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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE
POLÍTICA DE INOVAÇÃO:
uma perspectiva schumpeteriana de inovação
ANALYSIS OF SCIENTIFIC PRODUCTION ON INNOVATION POLICY: a schumpeterian perspective
of innovation
Marcelo Vargas (1), Andressa Benvenutti Radaelli (2), Antônio Eduardo Kloc (3),
Mara Angelita Nestor Ferreira (4), Hellen Alves Sá (5)
(1) Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Brasil, marcelo.vargas@unespar.edu.br
(2) Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Brasil, andressaradaelli@hotmail.com
(3) Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Paraná, Brasil,
eduardo.kloc@ifpr.edu.br
(4) Centro Universitário UniDomBosco, Brasil, marangemarange6@gmail.com
(5) hellenalvesa@gmail.com
Resumo
A inovação é um poderoso impulsionador da evolução das firmas e da sociedade. A política de inovação
incentiva as pessoas e firmas a efetivamente realizarem atividades inovativas. Assim, o objetivo do artigo
é mapear a fundamentação teórica que as pesquisas científicas têm utilizado para estudar inovação e
políticas de inovação. Para isso, foi apresentado a revisão bibliográfica sobre inovação a partir da visão de
Schumpeter, e algumas concepções sobre políticas de inovação e industrial. Além disso, utilizando o banco
de dados Scopus, realizou-se uma pesquisa sobre o tema “política de inovação”. Para apresentação dos
resultados, foram construídos três gráficos para auxiliar na análise, e duas figuras de redes bibliométricas,
com uso do software VOSviewer. Após análise dos 39 artigos, concluiu-se que 15,38% apresentaram a
teoria schumpeteriana como fundamentação, e 58,97% utilizaram de teorias que originaram do seu
pensamento (escola evolucionária e neoschumpeteriana). Esse artigo mostrou que Schumpeter deixou uma
colaboração ao estudo da inovação e da política de inovação, com sua teoria, com novas escolas, e com
novos pensadores (novos elementos e fundamentos), de modo que esse conjunto de contribuições
fortalecem a criação, difusão, implementação e realização de ações voltadas ao processo industrial e
inovativo, e ao desenvolvimento das organizações e da sociedade.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Palavras-chave: Rede bibliométrica; Política industrial; Inovação; Política de inovação; Schumpeter.
Abstract
Innovation is a powerful driver of the evolution of firms and society. Innovation policy encourages people
and firms to effectively carry out innovative activities. Thus, the objective of the article is to map the
theoretical foundation that scientific research has used to study innovation and innovation policies. To this
end, a bibliographical review on innovation from Schumpeter's perspective was presented, as well as some
concepts on innovation and industrial policies. Furthermore, using the Scopus database, research was
carried out on the topic “innovation policy”. To present the results, three graphs were constructed to assist
in the analysis, and two figures of bibliometric networks, using the VOSviewer software. After analyzing
the 39 articles, it was concluded that 15,38% presented the Schumpeterian theory as a basis, and 58,97%
used theories that originated from their thinking (evolutionary and neo-Schumpeterian school). This article
showed that Schumpeter left a contribution to the study of innovation and innovation policy, with his theory,
with new schools, and with new thinkers (new elements and foundations), so that this set of contributions
strengthens the creation, diffusion, implementing and carrying out actions aimed at the industrial and
innovative process, and the development of organizations and society.
Keywords: Bibliometric network; Industrial policy; Innovation; Innovation policy; Schumpeter.
1 Introdução
A inovação se constitui em uma das principais forças motrizes para a evolução e criação
de vantagem competitiva das firmas (SANTOS, 2020). Além disso, o processo inovativo
desencadeia a geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico. Para auxiliar nesse
processo é importante uma política de inovação, que não se limite a ofertar recursos para inovar,
mas que incentive as pessoas e firmas a efetivamente realizarem atividades inovativas,
promovendo aprendizado, gerando conhecimento, incentivando a interação entre os agentes,
aprimorando a competitividade e contribuindo com o desenvolvimento econômico
(CAVALCANTE, 2023).
O tema “política de inovação” é enfocado em vários artigos publicados, porém, não se
encontra nenhum que tenha feito uma análise das publicações de forma sistemática, considerando
a inovação na visão de Schumpeter, e realizando a construção de uma rede bibliométrica de autores
e fontes citadas. A partir dessa premissa, buscou-se mapear a pesquisa científica sobre políticas de
inovação. Esse mapeamento auxiliará novos estudos no que tange aos elementos/fundamentos que
têm sido utilizados, mostrando as contribuições que os pesquisadores têm trazido para o debate
sobre inovação e políticas de inovação.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Desse modo, para analisar as publicações, optou-se por realizar a pesquisa no banco de
dados Scopus, haja vista ter uma abrangência de mais de 91 milhões de artigos, referências citadas,
perfis de autores, livros, títulos de séries, perfis institucionais e editoras. Assim, a questão que o
artigo procura responder é “os artigos que tratam de política de inovação tem referenciado
Schumpeter?”. Dentre as possibilidades, destacam-se duas: os artigos têm utilizado a teoria
schumpeteriana para abordar as políticas de inovação, ou a discussão sobre políticas de inovação
tem avançado as contribuições de Schumpeter e trazido novos elementos/fundamentos para o
debate.
