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SAMPAIO, Denise Braga. A Hipervelocidade nas Redes Sociais Online: perspectivas filosóficas e informacionais.
Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023, e023044. DOI:
10.36311/1981-1640.2023.v17.e023044
A HIPERVELOCIDADE NAS REDES SOCIAIS
ONLINE:
perspectivas filosóficas e informacionais
Hyperspeed on online social networking: philosophical and informational perspectives
Denise Braga Sampaio (1)
(1) Universidade Federal da Bahia, Brasil, denise.sampaio@ufba.br
Resumo
Trata-se de um estudo teórico cuja questão de pesquisa é como a hipervelocidade da circulação de
informações nas redes sociais funda um novo sujeito informacional? O objetivo é enveredar por uma
discussão teórica a respeito da temática e caracterizar este novo sujeito informacional, com base nos
conceitos de aldeia global, de Marshall McLuhan (1994), da positividade, do cansaço e da transparência de
Byung-Chul Han (2017a, 2017b), para entender o fenômeno da hipervelocidade da disseminação e
reprodução da informação e de seu reverso, a desinformação. O universo da pesquisa levou em consideração
as ferramentas e mecânicas das redes sociais online Facebook, Instagram e Twitter, além do relatório We
are Social e Hootsuite, de 2022. Foi possível perceber que a dinâmica destes serviços traz uma nova relação
das pessoas com a informação. A hipervelocidade, o cansaço, a necessidade de estar em evidência nestas
redes causa não somente sofrimento, mas dificuldade de apreender informação e de não estar
constantemente nestes espaços, opinando, interagindo, de maneira transparente e irreflexiva.
Palavras-chave: Sociedade da Informação; Sociedade da Transparência; Sociedade do Cansaço; Redes
sociais.
Abstract
This is a theoretical study whose research question is how does the hypervelocity of information circulation
in social networks establish a new informational subject? The objective is to embark on a theoretical
discussion on the subject and characterize this new informational subject, based on the concepts of global
village, by Marshall McLuhan (1994), of positivity, tiredness and transparency by Byung-Chul Han (2017a,
2017b), to understand the phenomenon of hypervelocity of the dissemination and reproduction of
information and its reverse, disinformation. The research universe took into account the tools and
mechanics of the digital social networks Facebook, Instagram and Twitter, in addition to the We are social
and Hootsuite report, from 2022. It was possible to perceive that the dynamics of these networks brings a
new relationship between people and information. Hypervelocity, fatigue, the need to be in evidence in
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these networks causes not only suffering, but also difficulty in apprehending information and not being
constantly in these spaces, giving opinions, interacting, in a transparent and unreflective way.
Keywords: Information Society; Transparency Society; Fatigue Society; Social networking.
1 Introdução
Inicia-se esta pesquisa com uma alegoria, para tratar da hipervelocidade na
contemporaneidade, por meio do universo da Detective Comics (DC). Mais especificamente com
o personagem Barry Allen, que, ao vestir sua roupa escarlate, torna-se Flash, um velocista cunhado
a partir da explosão de um acelerador de partículas sob a tutela do Laboratório S.T.A.R. Este
evento fora responsável por torná-lo um meta-humano, da categoria speedster, cuja
hipervelocidade adquirida auxilia na resolução de crimes, na cidade de Central City (Colorado,
USA).
O personagem passa a conviver com seu corpo trabalhando em velocidade sobre-humana,
enfrentando questões morais a respeito do poder adquirido e o utilizando em favor da polícia local,
a priori, como um justiceiro. Prática bastante comum dos personagens dos universos da DC e da
Marvel Comics. No entanto, o que chama a atenção, e por isso o uso dos termos speedster e
multiverse em alguns momentos da pesquisa, é como a velocidade é abordada nessa estória e a
possibilidade de interseção com o contexto atual do uso constante das redes sociais online. A
alegoria, neste sentido, serve à discussão para entender que há uma potencialidade metafórica no
personagem Barry Allen, que reflete um sujeito informacional contemporâneo, marcado pela
necessidade de otimização do tempo, pela hipervelocidade e pela busca constante de superação
desta velocidade, que se percebe na própria mudança de mecânica das redes sociais online e dos
próprios sujeitos informacionais conectados, por meio destas.
As redes sociais online são, na perspectiva de Zenha (2018), o espaço síncrono e assíncrono
de interação, em meio digital, que oportuniza a o estabelecimento de relações e laços sociais,
ademais e consequentemente, serve também como local permanente de comunicação e troca de
informações sem que sejam afetadas por barreiras geográficas.
uma estética, conforme observado na sequência deste artigo, que convida à permanência
nas redes sociais online e ao consumo perene e acelerado de informações. Exemplo disso, o Twitter
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conta com aproximadamente 1,3 bilhão de usuários, um fluxo de 500 milhões de postagens diárias
e 211 milhões de usuários monetizados (AHLGREN, 2022), sendo chamado de Twitosfera
(ALVES, 2011), graças a esses números elevados. No Brasil, segundo dados de 2023, a maior rede
social online é o Facebook, contando com 109 milhões de usuários (VOLPATO, 2023). Essas
interações na casa dos milhões refletem a ideia de hiperconectividade de que fala McLuhan (1994),
que a batizou de aldeia global. O mesmo autor entende as tecnologias como próteses, extensões
dos sentidos humanos. Extensões estas, que exacerbam a capacidade de digerir as informações
circulantes. Uma vez que são deglutidas, sem que se possa absorver plenamente seus conteúdos.
É o que mostra o estudo Social clicks: what and who gets read on Twitter (GABIELKOV;
CHAINTREAU; RAMACHANDRAN; LEGOUT, 2016), apontando que aproximadamente 59%
dos links compartilhados nas redes sociais não chegam a ser clicados.
