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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Contribuições da Cncia da Informação
para Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde
Contributions from Information Sciences to improve access to the Brazilian Unified Health System
Maria Cristiane Barbosa Galvão (1),
Eva Maria da Silva Neta Magalhães (2),
Alberto Claudino dos Santos Silva (3),
Evaldo Aguiar Andrade (4),
Ivan Luiz Marques Ricarte (5)
(1) Universidade de São Paulo (USP), Brasil, mgalvao@usp.br
(2) Universidade Federal de Goiás (UFG), Brasil, evamariaufg@gmail.com
(3) Universidade Federal de Goiás (UFG), Brasil, albertoclaudinoufg@gmail.com
(4) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Brasil, evaldo.andrade@estudante.ufscar.br
(5) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil, ricarte@unicamp.br
Resumo
Esta pesquisa estudou as dificuldades encontradas pela população para acesso ao Sistema Único de Saúde.
Com este estudo, pretendeu-se também fornecer subsídios para se pensar a transversalidade da Ciência da
Informação no setor da Saúde. Realizou-se uma pesquisa de opinião exploratória, com abordagem de
métodos mistos, em um município do agreste pernambucano. Observou-se que a maioria dos 103
participantes da pesquisa recorrem cotidianamente ao Sistema Único de Saúde, para atendimento
especializado e para realização de cirurgias, possuem acesso à Internet, acesso a tecnologias de informação
e comunicação, bem como estão abertos para usar tecnologias em sua relação com o Sistema de Saúde. Já
as dificuldades que possuem para acessar o Sistema de Saúde versaram sobre: falta de profissionais de
saúde, falta de informatização das unidades de saúde, necessidade de capacitação dos profissionais de
saúde, quantidade limitada de unidades de saúde e desorganização das filas de espera. Neste contexto,
potenciais contribuições da Ciência da Informação para melhorar o acesso ao Sistema Único de Saúde
incluem desenvolvimento de serviços informacionais com foco no acesso à assistência, desenvolvimento
de ferramentas que possam auxiliar profissionais de saúde e a população em várias frentes e colaboração
em processos de informatização e interoperabilidade de sistemas e informação das unidades de saúde.
Palavras-chave: Sistema Único de Saúde; Assistência em saúde; Tecnologias; Informação em saúde
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Abstract
This research aimed to study the difficulties encountered by the population in accessing the Brazilian
Unified Health System. This was also intended to provide support for thinking about the transversality of
Information Science in the Health sector. To this end, exploratory research was carried out, following a
mixed methods approach, in Pernambuco State. It was observed that the majority of the 103 research
participants use the system in their daily lives, for specialized care and surgeries, have access to the Internet,
access to information and communication technologies, and are open to using technologies in their
relationship with the system. The difficulties they have in accessing the Health System relate to: lack of
health professionals, lack of computerization of health units, need for training of health professionals,
limited number of health units and disorganized waiting lists. In this context, the potential contributions of
Information Science to improving access to the Unified Health System include development of information
services focused on access to the system, development of tools that can assist health professionals and the
population on several fronts and collaboration in computerization and interoperability of health unit
systems.
Keywords: Brazilian Unified Health System; Health assistance; Technologies; Health information
1 Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) envolve recursos e unidades de saúde do governo federal,
dos governos estaduais e dos governos municipais, bem como a participação de empresas da saúde
suplementar que atuam no setor da saúde, seja na atenção primária, secundária ou terciária. Assim,
para que a população seja atendida e para que os recursos sejam bem utilizados, o SUS necessita
de uma grande articulação e diálogo entre todos os seus atores a fim de regulamentar o acesso ao
referido Sistema, significando com isso que o Sistema está sujeito a receber interferências de
ações políticas, de processos decisórios governamentais federais, estaduais e municipais, bem
como de interesses econômicos, sociais, públicos ou privados que podem inclusive ser
contraditórios (Bastos et al., 2020).
No contexto do SUS, o processo denominado regulação da assistência em saúde é
empregado com o objetivo de organizar, controlar, direcionar e priorizar o acesso à assistência a
partir de protocolos e estudos de classificação de risco de condições de saúde (Araújo et al., 2023),
havendo no país uma Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde (Brasil, 2008) e
um Sistema Nacional de Regulação (SISREG), plataforma com sua primeira versão
disponibilizada offline em 1999 e sua última versão web disponibilizada em 2020, para o
gerenciamento de todo complexo regulatório da saúde indo da rede de atenção primária à
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
internação hospitalar e que tem por objetivo a humanização da assistência em saúde, maior
controle do fluxo de pacientes e otimização dos recursos.