Isso posto, o objetivo é mapear como os artigos que estudam inovação e políticas de
inovação têm fundamentado suas discussões. A questão de pesquisa e o objetivo do artigo vão de
encontro com o que é apresentado por Adam (2022), que diz que a teoria schumpeteriana mostra
que o desenvolvimento econômico é promovido por inovações, sendo necessário para sua
realização, políticas de inovação. Assim, na primeira parte do artigo foi abordado a fundamentação
teórica sobre inovação, na perspectiva schumpeteriana, e as concepções sobre políticas de
inovação e industrial. Depois, descreveu-se os procedimentos metodológicos da pesquisa,
destacando os parâmetros iniciais de busca e os refinamentos realizados no banco de dados Scopus.
O resultado da pesquisa retornou 41 artigos, que foram lidos, sendo que dois foram descartados
(fora do escopo do estudo). Os demais documentos foram analisados e apresentados, por meio de
três gráficos e duas redes bibliométricas. Ao final, concluiu-se o trabalho.
2 Inovação e política de inovação
A inovação é fundamental para as organizações e para a sociedade, especialmente diante
de uma economia globalizada. A atividade inovativa deve ser vista como elemento propulsor do
crescimento econômico, da geração de emprego e renda e do bem-estar da população. Joseph Alois
Schumpeter, em sua obra A Teoria do Desenvolvimento Econômico (1911), destaca a importância
das inovações e dos avanços tecnológicos no desenvolvimento das firmas e da economia.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
2.1 Inovação na perspectiva schumpeteriana
A Revolução Industrial, no século XVIII, foi um período de transformações no processo
de produção industrial, impulsionado pelas invenções, como a máquina a vapor. Naquela época, o
termo utilizado para apresentar as descobertas era invenção. Por volta do século XIX, o termo
inovação começou a surgir e esteve ligado à ciência, à indústria e ao desenvolvimento da
economia.
Segundo List (1856), é o acúmulo de descobertas, invenções, melhorias e esforços de todas
as gerações que constituem um capital intelectual a proporcionar a atual situação econômica dos
países. Ele ressalta que, esse conjunto de conhecimento deve ser aumentado e aprimorado, fazendo
com que a produtividade seja modificada, aproveitando-se os recursos naturais, a posição
geográfica e o número de habitantes. Para o autor, não progresso ou nenhuma descoberta que
não melhore e transforme as indústrias, pois a falta de cultura ou instrução induz os homens de
talento a dedicarem-se à profissão de professores ou escritores. Esses homens talentosos realizam
trabalhos científicos que influenciam o desenvolvimento da ciência e das indústrias, tornando as
firmas mais avançadas.
Porém, a discussão sobre inovação, em escala empresarial e macroeconômica, foi iniciada
por Schumpeter em 1911, haja vista ter baseado sua teoria do desenvolvimento na inovação. O
autor distingue esse conceito das invenções, pois para ele estas são economicamente irrelevantes
se não forem disponibilizadas no mercado. Por sua vez, para ele, as inovações geram algum tipo
de vantagem econômica para os empresários e para a sociedade.
Assim, Schumpeter (1961) estabeleceu reflexões sobre o papel das inovações como um
importante elemento para o entendimento da dinâmica do sistema capitalista. Segundo o autor, a
transformação industrial altera constantemente a estrutura econômica interna da firma, destruindo
o velho e criando novos elementos. Desse modo, para Schumpeter, a compreensão do capitalismo
depende desse processo de destruição criadora. Logo, é nele que o capitalismo começa e toda firma
capitalista deve se ajustar a ele para continuar existindo.
Para Schumpeter (1997), a inovação acontece por meio de cinco tipos básicos: i) introdução
de um novo produto ou nova qualidade; ii) introdução de um novo processo de produção ou uma
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
nova forma de administrar comercialmente um produto; iii) abertura de um novo mercado; iv)
obtenção de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou produtos parcialmente
manufaturados; e v) estabelecimento de um novo processo de organização.
Schumpeter (1997) reforça o argumento de que a inovação é determinante para o
desenvolvimento do sistema econômico. Nesse contexto, o autor associa o processo inovativo das
firmas à concorrência existente no mercado. As firmas, através dos seus empresários, são
responsáveis por incorporar e difundir as novas tecnologias e inovações como resposta a essa
concorrência. A competição é vista como ponto inicial para o desenvolvimento econômico, e as
inovações mantêm este desenvolvimento em constante evolução. Segundo Costa (2006), se a
concorrência fosse perfeita, os inovadores não conseguiriam se apropriar de nenhum retorno das
suas inovações e sem estas, as economias acabariam por se estagnar.
2.2 Políticas de inovação e industrial
A necessidade de mudança no ambiente econômico, institucional e tecnológico como um
todo, envolvendo um conjunto de ações que abrange a atividade pública e privada, é impulsionada
pela política industrial, que é ativa e abrangente, voltada a setores ou atividades industriais. Essa
política influencia a evolução das organizações. Incentiva o desenvolvimento econômico e
determina a competitividade sistêmica da indústria (SUZIGAN; FURTADO, 2006). Segundo os
autores, essa ideia de política industrial tem relação com a economia evolucionária e
neoschumpeteriana, a qual baseiam-se, principalmente, em uma observação dos fenômenos
econômicos, sendo chamada de teoria apreciativa. Essa abordagem propõe que, combinada com
as formalizações teóricas da economia evolucionária e com a visão schumpeteriana do papel
estratégico da inovação no desenvolvimento econômico, a inovação impulsiona a coevolução de
tecnologias, estruturas de organizações industriais, bem como instituições em sentido amplo,
incluindo infraestrutura, normas e instituições de apoio à indústria.
