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GOBIRA, Pablo; CORRÊA, Fernanda Corrêa; PORTUGAL, Priscila Rezende. Ciência da Informação, Artes e
Museus: plano de gestão museológica e os impactos das infocognotecnologias nos museus de arte. Brazilian
Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023, e023045.
DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023045
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, ARTES E
MUSEUS:
plano de gestão museológica e os impactos das
infocognotecnologias nos museus de arte
Information science, arts and museums: museum management plan and impacts of infocognotechnologies
on art museums
Pablo Gobira (1), Fernanda Corrêa (2), Priscila Rezende Portugal (3)
(1) Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Brasil, pablo.gobira@uemg.br
(2) Universidade Federal de Minas Gerai (UFMG), Brasil, fernandalcorrea@gmail.com.
(3) Universidade Federal de Minas Gerai (UFMG), Brasil, priscilarezendep@gmail.com.
Resumo
Este artigo é resultado de pesquisa realizada no Laboratório de Poéticas Fronteiriças (LabFront -
UEMG/CNPq), um grupo de pesquisa, desenvolvimento e inovação que tensiona as fronteiras de campos
artísticos, científicos e tecnológicos. O nosso objetivo é discutir os impactos produzidos pelo
desenvolvimento infocognotecológico (ICT) nos museus e sua gestão. O artigo apresentará nossos
resultados no mesmo tom de nossa pesquisa que tem caráter exploratório e teórico-analítico. Para alcançar
o nosso objetivo, realizamos uma análise a partir das transformações digitais e da ideia de plano de gestão
museológico entendendo de modo transversal as contribuições da Ciência da Informação, Museologia e
Artes. No artigo, apresentamos como está ocorrendo um processo de convergência Nanotecnológica,
Biotecnológica, Infotecnológica e Cognotecnológica (NBIC) com as artes, bem como mostramos o papel
central da informação nessa confluência de campos. Com este artigo, nós buscamos contribuir com
reflexões atuais sobre a formação de plano de gestão em museus de artes entendendo-os como espaços
informacionais museológicos.
Palavras-chave: Transformação digital; Museu de artes; Infocognotecnologias; Preservação digital; Plano
de gestão museológica.
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GOBIRA, Pablo; CORRÊA, Fernanda Corrêa; PORTUGAL, Priscila Rezende. Ciência da Informação, Artes e
Museus: plano de gestão museológica e os impactos das infocognotecnologias nos museus de arte. Brazilian
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DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023045
Abstract
This article results from research at the Laboratory of Front Poetics (LabFront - UEMG/CNPq), a research,
development and innovation group that pushes the boundaries of artistic, scientific and technological fields.
We aim to discuss infocognition technology (ICT) development's impacts on museums and their
management. The article will present our results in the same tone as our research, which has an exploratory
and theoretical-analytical character. To achieve our goal, we carried out an analysis based on digital
transformations and the idea of a museological management plan, understanding the contributions of
Information Science, Museology and Arts in a transversal way. In the article, we present how a process of
Nanotechnological, Biotechnological, Infotechnological and Cognotechnological (NBIC) convergence
with the arts is taking place, as well as showing the central role of information in this confluence of fields.
This article seeks to contribute to current reflections on forming a management plan in art museums and
understanding them as museological informational spaces.
Keywords: Digital transformation; Arts Museum; Infocognotechnologies; Digital preservation; Museum
management plan.
1 Introdução
Este artigo é fruto de pesquisa realizada no Laboratório de Poéticas Fronteiriças (LabFront
- UEMG/CNPq), um grupo de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nós o pensamos como um
relato que recorta o resultado das reflexões empreendidas em uma pesquisa que explora os
impactos gerados pelo desenvolvimento infocognotecológico (ICT) nos museus e sua gestão.
Desse modo, nas próximas páginas, o leitor encontrará, em tom de pesquisa exploratória, teórica,
uma análise que parte das transformações digitais e da ideia de plano de gestão museológico.