A estética em rolagem de feed, dessas redes sociais online, propicia interações rápidas,
superficiais e acríticas, sendo a reprodutibilidade a tônica e a criatividade, a exceção, conforme
verifica o filósofo sul-coreano Han (2017a, 2017b). A interação com o tempo, com a ociosidade
são diferenciadas. É com base neste preâmbulo que se interroga como a hipervelocidade da
circulação de informações nas redes sociais funda um novo sujeito informacional, o qual se
nomeia, nesta pesquisa, como speedster, em alusão ao seriado Flash. O objetivo é enveredar por
uma discussão teórica e conceitual a respeito da temática e caracterizar este novo sujeito
informacional, com base em Han e Mcluhan, sendo este sujeito enredado na hipervelocidade da
comunicação e [re]produção da informação, na digital influência, na permanência e manutenção
de redes sociais online e na dificuldade de assimilação entre informação e desinformação.
2 Trajetória da pesquisa
Esta pesquisa se trata de um estudo teórico e conceitual com base nos conceitos de aldeia
global, de McLuhan (1994), e dos conceitos de positividade, cansaço e transparência de Han
(2017a, 2017b), para entender o fenômeno da hipervelocidade da disseminação e reprodução da
informação e de seu reverso, a desinformação.
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Para isso, se vale do método fenomenológico, uma vez que, conforme Zahavi (2019, p. 8),
[...] a fenomenologia oferece toda uma série de análises teóricas ligadas ao conhecimento e à
ciência [...] por exemplo, análise de conceitos como verdade, evidência [...]”. A Fenomenologia
“[...]compreende o sujeito como ser-no-mundo assentado corporalmente, socialmente e
culturalmente [...]” (ZAHAVI, 2019, p. 8). Ainda segundo o autor, o fenômeno deve ser
compreendido como “o modo de aparição do próprio objeto” (ZAHAVI, 2019, p. 13), que se
mostra, que se revela por ele mesmo. Neste sentido, a fenomenologia é concebida como uma
análise filosófica “dos diversos modos de aparição [...] como uma investigação reflexiva das
estruturas compreensivas, que permitem aos objetos se mostrarem como aquilo que são”
(ZAHAVI, 2019, p. 13).
O método fenomenológico, neste sentido, auxilia a compreender que o objeto-fenômeno
(que não são as redes sociais digitais, mas as interações que coexistem nelas) pelo qual se limita a
relação de hipervelocidade que se estabelece e que propõe uma nova interação com a informação,
inaugura novos modos dessa sociedade, pautados na efemeridade informacional, no consumo e na
repetição.
Para viabilizar a pesquisa, utiliza-se as seguintes etapas do referido método, (1) de redução,
(2) descrição e (3) interpretação (MARTINS; BICUDO, 1983), investigando a (1 e 2) estrutura do
Instagram, do Facebook e do Twitter quanto à sua mecânica e estética e os números de interação
destas redes; para, então, traçar concepções filosóficas e informacionais que ajudem a entender o
fenômeno da hipervelocidade nesses espaços, bem como suas consequências diretas. Trata-se,
portanto, de uma pesquisa descritiva, quali-quantitativa e teórica.
3 Sociedade da informação transitória
A Sociedade da Informação é inaugurada pela ode às tecnologias como tônica econômica,
industrial, cultural e social do século XX. O desenvolvimento, a popularização e as constantes
atualizações dos Personal Computers (PC) redistribuem das mãos de muito poucos, para as mãos
de poucos, a oferta destas máquinas, recriando a ideia de elite. Com essa primeira onda da
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popularização dos computadores surgem as categorias inforricos e infopobres (RAMONET,
1998).
Segundo o Livro Verde da Sociedade da Informação (TAKAHASHI, 2000, p. 3),
Assistir à televisão, falar ao telefone, movimentar a conta no terminal bancário e,
pela Internet, verificar multas de trânsito, comprar discos, trocar mensagens com
o outro lado do planeta, pesquisar e estudar são hoje atividades cotidianas, no
mundo inteiro e no Brasil. Rapidamente nos adaptamos a essas novidades e
passamos em geral, sem uma percepção clara nem maiores questionamentos
a viver na Sociedade da Informação, uma nova era em que a informação flui a
velocidades e em quantidades apenas poucos anos inimagináveis, assumindo
valores sociais e econômicos fundamentais.
Para que tais atividades fossem possíveis, ainda segundo Takahashi (2000), era necessária
uma convergência entre computação, comunicações e conteúdo, cujo resultado era a construção
de infovias (vias de informação). Essas infovias, que o autor também chamou de superestradas,
possibilitou, e possibilita até hoje, o trânsito de informações. A informação sai de uma categoria
dispersa resultante das interações sociais humanas, para se tornar um insumo (TAKAHASHI,
2000). O ingresso na Sociedade da Informação trouxe a sensação de democratização do acesso a
este insumo.
A expressão ‘sociedade da informação’ passou a ser utilizada, nos últimos anos
desse século, como substituto para o conceito complexo de ‘sociedade pós-
industrial’ e como forma de transmitir o conteúdo específico do ‘novo paradigma
técnico-econômico’ [...] Esta sociedade pós-industrial ou, “informacional”, como
prefere Castells, está ligada à expansão e reestruturação do capitalismo desde a
década de 80 do século que termina. As novas tecnologias e a ênfase na
flexibilidade ideia central das transformações organizacionais têm permitido
realizar com rapidez e eficiência os processos de desregulamentação, privatização
e ruptura do modelo de contrato social entre capital e trabalho característicos do
capitalismo industrial (WERTHEIN, 2000, p. 71-72).
O Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (TAKAHASHI, 2000) destaca, no
entanto, que esta democratização apresenta lacunas, as quais Marques (2012) chama de fossos
informacionais. Nos anos 2000, houve um incentivo à aquisição de aparelhos de telefonia móvel,
mas os computadores eram, ainda, pouco acessíveis (TAKAHASHI, 2000). Foi neste contexto que
o governo brasileiro criou o Comitê para a Democratização da Informática, que buscou parcerias
para incentivar e implementar políticas de acesso a computadores e à Internet.
