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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
Bibliotecários na Educação a Distância em Universidades Brasileiras. Brazilian Journal of Information
Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023, e023056. DOI: 10.36311/1981-
1640.2023.v17.e023056.
ATUAÇÃO DOS BIBLIOTECÁRIOS NA EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA EM UNIVERSIDADES BRASILEIRAS
Performance of the librarians in distance education in Brazilian universities
Paula Pinheiro da Nóbrega (1), Gabriela Belmont de Farias (2),
Andréa Soares Rocha da Silva (3)
(1) Universidade de Fortaleza (Unifor), Brasil, ppnjc@hotmail.com
(2) Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil, gabibfarias@gmail.com
(3) Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil, andreasrs07@gmail.com
Resumo
O presente artigo tem o objetivo de compreender a atuação dos bibliotecários no contexto da educação a
distância em instituições de ensino superior brasileiras, considerando ações de ensino, pesquisa e extensão.
Caracteriza-se por um estudo de campo realizado com bibliotecários de seis cidades brasileiras; usa o
método de análise de conteúdo e apresenta categorias que traduzem a sua prática profissional. No tocante
à atuação dos bibliotecários na EaD, dos seis bibliotecários participantes da pesquisa, quatro profissionais
falaram que exercem a atividade inerente à sua formação básica; um afirmou estar trabalhando como
designer instrucional, e o outro disse que soma dois papéis, o de tutor e o de conteudista. Concernente ao
público que os bibliotecários atendem, foram citados seis perfis de usuários: coordenador de EaD, professor
conteudista, professor-tutor, designer instrucional, bibliotecários e alunos de EaD. Quanto à percepção dos
bibliotecários sobre a sua participação na EaD, eles têm uma visão positiva a respeito da sua atuação e
confirmam a sua relevância dentro das equipes de EaD. Infere-se, então, que os bibliotecários podem ocupar
e assumir outros papéis como profissionais da informação no contexto da educação a distância, tais como:
professor, tutor, designer instrucional, dentre outros.
Palavras-chave: Biblioteconomia; Bibliotecários; Educação a distância; Ensino superior.
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Abstract
This article aims to understand how librarians work in the context of distance education in Brazilian
universities, considering teaching, research and extension actions. It is characterized by a field study carried
out with librarians from universities in six Brazilian cities; it uses the content analysis method and presents
categories that reflect their professional practice. Regarding to the role of librarians in distance learning, of
the six librarians who took part in the research, four said that they carry out this activity as part of their
basic training; one said that he was working as an instructional designer, and the other said that he plays
two roles: tutor and content designer. With regard to the public that librarians serve, six user profiles were
mentioned: distance learning coordinator, content teacher, teacher-tutor, instructional designer, librarians
and distance learning students. Regarding to librarians' perceptions of their participation in distance
education, they have a positive view of their role and confirm their relevance within distance education
teams. It can therefore be inferred that librarians can occupy and take on other roles as information
professionals in the context of distance education, such as: teacher, tutor, instructional designer, among
others.
Keywords: Librarianship; Librarians; Distance education; Higher education.
1 Introdução
No momento em que se decide pela idealização, planejamento e implementação de cursos,
treinamentos, aperfeiçoamentos, capacitações na modalidade Educação a Distância (EaD) on-line,
surge a necessidade de seguir requisitos com o intuito de alcançar um processo de ensino-
aprendizagem de qualidade e, consequentemente, obter resultados satisfatórios. Todavia, há de se
considerar esse processo como algo bastante complexo, pois envolve vários aspectos, “atores” e
ações.
Um dos aspectos a observar está no fato de que é preciso o empenho de toda a equipe
multidisciplinar, no sentido de lograr êxito quando houver a pretensão de criar e implantar um
projeto na modalidade EaD. Outro fator relevante diz respeito à elaboração de conteúdos didáticos,
os quais devem ser claros e objetivos, para que cada discente consiga apreender os conhecimentos
embutidos neles e entenda o paralelo entre o que foi estudado e a realidade vivenciada na
sociedade, gerando, então, mudanças que visem a melhorias na vida dos sujeitos.
Entretanto, a atividade de desenvolver conteúdo é uma ação difícil e abrangente, porque
exige do professor, além de conhecimentos especializados (teóricos e práticos), a percepção sobre
o público que utilizará as informações dispostas naquele conteúdo. E mais, torna-se primordial que
o docente desenvolva ou selecione materiais didáticos e de apoio que sejam adequados aos
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objetivos educacionais estabelecidos para aquela ação formativa, bem como aos estilos de
aprendizagem de cada indivíduo. Reiterando a importância de selecionar materiais educacionais,
Lima et al. (2016) descrevem que a essência do conteúdo é fundamental para a formação dos
estudantes, daí a importância de o docente conhecer o perfil e a necessidade dos seus alunos, a fim
de elaborar um material contextualizado à realidade em questão.
Portanto, além do professor e do aluno, para que o referido processo aconteça
eficientemente, somados a eles estão os demais profissionais que compõem a equipe
multiprofissional que atua na EaD, sobretudo no cenário da produção de aulas, como é o caso dos
designers gráficos, programadores e bibliotecários.
Particularmente o bibliotecário, por organizar, gerenciar e disseminar informações, ocupa
um papel relevante dentro dos processos educacionais. Aliado a essas habilidades técnicas, ele
dispõe de competências que auxiliam no discernimento a respeito dos usuários de uma
comunidade. Uma delas é a competência em informação. Lucca, Pinto e Vitorino (2019 p. 186)
afirmam que:
A competência em informação, que teve origem no mesmo contexto da educação
de usuários o contexto da explosão informacional também tem sua história
atrelada ao “fazer” bibliotecário. Compreende o sujeito além de um usuário
dotado de uma necessidade a ser atendida por meio da informação: trata-se, nessa
concepção, de um ser social, participante da esfera pública, que vivencia
situações análogas passíveis de serem solucionadas por meio da informação.
A partir da competência em informação, no caso da EaD, as autoras do presente artigo
acreditam que o bibliotecário poderá identificar os perfis dos aprendizes, facilitando o trabalho do
professor conteudista, o qual direcionará melhor os conteúdos e escolherá os materiais de acordo
com o que os aprendizes buscam. Corroborando a assertiva, no campo de estudo de usuários, que
também é uma disciplina vista nos currículos de Biblioteconomia no país, esta fornece bases para
que o bibliotecário trace o perfil do público o qual está atendendo, sendo uma ação crucial para
conhecê-lo mais detalhadamente e para que as suas necessidades de informações sejam satisfeitas
(Cunha; Amaral; Dantas 2015).
Reforçando, o bibliotecário pode incrementar e contribuir para a melhoria contínua do
processo de ensino-aprendizagem em EaD, isso porque ele traz em seu escopo profissional um
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conjunto de saberes advindos dos conteúdos estudados nas disciplinas durante a sua formação
universitária. Deste modo, além de estudo de usuários, disciplinas como formação e
desenvolvimento de coleções, catalogação, classificação e indexação, por exemplo, podem
subsidiar a implementação de bibliotecas digitais, acervos cruciais para o aprofundamento dos
discentes e docentes no que concerne às teorias. Assim, é essencial o bibliotecário ter saberes
ligados às tecnologias educacionais, conforme considera Soares, Luce e Estabel (2022).
