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WENDT, Lucas George; BORGES, Jussara. Uma Análise das Relações entre Desinformação e Competência Crítica
em Informação: um estudo bibliométrico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18,
publicação contínua, 2024, e024003. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024003.
Uma Análise das Relações entre Desinformação e
Competência Crítica em Informação:
um estudo bibliométrico
An analysis of the relations between disinformation and critical information competencies in studies
related to competencies: a bibliometric study
Lucas George Wendt (1), Jussara Borges (2)
(1) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil,
lucas.george.wendt@gmail.com,
(2) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil,
jussara.borges@ufrgs.br
Resumo
Por meio de um estudo bibliométrico, esta pesquisa busca analisar a ocorrência dos temas “desinformação”
e “competência crítica em informação” nos estudos sobre competências na Ciência da Informação. O
referencial teórico articula conceitos relacionados ao desenvolvimento da competência crítica em
informação e também sobre o tema da desinformação. Buscando atrelar os conhecimentos teóricos a partir
da literatura científica estudada, é realizada uma pesquisa na Brapci - Base de Dados em Ciência da
Informação - que aponta baixa incidência dos temas competência crítica em informação e desinformação
nos estudos em competências na CI. Foram analisadas as palavras-chave, os resumos, os títulos, as autorias,
os periódicos e as publicações ao longo do tempo nos documentos citantes. Foram recuperados 2.514
trabalhos. Com a análise realizada neste trabalho, podemos concluir que os temas "desinformação" e
"competência crítica em informação" estão começando a ser explorados na pesquisa sobre competências na
Ciência da Informação e, consequentemente, no campo da CI como um todo. Além disso, é importante
notar que esses termos estão sendo mencionados em conjunto, embora de forma limitada. Essa relação
indica uma aproximação entre esses temas, o que pode indicar a competência crítica em informação como
uma ferramenta de resistência à desinformação.
Palavras-chave: Desinformação; Competência Crítica em Informação; Brapci; Ciência da Informação.
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em Informação: um estudo bibliométrico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18,
publicação contínua, 2024, e024003. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024003.
Abstract
With a bibliometric study, this research analyzes the occurrence of the subjects “disinformation” and
“critical information literacy” in studies on literacy in Information Science. The theoretical framework
articulates concepts related to critical information literacy and disinformation. Seeking to link the
theoretical knowledge from the studied scientific literature, research is carried out in Brapci - which points
out the low incidence of these two central subjects in this analysis (critical information literacy and
disinformation) in studies on competences in the IS. Keywords, abstracts, titles, authors, journals, and
publications over time of the citing documents were analyzed. 2,514 papers were retrieved. With the
analysis carried out in this work, we can conclude that the themes "disinformation" and "critical information
literacy" are beginning to be explored in research on competencies/literacies in Information Science, and
consequently, in the field of IS as a whole. Also, it is important to note that these terms are being used
together, albeit in a limited way. This relationship indicates an approximation between these themes, which
can lead to the development of more research and advances in this area.
Keywords: Disinformation; Critical Information Literacy; Brapci; Information Science.
1 Introdução
A temática da desinformação, sendo um contrafenômeno da informação, como argumenta
Demo (2000), é cara à Ciência da Informação (CI) na mesma medida que o fenômeno informativo.
Não a desinformação é um tema relevante na contemporaneidade, mas conceitos adjacentes
como os de infodemia, pós-verdade e as fakes news, todos partem de uma ecologia informacional
(Brisola, 2021) e são incluídos em um arcabouço de termos que, não necessariamente novos,
assumem lugar relevante para pensar a atualidade, se colocando como áreas de pesquisa férteis
para as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, especialmente. Nesse sentido, refletimos sobre de
que maneira a CI pode contribuir e se relacionar com o enfrentamento à desinformação.
Existem estudos na Ciência da Informação realizados a partir da abordagem do
desenvolvimento de competências, especialmente aquelas relacionadas à informação, que
propõem alguns caminhos, como a competência crítica em informação (CCI). Assim, busca-se
nesta pesquisa, uma análise do cenário geral do estudo sobre as competências na CI, de modo a
encontrar subsídios para situar a competência crítica em informação como um recurso de
enfrentamento à desinformação, por meio de um estudo que analisa a produção científica na
interface entre esses tópicos.
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em Informação: um estudo bibliométrico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18,
publicação contínua, 2024, e024003. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024003.
Escrever sobre o tema da competência em informação é um desafio, uma vez que a
profusão de terminologias sugere a amplitude dessa abordagem centrada no papel da informação
e sua relação com os sujeitos e vice-versa. De acordo com Bastos (2022, p. 49):
A profusão de terminologias denota os esforços de pesquisadoras e pesquisadores
dos campos para a construção de clivagens teóricas, inclusive no interior das áreas
e subáreas. Termos como information literacy, media literacy, letramento
informacional, digital e midiático, competência crítica em informação,
tecnoliteracia, educação para os meios, alfabetização midiática e informacional,
entre outros, possuem suas especificidades históricas e teóricas.
Nesta abordagem, iniciaremos destacando a competência em informação (CoInfo) e a
competência crítica em informação (CCI), esta entendida por autores do campo da Ciência da
Informação (Brisola, 2021; Lucca, 2022; Beloni, 2022) como um movimento de crítica ao caráter
instrumental que a competência em informação guarda em si. Também abordaremos bases
conceituais para o estabelecimento de uma compreensão sobre o fenômeno da desinformação e
suas relações com o viver em sociedade na contemporaneidade.
