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LIMA, Gercina Ângela de; NASCIMENTO SILVA, Patrícia; AGANETTE, Elisângela Cristina; MACULAN, Benildes Coura
Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
Cintia de Azevedo. Modelagem de um Repositório de Conhecimento: provimento para uma base de conhecimento
acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024019.
Modelagem de um Repositório de Conhecimento:
provimento para uma base de conhecimento acadêmico
Modeling a knowledge repository: provision for an academic knowledge base
Gercina Ângela de Lima (1), Patrícia Nascimento Silva (2),
Elisângela Cristina Aganette (3), Benildes Coura Moreira dos Santos Maculan (4),
Lucinéia Souza Maia (5), Célia da Consolação Dias (6),
Heber Tormentino de Sousa (7), Cintia de Azevedo Lourenço (8)
(1) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil, limagercina@gmail.com,
(2) patricians@ufmg.br,
(3) elisangelaaganette@gmail.com,
(4) benildes@gmail.com,
(5) Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Brasil, lucineia@ufop.edu.br.
(6) Universidade Federal de Minas (UFMG), Brasil, celiadias@gmail.com,
(7) Universidade Federal de Viçosa (UFV), Brasil, hidroware@gmail.com
(8) Universidade Federal de Minas (UFMG), Brasil, cintia.eci.ufmg@gmail.com.
Resumo
Uma Base de Conhecimento Acadêmico (BCA) pode ser considerada um sistema que, a partir de um
conjunto de informações específicas, armazenadas e organizadas, tem como intuito prover conhecimentos,
experiências e informações relevantes para um determinado domínio de conhecimento. Assim, os
elementos que integram uma BCA são diversos e podem envolver bases de dados, sistemas e Repositórios
de Conhecimento (RC). Um RC armazena conhecimento de forma estruturada contendo informação
baseada em experiência: lições aprendidas, boas práticas, diretórios de expertise, envolvendo busca,
seleção, explicação, codificação, avaliação e disseminação de experiências, tendo potencial provimento
para uma BC. Este artigo tem como objetivo apresentar os processos e o fluxo metodológico para criação
de um RC que integra uma BCA, implementada em um projeto em andamento. Como método, utilizou-se
o Design Science Research (DSR). Como resultado, tem-se uma proposta metodológica no contexto
acadêmico, um problema centrado na aprendizagem significativa, artefatos que consideram a entrada, o
processamento e a saída de objetos de aprendizagem, estado da técnica e quadro teórico, envolvendo
tecnologias e métodos para modelagem da proposta e conjunturas teóricas que consideraram contribuições
no contexto do acesso e disseminação dos objetos de aprendizagem. Como trabalhos futuros, a modelagem
proposta será implementada na BCA.
Palavras-chave: Base de Conhecimento Acadêmico; Repositórios de Conhecimento; Fluxo metodológico;
Design Science Research.
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LIMA, Gercina Ângela de; NASCIMENTO SILVA, Patrícia; AGANETTE, Elisângela Cristina; MACULAN, Benildes Coura
Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
Cintia de Azevedo. Modelagem de um Repositório de Conhecimento: provimento para uma base de conhecimento
acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024019.
Abstract
An academic knowledge base (AKB) can be considered a system that, based on a set of specific information
stored and organized, aims to provide knowledge, experience, and information relevant to a given
knowledge domain. Thus, the elements that make up a BCA are diverse and may include databases, systems,
and knowledge repositories (KR). A K-R stores knowledge in a structured way, containing information
based on experience: lessons learned, best practices, directories of expertise, involving the search, selection,
explanation, codification, evaluation, and dissemination of experience, with potential provision for a BC.
This article presents the processes and methodological flow for creating an RC that integrates an AKB and
is implemented in an ongoing project, applying the Design Science Research (DSR) method. As a result,
there is a methodological proposal in the academic context, a problem centered on meaningful learning,
artifacts that consider the input, processing, and output of learning objects, state of the art and theoretical
framework that includes technologies and methods for modeling the proposal, and theoretical conjuncts
that consider contributions related to access and dissemination of learning objects. In future work, the
proposed modeling will be implemented in the AKB.