Outra disciplina que contribui para a atuação do bibliotecário na EaD é a Editoração, pois
quando os professores vão usar materiais didáticos, precisam decidir se utilizarão recursos
didáticos existentes ou se criarão os seus. Então, o bibliotecário poderá orientá-los sobre direitos
autorais. Outros exemplos de áreas biblioteconômicas que dão suporte à EaD são fontes de
informação, normalização bibliográfica e pesquisa bibliográfica. No tocante a fontes de
informações, o bibliotecário é conhecedor dos critérios de usabilidade de obras e, por conseguinte,
poderá indicar títulos confiáveis aos professores. Quanto à normalização bibliográfica, o
bibliotecário auxilia a comunidade acadêmica nas regras de elaboração de trabalhos acadêmicos
e/ou científicos e, na EaD, além disso, o profissional revisa os materiais didáticos, deixando-os no
formato adequado às normas vigentes.
Ao realizar pesquisa bibliográfica, o bibliotecário tanto colabora para que professores
tenham fontes atuais e que contemplem os seus objetivos quanto ele orienta docentes e alunos a
fazerem levantamentos bibliográficos em bases de dados. Por tais razões, o bibliotecário pode
participar do planejamento de cursos em EaD.
Diante do exposto, o conhecimento adquirido pelo bibliotecário ao longo de sua formação
pode ser empregado nas fases que compõem um programa de EaD on-line, haja vista o caráter
interdisciplinar da Biblioteconomia “como uma área que dialoga com todas as outras, devido à sua
práxis, não poderia ter um currículo voltado para si, uma vez que esta prática não favoreceria sua
práxis, a qual é interdisciplinar por excelência” (Moraes, 2015, p. 9).
Pelas razões supramencionadas, os bibliotecários que desempenham atividades no âmbito
das instituições de ensino superior (IES) podem apoiar e incrementar a oferta do ensino a distância.
Assim, o presente artigo elenca uma pesquisa de campo realizada com seis bibliotecários que
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trabalham em IES, sendo duas públicas e quatro privadas, tendo o objetivo de compreender como
eles atuam no contexto da educação a distância, considerando ações de ensino, pesquisa e extensão;
pilares estes essenciais, pois exprimem o que uma IES produz, bem como fornece respostas à
sociedade por meio de ações que levam o conhecimento e a cultura às comunidades.
2 O processo de ensino-aprendizagem em EaD
O processo de ensino-aprendizagem inicia com um planejamento criterioso das ações
propostas pelo ofertante da ação formativa por meio da EaD, onde são organizadas e definidas
etapas que englobam desde a concepção à avaliação de um curso, de acordo com o estabelecimento
de um modelo de ensino para um público específico que deseja aprender.
Segundo Masetto (2012, p. 33-38), o processo de ensino-aprendizagem tem como
fundamentos:
1) conceito de ensino-aprendizagem; 2) concepção e gestão do currículo; 3)
integração das disciplinas como componentes curriculares; 4) compreensão da
relação professor-aluno e aluno-aluno; 5) teoria e prática da tecnologia
educacional; 6) concepção do processo avaliativo e suas técnicas para feedback;
7) planejamento como atividade educacional e política.
Contudo, para obter sucesso durante o processo de ensino-aprendizagem e, evidentemente,
alcançar a conquista de uma aprendizagem eficiente e eficaz, precisa ser levada em conta a
comunicação, para que haja a mediação e, assim, ocorra a interação entre os interlocutores do
programa educacional. É igualmente importante reconhecer que no processo de ensino-
aprendizagem acontece a formação dos cidadãos, e a universidade ocupa um papel fundamental
para que isso aconteça, porque segundo Rowe (2004, p. 1), ela “tem o papel de formar cidadãos
capazes de enfrentar as mudanças do mundo contemporâneo”, cujos sujeitos possam ser capazes
de formular suas críticas, construir novos conhecimentos, discernindo a realidade na qual estão
inseridos, para transformá-la em uma sociedade mais justa.
Isso traduz uma aprendizagem significativa, na qual
O conhecimento é concebido como resultado da ação do sujeito sobre a realidade,
estando o aluno na posição de protagonista no processo de aprendizagem
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construída de forma cooperativa, numa relação de comunicação renovada e
reflexiva com os demais sujeitos (Behar, 2009, p. 16).
O protagonismo do aluno ganha forças à medida que as tecnologias e, em particular, a
Internet possibilitam a mediação e a oportunidade de produção de conteúdo, requerendo, portanto,
um novo modelo de educação. Assim, desponta a EaD on-line, que confere ao discente o ensejo
de ter mais independência e autonomia, no que diz respeito à autorregulação do seu tempo e de
suas atividades e a considerar seus conhecimentos prévios, para que ele consiga construir novos
saberes.
Em 2020, com a pandemia causada pelo coronarus, o mundo teve que se adaptar a uma
nova realidade na qual todos foram obrigados a cumprir o isolamento social. Deste modo,
mudaram suas rotinas, como as ligadas à área educacional, cujo campo precisou implementar aulas
remotas on-line, para que os discentes não tivessem déficits em seu aprendizado. Vale salientar
aqui, que as aulas remotas não se configuram como educação a distância, pois esta segunda requer
um planejamento cuidadoso e se caracteriza como uma modalidade de ensino regida por diretrizes
que visam à qualidade e à aprendizagem eficiente dos alunos, como é o caso dos referenciais do
Ministério da Educação (Brasil, 2007).
No entanto, acredita-se que, com o uso maior da Internet provocado pela pandemia, as
pessoas começaram a despertar quanto ao valor da EaD, e isso pode ser comprovado pela
ampliação da procura pela referida modalidade. Para o Instituto Rui Barbosa (2022):
a sinalização de um importante processo de transição para o modelo de ensino
a distância. O caminho que se apresenta aos que além de necessidade de
conhecimento possuem gosto pelos estudos é que o EaD se torne tendência cada
vez maior [...].
Portanto, diante da referida situação de enfrentamento à Covid-19, e no mundo pós-
pandemia atual, onde a educação conta com o apoio das tecnologias, comprova-se cada vez mais
a relevância da EaD. Ainda no que diz respeito às transformações causadas pela pandemia, Oliveira
et al. (2022, p. 100) afirmam que “Diante da mudança abrupta imposta pela pandemia, o
pensamento crítico e criativo tem sido decisivo não em relação à carreira, mas também à vida
pessoal desta e das próximas gerações.” Os autores, inclusive, sugerem “a diversão, o significado
e a colaboração no processo da aprendizagem” (Oliveira et al., 2022, p. 100).
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Daí a EaD, por ter diversificados recursos e tecnologias a seu favor, pode fomentar um
aprendizado com significados para os alunos. Moreira e Masini (1982, p. 7), ao interpretarem o
idealizador da aprendizagem significativa, o psicólogo David Ausubel, a conceituam como
um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto
relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. Ou seja, neste processo a
nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específica, a qual
Ausubel define como conceitos subsunçores ou simplesmente, subsunçores
(submers), existentes na estrutura cognitiva do indivíduo.
Para Santos (20--), a aprendizagem significativa acontece, de fato, quando são seguidos os
passos que conduzem à reconstrução do conhecimento, listados, assim, por ele: sentir, perceber,
compreender, definir, argumentar, discutir e transformar.
No primeiro passo, sentir durante a aprendizagem, o aluno já chega com uma visão sobre
o contexto e, claro, por suas vivências e expectativas concernentes ao que virá, ele abriga em si
muitas sensações. Após estas sensações, surge o segundo passo, perceber. Como o verbo denota,
o estudante começa a ter necessidade de conhecer cada detalhe a respeito dos conteúdos que está
aprendendo (Santos, 20--).