A presença intensificada das tecnologias digitais no nosso cotidiano, e sua evolução que
ocorre desde contextos científicos, tem transformado: os instrumentos de trabalho em diversos
campos (indústria, comércio, ensino etc.); as relações interpessoais; e os modos de comunicação
em setores diversos. As tecnologias digitais têm modificado o nosso modo de ver e compreender
o mundo. Ao estarmos rodeados por tecnologias que atravessam o nosso dia a dia, é certo que os
museus e as artes (belas artes, literatura, cinema, teatro, música etc.) incorporem tal presença, uma
vez que elas se relacionam com a forma como entendemos o mundo.
No presente artigo, compreendemos o museu como um espaço informacional e propomos
pensar sua gestão a partir de uma reflexão transversal
(1)
no campo da Ciência da Informação e
envolve o acesso, a organização, o uso, a prática, a apropriação, a recuperação e o tratamento da
informação a partir do desenvolvimento tecnológico digital.
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Instituições culturais, como, por exemplo, os museus, cotidianamente afetados por
infocognotecnologias, precisam ser reconsideradas através de uma perspectiva que impulsione a
discussão sobre a importância de uma gestão museal preparada para lidar com os obstáculos tanto
na preservação de obras de arte tecnológicas (ou outros itens museologicamente afetados pela
tecnologia digital) como na sua exibição.
Para alcançar o nosso objetivo, este artigo foi dividido em cinco seções. A primeira é esta
introdução. Na segunda escolhemos a expressão “transformação digital” para tratar esse contexto
mencionado aqui, enfocando os museus de arte. Na terceira apresentamos a discussão sobre plano
de gestão museológico sob impacto das infocognotecnologias. Na quarta seção apresentamos
algumas considerações finais e encerramos o artigo com nossas referências.
2 Transformação Digital em Museus de Arte
As infocognotecnologias se manifestam como uma confluência que participa de um
processo de convergência maior, multidisciplinar, que opera com elementos interdependentes. Isso
significa que a noção de “infocognotecnologia” consiste na convergência de dois dos campos das
Nanotecnologias, Biotecnologias, Infotecnologias e Cognotecnologias (NBICs). As NBICs são os
campos abordados pelas ciências modernas que se somam às tecnologias emergentes: a
nanociência, a biomedicina e a biotecnologia, as ciências cognitivas e as ciências da informação.
É possível considerarmos, a partir do desenvolvimento artístico, científico e tecnológico moderno
que:
A informação é onde nosso mundo opera: é o sangue e a seiva, a força vital. Ela
permeia as ciências de cima a baixo, transformando todos os ramos do
conhecimento. Hoje, até mesmo a biologia se tornou uma ciência da informação,
uma disciplina repleta de mensagens, instruções e códigos [...] O nosso próprio
corpo é um processador de informações. A memória não está apenas no cérebro,
mas também em cada célula. (Gleick, 2011 apud Maldonado, 2020, p. 34,
tradução nossa)
(2)
Assim, como se na passagem de Carlos Maldonado acima, é necessário tratar a
informação a partir dessa realidade de convergência. Esse tratamento desloca a informação de um
campo específico e o reconhece em áreas diversas, tais como a Física, a Química, a Biologia, a
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Geografia, a Matemática, mas também as Artes, a Museologia e, claro, a Ciência da Informação
dentre outros.
Com essa expansão em vista que conseguimos pensar o atravessamento da Ciência da
Informação de maneira transversal quando enfocamos os museus de arte e, mais especificamente,
sua gestão impactada pelas especificidades infocognotecnológicas que promovem a sua
transformação digital.
2.1 A transformação digital, a informação e a arte
Quando tudo converge para a informação e nela se encontra a centralidade das ciências,
não é possível compreender qualquer um dos campos sem a tecnologia digital. O impacto da
informação nas ciências também consiste em compreendê-la como uma forma de organização e
ordenação do mundo (Maldonado, 2020). As infocognotecnologias direcionam o campo artístico
para a informação, para a multidisciplinaridade e para a interdependência entre os campos.
Consequentemente, a informação, bem como a tecnologia, transforma a cultura, as formas
artísticas e os espaços reservados a elas.
O hibridismo
(3)
promovido pelas infocognotecnologias acarreta a elaboração de obras de
arte que podem possuir uma variedade de funções e alta capacidade de memória, bem como obter
informação a partir do ambiente em que está inserida ou se integrar ao corpo humano através de
sistemas informáticos. Essas obras podem, inclusive, serem reconhecidas como partícipes do
cotidiano das pessoas e, nele, não serem reconhecidas como arte. Mas as mesmas obras podem ser
consideradas como arte quando expostas e/ou conservadas em contextos artísticos, tais como os
museus de arte, instituições que são um dos agentes do sistema da arte.