Nessa perspectiva, tem-se a política de inovação schumpeteriana, a qual implica em um
processo de interação que visa abordar a atividade de inovação, assim como outros aspectos da
economia de um país que impactam na estratégia comercial das firmas (BITTENCOURT;
RAUEN, 2021). Segundo Suzigan (2017), a política de inovação neo-schumpeteriana tende a
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promover a aprendizagem, a acumulação de conhecimento e o desenvolvimento de habilidades
tecnológicas. Em um sentido amplo, ela visa se articular com a política macroeconômica, incluindo
políticas complementares e de apoio, envolvendo escolhas setoriais e/ou tecnológicas.
Melo, Fucidji e Possas (2015) descrevem que uma política de inovação é um poderoso
instrumento da política industrial que estimula e implementa mecanismos específicos para o
desenvolvimento tecnológico. Segundo Costa (2016), nesta perspectiva, essa política se preocupa
com a geração de conhecimento e aplicação no desenvolvimento de novas tecnologias,
aumentando a variedade de produtos, processos produtivos e métodos organizacionais que são
melhores do que os existentes. Assim, está direcionada para a promoção do aprendizado, de modo
a criar novidades e ser propagada na economia. Logo, a política industrial pode ter um viés na
política de inovação, sendo direcionada para incentivar setores, atividades inovativas e de
propagação de conhecimento e aprendizado, tendo o governo como um dos agentes responsáveis
por formular e implementá-las. A política de inovação deve contemplar os vários instrumentos de
apoio diretos e indiretos à inovação, como suporte e financiamento ao desenvolvimento de
infraestrutura em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), nas atividades inovativas e no
desenvolvimento dos atores envolvidos; nas políticas de compras públicas; nos instrumentos de
regulação setorial, entre outros (SZAPIRO; MATOS; CASSIOLATO, 2021).
Para Porter (1999), o papel do governo é o de catalisar e desafiar, porquanto consiste em
encorajar as firmas a elevar suas pretensões e buscar níveis mais altos de desempenho competitivo.
As políticas governamentais bem-sucedidas criam um ambiente em que as firmas são capazes de
ganhar vantagem competitiva. Assim, o governo deve estimular as firmas a realizarem mudanças,
promover a concorrência nacional e incentivar a inovação. O governo, por exemplo, pode cooperar
em P&D, através dos institutos públicos de pesquisa. Segundo o autor, a firma pode realizar
atividades inovativas em conjunto ou de forma isolada (política privada ou estratégica). Em
conjunto, visa reduzir custos e riscos. De forma isolada, a firma busca processos inovativos
exclusivos, pois proporciona uma exploração e ampliação da promoção e melhora da inovação,
gerando vantagens competitivas.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Além disso, Gordon e Cassiolato (2019) descrevem que o Estado, no papel de elaborar
políticas de inovação, pode definir e promover a interação de vários instrumentos que contribuam
para aumentar a capacidade inovativa e de investimentos em inovação. Logo, a utilização e
implementação desses instrumentos são fundamentais para a elaboração e possibilidade de uma
política de inovação. Desse modo, a escolha de quais instrumentos serão empregados pelo Estado
mostra onde serão suas ações e incentivos.
Em face do exposto, os autores que vieram apresentando estudos ao longo dos anos
referentes à inovação e a política de inovação/industrial acrescentaram contribuições a essa análise,
pois observaram que o processo de interação entre agentes, corrobora para o desenvolvimento das
políticas citadas. Para Santos (2003), a política de inovação, em sua abrangência, reúne um
aumento nos níveis de conhecimento formal e codificado, uma linha para a construção de redes de
cooperação, e uma dinâmica de proximidade. Pode ser orientada para a propagação ou para um
propósito, incentivando o processo para alcançar um caminho na busca de desenvolvimento de
alguma área de conhecimento, ramo de atividade, investigação de novos campos, ou novos
paradigmas tecnológicos.
Segundo Dosi (1992), a forma como são realizadas as interações dos envolvidos influencia
as pesquisas tecnológicas, o comportamento e competitividade das firmas, e a organização e
crescimento da indústria. Nesse passo, é importante destacar o papel do Estado no estabelecimento
e/ou consolidação de políticas industriais e de inovação. De acordo com o autor (1988), o progresso
tecnológico ocorre por meio do desenvolvimento e exploração do conhecimento compartilhado
por todos os envolvidos na atividade industrial. Dessa forma, o progresso induz ao surgimento de
paradigmas tecnológicos que direcionam forças para a inovação da indústria, sendo necessário o
envolvimento de políticas públicas para alavancar a competitividade e crescimento das firmas
(DOSI, 1984).