Apesar da organização do SUS e suas ferramentas de informatização de processos, um dos
grandes desafios no Sistema de Saúde brasileiro é a divergência entre a oferta e demanda dos
serviços assistenciais, dificultando a regulação da assistência em saúde diante da real necessidade
da população, o que gera uma grande insatisfação e a formação de demandas reprimidas. Para
Araújo et al. (2023), esta situação pode ser atribuída à carência de recursos financeiros, aspectos
organizacionais e gerenciais, bem como uma deficiência no uso de novas estratégias e tecnologias.
Gomes e Melo (2023) acrescentam que o elevado tempo de espera e a comunicação deficitária
entre os diversos atores da saúde dificultam a entrega e a continuidade de serviços de saúde à
população, bem como prejudica a qualidade da assistência à saúde prestada a curto, médio e longo
prazo. Medeiros Júnior et al. (2023) destacam que o SISREG possui limitações de
funcionamento derivadas da ausência de interoperabilidade entre os sistemas de informação em
saúde das diferentes unidades de saúde, fato que dificulta o compartilhamento de dados entre os
serviços e compromete a eficiência e eficácia deste Sistema de Saúde, gerando esperas longas para
a população. Baptista et al. (2021) destacam ainda que um fator importante para balancear a oferta
e a demanda dos serviços de saúde é o absenteísmo dos pacientes em consultas, que afeta
significativamente a disponibilização dos recursos.
Considerando o contexto apresentado, esta pesquisa tem por objetivo estudar as
dificuldades encontradas pela população para acesso ao SUS em um município do agreste
pernambucano, buscando identificar recursos informacionais, tecnológicos e humanos necessários
para melhorar tal acesso. Por meio desse estudo, pretende-se também fornecer subsídios para se
pensar a transversalidade da Ciência da Informação no setor da Saúde, um cenário que demanda
um esforço ampliado para sua transformação digital e foco na melhoria de serviços à população.
Referente ao recorte populacional proposto, é preciso considerar que estudos anteriores
sobre acesso ao SUS versaram sobre a percepção de gestores e profissionais de saúde (Oliveira et
al., 2019), pessoas em situação de rua (Valle e Farah, 2020), região sudeste (Martins et al., 2019),
homossexuais masculinos (Santos et al., 2020), mulheres privadas de liberdade (Schultz et al.,
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
2020), judicialização do acesso ao Sistema de Saúde (Lara et al., 2021), entre outros enfoques.
Assim, entende-se que o foco na população do agreste pernambucano, região relativamente
distante dos grandes centros urbanos, possa agregar novos conhecimentos ao debate. Ademais,
parecem escassos estudos anteriores que apresentem possibilidade de contribuições da Ciência da
Informação para melhorar o acesso ao Sistema de Saúde brasileiro.
2 Metodologia
Para realização do estudo, optou-se por uma pesquisa de opinião exploratória, com
abordagem de método misto convergente (Galvão et al., 2017). Para tanto, os pesquisadores
desenvolveram um questionário com questões quantitativas estruturadas e uma questão aberta que
versaram sobre: usos do SUS e usos de planos de saúde no cotidiano, para atendimento
especializado e em caso de cirurgias; tempo de espera para ser atendido; grau de satisfação com o
tempo de espera para atendimento; recomendações para melhorar o tempo de espera para
atendimento; grau de conhecimento e uso dos sistema de regulação municipal; tecnologias para
melhorar as informações recebidas sobre o SUS; condições pessoais de acesso à Internet; e
sugestões para melhorar os processos de encaminhamento entre unidades de saúde, marcação de
consultas e marcação de cirurgias.