Keywords: Academic knowledge base; Knowledge repositories; Methodological flow; Design Science
Research
1 Introdução
Estratégias e práticas enraizadas na Gestão do Conhecimento (GC) podem ajudar as
instituições acadêmicas a desenvolver serviços e recursos inovadores, promover novos paradigmas
de colaboração, melhorar os fluxos de trabalho e operar com mais eficiência (Sabharwal, 2010).
Nesse sentido, a GC conta com três tipos sicos “de aplicações para os Sistemas de Gestão do
Conhecimento (SGC): codificar e compartilhar melhores práticas e procedimentos, criar
repositórios corporativos (Base de Conhecimento) e redes de compartilhamento” (Biesek e
Medeiros 2016, p.4). Shulman (1987, p. 4) relata que uma Base de Conhecimento Acadêmico
comporta a “agregação codificada ou codificável de conhecimento, habilidade, interpretação e
tecnologia, de ética e determinação, de responsabilidade coletiva bem como um meio de
representá-la e comunicá-la”. O autor enumera diferentes categorias que compõem esse tipo de
Base de Conhecimento, destacando que o conhecimento pedagógico do conteúdo “é a categoria
com maior probabilidade de distinguir o entendimento do especialista em conteúdo do pedagogo”
(Shulman 1987, p. 8). Uma Base de Conhecimento Acadêmico tem por função reunir o
conhecimento explícito de uma organização de ensino com o objetivo de que ele seja reutilizado
por outras pessoas. Desse modo, ela é essencial para o compartilhamento do saber.
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Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
Cintia de Azevedo. Modelagem de um Repositório de Conhecimento: provimento para uma base de conhecimento
acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024019.
No contexto acadêmico, uma Base de Conhecimento deve considerar, entre outras coisas,
as habilidades dos estudantes, as preferências e as realizações anteriores; as características dos
docentes; os comportamentos das classes ou disciplinas; os materiais instrucionais e as práticas,
assim como o tempo gasto para aprender; o conteúdo curricular; as características da instituição
de ensino e da comunidade em que ela está inserida; as políticas educacionais, as informações
demográficas caracterizando discentes, escola e comunidade (Alves-Zervos e Shafer 1993). Esses
autores ressaltam que cabe aos especialistas julgarem o que é necessário estabelecer para a sua
Base de Conhecimento. Segundo Sabharwal (2010), a troca de conhecimento entre professores,
alunos e outros ocorre em vários locais, incluindo sala de aula, conferências, fóruns de discussão
e blogs.
Metodologias para construção de Bases de Conhecimento ainda são pouco difundidas
(Batista 2015), sobretudo no ambiente acadêmico em que a gestão do conhecimento,
principalmente daquele que se refere ao ato de ensinar, é pouco promovida. O repositório é um
dos componentes que integra uma Base de Conhecimento e pode ser considerado uma ferramenta
ou um mecanismo para coleta, armazenamento, disseminação e preservação de documentos e
conhecimentos que precisa ser gerenciado eficientemente (Dodebei 2009; Wenger 2011), sendo
visualizado como apoio computacional para uma Base de Conhecimento.
Nesse sentido, a criação de um repositório digital é um requisito importante para a
construção de uma Base de Conhecimento, e sua construção perpassa pela seguinte questão que
norteou a realização deste estudo: como descrever os processos e os fluxos metodológicos
necessários para compor o repositório digital enquanto um dos artefatos que compõem a Base de
Conhecimento? Dessa forma, este artigo tem como objetivo apresentar os processos e o fluxo
metodológico para criação de um Repositório de Conhecimento que integra uma Base de
Conhecimento Acadêmico. Como método, será utilizado o Design Science Research (DSR), com
o mapeamento dos elementos esperados nos processos e fluxo metodológico.
É importante destacar que este estudo integra o Centro de Estudo e Pesquisa em
Representação e Recuperação da Informação (CEPRECRI) submetido e aprovado na Chamada
CNPq/MCTI/FNDCT N.º 18/2021 UNIVERSAL, que tem como objetivo a construção de uma
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Base de Conhecimento Acadêmico, sendo o repositório um dos artefatos que irão sustentar a Base
de Conhecimento. As definições sobre a estrutura do repositório serão apresentadas em outro
estudo, complementar a este, que se encontra em desenvolvimento.