Para Nelson (1992), as atividades e investimentos em inovação realizados dentro das firmas
são importantes, mas esta situação não é uniforme, variando de indústria para indústria. Segundo
esse autor, é fundamental o papel das organizações governamentais, dos institutos de pesquisa, das
universidades e do governo nas políticas de inovação/industrial. Para ele, as pesquisas realizadas
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
pelas universidades estão associadas a tecnologias específicas dos países e são introduzidas em
determinadas indústrias, pois geram competitividade para as firmas e resultados econômicos para
o país. Porém, os países podem possuir limitação de recursos, como fontes de financiamentos,
características empresariais, participação das universidades e políticas governamentais de
inovação.
Lundvall (1985) destaca que as universidades são centros de pesquisa básica e científica,
mas adverte que nem toda a ciência é produzida dentro das universidades, pois há firmas privadas
e órgãos públicos que possuem unidades de pesquisa. Por outro lado, o autor enfatiza que alguns
tipos de indústrias aproveitam mais da ciência do que outras, como as indústrias eletrônica e
química, as quais interagem com organizações de pesquisa, especialmente as universidades.
Freeman (1995) diz que a introdução de inovação através de P&D se constitui em um
instrumento relevante para gerar lucratividade, bem como situar as firmas na liderança. Para o
autor supracitado, esse posicionamento de mercado pode ocorrer devido às firmas perceberem que
a pesquisa de novos produtos e/ou o desenvolvimento de novos processos de forma regular,
sistemática e profissional as colocariam em um novo patamar frente aos concorrentes.
Além desses autores, também outros que acrescentaram contribuições, alguns com
maior ênfase às interações e outros menos. Isso pode ser observado na série de livros publicados
pela Editora da Unicamp, “Clássicos da Inovação”. Esses autores são: Christopher Freeman (citado
acima), David C. Mowery, Donald E. Stokes, Edith Penrose, Giovanni Dosi (citado acima), Linsu
Kim, Luc Soete, Nathan Rosenberg, Richard R. Nelson (citado acima), e Sidney G. Winter.
3 Procedimentos metodológicos da pesquisa
Esse artigo propõe uma análise das publicações de forma sistemática com o intuito de
mapear os artigos sobre “política de inovação”. Para tanto, optou-se pelo banco de dados Scopus,
por abranger mais de 1,8 bilhão de referências citadas desde 1970, mais de 91 milhões de artigos,
mais 17,6 milhões de perfis de autores, mais de 292 mil livros, mais 94,8 mil perfis institucionais,
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
27.950 títulos de série, e mais de 7 mil editores. A escolha por esse banco de dados foi na
expectativa de que houvessem várias fontes sobre políticas de inovação.
Para a realização da pesquisa dividiu-se o processo em três etapas para coleta e
apresentação dos dados. Essas etapas foram: definição dos parâmetros iniciais de busca,
refinamento dos parâmetros da pesquisa, e apresentação dos resultados.
3.1 Definição dos parâmetros iniciais de busca
Na primeira etapa, definiu-se os parâmetros iniciais de busca com base no objetivo da
pesquisa que era mapear como os trabalhos que realizaram estudos sobre política de inovação
fundamentam seus estudos. Assim, no campo Source title
(1)
, utilizou-se o parâmetro innovation
policy, sendo encontrados 2191 documentos. Esse resultado mostrou-se abrangente e fora do
propósito do estudo, pois a forma como o parâmetro foi utilizado fez com que a pesquisa buscasse
o título das fontes que tivessem “política” e “inovação”. Desse modo, procurou-se ajustar a busca,
adicionando aspas ao parâmetro, ficando innovation policy”, tendo como resultado 850
documentos, distribuídos em 40 títulos de fontes distintas.
3.2 Refinamento dos parâmetros da pesquisa
Na segunda etapa, a pesquisa foi refinada para artigos de periódicos
(2)
. Em função disso,
no filtro Document type marcou-se a opção Article, resultando em 302 documentos. Depois, no
filtro Source type a opção Journal foi assinalada, tendo como resultado 250 documentos.
Desses artigos, decidiu-se pela leitura dos títulos, na qual observou-se que vários
documentos estavam fora da área de políticas de inovação, optando-se por mais um refinamento,
escolhendo no filtro Keyword treze palavras das 160 disponíveis. Essas foram: Globalisation;
Governance; Information Technology Industry; Innovation; Innovation Policies; Innovation
Policy; Innovation System; Innovation Systems; Methodology; Science And Technology; System
Innovation; Technology; e Technology Policy. Assim, restaram 79 artigos de periódicos. O Quadro
1 apresenta a linha de comando resultante da busca.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Quadro 1 Linha de comando resultante do banco de dados Scopus
Fonte: Os autores (2023), a partir das informações do banco de dados Scopus
Dos 79 artigos, decidiu-se pela leitura dos resumos, excluindo-se aqueles que estavam fora
da área de políticas de inovação, como resultado, permaneceram 41 artigos para análise e leitura
na íntegra.
3.3 Apresentação dos resultados
Na terceira e última etapa, realizou-se a leitura completa dos artigos selecionados, dos quais
outros dois foram excluídos por estarem fora do escopo do estudo, restando 39. Observou-se que
todos os artigos analisados foram publicados no idioma inglês e em um único periódico, o
International Journal of Foresight and Innovation Policy, no período de 2004 a 2022. Esse
periódico publica artigos que tratam da criação, difusão e utilização do conhecimento por meio da
política de inovação. Suas primeiras publicações datam de 2004, realizando, atualmente, quatro
edições por ano e tendo seu editor chefe localizado no Reino Unido. Além desse, tem editores
regionais espalhados pelo mundo, na América do Norte, na América do Sul (Mario Albornoz -
Argentina), na Austrália, na China, na Europa Ocidental, na Europa Oriental, na Rússia, no Japão
e no Sudeste Asiático.