Dessa maneira, buscou-se mapear no instrumento a relação do participante com o SUS, a
fim de entender se as percepções dos participantes estavam relacionadas a um conhecimento real
de uso do Sistema de Saúde ou se eram baseadas apenas em informações secundárias e subjetivas
provenientes de meios de comunicação ou redes sociais. O instrumento também se preocupou em
entender a disponibilidade de acesso à Internet nesta região mais afastada dos grandes centros
urbanos, visto que a ausência ou limitação de conectividade poderia representar uma grande
barreira para uso de tecnologias e serviços informacionais digitais. E, finalmente, o instrumento se
propôs a captar se os participantes tinham preferência por um atendimento presencial em todas as
suas relações com o SUS ou se estavam abertos para empregar tecnologias da informação para se
relacionar com o Sistema em situações como agendamento, marcação de consultas e cirurgias.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Este instrumento para coleta de dados foi elaborado conjuntamente por um profissional da
saúde que reside na região nordeste e que possui formação em contabilidade, um profissional da
saúde que reside na região centro-oeste e com formação em enfermagem, e uma pesquisadora da
região sudeste com formação em ciência da informação e atuação no campo da saúde. Após o
término da primeira versão, o instrumento foi revisado por um pesquisador da região sudeste do
campo da tecnologia da informação aplicada à saúde.
O convite para participação no estudo foi divulgado em redes sociais de um município do
agreste pernambucano. Os interessados de forma voluntária e anônima responderam ao
questionário disponibilizado via Google Forms, nos meses de julho e agosto de 2023. Logo, não
houve coleta de dados pessoais, assumindo este estudo a vertente de pesquisa de opinião sobre
produtos e serviços públicos (Brasil, 2016) e os preceitos da Lei Geral de Proteção a Dados
Pessoais (LGPD). É importante destacar que a legislação vigente esclarece que não serão
registradas nem avaliadas pelo Sistema CEP/CONEP (Comitês de Ética em Pesquisa coordenados
pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) pesquisas de opinião pública sobre produtos e
serviços com participantes não identificados (Brasil, 2016).
Os dados quantitativos foram contabilizados via estatística descritiva simples e
sistematizados conjuntamente por dois membros da equipe de pesquisa. os dados qualitativos,
provenientes da questão aberta, foram analisados tematicamente para verificar potenciais temas
emergentes. Assim, foram seguidas as seis fases da análise temática: 1) familiarização com os
dados; 2) geração de códigos iniciais; 3) busca de temas; 4) revisão de temas; 5) definição e
nomeação de temas; e 6) produção do relatório (Braun e Clarke, 2006). Na análise temática, dois
membros da equipe de pesquisa atuaram de forma isolada e, posteriormente, um terceiro membro
da equipe fez a revisão e consolidação dos dados.
A integração entre os dados qualitativos e quantitativos foi realizada por dois membros da
equipe empregando uma triangulação simples dos dados obtidos. Nesta integração, seguiram-se as
categorias propostas por Pluye et al. (2009), que entendem que em uma pesquisa de métodos
mistos os dados quantitativos e qualitativos podem ser convergentes, divergentes ou totalmente
excludentes. No caso de dados divergentes, novas pesquisas são necessárias para se chegar a uma
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
melhor compreensão dos fenômenos; os dados totalmente excludentes podem indicar alguma
falha metodológica.
3 Resultados
Em relação aos dados quantitativos, participaram do estudo 103 residentes de um
município com pouco mais de 50.000 habitantes. Estatisticamente, essa amostra assegura
resultados com nível de confiança de 95% e margem de erro de 9,6%.
A maioria dos participantes, 76 (73,8%), afirmam ser do sexo feminino. Em relação ao uso
do SUS, 72 participantes (69,9%) declararam que sempre usam o Sistema e 31 (30,1%) declaram
que o utilizam de vez em quando. Em contrapartida, 85 (82,5%) participantes declararam que não
utilizam plano de saúde e apenas 4 (3,9%) afirmaram que sempre usam um plano de saúde.
Em relação à distribuição dos participantes sobre onde buscam atendimento em saúde
especializado, como consulta com dentista, nutricionista, psicólogo, oftalmologista, nota-se que a
maioria busca atendimento no SUS/Unidade Básica de Saúde, contabilizando um total de 80
(76,7%) respondentes, seguido por 12 (11,6%) que procuram atendimento no plano de saúde, 9
(8,7%) que buscam atendimento em consulta particular e 2 (1,9%) que pedem ajuda a um amigo
ou familiar, conforme representado na Figura 1.