Compreender é o terceiro passo e se nota maior amplitude, pois nessa etapa o discente
formula conceitos que poderão ser aplicados para estruturação de conhecimentos em qualquer tipo
de contexto. Depois vem definir, cujo passo corresponde ao momento no qual o aprendiz define
os conceitos. No outro passo, argumentar, o estudante usa a lógica agrupando os conceitos, tanto
em texto falado quanto escrito, bem como por intermédio da linguagem verbal ou não verbal. No
penúltimo passo, discutir, o aluno torna-se capaz de criar argumentos e desenvolve habilidades
para debater a realidade e compreendê-la, devido ao seu raciocínio estar bem concatenado. E, por
fim, o passo transformar diz respeito à ação de intervir na realidade (Santos, 20--). Para o autor, a
aprendizagem só atinge seu objetivo se a transformação for real.
No âmbito das universidades, a concepção de aprendizagem significativa ganha ainda mais
destaque, isso ocorre porque elas formam pessoas não apenas para desenvolver competências e
habilidades para atuarem no mercado de trabalho, mas acima de tudo, cooperam para que os
discentes tornem-se profissionais preparados, com senso crítico para discernirem sobre o mundo
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que os envolve e, principalmente, possam ter a capacidade de compreender os fatos, para que
façam, quando necessárias, intervenções na realidade, exercendo seu papel de atores sociais e
exercitando a cidadania em prol do bem-estar humano.
Será discorrida a seguir a atuação do bibliotecário no contexto das instituições de ensino
superior (IES).
3 O bibliotecário na EaD no ensino superior
O bibliotecário dentro de uma instituição de ensino superior atende a toda comunidade
universitária, formada por corpo docente e discente, bem como por pessoal técnico-administrativo.
Trabalha não apenas em bibliotecas, mas exerce funções em editoras e imprensas universitárias,
realizando normalização bibliográfica, organizando índices, elaborando fichas catalográficas,
solicitando o International Standard Book Number (ISBN), International Standard Serial Number
(ISSN), Digital Object Identifier (DOI) e, muitas vezes, faz parte do corpo editorial.
Na conjuntura hodierna, o bibliotecário que trabalha no ensino superior tornou-se atuante
em outros ambientes informacionais fora da biblioteca, sendo a EaD um exemplo desses novos
espaços. Suas atividades são muitas, de processamento técnico, desde a catalogação, classificação,
indexação à criação de documentos que facilitem ao usuário o acesso à informação com mais
rapidez e precisão, até a assessorias especializadas, como também levantamentos de pesquisas, das
mais simples às mais complexas, orientações sobre normalização bibliográfica, curadoria, direitos
autorais, disseminação seletiva da informação (DSI), criação de bibliotecas virtuais e organização
de bibliotecas físicas, não apenas para atender ao ensino presencial, mas para dar, ainda, suporte
aos polos de apoio a cursos na modalidade EaD (Nóbrega, 2018).
Tais atividades em EaD ganham uma proporção significativa, pois o bibliotecário pode
atuar com professores e alunos, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem, seja
implantando bibliotecas digitais ou até físicas, quando a EaD dispõe de polos presenciais, seja
orientando os professores conteudistas quanto aos direitos autorais no momento de produzirem
seus materiais didáticos, também atualizam docentes e discentes no que tange à normalização
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bibliográfica, ou ainda, participando do planejamento de cursos nessa modalidade, ajudando na
escolha de bibliografias, dentre outras. Sua expertise foi, mais uma vez, confirmada durante a
pandemia, quando profissionais organizaram programações em bibliotecas universitárias que
levaram conhecimentos on-line aos estudantes e docentes, por meio de lives”, cursos e outras
ações.
Silva et al. (2020, p. 8) reafirmaram que os bibliotecários promoveram, à época da
pandemia, Apresentações, treinamentos, palestras e outros eventos [...] via programa de
videoconferência, [...] dependendo do público, [...] transmitidas por plataformas de streaming
como o Youtube.Também ressaltaram que, naquele momento, devido não estarem acontecendo
empréstimos, adquiriram e-books e assinatura de bases de dados bibliográficas de forma a atender
as necessidades de seu público [...] E enfatizaram que “as bibliotecas continuam presentes e
atuantes de forma a contribuir com a missão das universidades.
Como se constata na citação acima, as competências e habilidades do bibliotecário são
aliadas das universidades, no sentido de contribuir para que elas alcancem sua missão, e esta trata
justamente do tripé pesquisa, ensino e extensão, o qual, se forem observadas no cotidiano, algumas
missões de muitas instituições traduzem conceitos que envolvem palavras e expressões-chave, tais
como: democratização do saber, construção do conhecimento, fomento à ciência, promoção da
arte, participação comunitária, formação de pessoas com qualidade, preocupação com a vida,
desenvolvimentos sustentável e econômico, melhoria da qualidade de vida e da sociedade,
construção de sociedades críticas e igualitárias, etc. Ou seja, entende-se que as universidades
ocupam um papel essencial para debates e práticas que podem transformar a sociedade para
melhor.
Portanto, na própria essência da biblioteca, seja ela em formato físico ou virtual, a missão
da universidade encontra apoio para seu cumprimento, e isto está evidenciado na opinião de
Hubner e Kuhn (2017, p. 51): “A Biblioteca universitária relaciona-se intrinsecamente com a
pesquisa e com o processo de ensino e aprendizagem, através do desenvolvimento de atividades
de mediação junto aos usuários, na busca pela informação e na transformação desta em
conhecimento.”
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A pesquisa é responsável por descobertas importantes nas mais variadas áreas do
conhecimento. A partir dela, muitas vezes, são solucionados problemas, processos e produtos
melhorados, como também novas invenções e empreendimentos podem advir dos seus resultados.
Ela contribui para o desenvolvimento de um país. Conforme Vianna (2015), a pesquisa torna-se
salutar para múltiplos segmentos, desde o campo científico até o setor industrial e, para tanto, é
primordial que o seu estímulo esteja sendo empregado nas universidades.
O bibliotecário, por conhecer as fontes de informação primárias, secundárias e terciárias,
também por dispor de técnicas e estratégias de buscas, pode encontrar respostas às questões de
pesquisas demandadas pelo público dentro da universidade e ajudar a fomentar sua prática
constante. Na EaD, o profissional pode assessorar os professores na confecção de materiais,
fornecendo informações atuais e especializadas, normalizando e empregando a curadoria, pois
identificar as obras que servem de embasamentos para trabalhos e preservar os direitos autorais
são ações de considerável relevância para que se mantenha a ética científica. Ademais, o
bibliotecário pode acompanhar os discentes, orientando-os quanto à construção de uma pesquisa
científica, desde a delimitação do tema que os alunos propuserem até a sua aplicação propriamente
dita (aqui compreendem-se as etapas a partir da escolha dos descritores, a busca em bases de dados,
a sequência das seções do trabalho acadêmico/científico, a formatação e a normalização
bibliográfica), instigando-os à leitura e à escrita, ambas salutares para a concretização de
investigações científicas.
Nas palavras de Silva e Gallotti (2019, p. 99), o bibliotecário colabora “efetivamente para
o ensino, pesquisa e extensão e formação crítica e cultural dos estudantes e para o planejamento,
produção e gestão dos cursos a distância”.
No tripé de uma universidade está um outro componente, o ensino, o qual Vignali (2020,
p. 1) classifica como primeiro pilar e considera que ele é
composto pelas práticas educacionais da graduação e pós-graduação. O ensino
superior tem como objetivo formar profissionais com capacitações específicas de
acordo com a área de estudo, para que ingressem no mercado de trabalho e
prezem pelo bem comum da sociedade no país em que a universidade está
inserida.