O recorte que se viabiliza para essa abordagem se dá por meio de uma pesquisa na Base de
Dados em Ciência da Informação (Brapci). Observa-se propostas de discussão sobre a interface
entre a CCI, a CI e a desinformação, no entanto, existe o questionamento: em qual medida estão
representados nos estudos sobre o desenvolvimento de competências na Ciência da Informação os
temas “CCI” e “desinformação”? Assim, os objetivos específicos deste estudo são:
a) Apresentar indicadores bibliométricos gerais para o campo de estudo das competências
na Ciência da Informação.
b) Investigar a incidência do tema “desinformação” no contexto dos estudos sobre
competências na Ciência da Informação.
c) Investigar a incidência do tema “competência crítica em informação” no contexto dos
estudos sobre competências na Ciência da Informação.
d) Estabelecer uma relação entre os temas da “desinformação” e “competência crítica em
informação” na CI.
A literatura científica publicada faz parte do processo de comunicação científica e pode
guardar respostas e ampliar a compreensão que se tem sobre o tema, bem como criar condições
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para que se possa progredir no enfrentamento à desinformação por meio do estímulo à formação
de pessoas críticas. Para isso, foi desenvolvido um estudo de abordagem bibliométrica para tentar
responder ao problema exposto anteriormente, buscando compreender a configuração de pesquisas
da CI frente à problemática da desinformação e o diálogo com o desenvolvimento de competências
críticas em informação. Este é um estudo que não tem como intenção ser exaustivo em relação ao
tema, dada a multiplicidade de possibilidades para abordar a mesma problemática a partir de
diferentes recortes.
2 Desinformação e Competência em informação
Nesta seção relacionamos os conceitos de competência em informação, competências
críticas e desinformação, recorrendo à literatura científica produzida em diferentes campos do
saber com vistas a traçar uma compreensão sobre a interação entre estes temas.
2.1 Competências
No contexto internacional, Campello (2003) estabelece que começam a surgir estudos em
torno do tema da information literacy - competência em informação, na expressão mais
referenciada em português - na década de 1970. A autora explica que o primeiro estudo sobre o
tema no Brasil foi publicado por Sônia Caregnato em 2000, no contexto do desenvolvimento de
habilidades informacionais em bibliotecas universitárias, considerando a informação digital em
rede. Caregnato traduz “information literacy” como “alfabetização informacional”. Discorrendo
sobre outras expressões utilizadas no escopo do desenvolvimento de habilidades informacionais
com os sujeitos informacionais, Caregnato (2000, p. 50) diz que:
[...] pode-se observar o surgimento de novas formas para designar o serviço
educacional oferecido pelas bibliotecas aos seus leitores: desenvolvimento de
habilidades informacionais (em inglês, "Information skills develpment") (sic) e
alfabetização informacional (em inglês, "Information literacy"). Os termos
utilizados denotam uma preocupação com a expansão do conceito e se mostram
particularmente atraentes no momento em que se fala da sociedade da
informação.
A autora, no entanto, preferiu a adoção da expressão “habilidades informacionais” em seu
texto. Em Dudziak (2003), vemos outras sugestões de tradução para “information literacy”:
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publicação contínua, 2024, e024003. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024003.
"alfabetização informacional”, “letramento informacional”, “literacia informacional”, “fluência
informacional” e “competência em informação". Campello (2003, p. 29) informa que a tradução
da expressão “information literacy” como equivalente a “competência informacional”, havia sido
feita por essa mesma autora - Campello (2002) - “na perspectiva da biblioteca escolar, em texto
que sinalizava para o potencial desse conceito como catalisador das mudanças do papel da
biblioteca em face das exigências da educação no século XXI”.
Dudziak (2003) descreve que a competência informacional (information literacy) está
ligada à necessidade de dominar o constante e crescente universo de informações disponíveis. Ela
envolve a incorporação de habilidades, conhecimentos e valores essenciais para buscar, acessar,
avaliar, organizar e disseminar informações e conhecimentos. Conforme indica a autora, a
competência informacional é a essência fundamental para a habilidade de lidar com a informação
de forma eficaz.
Conforme Oliveira e Souza (2022), a abordagem das competências guarda uma relação,
em seu início e em razão da ênfase na palavra “competência”, com a lógica produtivista, atrelada
ao contexto da produção de valor do capitalismo. Essa expressão é mais evidente no contexto
organizacional, onde a palavra “competente” denota o sujeito que é capaz ou que tem habilidades
para solucionar algo de forma eficaz, eficiente e efetiva. A expressão “competência em
informação” esteve articulada, em seu início, ao contexto da busca, avaliação, compreensão e uso
da informação pelo sujeito. É o que se pode designar como características tradicionais, conforme
exposto em documentos norteadores (ALA, 1989; ACRL, 2000). Miranda (2022) indica que o
surgimento das concepções de competência não é específico do campo da informação. Segundo
ela (2022, p. 37), “As mudanças tecnológicas e organizacionais da cada de 1990 vividas pelos
países de capitalismo avançado reconfiguram o mundo produtivo e as características necessárias à
atuação no mercado de trabalho”.
