuições com o objetivo de superar essas
dificuldades, como “[...] reconhecer [as] limitações cognitivas para manusear as informações que
possam servir para suprir [as] necessidades informacionais e [...] identificar as fontes de
informações que deve continuar monitorando enquanto a necessidade de informação perdurar”
(Valentim, et al. 2014 p. 223). As contribuições da GI podem ser realizadas constantemente ao se
conscientizar na busca pela informação.
Por essa razão, o entendimento das dificuldades relacionadas entre memória humana e
CoInfo dialoga com o estudo de Rosman, et al. (2016), que evidenciou que “[...] Alunos com alta
capacidade de memória de trabalho tiveram maior curvas de aprendizagem do que aqueles com
menor capacidade de memória de trabalho” (Rosman, et al. 2016 p. 94, tradução nossa), levando
a entender que a capacidade de memorização interfere no desenvolvimento da CoInfo. Para os
pesquisadores, a CoInfo “[...] requer uma quantidade considerável de capacidade de memória de
trabalho, especialmente quando procedimentos elaborados (por exemplo, pesquisa em bases de
dados bibliográficas) são ensinados com métodos de ensino bastante complexos” (Rosman, et al.
2016 p. 103, tradução nossa). Por essa perspectiva, é possível compreender que reconhecer as
próprias dificuldades e estabelecer estratégias para monitorar fontes de informação pode ser um
caminho para conviver com as dificuldades geradas pela memória humana.
A memória humana destaca-se como uma vantagem ao promover a redução da carga
cognitiva e o estresse durante uso de guias e tutoriais nas plataformas de pesquisas realizadas no
ambiente virtual (Baker 2014). Esse tipo de orientação promove a autonomia dos estudantes e “[...]
14
KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
pode ajudar a garantir que todos os alunos recebam o mesmo acesso e instrução apropriada de
acordo com os Padrões ACRL
(1)
para Serviços de Biblioteca de ensino à distância” (Baker 2014
p. 108 tradução nossa).
Nesse segmento, o significado da CoInfo também perpassa pelo entendimento de “[...] uma
série de habilidades técnicas ou cognitivas em acessar conteúdos informacionais em meio digital
[...]” (Vitorino 2020 p. 21), porém, atualmente o sentido da CoInfo e suas contribuições vão além,
transcorrendo pelos aspectos intangíveis que compõem o ser humano chegando ao estabelecimento
do sujeito como cidadão. O seu desenvolvimento no âmbito educacional e cognitivo pode
promover vários benefícios para a aprendizagem, em destaque: desenvolver o raciocínio crítico, a
capacidade de resolver problemas, a criatividade e sensibilidade humana (Vitorino, 2020);
conhecer as várias fontes de informações confiáveis e disponíveis; aprender como acessá-las;
melhorar a capacidade de transformar uma informação em um produto ou conhecimento; aplicar
os aspectos éticos de uso da informação, por exemplo, compreender a importância de referenciar
uma obra utilizada, dentre outras vantagens para a sua vida.
Ao basearem-se na literatura sobre psicologia educacional e cognitiva, Cook e Klipfel
(2015) apresentam um quadro para o ensino da competência em informação, citando a memória
cognitiva:
Aquilo a que chamamos "aprendizagem" começa quando a informação entra na
memória de trabalho, a parte do cérebro que "contém as coisas em que estamos a
pensar" e que é o local do processamento da informação que é acrescentado à
teoria da carga cognitiva. Para que a informação seja aprendida, é necessário que
passe da memória de trabalho para a memória de longo prazo, que armazena
factos e procedimentos para serem recordados mais tarde. Em termos simples,
isto significa que apenas a informação que se enquadra no perfil de um indivíduo
na memória de trabalho tem hipóteses de ser aprendida (Cook e Klipfel 2015 p.
6, tradução nossa).
O estudo de Chen, et al. (2017) aborda a aprendizagem a partir da memória e da
compreensão de conteúdo a partir de um programa integrado de desenvolvimento na competência
em informação. Nesse ambiente, os autores confirmam como o fomento da CoInfo integrada ao
conteúdo das disciplinas “[...] pode ajudar os alunos do ensino fundamental a memorizar fatos,
15
KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
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compreender conceitos em disciplinas e aplicar esses conceitos em novas situações” (Chen, et al.
2017 p. 256, tradução nossa).