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O ensino apresenta uma dimensão que vai além da transmissão e recepção de conteúdos,
principalmente na modalidade EaD, a qual exige do aluno uma postura mais ativa e autônoma.
Diante de tal contexto, o bibliotecário dispõe da incumbência de congregar valores e saberes que
contribuam para a formação crítica, política e social e mais ampla dialogicidade dos discentes,
estimulando-os com ações, tais como: incentivo à leitura por meio de palestras on-line, na ocasião,
mostrar o valor que o acervo de uma biblioteca dispõe para o enriquecimento acadêmico, científico
e pessoal deles; durante as orientações sobre pesquisa bibliográfica, tentar fazê-los pensar
criticamente sobre os temas que eles escolheram e o que estes temas podem impactar na sociedade
e como poderão servir para o alcance de melhorias na vida dos cidadãos. Portanto, trata-se de ações
que os levem a produzir conhecimentos, os façam refletir sobre a realidade na qual estão inseridos,
articulando teoria e prática para o atingir da práxis, ou seja, trata-se de uma formação que visa ao
exercício da cidadania.
Observando essa postura profissional, enxerga-se na EaD mais um papel importante
desempenhado pelo bibliotecário, o de educador. Oliveira e Cranchi (2017, p. 41) o consideram
do mesmo modo e justificam: “O papel do bibliotecário muito superou o paradigma de suas
funções tradicionais como exclusivamente disponibilizador de acervo e gestor de coleções.”
Os autores acrescentam:
Assim, a participação do bibliotecário é crucial nesse processo de
ensino/aprendizagem, sua atuação deve coadunar com a dos professores em um
envolvimento multidisciplinar, interdisciplinar, ou até transdisciplinar,
indispensável na formação de futuros profissionais, equipe de pesquisadores e,
principalmente, cidadãos conscientes, éticos, críticos e participativos. Esses
atores também devem atuar de forma transversal a fim de tornarem suas ações
significativas para sociedade (Oliveira; Cranchi, 2017, p. 41).
Na citação supramencionada, a importância da atuação do bibliotecário e o cunho
interdisciplinar da Ciência da Informação aparecem nitidamente. Tais aspectos são muito
relevantes, pois os saberes não estão separados, mas existem correlações entre as disciplinas,
ocorrendo, então, uma complementação de cada conhecimento, e estar ciente de que mesmo com
algumas diferenças e peculiaridades de cada área, pontos em comum que convergem e
colaboram para a compreensão de conteúdos e, consequentemente, para uma aprendizagem
significativa.
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A aprendizagem significativa é um mecanismo que pode impulsionar, além do ensino, a
extensão, outro elemento constituinte do tripé da universidade, já que esse aprendizado considera
o conhecimento que está sendo absorvido, como também leva em consideração o conhecimento
prévio, segundo o que seu idealizador, David Ausubel, apregoou (Moreira; Masini, 1982). Aqui
pode-se compreender que, o aluno, ao disseminar/compartilhar os conhecimentos adquiridos na
universidade para a sociedade, ele não pode desprezar o senso comum da população. Por exemplo,
se um aluno de Biblioteconomia faz um projeto para estimular a leitura em uma comunidade, o
estudante precisará estar ciente de como pensam as pessoas daquela comunidade.
De maneira geral e simples, interpreta-se extensão como um conjunto de ações que
alcançam a sociedade extramuros da universidade, ou seja, o ensino e a pesquisa gerados dentro
da universidade são compartilhados com a população em forma de benefícios. Assim, unem-se
conhecimento científico e senso comum e, aqui, mais uma vez a interdisciplinaridade é conferida,
exemplo está na conceituação de Silva et al. (2016, p. 463), os quais afirmam que “[...] Para um
projeto de extensão abrangente e qualificado é necessário a interdisciplinaridade no
desenvolvimento das ações.”
Assim, o bibliotecário pode enriquecer as ações de extensão devido ao seu escopo
profissional, que soma além de competências tecnológicas e informacionais, as sociais. A
competência social está ligada à aptidão de um sujeito saber empregar suas habilidades sociais,
como exemplos, empatia, assertividade e capacidade de solucionar problemas, e tais habilidades
beneficiam tanto a própria pessoa quanto a outros indivíduos (Sapienza; Aznar-Farias; Silvares,
2009). A partir desta compreensão dos autores, pode-se reafirmar a relevância da competência
social na atuação do bibliotecário, pois este como mediador da informação e por atender ao
público, precisa cultivar a empatia, sempre procurando entender o outro, ser assertivo, isto é, ter
clareza na comunicação, para que não haja ruídos. Para tanto, se faz necessária a escuta ativa ao
usuário da informação e, evidentemente, o discernimento sobre o que este usuário precisa, para
que seu problema/questionamento se resolva. Fica fortemente clarificado o valor que há quando o
bibliotecário interage, medeia a informação, e tal asserção está evidenciada nas palavras de
Cordeiro e Dimário (2008, p. 9): “Muitos bibliotecários ainda não têm consciência da importância
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
Bibliotecários na Educação a Distância em Universidades Brasileiras. Brazilian Journal of Information
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da competência social por isso, não consideram a interação social, desconhecem que poderão
exercer um importante papel como agentes sociais e disseminadores da informação.”
Cordeiro e Dimário (2008) ao falarem sobre o bibliotecário como agente social confirmam
o quanto este profissional pode contribuir para transformar a realidade. Um dos mecanismos para
impulsionar tal mudança pode ser a competência em informação. Hoje, com muitas tecnologias
disponíveis, é necessário que as pessoas e, especialmente a comunidade acadêmica, principalmente
alunos, estejam aptos a ler, manusear e escolher as ferramentas mais adequadas para seu uso.
Desse modo, de acordo com Ottonicar; Silva e Belluzzo (2018, p. 26):
A Competência em Informação (CoInfo) (conhecida internacionalmente como
Information Literacy) é um processo de ensino-aprendizagem que deve ser
planejado, preferencialmente, por uma equipe multidisciplinar. Na aplicação da
CoInfo, é preciso que se utilizem diferentes estratégias didáticas e ambientes de
aprendizagem (modalidade presencial, virtual ou mista) que permitam
desenvolver competências e habilidades necessárias à resolução de problemas
institucionais.
A referida competência, também social, no campo da EaD torna-se primordial, porque os
discentes precisam saber ler com um olhar crítico e possam discernir o conteúdo proposto. Para
tanto, é necessário conhecimento sobre os ambientes virtuais, materiais didáticos, serviços
informacionais, utilização das bibliotecas virtuais/digitais, dentre outros. Portanto, na EaD, onde
sistemas para operar, material didático em múltiplos suportes, como podcasts, jogos, áudios,
vídeos, mapas mentais, infográficos, entre outros, faz-se urgente não apenas saber como funciona
e para que serve cada um deles, mas torna-se crucial entender a sua importância para o processo
de ensino e aprendizagem. No caso do bibliotecário, o qual gerencia informações e atende os
usuários da informação, a sua participação em conjunto com a área de tecnologia na organização
e até no design da informação e de interfaces de todos esses mecanismos é um ganho para discentes
e docentes, pois ele contribui para a interatividade e a interação dos estudantes em seu processo de
ensino/aprendizagem.