A partir da leitura dos artigos extraiu-se alguns dados, como: atividade econômica
estudada, origem da política de inovação, tipo de inovação, tipo de estudo (de caso ou revisão
bibliográfica), local de realização do estudo, principais autores citados e principais fontes citadas.
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Em seguida, foi construído uma rede bibliométrica de autores e uma de fontes citadas, utilizando
o VOSviewer como software de apoio. A escolha dessa ferramenta foi devido à sua oferta de
funcionalidade de mineração de textos que podem ser usados para construir e visualizar redes de
fontes citadas e autores importantes extraídos de um corpo da literatura científica, criando
imagens/figuras que auxiliam na análise dos dados.
Esses procedimentos metodológicos utilizados foram construídos observando os diversos
artigos que fazem análise de produção científica e também vários artigos que apresentam redes
bibliométricas. As informações extraídas dos artigos foram pensadas para auxiliar na questão que
o artigo procurar responder, e apresentar algo diferente dos artigos que estudam a produção
científica.
4 Análise dos resultados
A leitura dos artigos mostrou que os principais temas abordados nos estudos se referem a
ações inovadoras como forma de desenvolvimento; difusão de inovações; estudos setoriais
específicos voltados à agricultura, energia e tecnologia; modos de promover experimentos como
método para estimular o desenvolvimento tecnológico; processo interativo com a universidade; e
utilização de produtos.
Os artigos foram analisados em sete partes: atividade econômica, origem da política, tipo
de inovação, tipo de estudo, local de realização do estudo, principais autores e principais fontes
citadas.
4.1 Atividade econômica
As informações do Gráfico 1 mostram que distintas atividades econômicas
(3)
, com foco em
políticas de inovação, foram estudadas nos documentos selecionados. Buscou-se captar em qual
ramo da economia essa política está direcionada e/ou acontece. A administração pública foi a mais
estudada nos artigos, devido a importância do papel das universidades, dos institutos de pesquisa
e das instituições governamentais na realização de políticas de inovação, fato este evidenciado por
Nelson (1992).
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Gráfico 1 - Distribuição dos artigos por atividade econômica
Fonte: Os autores (2023), a partir dos artigos selecionados
Observa-se que o somatório de atividades totalizou 41, pois dois artigos estudaram duas.
Um, estudou a administração pública e a indústria, e outro a tecnologia da informação e a
educação. Além da administração pública, que apresentou a maior incidência de estudos sobre
políticas de inovação, os demais artigos estudaram sete distintas áreas, ramos ou segmentos da
iniciativa privada, sendo a tecnologia da informação a segunda atividade mais estudada.
4.2 Origem da política
Outra informação coletada nas leituras foi a origem da política de inovação, ou seja,
segundo os artigos, onde surge a inovação, na política pública ou na política privada (estratégica,
dentro da firma)? Observa-se que a origem para a realização de inovação acontece, com maior
incidência, através da política pública, representando 43,6% dos artigos analisados. Para Porter
(1999), o governo incentiva o desenvolvimento de ações de inovação (política pública), realizando
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), por exemplo. Ainda, segundo o autor, a firma tem
dificuldade de realizar atividades inovativas de forma isolada (política privada), pois tem que
absorver todos os riscos, deixando o processo custoso. Por isso, verificou-se que o percentual de
15
9
3
2 2 2
1 1
6
13
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Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
políticas adotadas de forma endógena pelas firmas foi de 23,1% dos artigos. Além disso, houve
situações em que a política foi mista (pública e privada), surgindo por meio de uma iniciativa
conjunta entre governo e indústria/firma, presente em 25,6% dos artigos. Por sua vez, não foi
possível identificar a origem da política em 7,7% dos artigos.
4.3 Tipo de inovação
Conforme descrito por Schumpeter (1997), cinco tipos básicos de inovação podem
acontecer, sendo um novo produto ou serviço, novo processo de produção, abertura de um novo
mercado, nova fonte de matéria-prima, e/ou novo processo organizacional. Desses cinco tipos, três
deles foram encontrados nos artigos que compõem o universo pesquisado (Gráfico 2), enquanto
os dois restantes não (abertura de um novo mercado, e nova fonte de matéria-prima).
Gráfico 2 Distribuição dos artigos por tipo de inovação
Fonte: Os autores (2023), a partir dos artigos selecionados
Observa-se que, com maior percentual dos resultados, os esforços de inovação estão sendo
direcionados para a geração de um novo processo organizacional, que pode ser considerado como
uma transformação na estrutura de negócio, ou seja, a adoção ou desenvolvimento de novos modos
51,3%
33,3%
5,1%
10,3%
Novo processo
organizacional
Novo processo de
produção
Novo produto ou serviço Não Identificado
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
organizacionais nas práticas de negócio empresarial. Pode ser uma mudança na organização do
local de trabalho ou mesmo na relação com os clientes, fornecedores e/ou mercado.