Esta perspectiva, ainda que com o emprego do termo “competência” como parte das
expressões “competência informacional” e “competência em informação”, designantes de campos
de estudo é, atualmente, diferente na Ciência da Informação; a despeito de que, no começo, os
estudos desenvolvidos em CI mantivessem aquela concepção mais voltada à instrumentalização
para a informação, conforme sumarizado no parágrafo anterior. Segundo Oliveira e Souza (2022,
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p. 81), na CI o conceito de competência é expandido e passa a ser elaborado com “fundamento na
práxis, tomada de consciência e adoção de valor, que condicionam a ação dentro de um contexto
sócio-histórico crescente de produção, reprodução e, sobretudo, transformação”. Portanto, existe
uma disposição da área em avançar o conceito da competência em informação para uma
perspectiva mais aderente às demandas sociais. Porém, apenas isso não é suficiente e, em face aos
desafios contemporâneos, é sumária a necessidade de repensar a relação dos indivíduos com a
informação.
Mais recentemente, em seu desenvolvimento, a competência em informação passa a ser
alargada por meio de críticas realizadas por estudiosos como James Elmborg que, segundo Oliveira
e Souza (2022), argumentam que a competência em informação necessitava expandir sua atuação,
indo além da vertente operacionalizadora da informação. Nessas condições, surge o campo da
competência crítica em informação (CCI), que considera elementos contextuais do sujeito na sua
relação com a informação, diferentemente da concepção original de competência em informação,
segundo a qual, conforme Oliveira e Souza (2022, p. 80), “cultura, escolarização, classe social e
necessidades informacionais são postas em plano secundário”.
A CCI, por meio de uma crítica às bases da competência em informação, estabelece uma
ponte entre a competência em nformação e a Teoria Crítica, abordagem filosófica e sociológica
que surgiu na Escola de Frankfurt, idealizada por um grupo de intelectuais e acadêmicos alemães
nas décadas de 1920 e 1930. Essa teoria busca compreender e analisar criticamente as estruturas
sociais, políticas e culturais, com o objetivo de identificar e superar as formas de opressão,
dominação e alienação presentes na sociedade (Brisola, 2021; Melo; Alves; Brasileiro, 2022).
Além disso, a Teoria Crítica busca criar condições para a emancipação e a transformação social.
A Teoria Crítica representa uma escola crítica da indústria cultural, abordando a dialética entre
ciência, as formas de legitimação da arte e cultura, e o sistema capitalista. Segundo Bezerra (2020),
seu foco reside na análise profunda e reflexiva das interações entre cultura, sociedade e economia,
buscando compreender como o capitalismo influencia e molda as manifestações culturais, bem
como os processos de validação da arte. Essa perspectiva crítica propõe questionamentos
fundamentais sobre as estruturas sociais e as formas de produção cultural, visando promover uma
consciência mais ampla e transformadora acerca das dinâmicas sociais e culturais contemporâneas.
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em Informação: um estudo bibliométrico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18,
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Ela se propõe a ser uma teoria engajada, que não apenas interpreta o mundo, mas também busca
transformá-lo.
A CCI surge localmente a partir de pesquisas realizadas com Arthur Bezerra, em 2015
(Bastos, 2022), sendo a perspectiva brasileira da critical information literacy (CIL), esta
desenvolvida no exterior por pesquisadores como o referido James Elmborg, mas também
Eamon Tewell e Emily Drabinski. A proposta da CCI (e da CIL) articula seus conceitos com a
Pedagogia Crítica de Paulo Freire, que busca promover a conscientização, a emancipação e a
transformação social por meio da educação. A visão de Freire é alternativa à concepção tradicional
da educação, que ele considerava opressora, ao situar o aprendiz em um lugar de submissão e de
reprodução das desigualdades sociais na relação aprendiz-professor (Paixão; Cuevas-Cerveró;
Linhares, 2022).
Mais recentemente, surge um núcleo de pesquisas na Ciência da Informação que, ao
avançar na compreensão da competência em informação, aporta o desenvolvimento de
competência crítica em informação para o enfrentamento à desinformação/desordem da
informação/desordem informacional.
2.2 Desinformação e Pós-verdade
O volume de informações que é produzido e circula na atualidade torna impossível
conhecer todas as nuances de qualquer tema, exigindo do sujeito a análise crítica e contextual da
informação que lhe chega quanto às fontes, discursos e ao próprio uso que dará a essa informação.
Essas são, justamente, características que parecem não estar presentes na medida necessária na
relação dos indivíduos contemporâneos com a informação que circula sempre em volume
crescente.
Santaella e Kauffmann (2021) apontam que são realizadas cerca de 1,2 trilhão de buscas
no Google ao longo de um ano. Em 2020, conforme os autores (2021, p. 216), apresentando dados
da Cisco®, empresa norte-americana de informática, “já teríamos alcançado 50 bilhões de
dispositivos conectados à internet e que 1,7 bilhão de novas informações seriam desenvolvidas por
segundo por todos os habitantes do planeta.” Vignoli (2021, p. 37) é outra pesquisadora que,
recorrendo aos dados da Cisco® fez projeção para 2023 em 2020), dizendo que: “haverá 5,3
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bilhões de usuários da internet em 2023, ante 3,9 bilhões (51% da população global) em 2018”.
Todas essas pessoas produzem e consomem dados ao longo de sua existência conectada à rede. Já
existem referências à chamada Era do Zettabyte (Bonderud, 2020), na qual a humanidade teria
entrado quando o tráfego de dados digitais - opacos, maquínicos ou relacionais - superou o
zettabyte pela primeira vez
(1)
.