Segundo Oliveira e Jorente (2019, p. 33), o design da informação “consiste na seleção,
organização e apresentação da informação para um público determinado. com relação ao
design de interfaces, os autores afirmam que este
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
Bibliotecários na Educação a Distância em Universidades Brasileiras. Brazilian Journal of Information
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visa analisar e aperfeiçoar a interface do sistema, propondo melhorias na maneira
com que as informações estão dispostas e organizadas e como esta interface irá
interagir com o usuário. Engloba a criação de menus, ícones e itens necessários
para a devida interação do usuário com o sistema (Oliveira; Jorente, 2019, p. 28).
As concepções de Oliveira e Jorente (2019) reforçam a importância de o bibliotecário
participar do momento da construção de designs da informação e de interfaces, pois ele estuda os
usuários da informação e pode, assim, a partir do perfil do público que acessará os conteúdos da
EaD, fornecer subsídios aos profissionais de informática a produzirem sistemas, recursos e
ferramentas que colaborem para a usabilidade das informações.
Conforme Machado; Vianna e Matias (2020, p. 15): “No âmbito da ciência da informação,
o objetivo da usabilidade é avaliar sistemas de recuperação da informação do ponto de vista do
usuário e sua satisfação no uso.”
Retomando à extensão, a sua concepção está intrínseca à profissão bibliotecária e às
bibliotecas. Um exemplo está em Castro Filho (2016, p. 250), cujo autor fala sobre a função da
biblioteca escolar, mas que em sua essência, pode valer para a biblioteca universitária de maneira
mais aprofundada e especializada:
a biblioteca [...] como um equipamento cultural e, ainda, como uma instituição
social, com intuito de integrar a sociedade da informação, estabelecendo novos
conceitos e se adequando às realidades sociais, culturais, educativas e
tecnológicas da sociedade. Com a explosão informacional, a sociedade
contemporânea necessita de profissionais bibliotecários que atuem [...] com
competências e que possam atender às novas demandas de produtos e serviços de
informação.
De fato, hoje, flagram-se outras demandas por serviços de informação; a própria ideia de
biblioteca não está mais restrita a apenas ao ambiente físico, pois as bibliotecas on-line e os
repositórios institucionais disponíveis na internet dão suporte aos programas de EaD. No caso dos
repositórios, eles exprimem a extensão, pois oportunizam o acervo de produções científicas e
acadêmicas a quem desejar, e isso pode ser comprovado pela ciência aberta, a qual visa divulgar à
sociedade o que as universidades produzem. Conforme Oliveira e Matta (2019, p. 6):
Na perspectiva tecnológica, os repositórios virtuais podem resultar em uma série
de benefícios tanto para pesquisadores e discentes, quanto para a universidade e
a sociedade em geral, ao proporcionarem maior visibilidade para os resultados
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
Bibliotecários na Educação a Distância em Universidades Brasileiras. Brazilian Journal of Information
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dos projetos de pesquisa e extensão e preservação da memória científica da
universidade. Ademais os arquivos a serem compartilhados (documentários,
vídeos, exposições, etc.) se constituem em elementos de EAD que podem ser
utilizados por diversas instituições como material didático.
Coelho e Conceição (2014) fazem alusão ao serviço de extensão bibliotecária mostrando o
quanto é importante para mitigar as barreiras que existem com relação ao acesso à informação e
discutem, ainda, esse serviço e como ele pode cooperar para que as pessoas que estão distantes da
biblioteca, consigam ser assistidas por ela e comecem a ter vontade de ler. Mais uma vez, a EaD
on-line, por meio das tecnologias, pode ligar os serviços bibliotecários ao público.
Os autores Girard et al. (2023) descrevem em seu artigo um exemplo de experiência com
extensão no campo bibliotecário, que se deu a partir de um projeto desenvolvido pelos
bibliotecários pertencentes à Biblioteca Douglas Vale, do campus Paragominas, da Universidade
Federal Rural da Amazônia, cuja ação foi intitulada de Momentos Biblio: a responsabilidade social
da Biblioteconomia, das bibliotecas e dos(as) bibliotecários(as)”. Os profissionais exerceram a sua
responsabilidade social e praticaram a extensão, no sentido de ajudarem a população com a
promoção de 63 palestras via YouTube, pelo canal da referida Biblioteca, Redeteca. As palestras
visavam trazer convidados para esclarecer por meio de informações confiáveis e seguras sobre a
pandemia e como enfrentá-la, bem como outros temas, dentre as temáticas estavam conteúdos
condizentes à saúde, ao papel das bibliotecas, ao direcionamento dos bibliotecários para com os
sujeitos no sentido de direcionar as pessoas quanto ao acesso e ao uso de bibliotecas digitais,
plataformas e redes sociais. O projeto em questão teve o objetivo de minimizar os problemas de
informação e de infodemia, no período de fevereiro de 2021 a junho de 2022. A título de
esclarecimento, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define infodemia como “um
excesso de informações, algumas precisas e outras não, que tornam difícil encontrar fontes idôneas
e orientações confiáveis quando se precisa” (OPAS, 2020, p. 2).
Girard et al. (2023, p. 3) afirmam que
[...] os debates mostraram ser fontes de informação e recursos de auxílio do
enfrentamento da população na atual conjuntura, de maneira a construir e a
disseminar democraticamente conteúdo e informação através das redes sociais
online, por meio de objetos informacionais digitais como vídeos, cadernos de
resumos e artigos e comunicações (trabalhos).
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
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1640.2023.v17.e023056.
Pela literatura, conclui-se que a pesquisa, o ensino e a extensão estão interligados e todos
três são valiosos para o êxito do processo de ensino-aprendizagem na universidade. Reimer e
Zagonel (2014, p. 53) corroboram:
A indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão pressupõe um pensar nas ações
acadêmicas de forma sistêmica [...] As atividades de ensino, pesquisa e extensão,
adotando como referência os projetos pedagógicos dos cursos e em consonância
com os mesmos, devem envolver de forma criteriosa a perspectiva técnico-
profissional e a formação política e cidadã dos estudantes.
Portanto, o bibliotecário é um profissional essencial para dar sustentação ao tripé pesquisa,
ensino e extensão, desde o momento de desenvolver a coleção de uma biblioteca, seja esta
presencial, inclusive, fundamental para o reconhecimento de cursos da universidade ou
virtual/digital, que cobrirá programas de EaD, ambas com a finalidade de suprir as necessidades
informacionais de todos os que fazem parte da instituição de ensino superior, até o
desenvolvimento de outras funções, também de grande valia e que o profissional pode exercer,
como: docência, tutoria, normalização bibliográfica, web semântica, produção de conteúdos,
planejamento de cursos, treinamentos para alunos, esclarecimentos sobre metodologia do trabalho
científico.
Devido à sua formação interdisciplinar, o bibliotecário também pode ingressar na carreira
docente, assumindo tanto a função de professor quanto de tutor, e estes dois papéis reafirmam-se
com a publicação em 2017 do documento intitulado Roles and Strengths of Teaching Librarians,
que se traduz por Funções e Pontos Fortes dos Bibliotecários Docentes, idealizado pela Association
of College & Research Libraries - Associação de Bibliotecas Universitárias e de Pesquisa, cuja
instituição apregoa que O bibliotecário docente trabalha com os alunos como treinador, guia e
mentor à medida que os discentes navegam pelo complexo ecossistema de informações em
diferentes estágios do seu desenvolvimento pessoal e cognitivo (Association of College &
Research Libriries, 2017, tradução nossa).
Ainda para a Association of College & Research Libraries (2017, tradução nossa), há sete
funções que o bibliotecário docente pode desenvolver:
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1) advogado: precisará ser capaz de situar contextualmente a alfabetização
informacional e comunicar seu valor a uma variedade de públicos na comunidade
universitária.