No mesmo âmbito, o estudo de González-López, et.al (2020) apresentou um diagnóstico
das competências dos estudantes em leitura, matemática e ciências, considerando que “[....] o
desenvolvimento de competências em informação permite apoiar todas as outras competências”
(González-López, et al. 2020 p. 19). Nesse contexto, a memória foi apontada como uma habilidade
cognitiva para avaliar o pensamento matemático.
A CoInfo pode ser implementada por bibliotecários e/ou outros atores informacionais em
bibliotecas ou diversos ambientes educativos por meio de programas de competência em
informação. Os programas são mais consolidados quando são realizados em parceria com todos os
membros da instituição ou em colaboração com docentes em suas disciplinas específicas, como
nos artigos de González-López, et al. (2020) e Mata (2018). As atividades para a implementação
dos programas de CoInfo podem ser realizadas por várias ações, disciplinas e pela perspectiva de
vários teóricos (Mata, 2018).
Na concepção de Vitorino (2020), a dimensão ética da CoInfo envolve diretamente a
colaboração do conceito de memória, ao se atentar à “[...] apropriação e ao uso da informação, o
que inclui questões atuais como propriedade intelectual, direitos autorais, acesso à informação e
preservação da memória do mundo […]” (Vitorino 2020 p. 61). Brody (2008) em seu artigo,
investiga os dilemas éticos que podem surgir devido à ausência de competência em informação,
examinando as circunstâncias e implicações relacionadas à ingenuidade informacional, viés
midiático, memória possessiva e limitações contextuais e de habilidades.
Ainda sobre os programas de competência em informação, o artigo de Vossler e Watts
(2017) aborda a integração do Framework for Information Literacy for Higher Education no ensino
superior, enfocando o papel dos bibliotecários em abordar aspectos cognitivos e emocionais dos
alunos.
Na primavera de 2015, a Associação de Bibliotecas Universitárias e de Pesquisa
(ACRL) revelou a Estrutura para a Competência em Informação para o Ensino
Superior. Desenvolvido por uma força-tarefa de 12 membros, este documento
pretendia estabelecer a nova abordagem da ACRL para a competência em
16
KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
1640.2024.v18.e024025.
informação. O Quadro é uma coleção de cinco “quadros” ou conceitos centrais
para a competência em informação. Os quadros baseiam-se na teoria dos
conceitos de limiar disciplinar: princípios fundamentais numa disciplina
específica que são transformadores, irreversíveis, integrativos, limitados e
potencialmente problemáticos (Vossler e Watts 2017 p. 529, tradução nossa).
(2)
Destaca-se a ausência de prescrições detalhadas na implementação da estrutura desse
quadro, permitindo escolhas individuais ou institucionais. Os autores Vossler e Watts (2017)
propõem explorar a história educativa como uma ferramenta pedagógica poderosa, influenciando
estados emocionais dos alunos e promovendo a formação da memória no ensino da competência
em informação.
Educar os alunos para serem competentes em informação tem sido uma questão importante
nos dias atuais (Chen, et al. 2014). Por esse motivo, Chen, et.al. (2014) aplicaram testes com alunos
para examinar a memorização de informações factuais dos alunos, a compreensão de conceitos
científicos e as habilidades de resolução de problemas. Para Bowler (2010), compreender a
memória é um dos 13 (treze) atributos do conhecimento metacognitivo relacionados com o
processo de pesquisa de informação, pois o comportamento de buscar informação tem implicações
para o ensino da CoInfo (Bowler 2010).
Na procura de informação online, aspectos relacionados a conteúdo, autoridade cognitiva,
funcionalidade, estilo e gráficos dos websites são os que mais auxiliam em sua memorização,
tornando possível acessá-los novamente (Bird, et al., 2010). A autoridade cognitiva é considerada
a capacidade que uma fonte de informação possui de influenciar e alterar o comportamento do
usuário; por meio destes aspectos, os indivíduos competentes em informação devem conseguir
buscar e avaliar fontes de informação (Bird, et al., 2010).
Por fim, o uso de vídeos em oficinas de promoção da CoInfo foi percebido como uma
ferramenta para a promoção do marketing das bibliotecas, pois possui a capacidade de se fixar na
memória com mais facilidade (Thornton e Kaya 2013). Reconhecendo os vídeos como “[...]
potencialmente um meio eficaz para o ensino online e para o desenvolvimento da competência em
informação, com especial referência à memória e à aprendizagem [...]” (Thornton e Kaya 2013 p.