2 Base de Conhecimento e repositório digital
A Gestão do Conhecimento é o gerenciamento formal do conhecimento para facilitar a
criação, o acesso e a reutilização do conhecimento. Nesse sentido, Sistemas de Gestão do
Conhecimento (SGC) apoiam a criação, a transferência e a aplicação do conhecimento nas
organizações. Esses sistemas, por sua vez, têm como núcleo Bases de Conhecimento (O'Leary
1998; Alavi e Leidner 2001). Segundo Stair e Reynolds (2010), uma Base de Conhecimento é uma
evolução natural de uma base de dados de um Sistema de Informação (SI). Logo, assim como uma
base de dados está para um SI, uma base de conhecimento está para um SGC.
O termo Base de Conhecimento (BC) tem origem na área de Inteligência Artificial e
Sistemas Especialistas, sendo largamente utilizado para identificar uma coleção pesquisável de
documentos e bancos de dados, onde estão reunidas informações sobre um domínio de
conhecimento específico (Trzeciak, 2002, p.54). Uma Base de Conhecimento “não é apenas uma
coleção de informações. A tradicional base de dados, com dados, arquivos, registros e seus
relacionamentos estáticos é substituída por uma base de regras, fatos e heurísticas que
correspondem ao conhecimento de um assunto específico” (Mendes 1997, p.41).
Uma BC pode ser considerada como um sistema que, a partir de um conjunto de
informações, armazenadas e organizadas, tem como intuito prover conhecimentos, experiências e
informações relevantes para um determinado domínio de conhecimento. Segundo Xavier (2019),
uma Base de Conhecimento significa tudo aquilo que a empresa pode deter de conhecimento
explícito e implícito. Nela encontram-se as bases de dados da organização, os arquivos
operacionais, em todo e qualquer formato de dia analógica, eletrônica, conhecimento acerca dos
produtos, do mercado, da concorrência, dos processos, da história, dos serviços, dos clientes, das
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pessoas internas, dos recursos, processos, enfim, todo o tipo de informação existente na
organização sob a forma de armazenamento dela.
BC armazena o conteúdo dos SGC e permite, entre outras coisas, que grupos de discussão
se concentrem em um conjunto de problemas ou atividades específicas (O'Leary 1998). De acordo
com Alonso e Arregui-Ayastuy (2011), uma BC contém fatos sobre situações-problema e regras
para aplicar o conhecimento e assim resolver esses problemas. São planejadas para domínios e
propósitos específicos para os Sistemas de Gestão do Conhecimento. O'Leary (1998) enumera os
componentes de uma base de conhecimento, que são: repositório digital, melhores práticas e lições
aprendidas, dentre outros elementos essenciais para gestão do conhecimento, conforme
apresentado na Figura 1.
Figura 1 Tipos de base de conhecimento
Fonte: Os autores.
Como parte deste estudo mais abrangente, o repositório digital foi o primeiro elemento a
ser considerado para modelar.
A definição de Repositório de Conhecimento encontrada na literatura é muito parecida com
a definição de Base de Conhecimento. Para Alonso e Arregui-Ayastuy(2011), um Repositório de
Conhecimento armazena conhecimento sobre cenários atuais e melhores práticas para serem
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Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
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acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
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reutilizados na resolução de novos problemas. Wedman e Wang (2005) apontam o Repositório de
Conhecimento como ferramenta de transferência de conhecimento. Segundo os autores, os
Repositórios de Conhecimento podem fornecer informação baseada em experiência para resolver
problemas e realizar coisas.
Os Repositórios de Conhecimento são mecanismos para administrar, armazenar e preservar
conteúdos informacionais em formato eletrônico, e que podem ter como foco um assunto
(repositórios temáticos) ou a produção científica de uma instituição (repositórios institucionais).
Muitos permitem o acesso universal e gratuito a seus conteúdos, que variam de acordo com a
política de cada instituição. São coleções digitais de documentos de interesse para a pesquisa
científica e, no caso dos institucionais, representam a sua memória científica (Pinheiro; Ferrez,
2014, p. 195). Dodebei (2009, p. 91) entende os repositórios como “uma base de dados, de caráter
coletivo e cumulativo (memória da instituição), de acesso aberto e interoperável que coleta,
armazena, dissemina e preserva digitalmente a produção intelectual da instituição”.