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Mais de vinte anos depois, o que mudou? Segundo dados da Pesquisa Nacional de
Amostras por Domicílio (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), 82,2% dos domicílios nacionais possuem acesso à Internet (PESQUISA... 2021). Este
levantamento mostra que 12,6 milhões de domicílio não tem tal acesso. Mostra, ainda, que mesmo
passados quase vinte anos desde a concepção do Livro Verde até o momento, prevalece o acesso
maior à telefonia móvel (99,5% dos domicílios), em detrimento do computador (45,1% dos
domicílios). A televisão, por sua vez, perdeu espaço (no final da década de 1990, atingia 86% dos
domicílios e, atualmente, 31,7%). Cabe destacar que as funções dos telefones móveis à época do
Livro Verde, eram muito distantes da realidade tecnológica atual, que transformou os celulares em
inteligentes, em smartphones.
Estes smartphonesnão tem a ligação tradicional (de áudio) como principal função, mas
armazenam agendas, contatos, músicas, jogos, bem como fotografias (que são também tiradas por
estes aparelhos), fazem chamadas de vídeo, transações bancárias etc. Essa multifuncionalidade dos
smartphones exacerbam a ideia de próteses do sentido (MCLUHAN, 1994), que seria a ideia de
que os artefatos criados pela humanidade servem a esta para potencializar suas habilidades, ou
mesmo suprir àquelas que o corpo não consegue fazer de maneira otimizada. A simbiose
instaurada, na contemporaneidade, entre smartphones e as pessoas que o possuem parece quase-
vital, fazendo surgir uma necessidade de estar perto dele, assim como a necessidade social de
estar vestido. Eis que surge a nomofobia (no + mobile + phobia), que indica o medo ou a angústia
de ficar offline ou sem uma tecnologia que permita a comunicação (MAZIERO; OLIVEIRA,
2016).
Essa nomofobia reforça outra ideia trabalhada por McLuhan (1994, p. 16) de que “O meio
é a mensagem”. O uso de smartphones é a tônica do sentir-se incluindo, ou não-excluído. Em uma
sociedade dita da informação, não possuir o principal meio de acesso a ela é estar fora dessa
sociedade.
Tal afirmação pode parecer exagerada, apocalíptica. Mas não é este o objetivo, nem
tampouco, está, tal afirmação, deslocada da realidade. Basta observar as configurações
informacionais e de comunicação do período da Pandemia de Covid-19
(1)
. O trabalho remoto foi
a alternativa econômica encontrada por rias corporações, em respeito ao isolamento social, até
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que o número de casos de infecção declinasse, ou que se achasse uma forma de desacelerar o
contágio do vírus. As aulas, antes presenciais, tiveram de ser realizadas diretamente das casas de
professores e estudantes intermediados por aparelhos conectados à Internet (computadores, tablets
e celulares).
Os governos criaram aplicativos acessíveis, via smartphone, para que determinados
programas sociais pudessem ser solicitados, como o Auxílio Emergencial, recurso financeiro
disponibilizado, no ano de 2020, pelo Governo Federal a trabalhadores de baixa-renda que estavam
desempregados ou que precisavam de renda complementar para se manter, no contexto da
Pandemia de Covid-19
(2)
. Na realidade brasileira, no entanto, aproximadamente 12,6 milhões de
domicílios não possuem acesso à Internet. 12,6 milhões de família não teriam como usufruir de
tais benefícios, por consequência. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, a exclusão digital
e as barreiras tecnológicas foram fatores determinantes para não se conseguir o benefício do
Auxílio Emergencial. Quanto mais pobre, maiores e mais recorrentes eram as queixas dessa
impossibilidade de acesso. Ou seja, quem mais precisava deste auxílio é quem menos tinha
condições de tê-lo. Por tanto, a exclusão digital é, também, uma exclusão social.
Além disso, uma outra barreira para àqueles que possuem aparelhos com acesso à
Internet, mas não sabem utilizá-los. Neste caso, nem sempre alguém que possui um smartphone,
ou com acesso à Internet, saberá utilizá-lo. Infere-se, neste sentido, que além da barreira de acesso,
a barreira de uso e de conhecimento técnico mínimo para este fim, como pode ser verificado no
Gráfico 1.
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Gráfico 1 Barreiras de acesso [e uso] apontadas pelos elegíveis ao auxílio emergencial
Fonte: ANDRETTA, 2021.
Conforme o Gráfico 1, percebe-se que dois dos sete motivos estão relacionados à
habilidade com a ferramenta (não conseguir usar e não saber baixar), três, com a falta de acesso (a
aparelhos ou aparelhos que comportassem o sistema - memória, Internet) e apenas dois com as
questões burocráticas do auxílio. Exata e exclusivamente nestes dois, a totalidade ultrapassou as
classes C e E.
Esse modelo de sociedade, portanto, para incluir pessoas, precisa primeiramente que
tenham acesso a aparelhos que as permitam se conectar, mas também, que saibam estar conectadas.
É neste momento que entra a competência em informação (Coinfo), um conjunto de habilidades e
atitudes que fomentam o estar na rede. Isso inclui as habilidades no uso das tecnologias, o
conhecimento de fontes que ajudem na resolução de problemas, o entendimento das próprias
necessidades de informação e o letramento, ou seja, a interpretação consciente e, por vezes, crítica,
das informações que estão na Internet.
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Para que uma pessoa seja considerada competente em informação, demanda-se tempo. Esse
tempo é necessário para que se possa aprender a aprender. Como? Entendendo que autoridades
são construídas e contextuais, ou seja, que são validadas a partir de suas experiências e
reconhecimento da comunidade a qual fazem parte; que a criação de informações é processual e
envolve as ações de busca, compreensão, criação e divulgação; que as informações têm várias
dimensões de valor e são influenciadas por interesses jurídicos e socioeconômicos; que pesquisar
é inquirir; que a pesquisa é uma exploração estratégica, não linear e interativa (ASSOCIATION...,
2016).