A arte que utiliza recursos tecnológicos (softwares e/ou hardwares) para sua produção e
que sem os quais o poderia ser realizada forma um campo formado por obras heterogêneas. Estas
trazem em sua composição elementos específicos que vão além daqueles utilizados
tradicionalmente, como palavras, elementos visuais, sons assim como operam com ou sem a
interação com o público. As produções artísticas, portanto, se constituem a partir da conexão com
diferentes campos de pesquisa e conhecimento, como os citados anteriormente e muitos outros
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como a Ciência da Computação, Engenharias e robótica entre outros. O caráter híbrido dessa forma
de arte faz com que seu processo de criação necessite de diversos atores, como biotecnólogos,
programadores, engenheiros e profissionais de tecnologia da informação, além da figura do artista
que mescla sua atuação na transversalidade dos campos e se distancia da imagem tradicional do
artista.
Lucia Santaella, em seu texto “As artes em tecnologias emergentes”, afirma que os artistas
que utilizam as tecnologias emergentes assumem uma função distinta diante das transformações
tecnológicas, pois eles “estão sempre tão inseridos no seu próprio tempo e que, na verdade, acabam
por sinalizar os caminhos do futuro” (Santaella, 2021, p. 61). Em seu texto, a autora procura refletir
sobre as tendências da arte e a possibilidade de se elaborar uma classificação. Dentre as tendências
citadas por Santaella estão: Interfaces gestuais; Filmes jogos e livros interativos; Live cinema;
Mídia digital omnidirecional; Crowdsourcing; Cinema físico e Internet das Coisas Experienciais;
Storytelling Transmídia e Imersão Conectada; Realidade virtual; Design colaborativo e prática de
arte social; Jogos de Realidade Alternativa ou Teatro Imersivo; Realidade Aumentada/Mista;
História bio-responsiva/bio-conectada; Storytelling de dados; Docugaming; Mídia efêmera; Arte
Gerativa e Inteligência Artificial; Experiências Geolocalizadas ou GeoConscientes (Santaella,
2021, p. 63-64).
A partir dessa sistematização, podemos constatar o caráter pluralista e ramificado do campo
da arte que permite aproximá-lo da convergência das NBICs. O fazer artístico inserido no contexto
infocognotecnológico, especificamente, soma-se à amplitude dos campos de conhecimento,
característica de um contexto que se afirma como pós-digital (Gobira, 2018). Podemos, assim,
constatar que a figura do artista se assemelha a de produtores de informação e de conhecimento
uma vez que lida muitos anos e de maneira sistêmica com ferramentas infocognotecnológicas
na configuração de objetos oriundos dessa convergência.
2.2 A transformação digital e os museus
Assim como as infocognotecnologias têm modificado as artes e suas relações com o
público, as organizações museológicas também são impactadas por elas. Ainda no século XIX,
com a Revolução Industrial, os museus passaram a se modernizar de maneira que se adaptaram às
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atualizações da cidade moderna (Marçal; Campanhol, 2010, p. 16). Mais tarde, quando as
definições básicas de museus contemporâneos se consolidaram, de acordo com Gobira e Silva
(2019), eles deixaram de ser somente instituições monumentais que abrigavam obras de arte e
passaram a ter um conceito mais aberto, lapidado conforme o fim a que lhe seria designado em
uma sociedade da economia política pós-industrial.
No Brasil, podemos ver a aplicação de tecnologias digitais em diversos museus e
instituições culturais a partir do uso de ferramentas tecnológicas que permitem interatividade e,
ainda, o uso de inteligência artificial como mediadora entre o público, o espaço e a obra de arte
(Mozelli, 2019, p. 68-69). O museu desempenha papel fundamental na educação não formal de
seus visitantes e assim o que aqui chamamos de “transformação digital” abre inúmeras
possibilidades de aprendizagem, mediação e recepção do público que passa de observador para
aquele que se relaciona de forma dialógica com a exposição e o espaço museológico (Sampaio,
2018, p. 113.). Alguns exemplos de aplicações que permitem essa mudança são: guias multimídias
portáteis e por aplicativos, que muitas vezes proporciona visitas guiadas por áudio; terminais ou
totens multimídias; utilização de realidades tecnologicamente assistidas (realidade virtual;
aumentada; diminuída; mista; etc.) e os objetos digitais de aprendizagem.