Alonso e Arregui-Ayastuy (2011) mencionam um detalhe que diferencia, na perspectiva
deles, o Repositório de Conhecimento de uma Base de Conhecimento. Para eles, o Repositório de
Conhecimento armazena conhecimento que não é estruturado; contudo eles afirmam que o
conhecimento que reside no Repositório de Conhecimento pode ser convertido para um formato
adequado para incorporação na Base de Conhecimento.
Wedman e Wang (2005) apresentam quatro perspectivas que podem ajudar a conceituar
um Repositório de Conhecimento: i) na perspectiva de projeto, eles apontam que um Repositório
de Conhecimento deve ter um elemento básico que é uma "unidade de conhecimento" que pode
ser definida, rotulada, armazenada, indexada, buscada e recuperada; ii) na perspectiva técnica, um
Repositório de Conhecimento é um sistema de banco de dados com poderosas funções de busca e
fácil navegação. Eles permitem aos usuários armazenar, encontrar e recuperar unidades de
conhecimento no sistema com funcionalidade e usabilidade. Idealmente, ele deve fornecer busca
textual e técnicas de recuperação para objetos multimídia; iii) na perspectiva de conteúdo, um
Repositório de Conhecimento é uma coleção de documentos eletrônicos contendo informação
baseada em experiência, tais como lições aprendidas, boas práticas, um diretório de expertise, e
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LIMA, Gercina Ângela de; NASCIMENTO SILVA, Patrícia; AGANETTE, Elisângela Cristina; MACULAN, Benildes Coura
Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
Cintia de Azevedo. Modelagem de um Repositório de Conhecimento: provimento para uma base de conhecimento
acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024019.
outras fontes derivadas de experiências organizacionais e individuais; iv) por fim, na perspectiva
de processo, um Repositório de Conhecimento explica a dimensão tácita do conhecimento em uma
organização. O processo envolve busca, seleção, explicação, codificação, avaliação e
disseminação de experiências individuais e coletivas derivadas da prática.
Vale ressaltar que o presente artigo tem como foco discutir apenas os fluxos de processos
e os fluxos de informação do Repositório de Conhecimento. Dessa maneira, cabe aqui definir tais
conceitos. Segundo ABPMP (2013, p. 423), fluxo de processos é a “[...] agregação de subprocessos
e respectivas orquestrações de atividades funcionais em um fluxo que mostra o movimento e a
ordem em que são executados”. o fluxo informacional pode ser definido como “[...] a
transmissão de dados ou conjunto de dados através de unidades administrativas [...], organizações
e profissionais, [...] para alguém que delas necessitem considerando que, para identificar tal fluxo,
é necessário detectar as etapas que o compõem, que inclui identificar como as informações são
obtidas, distribuídas e utilizadas para gerar o conhecimento necessário (Jamil 2001, p. 165).
Conclui-se que a informação está presente nos processos desenvolvidos nas instituições e pode ser
utilizada para gerar conhecimentos específicos, aliados com os objetivos propostos pelos
processos, fazendo com que o fluxo informacional faça interlocução com a modelagem de
processos (Carvalho 2021). E ainda esses fluxos informacionais podem ser estruturados de uma
maneira mais sistemática para projetar artefatos ou melhoramentos utilizando a proposta do Design
Science Research(DSR).
3 Design Science Research (DSR)
O termo Design Science (DS) foi cunhado por Simon na primeira publicação do livro The
Sciences of the Artificial” em 1969. Nesta e nas outras duas edições do livro, o autor aborda o DS
para a criação do “artificial”, sendo que, segundo ele, o artificial, em oposição ao natural, são as
coisas feitas pelo ser humano. Nessa perspectiva, “o design [science] [...], preocupa-se com a forma
como as coisas devem ser, com a criação de artefatos para atingir objetivos" (Simon 1996, p.114).
Em vista disso, artefatos são objetos projetados para determinado fim, mas não se restringem a
objetos físicos. Nesse sentido, resgata-se a definição de Simon (1996) para o termo artefato: um
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LIMA, Gercina Ângela de; NASCIMENTO SILVA, Patrícia; AGANETTE, Elisângela Cristina; MACULAN, Benildes Coura
Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
Cintia de Azevedo. Modelagem de um Repositório de Conhecimento: provimento para uma base de conhecimento
acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
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artefato é projetado para resolver algum problema num dado contexto, a partir de conhecimentos
e conjecturas sobre o mundo. O autor ressalta ainda que um artefato pode ser pensado como uma
interface, um ponto de encontro entre um ambiente interior (a substância e organização do
próprio artefato) e um ambiente exterior (o ambiente em que o artefato atua)” (Simon 1996, p.5).