Uma pessoa competente em informação, neste sentido, é forjada, aprende a -lo. Ela não
nasce competente, nem já dotada do conjunto de habilidades e atitudes que a tornam competente.
Há, neste sentido, uma distância entre o processo de aquisição de Coinfo e o modelo de sociedade
atual. Vive-se em uma sociedade de hipervelocidade de produção e disseminação de informação e
a capacidade humana de compreensão, especialmente como forma produtiva, não acompanham
esse trânsito constante e acelerado.
A produção de informação ganha novos tons, o que torna difícil acompanhar e inquirir a
autoridade da fonte geradora, sua intencionalidade, quem a fomenta e em que bases se ampara.
Este é o terreno fértil para brotar e desenvolver o reverso da informação, a desinformação. Esta
possui os mesmos moldes, mas difere da informação como ato formativo, para se colocar como
manipulação. Segundo Brisola e Bezerra (2018, p. 3319),
A desinformação é um conceito antigo que nasce ligado a projetos militares de
contrainformação e espionagem, mas extrapola para os meios de comunicação e
para aparelhos privados e estatais. A desinformação pode estar presente em livros
de história ou em discursos políticos, em histórias em quadrinhos ou em jornais
de ampla circulação. [...] envolve informação descontextualizada, fragmentada,
manipulada, retirada de sua historicidade, tendenciosa, que apaga a realidade,
distorce, subtrai, rotula ou confunde. A desinformação não é necessariamente
falsa; muitas vezes, trata-se de distorções ou partes da verdade.
Curioso destacar que, nos anos 2000, Demo trazia a problemática da desinformação. O
autor apontara que “a Sociedade da Informação continua bastante desinformada seja porque lhe
chega tendenciosamente informação residual, ou porque se lhe impõe informação oficial, ou
porque se entope atabalhoadamente” (DEMO, 2000, p. 40). Essas assertivas de Brisola, Bezerra
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(2018) e de Demo (2000) demostram que muito mais que o acesso consciente, planejado e com
vistas à produção de conhecimentos, esta sociedade se pauta no trânsito, no fluxo de informação e
desinformação. A acurácia não combina com pressa e essa sociedade é pautada na produtividade,
na hipervelocidade e na reprodução.
4 Cansaço, transparência e velocidade em Byung-Chul Han
Han (2017a, 2017b) denomina a sociedade capitalista do século XXI de Sociedade do
Cansaço ou Sociedade da Transparência. A visão do autor leva em consideração a mudança de
paradigma da vigilância panóptica para uma vigilância compartilhada, constante e autorizada por
seus vigiados (HAN, 2017a, 2017b, 2020). Essa ideia coaduna com a perspectiva apresentada por
Debord (2003, p. 15), da espetacularização do cotidiano, que entende o espetáculo como
[...] simultaneamente o resultado e o projeto do modo de produção existente. Ele
não é um complemento do mundo real, um adereço decorativo. É o coração da
irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares de informação
ou propaganda, publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo
constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. Ele é a afirmação
onipresente da escolha já feita na produção, e no seu corolário o consumo.
E complementa, afirmando que “O espetáculo que inverte o real é produzido de forma que
a realidade vivida acaba materialmente invadida pela contemplação do espetáculo, refazendo em
si mesma a ordem espetacular pela adesão positiva” (DEBORD, 2003, p. 16).
Essa exposição voluntária, segundo Han (2020), alimenta, também voluntariamente, o
panóptico digital que se soma à ideia de super produtividade. Tornando as pessoas, ao mesmo
tempo, senhoras e escravas de si mesmas.
Mattelart (2006, p. 71-72) já alertava que
O determinismo tecnocomercial erigiu em lei o princípio da tábula rasa. Não
mais nada que não seja obsoleto. Em seu lugar, uma modernidade amnésica e
isenta de projeto social. A comunicação sem fim e sem limites instituiu-se como
herdeira do progresso sem fim e sem limites. Na falta de memória, assiste-se ao
retorno de uma escatologia de conotação religiosa que bebe nas fontes das
profecias sobre a chegada da noosfera.
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O progresso de que fala Mattelart (2006), atrela-se à ideia de produtividade pautada no
excesso, na superação e na sobre-humanização das pessoas e ganha guarida nos discursos
motivacionais propalados nas redes sociais online, pelos chamados influencers, pelos coachs e por
pessoas que não são profissionalmente da mídia tradicional, mas ganham um destaque, este, por
sua vez, pode ser efêmero. Pessoas que, sem formação em áreas específicas, passam a receitar
práticas e comportamentos a serem seguidos para obtenção de êxitos a curto prazo, por exemplo,
a partir de dietas restritivas sem comprovação científica e por meio da positividade tóxica
(ROBALLO, 2021), que interfere no psicológico das pessoas; pessoas que ‘viralizam’ por fazer
ou reproduzir algo considerado engraçado ou polêmico. Esse conjunto de pessoas ascendem com
picos de visualização e introjetam a necessidade de manter e fidelizar seguidores.
Não por acaso, o termo viralizar fora associado a esses fenômenos de engajamento rápido
(acelerado em seu aparecimento e contato, mas igualmente rápido em seu desaparecimento). A
dinâmica das redes sociais online é um culto à busca por se manter mostrável, consumível, por ser
uma imagem agradável a um público que é, também, imagem em projeção. É neste momento que
se compreende o conceito de positividade.