Esse é o cenário do Big Data (que podemos chamar de hiperdados), que se materializa e é
materializado pela hiperconectividade e pela hiperinformação. Este é um fenômeno caracterizado
por Brisola (2021, p. 40) como ponto de atenção para a CI atualmente, no contexto dos estudos
sobre a desinformação, sendo considerado “o fenômeno decorrente do excesso de informação
acumulada e circulante, que além de gerar dificuldade em filtrar e selecionar as informações,
também gera seu apagamento”. Apresentados esses números e conceitos, é inegável a emergência
da desinformação e a necessidade de discuti-la quando se estuda a informação na
contemporaneidade.
A infodemia, como uma manifestação da desinformação, refere-se à “gigantesca
abrangência e velocidade de disseminação de informações falsas [o que] tem produzido um quadro
em que as informações falsas estão mais presentes na vida das pessoas do que as verdadeiras e de
qualidade [...]” (Araújo, 2021). Alencar e Schneider (2022) estabelecem que o termo “infodemia”
foi proposto pela Organização Mundial de Saúde em 2021, no contexto do enfrentamento à
pandemia de Covid-19, doença causada pelo Sars-Cov-2, vírus que vitimou milhões de pessoas no
mundo, e ambiente no qual a desinformação em diferentes níveis proliferou como nunca antes.
Brisola (2021) indica que “pós-verdade” é uma expressão que foi eleita a palavra do ano
em língua inglesa, em 2016, pelo Dicionário Oxford, dada a relevância de seus desdobramentos.
Conforme D’Ancona e Taylor (2017, p. 16):
[...] foi necessário Trump e o Brexit para as pessoas começarem a se perguntar se
havia um tipo de fenômeno holístico que percorria a política, teorias da
conspiração, ciência, filosofia e assim por diante. E não apenas uma daquelas
quedas periódicas na qualidade da informação, mas algo um pouco mais
fundamental.
(2)
Para Andrade (2020), a pós-verdade é uma característica distintiva da era atual, levando as
pessoas a não se incomodarem com o que não corresponde à verdade ou não apresenta evidências
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sólidas de existência. Ao analisar essa definição, destacam-se dois termos cruciais na discussão:
indiferença e convivência. Esse fenômeno enfraquece a capacidade crítica, a observação e a análise
das informações que se colocam para o sujeito. Tanto Araújo (2021) quanto Brisola (2021) alegam
existir algum nível de polêmica em torno da banalização desse conceito, mas conforme aponta o
primeiro:
A pós-verdade é um fenômeno que se produz na confluência de três condições.
A primeira delas é a ampla disseminação de informações falsas (complemente
(sic) falsas, e não apenas distorções como na era dos meios de comunicação de
massa) com suporte tecnológico que permite alcances inimagináveis na era da
fofoca e dos rumores. A segunda é a possibilidade de checagem nos dias atuais,
em que muitas pessoas podem, em poucos segundos e com aparelhos de uso
cotidiano como o smartphone ou o notebook, checar a veracidade das
informações recebidas por elas em qualquer meio. A terceira é o fato de as
pessoas não fazerem isso, isto é, não checarem, não verificarem se uma
informação é verdadeira ou falsa, antes de a repassarem e dela se apropriarem
(Araújo, 2021, p.6).
Em Araújo (2021) fica explícito as relações que a desinformação tem com cada um dos três
paradigmas que são indicados como bases para a Ciência da Informação (físico, cognitivo e social).
Na sua exposição, o autor demarca, com base em conceitos desenvolvidos por outros
pesquisadores, a possibilidade de uma "virada veritística" para a CI, entendida como a sugestão do
estabelecimento de um novo paradigma para a Ciência da Informação calcado na noção de
"informação verdadeira".
Seria como se Araújo (2021) sugerisse uma nova maneira de interpretar a informação, se
distanciando do que é vigente até então - ou seja, partir de "toda a informação (especialmente a
registrada) é verdadeira" para partir de "nem toda a informação é verdadeira". Isso exigiria um
profissional que lida com a informação mais crítico e melhor preparado para lidar com essas
"novas" noções atreladas à informação na contemporaneidade, bem como exigiria um sujeito
informacional melhor preparado para se relacionar com a informação a partir dessa nova
perspectiva. É aí que se insere o indivíduo informacionalmente competente e crítico à informação
com a qual se relaciona.
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2.3 Competência Crítica em Informação e Desinformação
Em todo esse contexto de mudanças epistemológicas e praxiológicas na CI, estudos
apontam a relevância do desenvolvimento de competências em diferentes públicos em condições
diversas para o enfrentamento da desinformação, estabelecendo as competências como elementos-
chave para a superação do caos informacional. Conforme Heller, Jacobi e Borges (2020, p. 199),
“Seja oferecendo uma discussão robusta, seja indicando meios de enfrentamento a esse fenômeno,
a CI pode assumir o protagonismo de quem tem a informação como seu objeto”. Os autores citam
um conjunto de 12 estudos que estabelecem essa conexão identificados na pesquisa que realizaram.
Em uma pesquisa realizada na Brapci e agregando resultados da Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações e Catálogo de Teses e Dissertações CAPES até 2021, Ançanello,
Casarin e Furnival (2023) encontraram 32 estudos sobre a CoInfo em diálogo com a temática da
desinformação. No contexto da CoInfo os autores detalham que, tanto “desinformação” quanto
“fake news” são assuntos emergentes.