Referente à distribuição dos participantes sobre onde buscam por atendimento quando
necessitam de uma cirurgia, pode-se observar que 72 (69,9%) participantes declararam que buscam
atendimento no SUS/Unidade básica de Saúde, 11 (10,8%) afirmaram que procuram atendimento
no plano de saúde, 9 (8,7%) buscam atendimento em consulta particular, 4 (3,9%) declararam que
pedem ajuda a um amigo ou familiar e 6 (5,8%) não souberam responder, conforme representado
na Figura 2.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Figura 1 Distribuição dos participantes sobre onde buscam atendimento especializado em saúde
(dentista, nutricionista, psicólogo, oftalmologista)
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 2 - Distribuição dos participantes sobre onde buscam atendimento quando precisam de uma
cirurgia
Fonte: Elaborado pelos autores
Quanto ao menor tempo de espera por um atendimento médico, consulta ou exames no
SUS, observa-se que 33 (32%) dos participantes declararam que o menor tempo que esperaram foi
de uma semana, 22 (21,4%) afirmaram que foram atendidos no mesmo dia, 13 (12,6%) afirmaram
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
que o menor tempo de espera foi de um mês, 12 (11,6%) afirmaram que o menor tempo de espera
foi quinze dias, 9 (8,7%) afirmaram que o menor tempo de espera foi de seis meses e 13 (12,6%)
não souberam dizer, conforme representado na Figura 3.
Figura 3 - Distribuição dos participantes segundo o menor tempo de espera por um atendimento médico,
consulta ou exames no SUS (Sistema Único de Saúde)
Fonte: Elaborado pelos autores
Na avaliação dos participantes, pode-se observar que a maioria considera que o tempo de
espera por um atendimento no SUS está dentro do aceitável, contabilizando um total de 50 (48,5%)
respostas, seguido por 46 (44,7%) que declararam que muita demora, 4 (4,9%) que dizem ser
totalmente aceitável e 2 (1,9%) que não souberam dizer, conforme representado na Figura 4.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
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Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Figura 4 - Distribuição dos participantes sobre o tempo de espera para atendimento
Fonte: Elaborado pelos autores
Conforme representado na Figura 5, 51 (49,5%) participantes declararam que o principal
fator que influencia a demora no atendimento no SUS é a falta de profissionais. Adicionalmente,
observa-se que 43 (41,7%) participantes afirmaram que o principal fator que influencia a demora
no atendimento é a desorganização das vagas disponíveis e lista de espera; para 36 (35%), a falta
de infraestrutura; para 29 (28,1%), a falta de tecnologia ou falta de informatização das unidades
de saúde; para 26 (25,2%), o atendimento de pacientes de muitas cidades. Sete participantes (6,8%)
alegaram que os pacientes não sabem o que fazer para buscar atendimento e 8 (7,8%) não souberam
dizer quais fatores influenciam na demora do atendimento.
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Figura 5 - Distribuição dos participantes segundo os fatores que influenciam a demora no atendimento
Fonte: Elaborado pelos autores
Em relação ao sentimento dos participantes quando esperam por atendimento no SUS, pode
se observar que 37 (35,9%) se sentem frustrados, 24 (23,3%) se sentem contentes, 16 (15,5%) se
sentem indiferentes, 16 (15,5%) se sentem muito frustrados, 1 (1%) se sente muito contente e 9
(8,7%) não souberam dizer como se sentem, conforme representado na Figura 6.
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Figura 6 - Distribuição dos participantes segundo o sentimento em relação à espera por atendimento
Fonte: Elaborado pelos autores
Quanto às sugestões para melhorar o tempo de espera por atendimento e por cirurgia no
SUS, observa-se que a maioria dos participantes sugeriram aumentar o número de profissionais
para atendimento, contabilizando um total de 73 respostas (70,9%), seguido pela recomendação
de melhorar a organização das vagas disponíveis e lista de espera (54 respostas, 52,4%), melhorar
a infraestrutura nas unidades de saúde (41 respostas, 39,8%) e melhorar a tecnologia e a
informatização nas unidades de saúde (41 respostas, 39,8%). Além disso, 14 participantes (13,6%)
entendem que os pacientes devem se informar mais sobre o funcionamento do Sistema, 13
participantes (12,6%) entendem que os pacientes devem ir nas consultas marcadas, 5 participantes
(4,9%) entendem que o município não deve atender pacientes de outras cidades e 2 participantes
(1,9%) não souberam dizer o que fazer para melhorar o tempo de espera, conforme representado
na Figura 7.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Figura 7 - Distribuição dos participantes segundo as suas recomendações para melhorar o tempo de espera
por atendimento e por cirurgias
Fonte: Elaborado pelos autores
Para apresentar a familiaridade dos participantes com a central municipal de regulação,
conforme representado na Figura 8, 81 participantes (78,6%) declararam que conhecem a unidade,
16 participantes (15,5%) afirmaram que não conhecem e 6 participantes (5,8%) não souberam
dizer se conheciam.