Segundo Han (2017a, p. 18), “na fotografia digital, toda negatividade é expurgada”. Essa
afirmação é feita no sentido de entender que, anterior a esse modelo de sociedade expositiva, a
fotografia era tomada como registro, como testemunho e prova de dado evento. Hoje, a fotografia
expõe um ‘objeto-propaganda’ que é a pessoa fotografada, por meio de uma ‘comunicação
anestésica’ (HAN,2017a), que não comunica efetivamente e é mais rápida que a comunicação
sensorial.
A comunicação sensorial é emérita da negatividade, assim como a paixão e a reflexão.
Conforme Han (2017a), a sociedade positiva ignora a alteridade, a dor, o sofrimento e a própria
paixão. Não por entender que tais sentimentos são meramente ruins, mas por entendê-los como
distantes da ideia de transparência. A negatividade reside no campo da abstração, da reflexão e da
transcendência. Exige tempo, tempo este que se torna efêmero e, portanto, não pode ser gasto,
senão, para a produção controlada e reprodução. Nestes termos que Han evidencia outro aspecto
desta sociedade, o cansaço.
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O amor é domesticado e positivado para a fórmula de consumo e conformidade,
no qual todo e qualquer ferimento deve ser evitado. Mas sofrimento e paixão são
figuras da negatividade. De um lado eles evitam a fruição do que não é negativo;
de outro, em seu lugar, entram perturbações psíquicas como esgotamento,
cansado e depressão, que remontam, em última instância ao exagero de
positividade (HAN, 2017a, p. 20).
A positividade, marca da sociedade da transparência, tem uma violência que lhe é própria,
é imanente ao sistema, na perspectiva de massificação do positivo (HAN,2017b). É neste sentido
que Han (2017b, p. 23) assevera que “A sociedade do século XXI não é mais uma sociedade
disciplinar, mas uma sociedade do desempenho”, uma vez que “A positividade do poder é bem
mais eficiente que a negatividade do dever” (HAN, 2017b, p. 23). Por isso, os influencers e coachs
tem ganhado espaço nos últimos anos, conquistando seguidores assíduos que repetem suas receitas
de sucesso, buscando-as excessivamente e sofrendo por não as alcançar. Depressão e ansiedade
tem sido a tônica deste século pela ode à produtividade, pela massificação e pela hipervelocidade
deste processo todo.
A lógica das redes sociais online engendra seus mecanismos e estética para alimentar tais
engrenagens. “A sociedade da transparência elimina todos os rituais e cerimônias, visto que esses
não podem ser operacionalizados, pois são impeditivos e atrapalham a aceleração da circulação da
informação, da comunicação e da produção” (HAN,2017a, p. 71). Uma destas lógicas é a economia
da atenção que, segundo Brisola (2021, p. 43) é compreendida como a “[...] maneira com que um
indivíduo dedica sua atenção ao acompanhar uma informação ou narrativa [...] consequentemente,
essa atenção é captada e capitalizada [...]para comercialização. Essa economia da atenção, nas
redes sociais online, é análoga à arquitetura comercial dos shoppings centers. Neste último, a
arquitetura investiu em formas de mascarar o tempo passado nestes espaços, retirando janelas dos
projetos, colocando tetos foscos, projetando poucas escadas rolantes. Tudo isso para fazer o cliente
circular (e consumir mais). A economia da atenção segue a mesma lógica, de muitas informações
e [re]produtores, o que facilita, por um lado, a permanência nestes espaços e, por outro, dificulta a
busca acurada de informações.
Twitter, Instagram e Facebook apresentam, em comum, um leiaute que dialoga com essa
estratégia e que confere a si, na interação com seus usuários, uma relação de efemeridade que pode
gerar memórias e processos informacionais pautados no enviesamento (SAMPAIO; LIMA;
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10.36311/1981-1640.2023.v17.e023044
OLEGÁRIO; OLIVEIRA, 2020). O feed em rolagem e os mecanismos simples de recuperação da
informação (por meio de tags), bem como a facilidade para criar e recriar conteúdos (com o
aparecimento de aplicativos de edição de imagens e vídeos de simples manuseio), além da
valorização de digital influencers ou influenciadores digitais enquanto profissão, tanto fizeram
com que cada vez mais pessoas estivessem conectadas nestas redes sociais, como nela produzindo
e reproduzindo. A repetição desta palavra não fora por acaso. Especialmente a partir do
aparecimento do Snapchat (em 2011) e do TikTok (em 2014), percebe-se dois fenômenos
ganharem força, o da efemeridade (aqui já pontuado) e o da repetição, que aqui será tratado como
efeito TikTok.
Enquanto a marca Uber fora nome de batismo à precarização do trabalho (uberização),
pode-se afirmar e logo se entenderá o porquê que o processo de precarização da comunicação
e das relações sociais mediadas pelas tecnologias se deu no entrecruzamento das dinâmicas e
mecânicas das chamadas redes sociais online que, entre si, disputam a atenção do público. Cabe
destacar que não se busca, aqui, culpados, mas entender que a mecânica e os estímulos
ocasionados, e buscados, por todas as redes sociais online apontadas têm confluência na
velocidade, na efemeridade informacional, na capitalização da atenção e na influência como força
reprodutiva e de circulação de capital simbólico, financeiro e [des]informacional.
5 Hipervelocidade: a alegoria do speedster multiverse
Para melhor discutir os resultados, a pesquisa se ateve nas ferramentas e mecânicas que
cada rede social digital Facebook, Instagram e Twitter desenvolveu, desde a sua criação, até o
presente momento. Como resultado, elaborou-se uma cronologia (Figura 1) que permite verificar
não somente em que ano tais ferramentas e mecânicas foram criadas, mas se há, ou não confluência
entre redes concorrentes.
A escolha das redes sociais online mencionadas se deu por estarem entre as dez mais
utilizadas no Brasil, conforme dados relatório We are Social e Hootsuite, de 2022. Este aponta,
ainda, que o Brasil está em terceiro lugar no ranking de países que mais acessam a Internet por dia
(DIGITAL..., 2022), passando 10h e 19min. neste ambiente.