Heller, Jacobi e Borges (2020) também detalham que a instrumentalização com vistas à
promoção da competência em informação meramente não é eficaz em um contexto tão opaco
quanto o da produção e do consumo da informação - e sua comunicação - na atualidade. que
se considerar um componente atitudinal envolvido no processo. Conforme Heller, Jacobi e Borges
(2020, p. 200) “não basta ensinar a avaliar a informação ou a usar ferramentas de checagem, se as
pessoas não se interessarem em fazê-lo!”.
Nestas condições, a competência, e aqui a infocomunicacional defendida pelos autores -
mas que pode ser extrapolada para outras vertentes das competências críticas -, deve estar
imbricada em um processo de avaliação constante da informação e de sua comunicação. A
perspectiva crítica perante a informação abrange todas as etapas do processo de comunicação e de
informação. Isso envolve questionar a necessidade de acesso a um grande volume de informações,
que pode levar à sobrecarga e desinformação. Além disso, implica em ter uma postura crítica em
relação à comunicação e assumir a responsabilidade pelo que é produzido e disseminado, que
cada indivíduo influencia o ambiente de informação e comunicação no qual está inserido (Heller;
Jacobi; Borges, 2020).
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3. Metodologia
Foi realizada uma busca, em maio de 2023, na Brapci com o termo “compet*” objetivando
encontrar os estudos publicados na base ao longo de seu registro histórico, compreendido entre os
anos de 1972 e 2023, sobre o campo das competências na Ciência da Informação - considerada
aqui como a reunião dos estudos realizados em Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia e
áreas correlatas, conforme os periódicos indexados pela/na Brapci. Os filtros de seleção de campos
de busca não foram aplicados, ou seja, optou-se por selecionar todos os resultados oriundos da
busca. O sistema procurou por resultados em todos os campos, marcadamente considerando os
campos “título”, “resumo” e “palavras-chave”. Recuperou-se, com a busca, 2.739 resultados.
A consulta à Brapci foi repetida, desta vez realizando uma busca com o termo
“competência”, com a intenção de recuperar apenas os resultados correspondentes a trabalhos
publicados em português sobre o tema, tendo o objetivo de comparar os resultados das duas buscas.
Foram encontradas 1.142 correspondências, ou seja, a busca mais abrangente recupera mais que o
dobro dos resultados. Com os 2.739 estudos recuperados na primeira pesquisa, identificados aqui
como mais representativos em relação ao contexto, realizou-se o download desses documentos.
Em seguida, os dados (2.739 estudos recuperados) foram baixados e processados, em
diferentes etapas, em múltiplos softwares. Trabalhou-se com os dados nos formatos .csv (planilha)
e .txt (texto), nos aplicativos Bloco de Notas do Windows, Microsoft Excel, Google Planilhas,
Open Refine, Notepad++, Brapci Bibliometric Tools, Voyant Tools, WordArt e VOSViewer.
Os dados levantados e disponibilizados pela Brapci variam conforme o extrato a ser
analisado. No caso dos documentos que citam, os metadados são mais diversos. Foi possível
analisar os campos “Palavras-chave”, “Ano de publicação”; “Resumo”, “Autor”, “Título” e
“Periódicos”. A primeira ação a ser intencionada foi uma deduplicação geral dos resultados
oriundos da pesquisa principal. Na Brapci, cada material indexado conserva um número de
identificação único. São 2.739 identificadores únicos recuperados nesta pesquisa. Nesse sentido,
presume-se que não haveria resultados duplicados e essa etapa seria desnecessária. Uma análise
mais atenta aos títulos dos estudos, na verdade, encontra resultados duplicados. Para realizar a
deduplicação considerou-se os campos “Title/Título”, “Source/Fonte” e “Issue/Volume”, uma vez
que, de fato, trabalhos com o mesmo título podem ser veiculados/publicados em locais diferentes.
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Foi realizada a exclusão de 225 registros após a etapa de deduplicação. O corpus total deste estudo,
assim, foi de 2.514 registros.
Palavras-chave foram tratadas para normalização das ocorrências quanto às variações mais
comuns, que foram corrigidas. Todas as palavras-chave com mais de 10 ocorrências foram
traduzidas para o Português (cerca de 100). Inicialmente, foram listadas todas as palavras-chave,
depois aplicado um filtro para redefinição de todos os caracteres em caixa alta (upper case). As
palavras vazias (stopwords) também foram excluídas. Todas as palavras-chave foram posicionadas
em linhas na planilha com auxílio do Notepad++. Os resumos foram tratados com normalização
das ocorrências quanto ao idioma e às variações mais comuns. Quando um trabalho apresentava
duas versões de um mesmo resumo, por exemplo, em português e em espanhol, apenas o primeiro
dos dois textos foi considerado. Foram listadas todas as palavras dos resumos, uma abaixo da outra,
com o auxílio do Notepad++, excluídas as stopwords, aplicada a correção de variações de
terminologia para as palavras mais frequentes acima de 100 ocorrências, realizada a tradução das
palavras mais frequentes para o português e, por fim, realizado a transposição de todas as palavras
em caixa alta.