A presença das infocognotecnologias em instituições museais, no entanto, não está limitada
a apenas a utilização de dispositivos tecnológicos, mas se estende a obras que se utilizam das
tecnologias em suas constituições. Com sua presença nos museus, os papéis e funções ali
necessitam de reorganização, pois o museu se torna também um espaço de produção de informação
e conhecimento, ou seja, um espaço informacional. Assim, vemos que as equipes de comunicação
e de curadoria (e mediação) devem considerar como o uso, a apropriação e as práticas de
informação afetam e são afetadas pelos usuários que têm seus dados coletados quando da visitação
nos museus (seja nas exposições com obras interativas ou em seus acervos).
Além das modificações geradas pela presença massiva da tecnologia e a influência exercida
na forma a qual enxergamos o mundo, na sociedade, também o ponto relativo a salvaguarda e
preservação, o qual tem sido levantado pelas instituições, devido aos incidentes como o caso mais
recente do incêndio nos galpões da Cinemateca em São Paulo, em 2021, o Museu Nacional, em
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2018 e o Museu da Língua Portuguesa, em 2015, este último que teve sua reabertura em meados
de 2021. Grandes museus ao redor do mundo têm disponibilizado na web seus acervos
digitalizados enquanto outros foram além, tornando possível uma visita através de ferramentas e
plataformas de realidade tecnologicamente assistidas. No entanto, sabemos que algumas
estratégias não são suficientes para manter as obras e promover a experiência completa ao
observador e/ou usuário.
Entretanto, também um movimento pela digitalização de acervos museológicos por
parte de algumas instituições públicas e privadas. Um exemplo é o da plataforma Google Arts and
Culture, uma iniciativa gratuita que se apresenta de forma atrativa explorando a visualidade,
permitindo o acesso a diversos museus espalhados pelo mundo (Burke; Jorgesen, 2020), mas sem
o comprometimento com a preservação das obras em aspectos variados como, por exemplo, nos
seus outros tipos de dados e metadados.
No Brasil, o projeto Tainacan realizado em parceria entre a Universidade Federal de Goiás
(UFG) e a Universidade de Brasília (UnB) tem proporcionado a digitalização e servido como
repositório de instituições culturais como museus, arquivos e bibliotecas. O Tainacan por ser um
serviço aberto, ofertado por instituições públicas federais, tem como um de seus objetivos
contribuir na pesquisa acadêmica, seguindo os fundamentos da Ciência da Informação: “[…]
catalogar, organizar, armazenar e compartilhar informações, ele se adapta às necessidades do
usuário, permitindo que você configure e personalize suas coleções” (ver mais em:
https://tainacan.org/).
Mesmo que museus e outras instituições estejam em busca de se estabelecer no contexto
das infocognotecnologias, ainda é necessário a criação de dinâmicas convenientes a
interdependência entre os campos de atuação que uma obra de arte possa corresponder dentro de
espaços informacionais. Para isso, é fundamental a elaboração e organização de um plano de gestão
que possa atuar de forma mais aberta possível na gestão de um espaço informacional museológico.
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3. O Plano de Gestão e as Infocognotecnologias
A implementação de um plano de gestão, com ênfase em infocognotecnologias, em
instituições museais demonstram a compreensão da existência de camadas complexas desses
equipamentos culturais. Ao observar a Política Nacional de Museus, lançada no ano de 2003, a
qual tem como objetivo principal a “sistematização de uma política pública voltada para museus
brasileiros” (Brasil, 2003, p. 7) e a instauração do decreto que define, por lei, de 2013, o dever das
instituições museais cadastradas no IBRAM de apresentarem um plano de gestão museológica
(Brasil, 2013), vemos que a gestão de equipamentos culturais necessitam de um planejamento que
visa estabelecer objetivos, reconhecer oportunidades e antecipar dificuldades que possam levá-los
a uma crise institucional.