A maioria dos participantes (83 respostas, 80,6%) declararam que foram até uma unidade
de saúde buscar a guia autorizada para ser atendido em clínica conveniada do SUS ou receberam
uma guia autorizada por meio de um agente de saúde, conforme representado na Figura 9.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Figura 8 - Distribuição dos participantes segundo o conhecimento da central municipal de regulação
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 9 - Distribuição dos participantes segundo os que já foram até uma unidade de saúde buscar a guia
autorizada para ser atendido em uma clínica conveniada do SUS ou recebeu uma guia autorizada por meio
de um agente de saúde
Fonte: Elaborado pelos autores
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Em relação aos recursos mais úteis para melhorar as informações que recebem sobre
atendimentos, marcações de consultas e cirurgias realizadas pelo SUS, 56 participantes (54,4%)
declararam ser o WhatsApp o meio de comunicação mais eficiente, seguido por visita de agente
comunitário de saúde (52, 50,5%), chamada telefônica (39, 37,9%), consulta presencial (38,
36,9%), aplicativo específico do município (36, 35%), acesso ao meu prontuário do paciente via
Internet (27, 26,2%), acesso ao site da secretaria municipal (27, 26,2%), teleconsulta (12, 11,7%),
redes sociais (10, 9,7%), SMS (8, 7,7%), correio eletrônico (4, 3,9%) e correio convencional (1,
1%), conforme representado na Figura 10.
Figura 10 - Distribuição dos participantes segundo os recursos mais úteis para melhorar as informações
sobre atendimentos, marcação de consultas e cirurgias
Fonte: Elaborado pelos autores
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
A maioria dos participantes declararam ter acesso à Internet. Desses, 40 (38,8%) afirmaram
ter excelente acesso, 29 (28,1%) afirmaram ter acesso muito bom, 28 (27,1%) declararam ter
acesso bom, 3 (2,9%) afirmaram ter acesso ruim e 1 (1%) declarou ter acesso muito ruim, conforme
representado na Figura 11.
Figura 11 - Distribuição dos participantes segundo o seu acesso à Internet
Fonte: Elaborado pelos autores
Em relação aos dados qualitativos, a análise temática da questão aberta, respondida por 79
participantes, fez emergir cinco grandes temas, quais sejam: Informatização”, ou seja,
desenvolver sistemas de informação que possibilitem a marcação de consulta on-line sem
necessidade de se deslocar até uma unidade de saúde; Capacitação de profissionaiscomo, por
exemplo, disponibilizar cursos de capacitação a todos os funcionários; Aumentar a quantidade
de unidades de saúdecomo, por exemplo, construção de clínicas, hospitais e unidades de saúde
públicas; Aumentar a quantidade de profissionaisem todas as áreas de saúde; e Organizar as
filas de espera”, ou seja, padronizar os requisitos para as prioridades em filas de espera.
