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NUNES, Rafael Matos; SOUSA, Ana Claudia Medeiros de. Frederick Wilfrid Lancaster: uma reflexão sobre sua
trajetória profissional e suas contribuições para a Ciência da Informação e para a Biblioteconomia. Brazilian
Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023, e023027.
DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023027.
recuperação de informação, estruturas de resumos, índices de revistas, pesquisas online, estudos
de usuários, coleções de bibliotecas, controle de vocabulários, indexação e avaliação como
ferramenta de gestão são, de fato, admiráveis e grandiosos.
Ele foi autor de 15 livros e mais de uma centena de artigos traduzidos em diversos idiomas
como português, espanhol, árabe, russo, japonês e coreano. Muitos de seus escritos foram
premiados pela American Library Association (ALA) e American Society for Information Science
(ASIS). Pela ASIS, por exemplo, foi premiado, em 1970, por seu tratado sobre a avaliação de
sistemas documentais, em 1975, por seu manual sobre recuperação de informações online, em
1979, pelo livro Toward paperless information systems (Rumo a sistemas de informação sem
papel, tradução nossa) que consistiu em um trabalho de projeção profética ao pensar em um futuro
sob um sistema informatizado de informação, e em 1992, pelo livro Indexação e resumos: teoria e
prática. E pela ALA, Lancaster foi premiado em 1978 por seu livro Avaliação da biblioteca,
trabalho considerado fundamental no campo da informação e documentação (CAMPOS, 2013).
Durante as décadas de 1970 e 1980, Lancaster escreveu extensivamente sobre a mudança
de sistemas de informação baseados em impressão para sistemas online, refletindo também sobre
o papel das bibliotecas e dos bibliotecários em uma era “sem papel”. Em livros como “Toward
paperless information systems” e “Libraries and librarians in an age of electronics”, o autor
defendia que a evolução do papel para o eletrônico era inevitável e amplamente desejável.
Preocupava-se com a proliferação da literatura científica impressa que crescia exponencialmente,
com os altos custos de produção de periódicos e as despesas crescentes das bibliotecas na aquisição
e no processamento desses documentos (YOUNG, 2008).
Em seu premiado livro de 1978, “Toward paperless information systems”, que foi uma
das primeiras previsões relativa aos impactos das novas tecnologias de comunicação sobre a
produção, fornecimento e distribuição da informação, Lancaster assume um possível
enfraquecimento das bibliotecas, porém redefine as funções para os bibliotecários em “bibliotecas
sem paredes”. Segundo o autor, em uma sociedade sem papel, as bibliotecas que apenas abrigariam
obras físicas tornar-se-iam obsoletas, mas os bibliotecários seriam ainda mais necessários, por suas
competências em tratamentos especializados da informação. Ressalta-se, nesse sentido, a ideia do