Um plano de gestão de um espaço informacional museológico também requer estratégias
que busquem identificar os objetivos, seus problemas e suas oportunidades. Através de um
planejamento, o espaço informacional museológico consegue enfrentar desafios, tecnológicos ou
não. A transformação de uma instituição diante das mudanças tecnológicas requer um
planejamento estratégico que evite contradições internas e que tenha finalidades, valores, metas,
estratégia e público-alvo bem definidos. Quando tratamos de um espaço informacional
museológico é preciso identificar, por exemplo, qual a área de atuação do museu e se a equipe é
suficiente e tecnicamente qualificada para tal atuação. Também se faz necessário o planejamento
de como as atividades podem ser integradas a fim de haver um equilíbrio entre as ações de
salvaguarda e as de comunicação e acesso. Devido às dificuldades preservacionistas da arte que é
atravessada pelas infocognotecnologias verificamos, em mais de uma década de pesquisa, que
maior disponibilidade das instituições para a exposição de obras, portanto, enfocando o acesso, do
que de ações preservacionistas. Com isso, tende-se a exibir mais do que preservar.
3.1 Dificuldades de preservação da arte digital
Ao que diz respeito a práticas preservacionistas das artes digitais, nos deparamos com
inúmeros desafios que vão desde a obsolescência do suporte e/ou da dia utilizada amesmo no
armazenamento e tratamento da informação relativo a aquela obra. Entretanto, vamos abordar
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brevemente o que são as artes digitais antes de discutir a preservação destas. Arte digital é aquela
que:
incorpora de maneira ampla […] tanto as imagens produzidas com softwares
diversos e equipamentos fotográficos digitais, quanto obras que envolvem o
processamento em tempo real de códigos e imagens utilizando o computador.
Arte digital é, aqui, arte de novas mídias, mas também arte computacional, arte
binária, arte numérica, arte tecnológica e quaisquer outros desdobramentos que
hajam a partir desses termos. (Gobira e Corrêa, 2016, p. 565)
Segundo os autores, o termo arte digital” envolve inúmeras possibilidades a serem
produzidas por meios tecnológicos e seus desdobramentos, como vemos também em Gobira
(2022). Este autor define a expressão como um campo complexo que permeia as relações entre
arte, ciência e tecnologia, por meio da colaboração entre diversos atores e permitindo envolver
ferramentas inteligentes, sistemas orgânicos e inorgânicos ou serem até mesmo capazes de
produzirem vida artificial, por meio de engenharia genética (Gobira, 2022, p. 47).
A preservação de obras de artes digitais implica na necessidade de adaptação e de se
considerar as particularidades técnicas e poéticas (Silva, 2022, p. 56). Através de Gobira (2016),
entende-se a necessidade de uma preservação integral da obra de arte digital, que demanda não só
a preservação da poética da obra, mas o que está em sua dimensão industrial, o que a permite que
a obra transite para além do campo artístico (Gobira, 2016). No entanto, as dificuldades diante da
preservação de obras de artes digitais, não se limitam somente a seus aspectos técnicos, mas
também a questões relacionadas a maneira que será exposta, ao espaço de exposição e,
posteriormente, ao seu armazenamento e conservação. Os três pontos citados apresentam uma série
de questões que implicam no envolvimento de profissionais de áreas diversas para que sejam
solucionados. E a inserção desses profissionais nos apresentam outros problemas que atravessam
tanto o campo da Ciência da Informação como o campo da Arte.
Em Gobira e Côrrea (2016), um breve panorama da preservação da arte contemporânea é
apresentado como uma maneira de preparar o campo quanto à preservação de obras de artes
digitais. Os autores levantam a questão da efemeridade presente nas obras de arte e a complexidade
para preservá-las. Sendo assim, entendemos que tal complexidade está relacionada não somente
às práticas de preservação, mas se instala em todo o processo poético e técnico da obra. Tanto os
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DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023045
aspectos técnicos quanto a efemeridade pode ser incorporada pelo artista, isto é, ao utilizar
tecnologias em suas obras, o artista se propõe a atuar dentro da lógica do mercado (Gobira; Corrêa,
2016, p. 566) ao mesmo tempo que pode tentar escapar dele ao permitir que a obra esteja submetida
a volatilidade das ferramentas utilizadas e que possa se tornar obsoleta ou até mesmo extinta.