Para os autores, foi realizada uma normalização criteriosa dos nomes com algoritmos de
similaridade disponibilizados para este tipo de tratamento de dados pelo Open Refine. Antes disso,
os autores foram todos separados de suas relações de coautoria e posicionados um abaixo do outro
com o auxílio do Notepad++. Esse aspecto só será abordado parcialmente neste trabalho, de forma
que o procedimento e análises aprofundadas entre os autores não foram intencionadas. Os títulos
foram tratados para normalização das ocorrências quanto às variações mais comuns, que foram
corrigidas. Todos os termos dos títulos com mais de 10 ocorrências foram traduzidos para o
Português (no total, 266 termos). Inicialmente, foram listados todos os termos, depois aplicado um
filtro para redefinição de todos os caracteres em caixa alta (upper case). As palavras vazias
(stopwords) também foram excluídas. Todas as palavras foram posicionadas em linhas com auxílio
do Notepad++.
Periódicos de publicação foram tratados em relação às ocorrências de variações nos títulos,
que foram ajustadas, quando necessário. Para este campo, as informações coletadas na Brapci
retornaram com boa qualidade e em pouco foi necessário interferir para corrigir. Também foi
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WENDT, Lucas George; BORGES, Jussara. Uma Análise das Relações entre Desinformação e Competência Crítica
em Informação: um estudo bibliométrico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18,
publicação contínua, 2024, e024003. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024003.
aplicado um filtro para redefinição de todos os caracteres em caixa alta (upper case). Esse aspecto
também será abordado parcialmente neste trabalho, então análises aprofundadas não foram
intentadas. Os anos de publicação foram tratados como texto simples, de forma que as planilhas
Google e Excel pudessem gerar os gráficos correspondentes. Os anos de publicação também foram
agrupados em décadas por meio da utilização da função “qwery”, como uma maneira de qualificar
a análise temporal.
4. Resultados e Discussões
O foco das análises será direcionado ao conteúdo textual analisado (palavras-chave, títulos
dos trabalhos e resumos), mas uma leitura bibliométrica mais ampla também será oferecida,
apresentando informações sobre os autores, periódicos e anos de publicação.
4.1 Palavras-chaves
Dos 2.514 estudos, 1.867 continham palavras-chave. O número mínimo de palavras-chave
encontradas foi uma palavra-chave e o máximo foi 24 em um único documento. A média é de 7,4
palavras-chave por registro. O total de palavras-chave foi 13.895, antes da normalização.
Conforme os passos explicitados anteriormente, com a normalização realizada no Open Refine, os
resultados somaram 6.015 formas únicas de palavras-chave e, com eles, foram elaboradas as
nuvens de palavras e estabelecimento das relações entre os termos. Nota-se uma grande dispersão
no uso das palavras-chave no corpus, com 4.691 palavras-chave tendo sido usadas somente uma
vez. As restantes 1.324 palavras-chave têm usos que variam de dois (algumas dezenas de termos)
a 888 (a expressão “ciencia da informacao”).
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Quadro 1 - Palavras-chave mais frequentes no corpus
Termo
Frequência
CIENCIA DA INFORMACAO
888
BIBLIOTECONOMIA
381
COMPETENCIA EM INFORMACAO
339
LITERACIA INFORMACIONAL
208
GESTAO DO CONHECIMENTO
205
BIBLIOTECARIO
168
INTELIGENCIA COMPETITIVA
162
GESTAO DA INFORMACAO
155
COMPETENCIA INFORMACIONAL
144
BIBLIOTECA UNIVERSITARIA
123
Fonte: dados da pesquisa (2023).
A palavra “desinformacao” e a expressão “sociedade da informacao- termos de interesse
neste estudo - aparecem bem próximas em termos de tagueamento com, respectivamente, 44 e 42
usos e, portanto, muito distantes do recorte das palavras mais usadas considerado para essa análise.
“Fake news”, outro termo de interesse nesta pesquisa, surge com 17 usos. “Competencia critica
em informacao”, que também é expressão de interesse nesta pesquisa, tem 13 usos pelos estudos
do corpus. Apenas “competencia crítica” não apresenta usos no corpus. O termo critica” é usado
em outras expressões, mas de forma muito dispersa ao longo do corpus, como é possível perceber
nos exemplos a seguir: “teoria critica” (6 usos); “pedagogia critica” (3 usos); “critical thinking /
pensamento critico” (2 usos); e “albetizacion critica / alfabetização critica” (1 uso).
Em relação aos resultados, o contexto de surgimento dos estudos sobre competências na
área organizacional (Miranda, 2022; Campello, 2003) fica nítido quando termos como “gestao do
conhecimento” (5º colocado), “inteligencia competitiva” (7º colocado) e “gestao da informacao”
(8º colocado) estão presentes dentre aqueles mais usados como palavra-chave no corpus. Ainda, é
possível comentar que os termos como “biblioteconomia” (2º colocado), “bibliotecario” (6º
colocado) e “biblioteca universitaria” (10º colocado) aludem à atuação dos profissionais da
informação - e da biblioteconomia como campo do saber - no contexto das competências mais
voltados à tipologia das bibliotecas universitárias ou, seja, desenvolvendo ações de promoção às
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competências em informação nesse tipo de local. Percebe-se que o cenário de outras tipologias de
unidades de informação - bibliotecas escolares, por exemplo - é menos abordado.
4.2 Resumos
Dos 2.514 estudos, 2.490 continham resumos. Os resumos geraram 430 mil palavras (com
195.797 stopwords), distribuídas em 32.571 formas únicas de palavras. Todas as palavras com
ocorrência acima de 100 no corpus foram tratadas conforme explicitado na seção anterior. No caso
dos resumos, diferentemente das palavras-chave, a análise se pela palavra isolada de seu
contexto, ou seja, no nível dos termos, sem considerar a presença dos termos em expressões. No
quadro 2, abaixo, estão listadas as 10 ocorrências mais frequentes no corpus relativo aos resumos,
após o tratamento das palavras.