2) coordenador: necessita ter habilidades diplomáticas e navegar confiantemente
nas políticas de instrução, compreendendo o clima, a cultura e as expectativas das
partes interessadas envolvidas nos objetivos de alfabetização informacional da
instituição.
3) designer instrucional: cria experiências educacionais por meio da concepção
de materiais instrucionais e do desenvolvimento de resultados de aprendizagem,
ferramentas de avaliação e objetos de aprendizagem em diversos ambientes de
aprendizagem.
4) eterno aprendiz: aprendiz ao longo da vida, é curioso, aberto e flexível, busca
novas oportunidades de aprendizagem contínua.
5) líder: lidera com o corpo docente e a equipe acadêmica e trabalha com uma
ampla gama de parceiros no campus. O bibliotecário pode coliderar colaborações
entre campi, tais como design de currículo, iniciativas de aprendizagem e
tecnologia, desenvolvimento de resultados de aprendizagem em níveis de curso
e/ou programa, esforços de sucesso e retenção de alunos, comitês de campus e
programas de integridade acadêmica.
6) professor: enfatiza a atividade na sala de aula ou em outros ambientes de ensino
onde o bibliotecário interage diretamente com os alunos.
7) parceiro de ensino: dispõe de variadas oportunidades para colaborar em
diferentes ambientes de ensino com professores, outros bibliotecários e colegas
do campus.
Como se constata no documento mencionado anteriormente, pela dinamicidade e essência
da própria profissão em lidar com a informação e o seu caráter que estimula a geração de
conhecimentos, o bibliotecário tem condições de assumir a docência, seja na modalidade
presencial ou na EaD.
É salutar frisar que a produção de conteúdos vai ao encontro da função docente do
bibliotecário designer instrucional, assim como o planejamento de cursos pode ser notado na
função líder, pois por meio desta, ocorre o desenvolvimento de programas educacionais, e a função
de professor contempla os treinamentos para os discentes, porque eles oportunizam a interação
com os estudantes.
Quanto à normalização bibliográfica, trata-se de uma área crucial na universidade, pois o
bibliotecário atua desde o momento em que ele adequa as publicações geradas pela IES de acordo
com as normas vigentes até a promoção de cursos, treinamentos para a atualização da comunidade
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universitária, porque esta precisa conhecer as regras e aplicá-las em seus trabalhos acadêmicos
e/ou científicos.
Para Rodrigues e Costa (2023, p. 36), o bibliotecário
cuida da organização, disseminação e recuperação da informação, tem vários
papéis onde um deles é promover práticas que auxiliem os usuários na
transmissão do conhecimento, e isso é feito por meio da orientação na
normalização dos documentos ou quando ele mesmo normaliza.
No caso da web semântica, como consideram Villalobos e Silva (2010, p. 59), “pode
favorecer o avanço significativo das técnicas de indexação, armazenamento e recuperação da
informação em rede, contribuindo notadamente para a evolução da Ciência da Informação.” Já no
tocante à metodologia do trabalho científico, o bibliotecário poderá orientar os discentes de cursos
EaD a sistematizarem seus trabalhos acadêmicos e científicos, explicando como estruturá-los,
mostrando métodos e instrumentos de pesquisas, ensinando-os a formatar e a normalizar de acordo
com as regras vigentes, bem como explicando a importância dos direitos autorais ao se escrever
um texto.
Portanto, pela sua formação acadêmica e, claro, buscando sempre a sua atualização
constante, o bibliotecário poderá assumir as funções citadas e tantas outras que há ou que poderão
surgir.
4 Metodologia
Trata-se de um estudo de campo com abordagem qualitativa realizado em 2018, do qual
participaram efetivamente seis bibliotecários, cinco deles responderam a um questionário por e-
mail devido à distância geográfica. O sexto bibliotecário foi entrevistado presencialmente e suas
falas registradas pelo gravador do celular de uma das pesquisadoras. As perguntas abertas tanto da
entrevista quanto do questionário foram as mesmas. Para os bibliotecários dos outros estados,
como dito acima, o questionário foi enviado para o correio eletrônico de cada um, e este
contemplou perguntas fechadas e abertas. Os bibliotecários participantes da pesquisa foram
selecionados previamente por meio de um levantamento no site do Ministério da Educação,
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
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especificamente no Sistema e-mec, elegendo-se, então, seis universidades pertencentes às esferas
públicas e privadas que possuem experiência no campo da EaD. O universo analisado foi de seis
bibliotecários que atuam nos seguintes estados: Paraná, Espírito Santo, Bahia, Pará, São Paulo e
Ceará. A pesquisa foi detalhadamente explicada aos bibliotecários participantes do estudo e, assim,
eles concordaram, autorizaram e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE), confirmando a sua anuência e voluntariado em colaborar com a pesquisa. O termo garante
que o anonimato do participante e da universidade será preservado, mantendo-se, então, a ética.
O critério para a inclusão dos bibliotecários e, consequentemente, das universidades
escolhidas para participarem desta pesquisa foi que essas instituições tivessem cursos na
modalidade a distância e os bibliotecários atuassem nos referidos cursos em alguma função que
caracterizasse uma atividade que necessitasse dos conhecimentos biblioteconômicos na EaD,
como exemplo, bibliotecários que trabalhassem como tutores, designers gráficos, designers
instrucionais, profissionais que trabalhassem com normalização bibliográfica, dentre outros.
Portanto, de acordo com a ótica de Bardin (2016), o critério supracitado foi do tipo
expressivo, tendo como intuito conhecer de que maneira os bibliotecários atuam na EaD e saber
quem são as pessoas atendidas por eles que estão engajadas de alguma forma nessa modalidade,
visando ter ciência sobre o perfil dos usuários e, consequentemente, a partir dessas informações,
entender como os bibliotecários contribuem para o ensino, a pesquisa e a extensão dentro da
universidade.
Os dados coletados foram tratados a partir da análise de conteúdo com estabelecimento de
categorias, método idealizado por Bardin (2016, p. 49), a qual afirma que “a análise de conteúdo
trabalha a fala, quer dizer, a prática da língua realizada por emissores identificáveis. [...] leva em
consideração as significações (conteúdo), eventualmente a sua forma e a distribuição desses
conteúdos e formas [...].”
A partir da compreensão de técnicas de estabelecimento de categorias de análise e pensando
na inferência de conhecimentos a que se refere Bardin (2016), foram estabelecidas três categorias
referentes à modalidade EaD e à participação dos bibliotecários em instituições de ensino superior:
Categoria 1 - Participação do bibliotecário na EaD; Categoria 2 - Usuários envolvidos com
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EaD e Categoria 3 - Importância do bibliotecário na EaD. Vale salientar que os nomes dos
bibliotecários não são identificados, guardando-se os princípios éticos da pesquisa. Os
profissionais receberam um código com a sigla “Bib” em referência ao termo bibliotecário,
somado a uma numeração acompanhada do nome do estado em que exercem suas atividades.
Quanto à caracterização dos bibliotecários dos estados do Paraná, Espírito Santo, Bahia,
Pará e São Paulo, não foram perguntados sobre idade, tempo de atuação na área, ano de conclusão
do curso e educação continuada, isso porque percebeu-se que os bibliotecários estavam muito
atarefados naquele momento, daí as autoras decidirem realizar as perguntas diretamente
relacionadas com a atuação deles na EaD dentro dos cursos das instituições de ensino superior nas
quais trabalham, assim como a barreira geográfica também contribuiu para que não houvesse uma
entrevista pessoalmente e nela pudessem ter sido explorados outros aspectos, os quais se pretende
abordar em futuros estudos.