Nesses casos, além do artista, há também o impacto relativo à curadoria, que deve compreender as
especificidades das artes digitais, como visto em Silva (2022), para que a preservação digital seja
eficiente e produtiva. No entanto, Gobira (2016) ressalta que as características técnicas da obra
não devem se sobressair em relação à estética que as incorpora, bem como aspectos poéticos
relativos à interação também não devem ser negligenciados (Gobira, 2016, p. 506).
Mais ainda, entendemos que os processos preservacionistas proporcionam
questionamentos válidos quanto a curadoria das artes digitais e a curadoria digital, como vemos
em Freire, Sales e Sayão (2020). Os autores afirmam, por exemplo, que a curadoria digital vem
sofrendo diversas transformações desde a primeira vez que o termo foi empregado. Sendo assim,
observamos que os processos de transformação digital têm impactado todos os campos sobre os
quais estamos tratando nesta seção (gestão, preservação, curadoria, educativo) e que é necessário
levar em consideração as interseções entre eles. Como visto em Gobira (2016), a digitalização é
um processo inevitável e que causa impacto nos museus e nas artes, sobretudo para a preservação.
Tanto em Gobira (2016) quanto em Freire, Sales e Sayão (2020) entendemos como possibilidade
a preservação dos dados da obra de arte, seja ela nato digital ou não. Freire, Sales e Sayão (2020)
nos apresentam o reuso de dados como uma forma de dinamizar acervos digitais (Freire; Sales;
Sayão, 2020, p. 5), enquanto Gobira (2016) demonstra a potência da preservação dos dados para
permitir o acesso futuro através de técnicas de migração, emulação ou recriação da obra (Gobira,
2016, p. 508). Ambos artigos apresentam caminhos para a preservação dos dados e que podem ser
aplicados às obras de arte.
3.2 Consequências ao priorizar a exposição de obras
Como visto anteriormente, priorização da exposição das obras digitais em detrimento
da criação e conservação de acervos. No entanto, entendemos que essa priorização não é
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intencional, mas pode implicar danos irreversíveis a médio e longo prazo para esse tipo de obra e
todo o campo.
De acordo com Silva (2022), instituições culturais que se dispõem a realizar exposições de
obras nato digitais, devem ser adaptadas para acolher esse tipo de obra e suas particularidades. Isto
é, além das ações preservacionistas, é necessário também entender a maneira com que a obra
agencia o espaço no qual ela estará exposta para evitar maiores dificuldades. Outro ponto que a
autora ressalta é em relação às dificuldades no empréstimo de obras e instalações de artes digitais,
pois nem sempre as instituições a receber, têm um espaço ou um projeto expográfico preparado
para tal (Silva, 2022, p. 59).
Para Gobira e Corrêa (2019), quando dados são a forma exclusiva de preservar a obra de
arte digital, o processo de documentação e a noção de informação se torna uma ação homogênea
(Gobira; Corrêa, 2019, p. 169) que despreza a complexidade da obra que envolve a produção
poética e técnica. Quando a exposição é priorizada, tais processos ficam em segundo plano, o que
acarreta dificuldades até mesmo técnicas para realizar uma ação preservacionista. Mais ainda, tais
ações dificilmente se apresentam no planejamento estratégico de instituições culturais e museus,
assim, enfatizamos a necessidade da existência de um plano de gestão que trate as particularidades
de obras de arte tecnologicamente assistidas.
Com isso, entende-se que o plano de gestão é um instrumento importante para enfrentar os
desafios preservacionistas da arte no contexto museológico impactado pelas infocognotecnologias.
O plano de gestão deve estar em sincronia com os avanços tecnológicos para que as
infocognotecnologias possam atuar, além da preservação e salvaguarda de acervos, na organização
e tratamento das obras que compõem os acervos e nas redes criptografadas para rastreio e proteção,
contribuindo com empréstimos e exposições itinerantes, garantindo o registro e os direitos de uso
e propriedade (Medeiros, 2021).