Referente à informatização das unidades de saúde, muitos participantes destacaram a
necessidade de informatizar os serviços para agilizar o agendamento de consultas. Eis algumas
falas, associadas aos identificadores dos respondentes anônimos [R]:
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
“Informatizar as UBS para que toda marcação seja realizada na unidade, onde
será possível filtrar as urgências no atendimento.” [R88]
“Marcação de fichas online, pelo menos um quantitativo diário, principalmente
para quem trabalha o dia todo ou da zona rural (para isso o sistema precisaria
identificar o paciente nessa condição).” [R85]
“Sistema de agendamento SISREG III implantado em todos os setores da saúde,
facilitando o acesso ao agendamento dos usuários às consultas e exames. Com
relação às cirurgias, pactuar juntamente na CIR uma nova divisão de cotas
baseado em parâmetros lidos de segregação para que cada município tenha
acesso justo às realizações das cirurgias.” [R39]
“Informatizar e padronizar atendimentos, organizar demandas.” [R14]
“Acredito que é preciso um sistema transparente que possamos identificar qual
o nosso lugar na fila de espera e acompanhar esse processo.” [R24]
Acredito que seja muito importante uma melhor relação na comunicação com
o paciente e responsável pela via virtual, onde pudesse em via dupla,
pacientes/profissionais administrativos terem um site e/ou App que acomode a
comunicação de todo o histórico do paciente, seja, pelo passado dos
atendimentos, seja pelos agendamentos futuros. [R99]
“Informatização dos dados e cadastro nos sistemas de espera para cirurgia e
atendimento especializado, de acordo com as demandas das Unidades Básicas
de Saúde. Às vezes, chega encaminhamentos e demora muito para ir ao sistema,
fora a espera que é grande para conseguir a vaga do procedimento.” [R69]
“Evitando a corrupção nas filas, melhorando a tecnologia de marcação e
organização da fila de espera.” [R28]
“Organização de filas de espera, ofertas/demandas e comunicação sobre
marcações e filas de espera, seria interessante um canal mais eficiente de
notificação, como app de saúde, WhatsApp (principalmente por conta da
população de sítios onde não funciona ligação).” [R62]
Em relação à capacitação de profissionais, os participantes citaram a necessidade de
qualificação dos profissionais de saúde, conforme pode ser observado nas falas a seguir:
“No meu ponto de vista um dos quesitos de prioridade em relação aos
encaminhamentos seria a modernização da própria marcação ser feita nas
unidades com isso capacitando os profissionais dos mesmos para um melhor
atendimento e evitando perda ou desorganização na ordem de chegada, tendo o
prazo de entrega mais curto. E em relação às cirurgias deve-se observar as filas
de espera e organização de demanda e prioridade dos casos assim não havendo
desordem pública e satisfação dos clientes usuários.” [R67]
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
“Capacitação aos funcionários e unidade de saúde.” [R66]
“Investindo em profissionais, mais bem preparados e capacitando os que estão
nos cargos, nós temos muitos profissionais que estão sem preparação nenhuma
para fazer o trabalho que o cargo exige.” [R100]
Importante que o hospital tenha profissionais habilitados, estrutura sica,
materiais e equipamentos para que os profissionais possam desenvolver seu trabalho
com segurança e o paciente se sinta seguro e tranquilo para tal procedimento.”
[R29]
Em relação à quantidade de unidades de saúde, alguns participantes destacaram a
importância de ampliar a rede de assistência, conforme pode ser observado nas falas a seguir:
“Investimentos maiores na construção de clínicas, hospitais e unidades de saúde
públicas, capacitação e melhor valorização de trabalhadores, uma melhor
orientação à população usuária desse sistema.” [R03]
“Menos burocracia, mais ofertas de vagas para profissionais da saúde e a
construção de mais hospitais e clínicas conveniadas ao SUS.” [R34]
“Construção imediata de prédios e equipamentos para os devidos
procedimentos. E profissionais competentes.” [R83]
Referente ao aumento de profissionais na área da saúde, muitos participantes ressaltaram a
necessidade de ampliar a quantidade de profissionais em atividade nas unidades de saúde. Eis
algumas falas:
“Acredito que todo o processo necessite de forma crucial um aumento no quadro
de profissionais de saúde (médicos/enfermeiros), propiciando uma maior oferta
de atendimentos, agilizando a grandiosa demanda de consultas e marcações de
cirurgias.” [R35]
“Aumentar a quantidade de profissionais em relação a psicólogos, terapeutas
ocupacionais, neurologistas etc. Também em relação aos profissionais do centro
de reabilitação que está precário e serviços gerais nas UBS.” [R05]
“Contratação de mais profissionais, para melhor atender aos pacientes que do
SUS precisam. Além de acesso à informação, tais como fila de espera pela
internet.” [R92]
“Ampliar a quantidade de profissionais e exames especializados para os
usuários do SUS no município ou maior pactuação de atendimento a nível
estadual tendo em vista a grande lista de espera por atendimento, especialidade
e cirurgias. [R69]
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Quanto à organização das filas de espera, os participantes reforçaram a necessidade de
padronizar os requisitos para as urgências nas filas de espera, como pode ser observado nas falas
a seguir:
Organizar a fila de espera e dar prioridade a quem realmente é urgente. [R04]
Organização das ofertas de vagas e lista de espera, e a contratação de
profissionais de áreas que estão em déficit. [R84]
4 Análise dos dados
Este estudo evidenciou que a maioria dos respondentes da pesquisa utilizam o SUS,
procurando-o quando necessitam de um atendimento em saúde. Embora muitos participantes
tenham sido atendidos no mesmo dia ou na mesma semana que buscaram atendimento, muitos
entendem que faltam profissionais da saúde para dar vazão à demanda e se sentem frustrados com
o atendimento prestado.