Retomando a definição de Design Science, apresenta-se a visão de Chakrabarti (2010);
Silva et al. (2016); Vaishnavi et al. (2009/2015); Bax (2014) e Wieringa (2009), conforme a seguir.
Para Chakrabarti (2010), a DS é a base epistemológica, enquanto a DSR é o método que
operacionaliza a construção do conhecimento nesse contexto. Pimentel et al. (2020) apontam as
divergências terminológicas e conceituais acerca do DSR, enquanto que, para Silva et al. (2016, p.
77), a DSR é “um método de pesquisa centrado na evolução de uma ciência do projeto (design
science) originário da área de engenharia de produção, e que evidencia seu sentido e sua forma de
operacionalização”. Vaishnavi et al. (2009) a consideram como um conjunto de técnicas analíticas
que permitem o desenvolvimento de pesquisas nas diversas áreas, em particular na engenharia. Já
Bax (2014) considera que a DSR é uma meta-teoria que auxilia o pesquisador a criar conhecimento
teórico durante os processos de concepção de artefatos, justificando como tais processos podem
ser significativos para a comunidade científica. Indo além, Wieringa (2009, p. 1) aponta que a DSR
é um tipo de pesquisa que visa dar conta de dois tipos de problema: “problemas práticos”, que
demandam uma mudança no mundo que melhor concorde com os objetivos dos tomadores de
decisão relacionados ao problema, e “problemas de conhecimento”, que demandam uma mudança
em nosso conhecimento sobre o mundo.
Pimentel et al. (2020) ressaltam que não se trata de um método ou de uma metodologia de
DSR ou para o DSR, e sim um apoio para estruturar a pesquisa utilizando o paradigma DSR. Os
autores propuseram um mapeamento de elementos esperados em uma pesquisa na abordagem DSR
baseando-se em Hevner e Chatterjee (2010) e Wieringa (2009), conforme apresentado na Figura
2.
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Figura 2 Mapa de elementos esperados de uma pesquisa na abordagem DSR
Fonte: Pimentel et al. (2010, p.10).
Para a sistematização e criação do repositório que se propõe neste artigo, os presentes
autores basearam-se na perspectiva de DSR proposta por Pimentel et al. (2020), representada na
Figura 2 acima.
4 Definição de processo e fluxo metodológico para um repositório digital
Para adequação à proposta deste estudo, adaptou-se o mapa de elementos esperados de uma
pesquisa na abordagem DSR apresentado por Pimentel et al. (2010), conforme Figura 3, a seguir,
agrupando os elementos em três perspectivas: (1) o problema e o contexto da aplicação, (2) o
artefato e (3) a abordagem teórica da pesquisa: quadro teórico e conjunturas teóricas. Essa
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separação evidencia a correlação entre o desenvolvimento da aplicação e o conhecimento
científico-teórico.
O ciclo do DSR iniciou-se com a investigação do problema a partir de uma pergunta sobre
o conhecimento a ser estruturado e com a definição do contexto. Neste momento do estudo, tem-
se como recorte a determinação de uma solução computacional que possibilite coletar, armazenar,
disseminar e preservar digitalmente a produção intelectual dos docentes referente ao ensino-
aprendizagem no curso de Biblioteconomia.
Figura 3 Mapa de elementos da modelagem do repositório na abordagem DSR
Fonte: adaptado de Pimentel et al. (2010, p.10).
i) Contexto: armazenar e gerenciar o conhecimento tácito dos docentes e discentes no ato
do ensino-aprendizagem em um artefato na forma de um RD, levando em consideração a
complexidade dos conhecimentos produzidos em todas as disciplinas dentro do projeto
CEPRECRI.
ii) Problema: necessidade de uma plataforma de ensino focada na aprendizagem
significativa amparada em um artefato computacional que disponibiliza a base de conhecimento
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para o seu gerenciamento e alimentação de objetos de ensino, de modo que gere respostas para
estudos de temas voltados à apreensão de conceitos no âmbito da formação em Biblioteconomia.
iii) Artefato: o RD como suporte computacional para a Base de Conhecimento, para dar
suporte e armazenamento aos processos e fluxos de informação:
Entrada: objetos de aprendizagem: ementas, programas, bibliografia e produtos
didáticos (apresentações, textos, capítulos, atividades avaliativas).