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DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023045
4. Considerações Finais
A utilização de infocognotecnologias em instituições culturais reconfiguram a paisagem
cultural, transformando-a em paisagem cultural pós-digital (Gobira, 2018). As tecnologias
modificaram o espaço do museu, aproximando e mesclando o ambiente: “A existência de uma
paisagem que interage com o digital, seus ambientes e equipamentos, conforma uma realidade que
vem sendo constituída historicamente” (Gobira, 2018, p. 88). Tais usos configuram uma série de
possibilidades para a gestão de acervos no contexto do ciberespaço, e ainda permite interligação
em acervos heterogêneos (Marçal; Mangan, 2019). Esses processos permitem que os espaços
sejam acessados de outras formas, por diversos meios e em vários formatos, reconfigurando a
maneira de enxergar a arte e a cultura tecnológica (Gobira, 2018).
Quando se trata de gestão de um espaço informacional museológico, entende-se que é
necessária a ação transversal da Ciência da Informação, pois estamos diante de uma paisagem
cultural que se constrói a partir da informação. Neste artigo, buscamos apresentar como a
informação expandiu as fronteiras de campos com a convergência artística, científica e tecnológica.
Mais especificamente, com o desenvolvimento e os impactos das infocognotecnologias, temos a
necessidade de tornar condizente com esse novo cenário, as ações de gestão dos museus em geral,
e dos museus de arte em particular, tendo em vista as transformações que os objetos museais
sofreram (como no caso das artes digitais) ou sofrerão (como nos processos de digitalização total
do mundo).
Sem dúvidas este trabalho não possibilitou vislumbrar todas as instâncias de formação de
um plano realmente efetivo de gestão museal, mas pôde sinalizar que uma necessidade premente
de se adaptar à realidade do museu a um contexto com o qual já convivemos há muitos anos.
Agradecimentos
As reflexões presentes neste artigo são resultados de projeto de pesquisa apoiado pelo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e pela PROPPG/UEMG, aos quais
agradecemos.
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GOBIRA, Pablo; CORRÊA, Fernanda Corrêa; PORTUGAL, Priscila Rezende. Ciência da Informação, Artes e
Museus: plano de gestão museológica e os impactos das infocognotecnologias nos museus de arte. Brazilian
Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023, e023045.
DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023045
Notas
(1) A palavra transversal é utilizada neste texto a partir da ideia de “atravessar e seguir adiante”, ou seja, uma reflexão
transversal indica a realização de uma reflexão que atravessa o campo da Ciência da Informação, sem
necessariamente se deter nele. O termo “transversal” aparece seis vezes neste artigo em “modo/maneira
transversal”, “transversalidade dos campos” e “ação transversal”. Quando, por exemplo, sugerimos no resumo que
entendemos as contribuições da Ciência da Informação, Museologia e Artes de modo transversal, inferimos que
tais contribuições atravessam seus campos de conhecimento e seguem adiante para outros campos atravessam seus
campos de conhecimento e seguem adiante para outros campos”, “transversalidade dos campos” e “ação
transversal”. Quando, por exemplo, sugerimos no resumo que entendemos as contribuições da Ciência da
Informação, Museologia e Artes de modo transversal, inferimos que tais contribuições atravessam seus campos de
conhecimento e seguem adiante para outros campos.
(2) La información es por donde discurre nuestro mundo: es la sangre y la savia, el principio vital. Impregna de
arriba a abajo las ciencias, transformando todas las ramas del conocimiento. [...] En la actualidad incluso la “La
información es por donde discurre nuestro mundo: es la sangre y la savia, el principio vital. Impregna de arriba
a abajo las ciencias, transformando todas las ramas del conocimiento. [...] En la actualidad incluso la biología
se ha convertido en una ciencia de la información, una materia con mensajes, instrucciones y códigos [...] El
mismísimo cuerpo es un procesador de información. La memoria no solo se encuentra en el cerebro, sino también
en cada una de las células” (Gleick, 2011 apud Maldonado, 2020, p. 34).
(3) Compreende-se aqui que as artes produzidas a partir de infocognotecnologias possuem uma natureza híbrida, ou
seja, cada obra possui elementos específicos e recursos técnicos distintos que ultrapassam o uso exclusivo de uma
única linguagem em sua criação. Uma obra híbrida pode ter elementos visuais, sonoros e palavras coexistindo a
partir de um ou mais recursos técnicos articulados.
Referências
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Received: 28/08/2023 Accepted: 20/10/2023