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O relatório aponta que as principais formas de uso, no contexto brasileiro são para se
informar, aprender a fazer algo e pesquisar marcas. A educação e o estudo são mencionados na
décima posição. Os brasileiros, segundo o We are Social e Hootsuite (DIGITAL..., 2022), passam,
em média, 3h 41 min. nas redes sociais online. O WhatsApp, apensar de ser um mensageiro
instantâneo, não uma rede social, é a plataforma mais utilizada pelos brasileiros, seguida do
Instagram, do Facebook e do TikTok (DIGITAL..., 2022). O Twitter ocupa a nona posição e o
Snapchat, a décima segunda. Ainda a respeito destas redes sociais, o relatório aponta que as cinco
preferidas são WhatsApp, Instagram, Facebook, TikTok e Twitter (DIGITAL..., 2022). A média
de horas/mês de uso, de cada uma destas é de 29,2h (WhatsApp), 15,6h (Instagram), 13,5h
(Facebook), 20,2h (TikTok), sendo o Instagram e o TikTok os aplicativos com aumento das horas
de uso, respectivamente, aumento de 11% e 44%.
O ranking dos cinco aplicativos móveis mais utilizados são quase todos da mesma
companhia, a Meta (WhatsApp, Facebook, Instagram e Facebook Messenger), com exceção do
TikTok (da empresa Bytidace). Vale destacar que, por não se tratar de uma rede social, mas uma
plataforma de mensagem instantânea, o WhatsApp não é considerado nesta pesquisa.
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Figura 1. Cronologia comparada do Facebook, Twitter e Instagram
Fonte: Dados da pesquisa, 2022
Conforme a Figura 1, o Facebook é a primeira rede a surgir entre as selecionadas para esta
pesquisa. Concebida por Mark Zuckerberg, em 2004, competiu com outra rede muito forte à época,
o Orkut (comprada e, depois, descontinuado pela Google). O Facebook (que antes tinha The no
início) surge com a proposta de conectar e expor gostos e perfis universitários intranet, em Havard.
Ocorre que o site fez sucesso entre estes, rapidamente se ampliando. Em menos de um ano, saltou
de dez mil para um milhão de usuários (CÁDIMA, 2013).
O Facebook passou por várias modificações que vão desde o acesso a um perfil (antes
possível somente mediante convite e hoje bastando apenas um e-mail ou número de telefone) à
possibilidade de divulgação de marcas; verificação para celebridades e personalidades; e produção
de conteúdo multimídia. Tal processo garantiu que, diferentemente de sua antiga concorrente, o
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Facebook se mantivesse entre as redes mais conhecidas e utilizadas no mundo. Além disso, a visão
expansionista de Zuckerberg o fez comprar algumas das suas principais concorrentes, como o
WhatsApp e o Instagram, criando um ecossistema chamado Meta.
O Instagram fora criado por Mike Krieger e Kevin Systrom, em 2010, com o nome Burbn.
A proposta da ferramenta era de manipular imagens, para que estas fossem publicadas em outros
aplicativos ou sites (SAMPAIO; LIMA; OLEGÁRIO; OLIVEIRA, 2020). Com o êxito da
ferramenta e ampliação do número de usuários, seus criadores a rebatizaram, chamando-a de
Instagram, cuja logomarca lembrava as máquinas Polaroid. Segundo Krieger, a ideia era “resgatar
a nostalgia do instantâneo”, tal qual faziam essas máquinas fotográficas analógicas, cuja revelação
se dava no ato.
o Twitter, criado em 2006 por Evan Williams, Jack Dorsey e Biz Stone, surge com a
proposta de trazer a lógica do Serviço de Mensagens Curtas (SMS) à web. Por esta lógica, os
usuários do microblog, podem expor o que estão fazendo, conforme idealizavam seus criadores
(ALVES, 2011). Em 2007, o Twitter recebeu o prêmio Web Award, do festival South by Southwest
e, em 2011, atingiu a marca de 200 milhões de mensagens por dia e 300 milhões de contas em todo
o mundo (ALVES, 2011). Conforme explica Alves (2011, p. 99, grifo nosso),
Uma característica marcante do Twitter é a propagação de ideias e opiniões por
parte de qualquer pessoa, ultrapassando barreiras culturais, educacionais, sociais,
nacionais etc. Outra particularidade do Twitter é a rapidez com que se publicam
mensagens, pois é possível divulgar informações e notícias com uma agilidade
que supera os meios de comunicação tradicionais.
Estas características são encontradas nas outras redes sociais citadas (Facebook e
Instagram). A diferença é que a ideia de short information é uma tônica do Twitter, a partir da
limitação de caracteres. Todas compartilham a dinâmica de rolagem de feed, ou seja, as
informações são apresentadas a seus usuários em um rolo infinito, que congrega outros usuários
com os quais estes têm ligação (relação de amizade, para o Facebook, ou seguidor, para o
Instagram e o Twitter), marcas patrocinadas, informações e conteúdos relacionados aos gostos
destes usuários, o que faz com que desejo de permanência nestas redes aumente.
Exemplo disso, o Brasil, como já visto, ocupa a terceira posição em horas de permanência
na Internet (DIGITAL..., 2022). O país era, no relatório We are Social e Hootsuite de 2021, a
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segunda posição. O Brasil desceu no ranking, mas aumentou, em uma hora, a permanência. O
crescente número de usuários e sua produção e reprodução de conteúdo alimenta essa sensação de
infinitude, mas também convida estes usuários a participarem da dinâmica de interação
transparente.
Quando se fala em interação transparente, remete-se ao filósofo sul-coreano, Han (2017a).
A reprodutibilidade das redes alimenta a transparência, na medida em que os usuários se amparam
em um molde (áudios, vídeos postados por outros usuários), nos famosos challanges (desafios),
que são exaustivamente repetidos, sem que se necessite de um aprofundamento técnico, filosófico
ou de outra ordem. O ímpeto de aparecer, e aparecer bem, transpassa a reflexão.