Processamento: catalogação, indexação e classificação de material conforme
tipologia documental.
Saída: objetos de aprendizagem.
iv) Estado da Técnica:
Artigos científicos sobre os artefatos na forma de RD para implementação de base
de conhecimento de ensino-aprendizagem.
Design Science Research (DSR).
Tecnologias de computação etc.
v) Metodologias/Avaliações:
O artefato é válido?
vi) Conjunturas teóricas:
O ambiente colaborativo do RD promove a aprendizagem significativa do discente
e do docente.
O ambiente digital facilita a disseminação e o acesso aos objetos de aprendizagem
disponibilizados.
O uso do RD contribui na formação discente no sentido que leva o (a) aluno (a) a
refletir sobre a gestão e o uso de plataformas digitais como metodologia ativa de
aprendizado.
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A implementação do RD enquanto apoio para uma base de conhecimento
possibilita o reúso de conteúdo estruturado pelos docentes e discentes, auxiliando
os novos alunos e os novos docentes.
vii) Quadro teórico:
Teoria da Aprendizagem Significativa
Teoria da Representação do Conhecimento
Ciências da Aprendizagem (Learning sciences) e Inteligência Artificial
Repositório enquanto apoio para uma Base de Conhecimento.
viii) Projeção do artefato
A Figura 4 ilustra a projeção do artefato conforme esses elementos apresentados da
modelagem do repositório na abordagem DSR anteriormente.
Figura 4 Projeção do artefato
Fonte: Os autores.
3 Conclusões
A proposta da modelagem de um repositório digital como parte de uma Base de
Conhecimento serviu de aprendizagem para descrever os processos e os fluxos metodológicos do
Repositório de Conhecimento enquanto um dos artefatos que compõem a Base de Conhecimento.
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acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024019.
O objetivo geral do artigo que envolvia a definição dos processos e o fluxo metodológico
para criação de um repositório foi alcançado e integra um dos objetivos específicos de um projeto
maior em andamento, que consiste em construir uma Base de Conhecimento Acadêmico que
subsidiará o trabalho acadêmico na pesquisa, ensino e aprendizagem no âmbito da Universidade
Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto e da Universidade Federal de
Viçosa.
Por meio do DSR, a proposta metodológica foi criada no contexto acadêmico. A definição
dos elementos envolveu um problema centrado na aprendizagem significativa, artefatos que
consideram a entrada, o processamento e a saída de objetos de aprendizagem, estado da técnica e
quadro teórico. E envolveu tecnologias e métodos para modelagem da proposta e conjunturas
teóricas que consideraram contribuições no contexto do acesso e disseminação dos objetos de
aprendizagem armazenados no repositório.
Como trabalhos futuros e atividades planejadas para o projeto, a modelagem proposta será
implementada na Base de Conhecimento Acadêmico. A partir de então a proposta será validada e
ajustada conforme plano de ação do projeto.
Agradecimentos
Agradecimento ao apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq/Brasil) pelo apoio ao processo 404300/2021-9 da Chamada
CNPq/MCTI/FNDCT Nº 18/2021 - UNIVERSAL.
A primeira e quarta coautoras agradecem ao apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/Brasil), pela concessão das bolsas de
Produtividade de Pesquisa, respectivamente através dos processos PQ-1D/Processo:313645/2020-
5 e PQ-2/Processo:307765/2023-7.
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LIMA, Gercina Ângela de; NASCIMENTO SILVA, Patrícia; AGANETTE, Elisângela Cristina; MACULAN, Benildes Coura
Moreira dos Santos; MAIA, Lucinéia Souza; DIAS, Célia da Consolação; SOUSA, Heber Tormentino de; LOURENÇO,
Cintia de Azevedo. Modelagem de um Repositório de Conhecimento: provimento para uma base de conhecimento
acadêmico. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.18, publicação contínua, 2024, e024019.
DOI: 10.36311/1981-1640.2024.v18.e024019.
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Received: 02/06/2023 Accepted: 10/05/2024