Para melhorar o tempo de espera por atendimento e por cirurgia no SUS, a maioria dos
participantes sugeriu aumentar o número de profissionais. Outras sugestões que merecem destaque
é melhorar a organização das vagas disponíveis e lista de espera, melhorar a infraestrutura nas
unidades de saúde e melhorar a tecnologia e a informatização nas unidades de saúde. Em relação
às tecnologias de comunicação, percebe-se que a população está aberta para inovações
tecnológicas que possam melhorar a assistência em saúde. Além disso, a maioria dos participantes
declararam ter acesso à Internet. Esses pontos também foram os principais apontamentos listados
pelos participantes na questão aberta, evidenciando uma convergência em relação a esse aspecto.
Assim, percebe-se que o uso de tecnologias e a informatização das unidades de saúde no município
são viáveis e bem aceitas pela população.
Por fim, a maioria dos participantes declarou ter conhecimento da central municipal de
regulação do município. Além disso, afirmaram que foram até uma unidade de saúde buscar a
guia autorizada para ser atendido em clínica conveniada ou receberam uma guia autorizada por
meio de um agente de saúde. Tais fatos evidenciam a importância da regulação no município e
uma relação de proximidade entre os usuários e o SUS.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Para melhor explicitar a abordagem de métodos mistos, o Quadro 1 sistematiza a integração
entre os dados quantitativos e qualitativos considerando as categorias propostas por Pluye et al.
(2009) de dados convergentes, divergentes ou totalmente excludentes. Como pode ser observado
neste quadro, existe uma grande convergência entre os dados quantitativos e qualitativos, exceto
no que se refere ao reconhecimento do SUS como único provedor de assistência em saúde para a
maioria dos participantes, muitas vezes atendendo-os no mesmo dia, semana ou mês.
Quadro 1 Integração dos dados quantitativos e qualitativos
Dados quantitativos
Dados qualitativos
Integração
Participantes usam o SUS como única
forma de acesso à saúde
Os participantes não fizeram menção à
importância do SUS em suas vidas
Dados divergentes
Participantes têm acesso ao SUS no
mesmo dia, semana ou mês
Os participantes não ressaltaram sentimentos
positivos ao serem atendidos pelo SUS no
mesmo dia, semana ou mês
Dados divergentes
Participantes consideram aceitável o
tempo de espera para atendimento pelo
SUS
Participantes apresentam várias considerações
para diminuir o tempo de espera para
atendimento pelo SUS
Dados divergentes
Participantes entendem que a demora no
atendimento está relacionada à falta de
profissionais, desorganização da fila de
espera, falta de infraestrutura das unidades
de saúde e falta de tecnologia e
informatização das unidades de saúde e
que estes pontos precisam ser melhorados
Participantes ressaltam a necessidade de
informatizar as unidades de saúde, a
necessidade de capacitar os profissionais de
saúde, a necessidade de construir novas
unidades de saúde, a necessidade de ampliar a
quantidade de profissionais e a necessidade de
organizar as filas de espera
Dados
convergentes
Participantes possuem algum nível de
frustração sobre o atendimento pelo SUS
Participantes possuem algum nível de frustração
sobre o atendimento pelo SUS
Dados
convergentes
Os participantes conhecem a central de
regulação municipal e já a usaram
Um participante fez menção direta ao SISREG
III, mas vários fizeram menção a problemáticas
de encaminhamentos
Dados
convergentes
Participantes estão abertos para uso de
tecnologias em sua relação com o SUS
Participantes ressaltam a necessidade de
informatizar as unidades de saúde
Dados
convergentes
Participantes relatam acesso à Internet e
boa conectividade
Participantes ressaltam a necessidade de
informatizar as unidades de saúde, o que pode
revelar seus usos de Internet e conectividade
Dados
convergentes
Fonte: Elaborado pelos autores
Em relação aos subsídios para se pensar a transversalidade da Cncia da Informação no setor da
Sde, considerando os resultados obtidos neste estudo, o Quadro 2 apresenta uma sistematização de
potenciais contribuições deste campo para colaborar com a melhoria do acesso ao SUS.