A lógica da transparência não se justifica na hipervelocidade (HAN, 2017a), mas dela se
beneficia. As redes sociais ganharam novos elementos com a chegada do TikTok e do Snapchat.
Voltando à Figura 1, percebe-se a influência do Snapchat, nas três redes, na medida em que estas
criam os Stories (Facebook, em 2017 e Instagram, em 2016) e o Fleet (Twitter, em 2020), como
forma de concorrer com a rede de vídeos instantâneos, de 24h. A mecânica desta ferramenta leva
em consideração um conteúdo curto, de fácil apreensão e com prazo de validade e aparição. A
informação, neste sentido, torna-se efêmera. Tanto no Facebook, quanto no Instagram, a mecânica
permaneceu, mas o Fleet, do Twitter, durou apenas um ano, sendo descontinuada em 2021.
Essa lógica acelerada, hiperprodutiva (e reprodutiva) e transparente de informações
desperta a atenção para os anos de 2017, 2019 e 2022. Respectivamente, são os anos em que o
Facebook, o Instagram e o Twitter passam a ter ferramentas de verificação de informações falsas
(fake News). Essas ferramentas foram uma demandada, de países como o Brasil, por vias judiciais
e dos próprios usuários. No caso do Twitter, por exemplo, com a disseminação massiva de
informações falsas a respeito da Covid-19, a hashtag #Twitterapoiafakenews parou no trending
topics (topo dos assuntos comentados nesta rede). o Facebook teve seu nome implicado no
escândalo da Cambridge Analytica, acusado de vender dados pessoais de seus usuários para a
referida empresa, que as utilizou para predizer e influenciar suas escolhas eleitorais.
A transparência e a hipervelocidades, que pouco permitem a verificação acurada da
informação, tornou esses ambientes propícios à criação de multiversos, de versões de fatos que
foram e são acreditadas por esses usuários, a partir de suas crenças e ideologias, captadas por estas
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redes sociais, formando e reforçando as bolhas. Esse multiverso permite que pares ideológicos se
organizem em torno de suas próprias concepções de mundo e as reforcem dentro de suas
comunidades. O grande volume de informações e a necessidade de se mostrar nesses ambientes
pouco dão espaço à verificação das informações, ocasionando o que D’Ancona (2018) chama de
colapso da confiança.
Esse colapso da confiança tem guarida na passagem das pessoas de usuárias para
prossumidoras de informação, ou seja, pessoas que consomem, mas também produzem
informação, independentemente de sua autoridade diante de determinado assunto. O colapso da
confiança, neste sentido, é ligado também a ideia de crise da autoridade (ARENDT, 2016). A
hipervelocidade, somada à lógica de infinitude do feed, à superprodução de informação sem autoria
definida criam realidades alternativas. Como ocorre, por exemplo, com os defensores da Terra
Plana, que se organizam nas redes sociais para discutir suas ideias (MELO; PASSOS; SALVI,
2020), tomando-as por teoria, mesmo sem fundamentação científica. Voltando à greve dos
caminhoneiros, analisada por Sampaio, Lima, Olegário e Oliveira (2020), é um exemplo
significativo deste movimento, no Instagram, por exemplo. Conforme as autoras, a paralisação
desencadeou um boom de publicações a seu respeito, tanto de jornais, como de celebridades e
pessoas de profissões diversas, tendo um início lento, de poucas publicações, chegando ao pico e,
logo após, um declínio brusco.
Esses eventos (a paralisação dos caminhoneiros, o conflito na Ucrânia e Covid-19) tem em
comum a tomada de atenção da sociedade, mas também o autoconvite das pessoas em se
mostrarem entendedoras do assunto. Muitos usuários das redes sociais chamam a estas de
tudólogos (DAMASCENO, 2020). Que seriam prossumidores que comentam tudo quanto
possível em seus perfis, desde temas cotidianos, a temas complexos, como os acima mencionados.
Os tudólogos estão para as autoridades (científicas, jurídicas, oficiais etc.) como a
desinformação está para a informação, sendo seu reverso. Mas, como dito no início, deles se
utilizando para validar um ou outro elemento de seu discurso, altamente transparente (em uma
perspectiva hangiana). A vontade de se posicionar é o convite constante dessas redes, o que se
verifica na página inicial do próprio Facebook, que pergunta ‘o que você está pensando hoje?’.
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Por fim, estes multiversos são uma ode à repetição. De acordo com Barbosa e Rennó (2020,
p. 73), a repetição contínua atenua e enfraquece os sentimentos e causam o “[...] desvio [do] tempo
do pensamento, da reflexão, obstruindo o exercício da consciência”. Os autores complementam,
afirmando que “a aceleração nos mergulha numa continuidade, que provoca formas instáveis de
fragmentação e divisão psíquica limitada ao eu, tornando-nos imprecisos, indefinidos,
descomprometidos e narcísicos” (BARBOSA; RENNÓ, 2020, p. 73).
O TikTok (cujo nome remete à onomatopeia de passar dos segundos do relógio), ao trazer
a mecânica de vídeos que propiciou os desafios, que envolvem danças facilmente executáveis; uso
constante de filtros; dobragem de falas viralizadas em vídeos caseiros etc., influenciou seus
usuários, que também são usuários do Instagram e do Facebook, a levarem estes modelos de
postagem a essas concorrentes. Alguns usuários chegam a chamar uma rede social citada no
conteúdo de outra rede, de vizinha: ‘está rolando esse challenge na rede vizinha e resolvi postar
aqui’. As principais ferramentas que interoperam esses desafios são os stories, citados, mas
também um mecanismo criado e impulsionado pelo Instagram, os Reels, criados em 2020. Esta
são uma aposta, da Meta, para concorrer diretamente com o TikTok.