Quadro 2 - Termos mais frequentes no corpus composto pelo conteúdo dos resumos
Termo
Frequência
INFORMACAO
7248
COMPETENCIA
3570
PESQUISA
2441
CONHECIMENTO
2258
BIBLIOTECA
1637
ESTUDO
1553
PROFISSIONAL
1453
OBJETIVO
1426
PROCESSO
1386
GESTAO
1342
Fonte: dados da pesquisa (2023).
Existe uma grande dispersão dos termos, o que é natural em corpora expressivos em relação
a quantidades de palavras. As palavras com mais de 100 ocorrências são 298 e correspondem a
29.800 ocorrências no corpus. A expressão “fake news” aparece em posição 309 entre as mais
frequentes, com 97 usos. “Desinformacao” aparece na posição 450, com 75 usos. “Pos-verdade”
tem 8 ocorrências no corpus relativo aos resumos, aparecendo em posição 4.061. No corpus a
palavra “critica” aparece na posição 175 dentre as mais frequentes. Existem cerca de 30 variações
do termo “critic*” ao longo do corpus.
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4.3 Títulos
O campo “Título” era informação presente em todos os registros recuperados (2.514). Após
a etapa explicitada na seção anterior em relação ao tratamento dos termos dos títulos, um total de
cerca de 17.890 palavras com conteúdo significativo foi analisado, 4.102 delas formas únicas. O
Quadro 3 apresenta as palavras mais comuns nos títulos. A despeito de termos terem variado suas
posições, uma leitura muito similar à das palavras-chave é possível quando se analisam os títulos
dos trabalhos.
Quadro 3 - Termos mais frequentes integrantes do corpus que compõe os títulos
Termo
Frequência
INFORMACAO
1065
COMPETENCIAS
693
BIBLIOTECA
304
GESTAO
292
CONHECIMENTO
264
INFORMACIONAL
261
BIBLIOTECARIO
217
INTELIGENCIA
165
COMPETITIVA
142
PROFISSIONAL
142
Fonte: dados da pesquisa (2023).
Os termos nos títulos situam-se, em termos de qualidade de representatividade, no meio do
caminho entre as palavras-chave (mais sintéticas e, por isso mais objetivas) e o conteúdo dos
resumos (mais disperso). Nos títulos dos 2.514 trabalhos, uma busca específica pelos termos
“desinf*”; “fake news”; “pós-verdade” e “infodemia” retorna 33 resultados (1,31%), total pouco
expressivo. O primeiro estudo publicado sobre esses temas no contexto das competências na CI é
de 2017 (um estudo). O interesse é crescente por esses temas: 2018 tem 2 trabalhos publicados;
2019, 3; 2020 tem 7; 2021 tem 5 e, por fim, 2022 concentra 13 trabalhos nessa interface.
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Na análise dos trabalhos que contém a expressão “crítica”, eles são ainda menos: 26
(1,03%). Pela leitura dos títulos, todos os esses trabalhos apontam estarem relacionados ao
contexto da “Competência crítica em informação”.
4.4 Autores
Todas as pesquisas recuperadas (2.514) continham pelo menos um autor. Com o Open
Refine, e por meio de diferentes algoritmos disponibilizados por essa base, buscou-se a
normalização de diferentes nomes de autores que contivessem erros de grafia, o que se mostrou
comum no corpus. Os autores envolvidos com as pesquisas somam 3.427, ao todo. Aparecem
Elizete Vieira Vitorino, com 54 trabalhos; Marta Lígia Pomim Valentim, com 53; e Regina Célia
Baptista Belluzzo, com 40 trabalhos. São apresentados resultados apenas para três autores em
razão da grande presença de autores com o mesmo número de trabalhos e, também, grande número
de autores com poucos trabalhos no campo, logo na sequência. A presença de autoras de duas
vertentes de pesquisa diferentes também é representativa do cenário de distribuição de palavras
encontrado nos resumos, títulos e palavras-chave dos trabalhos analisados. Essas autoras - com a
maior quantidade de trabalhos - atuam com a Ciência da Informação na vertente de estudos em
Competência em Informação; a outra, nos estudos de Gestão da Informação e Gestão do
Conhecimento em ambientes organizacionais.
4.5 Periódicos
A informação para os periódicos de publicação dos estudos estava presente em 2.332
registros. Foram identificados 92 diferentes meios de divulgação dos trabalhos componentes do
corpus. Os cinco periódicos que mais publicaram trabalhos, totalizando 572, são: Ciência da
Informação (141); Perspectivas em Gestão & Conhecimento (134); Perspectivas em Ciência da
Informação (109); Informação & Informação (101) e Revista ACB: Biblioteconomia em Santa
Catarina (87). Os periódicos com os maiores quantitativos de trabalhos publicados ao longo do
tempo são todos das áreas da Ciência da Informação e Gestão do Conhecimento, o que reforça a
presença de estudos voltados ao desenvolvimento de competências no contexto organizacional.