Contudo, ao entrevistar presencialmente o bibliotecário do Ceará, surgiu a oportunidade de
perguntar, além das questões do roteiro, algumas outras características do profissional, tais como:
idade de 30 anos, 7 anos de formatura, atuação de 6 anos na EaD, inclusive o bibliotecário
discorreu um pouco a respeito da sua formação continuada e pontuou que iniciou o gosto pela EaD
a partir de um curso de especialização que realizou como aluno na modalidade a distância e disse
que sempre busca a sua atualização.
No que tange, ainda, a caracterização dos bibliotecários, estes pertencem a instituições de
ensino superior (IES) privadas e públicas, assim distribuídos: bibliotecário do Paraná (IES
privada), Espírito Santo (IES privada), Bahia (IES privada), Pará (IES pública), São Paulo (IES
privada) e Ceará (IES pública).
O roteiro da entrevista continha dez perguntas. A primeira questão indagou como o
bibliotecário participa da EaD. A questão um diz respeito à Categoria 1 Participação do
bibliotecário na EaD. A segunda pergunta teve o objetivo de saber se o bibliotecário participa do
processo de revisão do material didático e quais os aspectos que são verificados naquela revisão.
A terceira pergunta está ligada à Categoria 2 - Usuários envolvidos com EaD, pois
interpelava se o bibliotecário efetua pesquisas e, se sim, para quem ele as realiza. A quarta pergunta
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Bibliotecários na Educação a Distância em Universidades Brasileiras. Brazilian Journal of Information
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versou sobre a formação do bibliotecário, ou seja, buscou saber se a graduação subsidiou o
profissional para atuar na área da EaD. Se sim, solicitou-se que o participante elencasse quais
aspectos e, se não, ele especificasse as capacitações que fez.
A quinta pergunta teve o propósito de saber quais os conhecimentos que o bibliotecário
acredita que são necessários para atuar na EaD. A sexta questão indagou se o bibliotecário solicita
o ISBN de livros elaborados para os cursos. A sétima pergunta foi se o bibliotecário já organizou
uma biblioteca digital para algum curso. A oitava questão indagou que fontes de informação os
bibliotecários selecionam ou elaboram para subsidiar o programa dos cursos. A nona questão
perguntava em que momentos o bibliotecário faz catalogação.
E a última e décima pergunta tinha o propósito de saber se o bibliotecário considera
relevante sua participação na EaD, conectando-se à Categoria 3 - Importância do bibliotecário na
EaD.
A seguir será apresentada a análise dos dados disposta em quadros com suas respectivas
apreciações.
5 Apresentação e análise de dados
Iniciando a análise dos dados, com a Categoria 1 - Participação do bibliotecário na EaD,
analisou-se a função que o bibliotecário universitário desempenha na equipe de EaD, conforme o
Quadro 1.
Quadro 1 Função do bibliotecário na EaD
Fonte: Resultados da pesquisa.
Observa-se que a prevalência da função dos bibliotecários que lidam com EaD na
universidade está inerente à prática laboral de sua formação básica, sendo tal dado apontado pelos
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
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Bib1; Bib3; Bib4 e Bib5. Verifica-se que o Bib2, o qual pertence a uma instituição de ensino
superior privada, além das atribuições de bibliotecário, ele trabalha com a área de designer
instrucional, auxiliando na elaboração do material didático dos cursos em educação a distância da
referida instituição, cujo campo está atrelado à arquitetura da informação, uma das áreas em que o
bibliotecário dispõe de competências para atuar, sendo muito relevante no momento de
desenvolver recursos educacionais abertos (REAs). Almeida e Mucheroni (2013, p. 7) reiteram e
falam que “há congruências entre Arquitetura da Informação e Design Instrucional para a
construção de REA’s.” Para uma melhor compreensão, faz-se necessário rever o significado de
design instrucional, que, segundo Barreiro (2016, p. 61), está relacionado com “os processos de
análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação de cursos a distância.”
O Bib6, bibliotecário concursado de uma instituição de ensino superior pública, identifica
que sua função está, além das atribuições como bibliotecário, tanto na tutoria quanto no
desenvolvimento de conteúdos, evidenciando o bibliotecário tutor/conselheiro como um mediador,
que de acordo com Nunes (2016), preocupa-se em fornecer meios de acesso à informação por
intermédio de um processo de aprendizagem e de apropriação da informação com vistas a alcançar
um aprendizado contínuo. Percebe-se que, ao assumir a tutoria, o bibliotecário precisa mediar as
informações, o conhecimento entre os alunos, e sobre mediação, Almeida Júnior (2009, p. 92), a
conceitua como:
toda ação de interferência realizada pelo profissional da informação , direta ou
indireta; consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva;
que propicia a apropriação de informação que satisfaça, plena ou parcialmente,
uma necessidade informacional.
O bibliotecário se dedica ao processo de aprendizado do usuário, deixando claro que o
papel desse profissional, como tutor, está voltado ao acompanhamento de discentes em seus
cursos, verificando o desempenho dos estudantes, emitindo feedbacks, orientando-os,
estimulando-os à participação e à interação. Destarte, a mediação da informação é salutar para que
todas as condições supramencionadas sejam alcançadas, condições estas tão importantes para a
aprendizagem efetiva na EaD.
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NOBREGA, Paula Pinheiro da; FARIAS, Gabriela Belmont de; SILVA, Andréa Soares Rocha da. Atuação dos
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Referente à atuação como conteudista do Bib6, observa-se na fala dele durante a entrevista:
“Pronto! O curso de normalização de trabalhos acadêmicos, nós somos conteudistas [...]”, que ao
desenvolver um conteúdo de formação, o profissional colabora com um dos pilares do tripé da
universidade, o ensino, pois está realizando atividades pedagógicas, contribuindo, deste modo,
com o processo de ensino-aprendizagem da instituição na qual trabalha, demonstrando, também,
a competência do bibliotecário na educação.
A Categoria 2 - Usuários envolvidos com EaD apresenta o público que os bibliotecários
atendem, assim disposto no Quadro 2.
Quadro 2 - Público atendido pelos bibliotecários que atuam em EaD
Fonte: Resultados da pesquisa.
Verificam-se no Quadro 2, seis perfis de usuários da EaD, sendo eles: coordenador de EaD;
professor-conteudista; professor-tutor; designer instrucional; bibliotecários e alunos de EaD. O
professor-tutor foi o mais citado, fato corroborado pelos Bib2; Bib4 e Bib5. de se considerar
que o professor-tutor, geralmente, é um especialista do conteúdo do curso e está ao lado dos alunos,
analisando seus rendimentos e, ao mesmo tempo em que auxilia uma turma de discentes, consegue
ter um olhar individual para cada estudante. Tal responsabilidade exige do professor-tutor leituras
contínuas com o objetivo de que ele se atualize, além de permitir sua ação de mediador entre o
conhecimento e o aluno. Esta ação de mediação do professor-tutor demanda do bibliotecário
atuante na EaD realizações de pesquisas em fontes de informação para atender as necessidades
informacionais do professor-tutor.