4.4 Tipo de estudo
Dentre os artigos analisados, foram encontrados estudo de caso e revisão bibliográfica.
Segundo Gil (2002), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa que estuda um ou poucos
objetos, adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto
real. No caso da revisão bibliográfica, o mesmo autor diz que é uma pesquisa desenvolvida com
base em material elaborado, que pode ser sobre ideologias ou que se propõe à análise das
diversas posições de um problema. O estudo de caso apareceu em 56,4% dos documentos. Um
exemplo, é o artigo Promotion and support of innovation infrastructure: examples from the City
of Hamburg, escrito por Walter Leal Filho e publicado em 2006, que apresenta a utilização de
políticas públicas de inovação visando buscar soluções locais de inovação (infraestrutura) para
resolver problemas locais, com o intuito de beneficiar as cidades com desenvolvimento econômico
e científico. Por sua vez, a revisão bibliográfica apareceu em 43,6% dos documentos. Um exemplo,
é o artigo Tipping the balance of power: the case of Large Scale Systems Integrators and their
supply chains, escrito por Irene J. Petrick e publicado em 2007, que apresenta um estudo sobre a
interação de fornecedores com firmas, na qual procurou apresentar uma melhor organização para
a cadeia de suprimentos pelos fornecedores para promover economias de escala.
4.5 Origem do estudo
Na análise dos artigos foi possível identificar que os estudos foram realizados em 21
espaços territoriais diferentes, conforme Gráfico 3. Destes, 62,8% foram nos Países Europeus
(cinco deles abrangeram toda a Europa), 14,0% realizaram o estudo em nível global, 11,6% foram
nos países da Ásia, 7,0% foram nos países da Oceania, e 2,3% na América.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Gráfico 3 Distribuição dos artigos por espaço territorial
Fonte: Os autores (2023), a partir dos artigos selecionados
Em 2,3% dos artigos analisados não foi possível identificar o local de realização dos
estudos. Além disso, em três artigos, o estudo foi realizado em mais de um espaço territorial. Um,
estudou o Reino Unido e a Suécia, outro a Europa e o Japão, e outro a Alemanha, Reino Unido e
Suécia. Observa-se que a predominância dos espaços territoriais estudados é no ocidente, pois
pode estar relacionado a localização da revista científica ser no Reino Unido.
4.6 Análise dos principais autores citados
Através da revisão sistemática foi possível mapear as redes entre os autores centrais
atuantes na área de inovação. Para tal procedimento, considerou-se todos os 39 artigos
selecionados para realização da presente revisão. Utilizou-se como suporte o software VOSviewer
para construção da rede dos autores centrais. Assim, foi escolhido o mapa baseado em dados
bibliográficos, optando pela cocitação como tipo de análise.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
A análise de cocitação mede a relação entre dois ou mais artigos com base no número de
publicações em que estes aparecem citados simultaneamente, ou seja, identifica a
ligação/semelhança de dois ou mais documentos citados, através da ocorrência de frequências
conjuntas em uma lista de referências. Assim, a proximidade temática, conceitual e/ou
metodológica entre os documentos citados, na visão do autor citante, indica que, provavelmente,
eles estão relacionados em conteúdo, haja vista o maior número de vezes que esses documentos
foram citados juntos (GRÁCIO, 2016).
Assim, por meio da análise de cocitação, foram encontrados 67 autores diferentes,
divididos em 6 clusters
(4)
, que foram separados por cores distintas. A Figura 1 ilustra as redes
formadas pelos autores que foram citados ao menos cinco vezes nos 39 artigos analisados. A
escolha por essa quantidade de vezes foi devido a visualização do mapa, pois se a escolha fosse
com todos os autores citados ao menos uma vez, o mapa seria formado por 1668 autores,
apresentando uma visualização de difícil compreensão. Nessa perspectiva, o cluster 1 (vermelho)
é formado por 20 autores, o cluster 2 (verde) é composto por 16 autores, o cluster 3 (azul escuro)
é constituído por 13 autores, o cluster 4 (amarelo) é formado por 8 autores, o cluster 5 (roxo) é
composto por 6 autores, e por fim, o cluster 6 (azul claro) com 4 autores.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Figura 1 Mapa de rede de autores com no mínimo 5 cocitações
Fonte: Os autores (2023), por meio do software VOSviewer
Como cada cluster mostra o grau de proximidade científica entre os autores, buscou-se,
como exemplo, destacar os dois autores mais citados de cada cluster. Os mais citados são aqueles
que apresentam a maior circunferência. Isto é, os trabalhos publicados desses autores têm trazido
contribuições originais e de qualidade para os estudos sobre inovação, fazendo com que os
pesquisadores/escritores utilizem mais estas abordagens para fundamentar e desenvolver seus
estudos.