1 tradução nossa); especificando o uso dos vídeos contribui para o fomento da dimensão estética
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
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da CoInfo, pois são capazes de promover “[...] a sensibilidade, a criatividade e curiosidade [...]”
(Vitorino 2020 p. 128) dos usuários da biblioteca.
Portanto, reitera-se a capacidade de memória como uma faculdade mental e cognitiva, que
desempenha um papel fundamental na retenção de informações. Em essência, o processo mental
de memória está intrinsecamente ligado à informação, uma vez que a habilidade de produzir
informações está fundamentada na capacidade prévia de “armazená-las” e “processá-las” na mente
humana (Silva, et al. 2018). Essa conexão entre memória e informação destaca a importância da
relação entre a memória humana e a CoInfo, indicando que essa ligação merece maior atenção por
favorecer não apenas a tomada de decisões, mas também a participação ativa na sociedade da
informação e as dinâmicas de aprendizagem.
5.2 Competência em informação e memória artificial
Apenas dois estudos discorreram sobre a relação direta entre os conceitos de CoInfo e
memória artificial; o primeiro abordando a memória como capacidade de armazenamento dos
recursos informacionais tecnológicos (Lohia e Margam 2021), o segundo abrangendo a
importância da memória na proteção e preservação de dados digitais pessoais (Zangerl, et al.
2022).
A pesquisa de Lohia e Margam (2021) traz à tona a ideia de que “[...] os smartphones
podem ser vistos como promotores da educação [...]“ (Lohia e Margam 2021 p. 3), visto que são
utilizados com muita frequência para acessar informações e adquirir conhecimento pela internet.
Por conta disso, o objetivo da pesquisa consistiu em “[...] saber como o uso de smartphones entre
estudantes de Biblioteconomia e Ciências da Informação (BIL) melhora suas habilidades de
informação digital e sua percepção sobre o uso de smartphones [...]” (Lohia e Margam 2021 p. 3
tradução nossa). Identificou-se a alta disponibilidade para o acesso à informações como o principal
benefício no uso dos smartphones. No que concerne a CoInfo, os programas para o fomento dessa
competência foram considerados como imprescindíveis para auxiliar os estudantes no acesso e uso
da informação no meio digital e de outros recursos disponíveis.
18
KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
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Nessa sequência, o estudo de Zangerl, et al. (2022) expõe que as bibliotecas e outras
instituições dedicadas ao ensino da competência em informação têm a responsabilidade de
conscientizar e capacitar indivíduos na proteção de seus dados digitais pessoais; além disso, ao
assumirem esse papel, tanto as bibliotecas públicas quanto as acadêmicas desempenham um papel
crucial na preservação dos elementos fundamentais da memória, que possuem relevância para a
sociedade. Ao implementar tal iniciativa, essas instituições contribuem para salvaguardar as bases
da memória coletiva.
Torna-se possível estabelecer uma interligação entre a memória artificial e a CoInfo ao se
compreender que “memória artificial” se refere ao processo de retenção e fixação de informações
por meio de suportes e mecanismos, como a escrita; ademais, está atualmente sendo estendida a
computadores e outras técnicas e instrumentos modernos (Le Goof 2003). Logo, pode-se enfatizar
não apenas a compreensão, mas também o emprego eficiente de uma variedade de suporte e
mecanismos para o acesso, avaliação e processamento de informações. O entendimento da
memória artificial no contexto da CoInfo ressalta a necessidade do desenvolvimento de habilidades
adaptativas para lidar e interagir de maneira eficaz com a tecnologia, implicando na participação
ativa e informada na sociedade contemporânea.
5.3 Competência em informação e memória social
Na análise desta categoria, observou-se que a abordagem da CoInfo em relação à memória
social revelou-se baixa, evidenciando limitações em decorrência do número reduzido de artigos e
da falta de uma abordagem explícita e aprofundada sobre a interseção entre as duas temáticas. De
maneira semelhante à categoria anterior, apenas dois trabalhos que exploram ambos os conceitos
foram identificados.
O primeiro refere-se ao artigo de Reia-Baptista (2012) que propõe a análise de alguns
estudos de caso europeus, visando compreender as atuais inter-relações entre mensagens
multimídias predominantes, os seus canais de comunicação e as redes sociais. O autor destaca a
importância da conservação da memória coletiva como patrimônio cultural, com objetivo de
apresentar uma abordagem interdisciplinar e intercultural, colocando a competência midiática e a
competência em informação no centro da aprendizagem ao longo da vida. A memória social é
19
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Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
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tratada por Halbwachs (1990) como memória coletiva. Na sua visão, a memória coletiva consiste
na preservação e interpretação do passado vivenciado pelos grupos sociais, representando a forma
como estes constroem e moldam a narrativa histórica ao longo do tempo. Para Vitorino (2020 p.