O Bib1 menciona o coordenador pedagógico como usuário. Este, por liderar em conjunto
com equipes de professores e demais profissionais ligados à educação, muitas vezes precisa de
fontes que o ajudem a planejar suas ações ou até mesmo sirvam para nortear avaliações. Já o Bib5
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considera usuário da informação o professor conteudista, o qual, para confeccionar seus materiais
didáticos, precisa de tulos atualizados, seguros, confiáveis e de boa qualidade. Assim, para
atender ambos os usuários elencados pelos Bib1 e Bib5, contempla-se um dos componentes do
tripé de uma universidade, a pesquisa, que visa fomentar novos conhecimentos. Destarte, o
bibliotecário poderá auxiliá-los no ato de pesquisar, desde pesquisas exaustivas às mais simples, e
ainda mostrar alguns elementos importantes para que tais usuários consigam encontrar o que
precisam para iniciarem os seus estudos e/ou escritos. O bibliotecário poderá, também, ajudá-los
a realizarem levantamentos bibliográficos, apresentando ferramentas de pesquisas, recursos
digitais, facilitando a busca mais precisa em bases de dados por meio de operadores booleanos,
dentre outros.
O Bib6 cita o próprio bibliotecário como usuário da EaD, afirmando que, ao abrir a oferta
do curso de normalização bibliográfica na universidade em que trabalha, houve muita demanda de
inscrição de bibliotecários que atuam no mercado, e exprime surpresa no tocante à procura pelo
curso, ao falar: “a quantidade de pessoas que se inscreveram naquele momento, de todo Brasil [...]
bibliotecários, inclusive [...]”.
O designer instrucional foi uma categoria de usuário reportada pelo Bib3. O designer, por
ter atribuições em seu escopo de produzir contextos de aprendizagem virtuais mais interativos e
que facilitem a aprendizagem dos alunos, necessita saber as novidades que possam incrementar
seu trabalho. Os Bib5 e Bib6 mencionaram o aluno como usuário, sujeito que está no processo de
aprendizagem e requer auxílio do bibliotecário que atua em EaD durante suas atividades
acadêmicas. Na categoria 2, observa-se que, independentemente do perfil do usuário, as
necessidades informacionais podem ser diferentes, mas com um propósito semelhante, o de se
aperfeiçoar constantemente.
Na Categoria 3 - Importância do bibliotecário na EaD, buscou-se analisar o que pensam
os bibliotecários sobre a relevância de assumirem variados papéis na modalidade EaD, além de
identificarem percepções sobre sua atuação, visando ao fortalecimento e à qualidade do ensino, da
pesquisa e da extensão, tripé que rege a universidade.
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Bibliotecários na Educação a Distância em Universidades Brasileiras. Brazilian Journal of Information
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1640.2023.v17.e023056.
Quadro 3 Percepções sobre a participação do bibliotecário na EaD
Fonte: Resultados da Pesquisa
Nas falas descritas no Quadro 3, evidencia-se que os bibliotecários apresentam uma
percepção positiva sobre sua atuação, demonstrando que são profissionais relevantes na
constituição das equipes de EaD. Observam-se algumas ações em que o bibliotecário contribui
para a qualidade do processo de ensino/aprendizagem na EaD, tais como: auxiliar na pesquisa e
sugerir bibliografias que atendam o conteúdo (Bib1 e Bib5); atuar no processo de atualização de
conteúdo (Bib5); garantir direitos autorais (Bib2); agentes de transformação social e de
desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão (Bib3).
Os itens apontados pelos participantes da pesquisa são cruciais, porém dois deles merecem
cuidado especial: o primeiro concerne à garantia de direitos autorais (citado pelo Bib2). De fato,
trata-se de uma das etapas que se deve estar mais atento, pois ao elaborar material didático ou
utilizar recursos produzidos por terceiros, faz-se necessário respeitar a autoria, para que se
mantenham, então, os direitos morais e patrimoniais, a legislação e a ética, esta última tão
importante para a pesquisa e, evidentemente, para a ciência. Blattmann e Rados (2001, p. 88)
ratificam:
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Questões sobre os direitos autorais, copyright e concessão de licenças para o uso
de materiais digitais na educação presencial e a distância precisam ser
esclarecidas, pois são vitais para aquisição, armazenamento e disseminação dos
diferentes tipos de publicações em bibliotecas e, mais especificamente, no acesso
e entrega de documentos eletrônicos e digitais na educação a distância.
Nesse sentido, o bibliotecário pode esclarecer aspectos ligados a direitos autorais, uso de
licenças Creative Commons e conteúdos de domínio público. O segundo item apontado nas ações
que chamou a atenção foi mencionado pelo Bib3, ao enfatizar que o bibliotecário ocupa o papel
de agente de transformação social, além de visualizá-lo inserido nas equipes multiprofissionais,
colaborando diretamente com o ensino, a pesquisa e a extensão.
O Bib6, ao ser indagado sobre a importância do profissional na EaD, demonstrou bastante
conhecimento e prática na área e, principalmente, de maneira clara ele explicou a relevância do
bibliotecário para a referida modalidade, demonstrando os diversos papéis que pode exercer,
dentre eles conteudista, tutor e curador. Ratificando as falas dos bibliotecários participantes da
pesquisa, Vale et al. (2018) afirmam que a integração do bibliotecário na equipe multidisciplinar
da EaD é útil, não pelo conhecimento das técnicas, mas também pela noção em atender às
necessidades dos usuários que buscam a informação. As autoras destacam a habilidade que os
bibliotecários possuem com vistas as tecnologias da informação e comunicação (TIC).
Desse modo, o que se constatou na análise de dados foi que os bibliotecários com seu
cabedal de conhecimentos, podem ir além, sendo assim, podem ocupar e assumir outros papéis no
campo da Educação, e principalmente na EaD.
6 Conclusão
O processo de ensino-aprendizagem em EaD nas universidades é muito importante e
engloba desde o planejamento de um curso até a sua avaliação. Tem o propósito de formar pessoas
que sejam capazes de articular a teoria com a prática para atingir a práxis, ou seja, aprender de
modo significativo, compreendendo a realidade na qual elas estão inseridas, para que, quando
necessário, sejam realizadas mudanças visando a uma sociedade melhor, mais equitativa e justa.
Elementos estes que podem ser alcançados por meio da Educação.
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Na EaD, o processo de ensino-aprendizagem é dinâmico, e o bibliotecário, por suas
competências e habilidades, participando da equipe multidisciplinar que irá preparar um curso,
disciplina e/ou treinamento nessa modalidade, trará ganhos para a melhoria constante do referido
processo. O bibliotecário, hoje, dentro das universidades, apresenta um destaque e exerce variadas
funções na modalidade EaD, colaborando diretamente para que a instituição cumpra sua missão
de fazer pesquisa, ensino e extensão.
Confirma-se tanto pela literatura quanto pela pesquisa de campo, o caráter interdisciplinar
e informacional da profissão bibliotecária, tão salutar para o êxito de ações em EaD. Esta assertiva
é corroborada pelas experiências dos bibliotecários participantes da presente pesquisa, os quais
exercem, dentro das universidades, grande relevância.
Destarte, dentre as atribuições do bibliotecário na EaD identificadas na pesquisa de campo,
a de tutor e de docente chamaram a atenção, no sentido de, ao buscar a literatura, percebeu-se que,
quase não há publicações sobre essas duas funções, por isso é necessário que haja mais pesquisas
a respeito do tema, para incentivar os bibliotecários a adentrarem em tal seara. Desta forma, as
autoras pretendem em oportunidades futuras, escrever sobre a referida temática.
Portanto, conclui-se que o bibliotecário pode atuar nas mais diversificadas funções dentro
da EaD e contribuir para que as universidades, de maneira eficiente, alcancem sua missão: fazer
pesquisa, ensino e extensão.
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Received: 09/06/2023 Accepted: 17/12/2023