No cluster 1, os autores mais citados são Luke Georghiou, com 20 cocitações, que trabalha
com estudos de políticas e gestão em ciência e tecnologia, e Kerstin Cuhls, com 19, que desenvolve
e combina métodos e conceitos de previsão para decisores ou promotores de ideias ou inovação,
normalmente, agentes públicos. No cluster 2, estão Richard R. Nelson, com 23 cocitações (mais
citado nos 39 artigos lidos), que foca seus estudos na inovação tecnológica, produtividade,
crescimento e mudança de longo prazo, com inspiração na teoria de Schumpeter, e Bengt-Ake
Lundvall, que tem realizado estudos em sistemas de inovação e economia da aprendizagem com
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
18 cocitações. No cluster 3, há Frank Willem Geels, que trabalha com temas referentes a sistema
de inovação e sustentabilidade com 15 cocitações, e Johan Willem Schot, com 11 cocitações, que
estuda o direcionamento da inovação futura para uma trajetória mais sustentável. No cluster 4, se
destaca Christopher Freeman, com 17 cocitações, que foca no papel da inovação para o
desenvolvimento econômico e das atividades científicas e tecnológicas para o bem-estar,
resgatando a tradição neo-schumpeteriana; e Michael Eugene Porter, que estuda estratégias
competitivas que auxiliam na resolução de problemas corporativos, econômicos e sociais com 16
cocitações. No cluster 5, o autor Ruud Smits, com 20 cocitações, estuda processos, política e gestão
da inovação, avaliação tecnológica e dinâmica dos sistemas de inovação; e Stefan Kuhlmann, com
14, que foca na área de governança e política da ciência, tecnologia e inovação. Por fim, o cluster
6, tem Ian Miles, com 16 cocitações, que realiza estudos voltados à gestão da inovação em serviços
públicos, e Michael Keenan, com 13, que tem contribuído com estudos a respeito de prospecção
em ciência, tecnologia e inovação.
Cabe destacar o fato de que o principal autor desse estudo, Schumpeter, é citado em seis
dos 39 artigos analisados. Isso pode ser devido ao fato de que, os pesquisadores/escritores venham
utilizando as contribuições mais recentes de autores que vieram após Schumpeter, haja vista este
autor ter iniciado o debate sobre inovação em escala empresarial e macroeconômica em 1911. Dos
autores mais cocitados, evidencia-se Nelson, Lundvall e Freeman que são considerados autores
neoschumpeterianos, e que agregaram ou aprimoraram as ideias de Schumpeter, conforme descrito
na fundamentação teórica. Além desses, outros dois autores que também estão no referencial foram
cocitados nos artigos analisados, Porter, com 16 cocitações, e Dosi, com cinco. Alguns outros
autores que foram apontados na fundamentação, que contribuíram com estudos sobre inovação e
fazem parte dos “Clássicos da Inovação”, também foram cocitados nos artigos estudados. São eles:
Rosenberg, com 10 cocitações, Winter, com oito, Soete, com três, Kim e Mowery, com uma
cocitação cada um. Penrose e Stokes não tiveram cocitações. No caso de Penrose, pode ser devido
a sua principal obra A Teoria do Crescimento da Firma ter sido publicada em 1959 e ao foco deste
estudo de enfatizar a necessidade das pesquisas tecnológicas (política privada) para as firmas que
buscam expandir-se, não contribuírem na fundamentação dos artigos lidos. No caso de Stokes,
pode ser por causa do seu estudo analisar e discutir a relação entre ciência e tecnologia, pesquisa
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
básica e aplicada, e cientistas e tecnólogos, não auxiliarem na fundamentação dos artigos
estudados.
4.7 Análise das principais fontes citadas
Para investigar as principais fontes citadas, a análise de cocitação também foi utilizada,
assim como para os autores. Nesse caso, a análise é dos documentos citados da mesma fonte.
Assim, nas referências de um único artigo pode haver vários documentos que foram publicados
pela mesma fonte, presumindo-se que essa fonte é um significativo divulgador de contribuições à
literatura de um determinado assunto. Além disso, é possível verificar nos artigos lidos, as inter-
relações entre as fontes citadas e agrupá-las em cluster.
Para isso, o mapa de rede foi empregado para apresentar e auxiliar no estudo dos resultados.
A Figura 2 apresenta as fontes citadas que apareceram ao menos quatro vezes nos 39 artigos
analisados. A escolha por essa quantidade se deve a uma melhor visualização do mapa, pois se
tivesse sido utilizado todas as 1093 fontes ao menos uma vez, a exibição seria de difícil
compreensão. Identificou-se 4 clusters distintos, sendo: cluster 1 (vermelho) com 19 fontes, cluster
2 (verde) com 13 fontes, cluster 3 (azul) com 9 fontes e cluster 4 (amarelo) com 5 fontes,
totalizando 46 fontes distintas.
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
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continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Figura 2 - Mapa de rede de fontes citadas com no mínimo 4 cocitações
Fonte: Os autores (2023), por meio do software VOSviewer
Optou-se por destacar as duas fontes mais citadas de cada cluster, como forma de
apresentar o grau de proximidade entre eles. Assim, no cluster 1, destaca-se as fontes Regional
Studies e European Planning Studies, contando com 15 e 12 cocitações, respectivamente. No
cluster 2, tem-se Research Policy com 65 cocitações e Technology Analysis and Strategic
Management com 11 cocitações. No cluster 3, as fontes são Technological Forecasting and Social
Change, com 93 cocitações e International Journal of Foresight and Innovation Policy com 33
cocitações. No cluster 4, Harvard Business Review, com 18 cocitações e Rfid Journal com 7
cocitações.