57), a dimensão estética se destaca por se referir [...] à experiência interior, individual e única do
sujeito ao lidar com os conteúdos de informação e a sua maneira de expressá-la e agir sobre ela no
âmbito coletivo [...]”, por meio de aspectos que compõem a subjetividade desse sujeito. Para a
autora, essa dimensão se liga à política e ética “[...] na busca da harmonia e da boa convivência
em sociedade e no contexto coletivo [...]” almejando qualidade de vida.
o segundo artigo aproxima-se da ideia de como a evolução da tecnologia impacta a vida,
causando mudanças, novos hábitos e representando cenários da vida real no mundo virtual. A partir
de um estudo de caso com o tema ‘Guerra do Vietnã’, o artigo de Luyt (2015) demonstra como as
páginas de discussão do site Wikipédia “[...] proporcionam um fórum para a contestação da
memória coletiva [...]” (Luyt 2015 p. 1956 tradução nossa). Demonstra-se que, assim como no
cenário dos Estados Unidos, duas questões lideram o debate sobre a guerra: a primeira, sobre quem
foi o vencedor da guerra, a segunda, sobre se o discurso dos veteranos de guerra deve ser
favorecido diante da voz de quem não teve participação. Dessa maneira, pode-se considerar que
há uma disputa pela memória no ambiente virtual em questão. As pessoas participam das páginas
de discussão para compartilhar a própria versão da verdade, no intuito de ocuparem um lugar no
site Wikipédia para que o argumento contrário seja esquecido. que “o esquecimento é inerente
ao Ciberespaço, se levarmos em conta que a “retirada” de documentos antes disponíveis na rede
[...] [implica] em esquecimento” (Monteiro e Carelli 2007 p. 12).
A Wikipédia é uma enciclopédia gratuita, universalmente colaborativa e multilíngue,
acessada pela internet (Wikipédia, 2024). Por sua característica colaborativa há muitos debates no
âmbito científico sobre a qualidade de suas fontes de informação. Para Kern (2018 p. 135) o “[...]
fenômeno social da produção colaborativa voluntária [...] está na essência da emergência,
crescimento, manutenção e [possui o] potencial [para ser a] decadência da Wikipédia. No entanto,
o autor comprova que muitos “[...] cientistas percebem o conteúdo da Wikipédia como de alta
qualidade e o citam quando eventualmente necessitam recorrer a um conceito enciclopédico"
(Kern 2018 p. 138). Para Luyt (2015), a Wikipédia é uma ferramenta que ilustra um cenário do
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
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mundo real e, por conta disso, pode trazer várias contribuições para a área da Ciência da
Informação. Nesse sentido, a competência em informação é evidenciada pelo autor na necessidade
de se incluir o site e suas contribuições para a memória coletiva, nas atividades de aprendizagem
desenvolvidas pelas bibliotecas, visto seu grande impacto na sociedade (Luyt 2015).
Relacionar a memória social ou coletiva com a CoInfo pressupõe compreender e avaliar
criticamente as narrativas construídas pelos grupos ao longo do tempo. Ser competente em
informação também presume analisar, interpretar e contextualizar informações provenientes da
memória coletiva, reconhecendo as influências dessas narrativas na construção do conhecimento.
Para além disso, no que concerne à coletividade, a CoInfo promove [...] o aperfeiçoamento da
imaginação e do autoconhecimento, assim como a busca da harmonia e da beleza [...]” (Vitorino
2020 p. 59) gerando benefícios para o todo social. De mais a mais, salienta-se que os programas
da CoInfo podem contribuir capacitando os indivíduos para participarem ativamente da sociedade
ao questionarem, buscarem diferentes perspectivas e colaborarem para a construção de narrativas
mais inclusivas e informadas.
6 Considerações finais
O presente estudo permite compreender como está a produção científica no campo da
Ciência da Informação sobre a relação entre memória e competência em informação.