Voltando a citar Han (2017a) e Debord (2003), tal mecânica ajuda a entender que essa
sociedade vivida nas redes sociais online é pautada no espetáculo, na transparência, na velocidade,
na repetição e em uma estética padronizada que, por meio de desafios, torna seus
executores/desafiados efemeramente satisfeitos. As curtidas, ou reações; o aumento do número de
seguidores; a viralização funcionam como pílulas desta satisfação, com efeitos cada vez menos
eficientes. Isso ocorre porque os algoritmos destas redes mudam constantemente, criando outras
mecânicas que devem ser absorvidas, por tais prossumidores, para que não perca engajamento.
Como foi o caso do próprio Instagram, cujo foco inicial eram as fotografias, depois foram inseridos
os IGTV e, mais recentemente, os Reels. Este cenário demostra que o espaço para a reflexão é
esvaído nestes espaços, nestes multiversos, havendo um culto ao célere, finito, padrão e
transparente. A informação, nestes espaços, não se firma, mas a desinformação encontra terreno
fértil à sua produção e disseminação, pela própria forma acessível, transparente e efêmera, sem
necessidade de contexto, o que evidencia a necessidade de regulação destas plataformas, com
vistas ao controle desta produção de desinformação, cujos efeitos, ainda são pouco conhecidos.
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6 Considerações Finais
A pesquisa cumpriu seu objetivo de enveredar por uma discussão teórica a respeito da
temática e caracterizar este novo sujeito informacional, com base em Han e Mcluhan, na medida
em que trouxe à discussão os conceitos de transparência, cansaço, aceleração e espetáculo à luz
dos fenômenos e mecânicas das redes sociais online Facebook, Instagram e Twitter. Percebe-se
que alguns dados precisavam ser trazidos para fomentar essa discussão e, consequentemente
responder à pergunta de pesquisa (como a hipervelocidade da circulação de informações nas redes
sociais funda um novo sujeito informacional). Foi assim que, além de montar uma cronologia das
atualizações destas três redes, a pesquisa se amparou nos relatórios do We are Social e Hootsuite.
A discussão mostra que ainda muito o que se analisar a respeito deste novo sujeito
informacional, no entanto, pode-se afirmar que um novo sujeito. Este, envolto na escassez de
tempo, no discurso da superprodutividade e transparência. Fenômenos psicológicos, como a
nomofobia, a neofilia e o estresse informacional, são reflexo da interação humana com essas
nuances. Apesar de muito do que foi dito nesta pesquisa soar negativo (em uma perspectiva
hangiana não problemas), é necessário que se frise que este estudo se pautou nas dinâmicas
dentro das redes sociais online. É necessário observar também que a pandemia de Covid-19 levou,
mais ainda, as pessoas para dentro destes ambientes, onde passam quase metade do dia, seja
trabalhando, seja se divertindo, seja passando o tempo.
Esta é, portanto, uma proposta proemia, que visa à reflexão e a aprofundamentos futuros,
que ajudem a entender quais problemas informacionais e em que proporção podem ser
desencadeados por seu excesso; como a competência e a mediação da informação podem ajudar a
dirimi-las e, especialmente, como a humanidade pode voltar a ter uma relação saudável com o
tempo.
O tempo é necessário à produção, disseminação, apreensão, uso e nova produção de
informações. Voltando à alegoria que iniciou esta discussão, Barry Allen (Flash), sabia quando
acelerar e quando não. Sabia em que universos poderia transitar e quais deveria ter cautela. A
competência em informação reside nesta consciência e a mediação é a relação que torna o diálogo
possível. Eobard Thawne (o Flash Reverso), usava a velocidade como exercício do seu poder,
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negociava e infringia as regras do tempo. Da mesma maneira, a desinformação propicia
simulacros, bagunça a realidade, mexe com as linhas informacionais e racionais do tempo presente.
Pensar este cenário, se faz necessário e urgente. A discussão a respeito da regulação da
Internet, por exemplo, tem ganhado força, em 2023, mas há, desde 2020, um Projeto de Lei (PL),
cuja ementa estabelece “[...] normas relativas à transparência de redes sociais e de serviços de
mensagens privadas, sobretudo no tocante à responsabilidade dos provedores pelo combate à
desinformação [...]” (BRASIL, 2020). Este aceno legal evidencia a necessidade de se repensar os
modos de uso, produção e disseminação da informação na Internet, como princípio democrático e
que merece atenção em pesquisas futuras.
Notas
(1) A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda, catalogada e observada a partir do ano de 2019, que se a partir
da transmissão do coronavírus SARS-CoV-2, cujos primeiros relatos de infecção ocorreram na cidade de Wuhan,
na China, no ano de 2019. Rapidamente, a infecção se alastrou pelo mundo, ocasionando a Pandemia de Covid-
19, que vitimou quase 15 milhões de pessoas. É destacável observar que as autoridades sanitárias do mundo todo
se organizaram em parcerias para dar maior celeridade à fabricação de vacinas que prevenissem o contágio e
diminuíssem os impactos da doença, no entanto, nas redes sociais online, passou-se a circular desinformação a
respeito da confiabilidade das vacinas, havendo conflitos entre parte da opinião pública e autoridades sanitárias
(SAMPAIO; BERNARDINO; SILVA; MENDES, 2020).
(2) Muitos trabalhadores acabaram, à época da Pandemia de Covid-19, perdendo seus postos de trabalho, uma vez
que, no lockdown (medida sanitária utilizada para conter a proliferação do vírus), muitas empresas e organizações
demitiram seus funcionários e/ou foram à falência. O auxílio foi concedido, depois de muitas críticas ao governo
vigente à época, para que tais trabalhadores pudessem subsistir até a estabilização do contágio (BRASIL, 2020).
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Received: 06/04/2023 Accepted: 18/10/2023