Pode-se dizer que as fontes mais citadas nas referências dos artigos lidos têm relação com
a temática geral do artigo. Por exemplo, a fonte mais citada Technological Forecasting and Social
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Change publica estudos sobre a metodologia e prática da previsão tecnológica e dos estudos
futuros como ferramentas de planejamento, inter-relacionando fatores ambientais, sociais e
tecnológicos. Isso tem relação com as ideias de Schumpeter, que dizia que as inovações e os
avanços tecnológicos promovem o desenvolvimento da sociedade e das firmas. Outro exemplo, a
segunda fonte mais citada, Research Policy, estuda a interação entre inovação, tecnologia e
pesquisa; e os processos econômicos, sociais, políticos e organizacionais. Isso tem ligação com
Nelson (1992), que relata que as pesquisas realizadas pelas universidades, por exemplo, estão
associadas a tecnologias específicas e são introduzidas em algumas indústrias, gerando
competitividade para as firmas e resultados econômicos para o país. O periódico onde estão
presentes os 39 artigos lidos foi a terceira fonte mais citada. As fontes com menor citação são
aquelas que exerceram menor contribuição nos artigos lidos, podendo estar relacionadas às
especificidades dos estudos.
5 Conclusões
O artigo teve como objetivo mapear a fundamentação que os artigos selecionados no
universo de pesquisa utilizaram para estudar inovação e políticas de inovação. Para isso,
primeiramente, apresentou-se a fundamentação teórica sobre inovação, políticas de inovação e
industrial. Em seguida, os procedimentos metodológicos da pesquisa foram descritos. Após
realizar a pesquisa e estar de posse dos dados, realizou-se a leitura dos artigos, que propiciou a
análise apresentada.
As primeiras informações analisadas mostraram que a principal atividade econômica
estudada nos artigos foi a administração pública (36,6%). Isso deve-se à atuação que os institutos
governamentais de pesquisa, e as universidades públicas, têm na política de inovação,
desencadeando um maior direcionamento dos estudos. Além disso, em 43,6% dos artigos, a origem
da inovação acontece através da política pública, com 51,3% dos esforços em inovação sendo para
estabelecer uma nova organização industrial.
Através do mapeamento dos autores referenciados nos artigos foi possível construir uma
rede daqueles mais citados na área de inovação e política de inovação. Dentre os principais, estão
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
continua, 2023, e023058. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023058.
Nelson (20 cocitações), Lundvall (18) e Freeman (17), que colaboraram, agregando ou
aprimorando, as ideias de Schumpeter. Além desses, tem-se Georghiou (20 cocitações) e Cuhls
(19) que não contribuíram diretamente com os pensamentos de Schumpeter, mas acrescentaram
elementos ao estudo da inovação e da política de inovação.
Portanto, ao analisar de forma sistemática as publicações sobre política de inovação,
considerando a inovação em uma perspectiva schumpeteriana, conclui-se que 15,38% dos artigos
têm apresentado a teoria de Schumpeter para estudar a inovação e as políticas de inovação.
Ademais, ao menos 58,97% dos pesquisadores/escritores utilizaram teorias que foram originadas
do pensamento de Schumpeter, por exemplo Nelson (neoschumpeteriano) com 23 cocitações em
39 artigos. Além disso, novos pensadores, com novos fundamentos, foram adicionando elementos
ao estudo da inovação e das políticas de inovação, como é o caso de Georghiou, com 20 cocitações
em 39 documentos analisados. Logo, percebe-se que Schumpeter deixou uma contribuição ao
estudo da inovação, com sua teoria, novas escolas (evolucionária e neoschumpeteriana) e novos
pensadores (novos elementos/fundamentos).
Em síntese, torna-se imperioso as contribuições de estudos voltados à inovação e políticas
de inovação, de modo que possam fortalecer a criação, difusão, implantação e realização de ações
que favoreçam o processo industrial e inovativo, impactando no desenvolvimento das firmas e da
sociedade.
Notas
(1) A escolha pelo título da fonte como campo inicial de busca foi devido à ideia de identificar, especificamente, as
fontes que publicam estudos sobre políticas de inovação.
(2) A opção por artigos de periódicos foi devido a facilidade de acesso, atualização das informações em função da
periodicidade das publicações e segurança das informações, haja vista ser documentos que são revisados por pares.
(3) Utilizou-se a Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), que é um instrumento de padronização nacional por meio de códigos de atividade econômica,
para alocar os artigos.
(4) Clusters são os grupos que se formam por afinidade ou proximidade. Quanto maiores os pontos (nós), mais
relevância eles possuem. Quanto mais grossas as linhas de ligação (arestas), mais forte é a ligação (laços).
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VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo, FERREIRA, Mara Angelita
Nestor, SÁ, Hellen Alves. Análise da Produção Científica sobre Política de Inovação: uma perspectiva
schumpeteriana de inovação. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação
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Dados da pesquisa
https://www.scopus.com/search/form.uri?zone=TopNavBar&origin=searchadvanced&display=basic#basi
c para acessar os dados é preciso estar logado e realizar a pesquisa conforme a linha de comando do
Quadro 1.
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Copyright: © 2023 VARGAS, Marcelo; RADAELLI, Andressa Benvenutti, KLOC, Antônio Eduardo,
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the terms of the Creative Commons CC Attribution-ShareAlike (CC BY-SA), which permits use,
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Received: 29/11/2023 Accepted: 08/01/2024