A categoria com mais pesquisas e relações diretas entre os temas foi a (1) CoInfo e memória
humana, que envolveu questões sobre a aprendizagem a partir da memória e habilidades
cognitivas; a capacidade de memorização como um aspecto para a avaliação do aprendizado e
como um benefício na redução da carga cognitiva e estresse no trabalho; o impacto da memória
na gestão da informação e sua relação com a CoInfo. Nesta categoria ficou evidenciado que a
capacidade de memória desempenha um papel importante no desenvolvimento e aplicação do
conhecimento. Percebe-se que a habilidade de recordar informações é considerável para o
desenvolvimento de uma competência eficaz, desde a gestão de informações pessoais até a
influência da memória na eficácia dos programas de CoInfo. Nesse sentido, também é reconhecido
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
Marta Leandro da. Perspectivas entre Memória e Competência em Informação. Brazilian Journal of
Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024025. DOI: 10.36311/1981-
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que a memória humana apresenta limitações, o que destaca a importância de estratégias e
programas de CoInfo para auxiliar na superação dessas dificuldades.
Na categoria (2) discute-se a capacidade de armazenamento dos recursos informacionais
tecnológicos e a importância da memória na proteção e preservação de dados digitais pessoais. A
relação entre competência em informação e memória artificial destaca a necessidade de
habilidades adaptativas para lidar com as tecnologias e suportes informacionais. Os artigos
revelam que, ao compreender e utilizar de forma eficiente a memória artificial, os indivíduos
podem acessar, avaliar, processar informações de maneira mais eficaz, refletindo a importância da
CoInfo no contexto tecnológico atual.
a categoria (3) abrange o entendimento da conservação da memória coletiva como
patrimônio cultural e o cenário virtual (site Wikipédia) com um ambiente de disputas pela memória
sendo palco para a contestação da memória coletiva. A abordagem da competência em informação
em relação à memória social, embora com pouca abrangência, destaca a necessidade de analisar
criticamente as narrativas coletivas e reconhecer a influência dessas narrativas na construção do
conhecimento. Verificou-se que apenas um estudo englobou a relação entre memória e CoInfo
envolvendo disputas sociais. A CoInfo, ao capacitar os indivíduos a participarem ativamente da
sociedade, pode contribuir para uma compreensão mais ampla e crítica das narrativas coletivas.
Em suma, pode-se considerar que a memória, seja humana, artificial ou social, é um
elemento importante ao desenvolvimento da competência em informação. A integração desses
conceitos não apenas enriquece o campo da Ciência da Informação, mas também tem a
possibilidade de proporcionar uma compreensão mais abrangente e interdisciplinar das dinâmicas
informacionais na sociedade contemporânea.
A análise dos resultados revela que, embora tenham sido recuperados 18 (dezoito) artigos,
não ficou evidenciada uma abordagem aprofundada por parte dos pesquisadores em relação à
interseção entre memória e competência em informação; revelando uma lacuna significativa na
abordagem aprofundada dessa relação entre as temáticas. Este cenário, destacado pela escassez de
artigos, aponta para a necessidade de estudos que aprofundem a inter-relação competência em
informação e memória. Levando em consideração o conjunto de habilidades, atitudes e
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KOHLER, Mariene; RIBEIRO, Sara Dieny Chaves; MORAES, Margarete Farias de; SILVA, Luiz Carlos da; MATA,
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conhecimentos nos âmbitos políticos, éticos, culturais e sociais que os indivíduos passam a possuir,
ocupando um lugar frente às demandas pela informação e debates existentes.
Notas
(1) Refere-se aos Padrões para serviços de biblioteca de ensino à distância da Associação de Bibliotecas
Universitárias e de Pesquisa (ACRL) de 2008, revisado em 2023. ASSOCIATION OF COLLEGE AND
RESEARCH LIBRARIES (ACRL). Standards for Distance and Online Learning Library Services. Chicago:
American Library Association (ALA), 2023. Disponível em:
https://www.ala.org/acrl/standards/standardsdistancelearning. Acessado 06 set. 2023.
(2) O artigo refere-se aos Padrões para a implementação da competência em informação no ensino superior da
Associação de Bibliotecas Universitárias e de Pesquisa (ACRL), apontando a presença de cinco
quadros/conceitos. No entanto, o Framework é composto por seis quadros, disponíveis em: ASSOCIATION OF
COLLEGE AND RESEARCH LIBRARIES (ACRL). Framework for Information Literacy for Higher
Education. Chicago: American Library Association (ALA), 2016. Disponível em:
https://www.ala.org/acrl/standards/ilframework. Acessado 06 jan. 2024.
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Received: 11/03/2024 Accepted: 10/08/2024