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4.6 Publicação ao longo do tempo
O ano de publicação esteve presente em todos os registros recuperados (2.514), porém, nas
análises, foram desconsiderados registros com caracteres que não eram números no campo “Ano”
e outros registros cujo ano era datado do começo da década de 1900, ou seja, inconsistentes. Sendo
assim, os anos de análises correspondem a 2.509 registros. Estão relacionados 49 diferentes anos
de publicação de estudos, com pelo menos um estudo publicado para cada uma das oito últimas
décadas (1950, 1960, 1970, 1980, 1990, 2000, 2010 e 2020). Os anos com a maior quantidade de
publicações realizadas são 2021 (228); 2019 (208) e 2020 (191), conforme Gráfico 1, em
sequência.
Gráfico 1 - Publicação ao longo do tempo
Fonte: dados da pesquisa (2023).
No recorte por década, a década de 2010 representa mais da metade dos trabalhos
publicados sobre o tema geral das competências no domínio da Ciência da Informação, com 1.376
trabalhos publicados. A década de 2020 (com 655 trabalhos), apesar de apenas contar com
documentos dos anos de 2020, 2021, 2022 e 2023, representa cerca da metade dos trabalhos
publicados na década anterior. Essa leitura é um claro indicativo de que as publicações sobre o
tema das competências na CI têm aumentado ao longo do tempo, por razões que podem passar por
um aumento do interesse no tema e no ingresso de mais pesquisadores abordando essa interface
de pesquisa.
A despeito de não avultarem em termos quantitativos no cenário geral das competências,
os temas da “desinformação” e da “competência crítica em informação” como uma ferramenta
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para o enfrentamento do fenômeno desinformativo, assuntos de interesse desta pesquisa, podem
se beneficiar do crescimento global das pesquisas no campo das competências na CI. Salienta-se
que essa aparente escassez de pesquisas sobre o contexto da desinformação na sua relação com as
competências em informação na Ciência da Informação pode ser tensionada, que sabidamente
existe muito espaço para a proposta e desenvolvimento de pesquisas relacionando esses temas.
5. Considerações finais
Por meio da análise proposta neste trabalho, é possível concluir que os temas
“desinformação” e “competência crítica em informação”, mesmo que timidamente, começam a
despontar na pesquisa em competências na Ciência da Informação e, dessa forma, na CI como um
todo. Mais relevante do que essa leitura é a observação de que é possível perceber a incidência
desses termos juntos (ainda que de forma pouco expressiva). Essa relação indica uma aproximação
entre os temas que pode culminar com a competência crítica em informação como uma referência
de enfrentamento à desinformação. Em relação aos objetivos específicos deste estudo:
a) Apresentar indicadores bibliométricos gerais para o campo de estudo das competências
na Ciência da Informação: foram demonstradas as características gerais desse campo
de atuação da CI em relação às palavras-chave, os resumos, os títulos, as autorias, os
periódicos, e as publicações ao longo do tempo dos documentos citantes.
b) Investigar a incidência do tema “desinformação” no contexto dos estudos sobre
competências na Ciência da Informação: demonstra-se que os estudos sobre o tema da
desinformação são incipientes na CI no contexto da competência em informação.
c) Investigar a incidência do tema “competência crítica em informação” no contexto dos
estudos sobre competências na Ciência da Informação: a competência crítica em
informação é uma vertente dos estudos em competência em informação e não aparece
ainda em destaque no recorte proposto nesta pesquisa.
d) Estabelecer uma relação entre os temas da “desinformação” e “competência crítica em
informação” na CI: o referencial consultado demonstra ser possível relacionar esses
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dois temas, muito embora essa relação esteja pouco representada, no momento, na
literatura publicada na CI sobre as competências.
O fenômeno da desinformação é uma face inevitável dos processos de informação e
comunicação em uma sociedade hiperconectada. um caminho longo de pesquisa para
compreender e resistir à desinformação, mas a literatura científica indica que as propostas
começam a se desenhar.
Ações de análise, coleta, classificação, manipulação, armazenamento, recuperação e
disseminação da informação são elementos centrais para a CI e áreas correlatas e a desinformação
se atravessa em todas elas. Nessas condições, é necessário que o trabalho pela frente de combate
à desinformação seja integrador de diferentes disciplinas, com protagonismo da CI e ênfase nas
áreas da Comunicação e da Educação, para que os sujeitos contemporâneos e futuros sejam
dotados de meios para navegar neste turbulento oceano informacional.
Notas
(1) Um zettabyte é uma unidade de medida de armazenamento digital que representa um múltiplo do byte. Ele equivale
a 1.000.000.000.000.000.000.000 (10
21
) bytes.
(2)
“[...] it took Trump and Brexit for people to start wondering whether there was a kind of holistic phenomenon here
that ran through politics, conspiracy theories, science, philosophy and so on. And it wasn’t just one of those
periodic downturns in the quality of information, but something a bit more fundamental.”
Agradecimentos
Esta pesquisa recebe apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul - FAPERGS.
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WENDT, Lucas George; BORGES, Jussara. Uma Análise das Relações entre Desinformação e Competência Crítica
em Informação: um estudo bibliométrico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18,
publicação contínua, 2024, e024003. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024003.
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Dados da pesquisa
Os dados referentes a esta pesquisa não estão disponíveis em repositórios de dados. Os dados públicos
sobre os quais foram realizadas as interpretações já estão disponíveis na BRAPCI Base de Dados em
Ciência da Informação. Caso seja de interesse, seguindo os passos descritos na metodologia do trabalho é
possível que se repita a pesquisa sem intercorrências.
Copyright: © 2024 WENDT, Lucas George; BORGES, Jussara. This is an open-access article distributed
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Received: 29/12/2023 Accepted: 29/01/2024