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
Melhorar o Acesso ao Sistema Único de Saúde. Brazilian Journal of Information Science: research trends,
vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
Quadro 2 Potenciais contribuições da Ciência da Informação para melhorar o acesso ao SUS
Problemáticas do acesso ao SUS
Contribuições potenciais da Ciência da Informação
Reconhecimento do SUS como
única forma de acesso à saúde
Selecionar, organizar e disseminar informações sobre o funcionamento
do SUS para a população a fim de que haja maior compreensão da
importância do SUS para o bem estar, qualidade de vida e sobrevivência
da população
Reconhecimento do SUS pelo
atendimento rápido
Selecionar, organizar e disseminar informações sobre o funcionamento
do SUS para a população a fim de que haja maior compreensão de seus
fluxos e formas de atendimento
Diminuição e organização das
filas de espera
Colaborar no desenvolvimento de ferramentas que auxiliem a melhorar a
transparência e gestão das filas e disponibilização de vagas para
assistência em saúde
Falta de profissionais da saúde
Colaborar no desenvolvimento de ferramentas que otimizem o tempo de
trabalho dos profissionais de saúde para que consigam atender com
eficiência um maior número de pacientes, sem prejuízo da qualidade da
assistência
Capacitação de profissionais da
saúde
Colaborar na capacitação de profissionais da saúde para que aumentem
suas competências informacionais, tecnológicas e de gestão da
informação
Falta de tecnologia e
informatização das unidades de
saúde
Colaborar para a informatização plena das unidades de saúde de todo o
Brasil, a fim de que a população seja melhor atendida
Frustração sobre o atendimento
pelo SUS
Selecionar, organizar e disseminar informações sobre o funcionamento
do SUS para a população, especialmente no que tange às instâncias que
possam melhorar a assistência, como ouvidorias dos municípios
Regulação municipal da
assistência em saúde
Colaborar nos processos de informatização e interoperabilidade do
Sistemas de Saúde das diferentes unidades de saúde do SUS para que a
regulação da assistência seja mais eficiente
Uso de tecnologias na relação
entre o SUS e a população
Colaborar no desenvolvimento de ferramentas que auxiliem a população
a agendar consultas, exames, cirurgias e a navegar entre os diferentes
níveis de atenção do SUS. Empregar tecnologias de baixo custo e de
conhecimento amplo da população
Acesso à Internet e boa
conectividade para todos
Garantir que toda a população tenha acesso à Internet e boa
conectividade em espaços públicos como bibliotecas, centros culturais,
museus e arquivos
Fonte: Elaborado pelos autores
5 Conclusão
Este estudo apresentou dificuldades encontradas para acesso ao Sistema Único de Saúde
segundo a perspectiva da população de um município situado no agreste pernambucano, dentre as
quais se destacaram: a falta de informatização das unidades de saúde, a quantidade deficitária de
unidades de saúde disponíveis, tanto hospitais como unidades básicas, bem como uma percepção
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GALVÃO, Maria Cristiane Barbosa; MAGALHÃES, Eva Maria da Silva Neta; SILVA, Alberto Claudino dos Santos;
ANDRADE, Evaldo Aguiar; RICARTE, Ivan Luiz Marques; Contribuições da Ciência da Informação para
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vol.18, publicação contínua, 2024, e024029. DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024029.
relacionada à desorganização de filas de espera. Muito embora as tecnologias de informação e
comunicação em saúde pareçam ainda pouco exploradas pelas unidades de saúde da região, foi
possível observar a facilidade de acesso à Internet e às tecnologias de informação e comunicação
pela população, evidenciando que é factível programar ações que visem facilitar o acesso da
população aos serviços de saúde por meio de soluções informacionais e tecnológicas.
O estudo evidenciou ainda que a maioria dos respondentes usa o SUS como único meio de
acesso aos serviços de saúde, porém se mostraram insatisfeitos com a disponibilização do acesso.
Todavia, é inegável a importância do Sistema de Saúde, não apenas para a população alvo deste
estudo, mas para toda a população brasileira.
Embora o presente estudo tendo se valido de uma perspectiva exploratória, elencou um
conjunto de potenciais contribuições da Ciência da Informação para o setor da Saúde, que podem
ser aprofundadas em futuros estudos. Assim, a sistematização apresentada no Quadro 2 pode ser
entendida como agenda para o campo da Ciência da Informação.
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Recebido: 30/09/2023 Aceito: 23/08/2024