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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
AÇÕES OU PROGRAMAS DE COMPETÊNCIA EM
INFORMAÇÃO NAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS
Information literacy actions and/or programs in Brazilian university libraries
Eliéte Ribeiro Almeida (1), Marta Leandro da Mata (2)
(1) Universidade Federal do Espírito Santo, Brasil, eliete.almeida@ufes.br,
(2) martaleandromata@gmail.com.
Resumo
O desenvolvimento de programas de competências em informação em bibliotecas universitárias é uma
necessidade e um desafio para o bibliotecário, uma vez que, tais competências são imprescindíveis ao
processo de ensino e aprendizagem. Este artigo tem como objetivo identificar ações ou de programas para
o desenvolvimento de competência em informação no âmbito das bibliotecas universitárias brasileiras.
Quanto ao objetivo, este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, com abordagem
qualitativa; quanto aos procedimentos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem por delimitação os
últimos dez anos (2012 2022). Foram identificadas onze publicações que abordam elementos para a
implementação destes programas, sendo que apenas três delas mencionam o uso de parâmetros norteadores.
Depreende-se que ainda são poucos os programas ou ações formalmente estruturadas, sendo desejável que
os profissionais da informação e da educação se unam com vistas a planejarem programas de competência
em informação bem estruturados e articulados nas bibliotecas universitárias brasileiras.
Palavras-chave: Competência em informação; Bibliotecas universitárias; Bibliotecários
Abstract
The development of Information Literacy programs in university libraries is a need and a challenge for
librarians, since such competencies are essential to the teaching and learning process. This article aims to
identify the actions or programs of Information Literacy in the scope of Brazilian university libraries and
the basic elements for their development. As for the objective, this work is characterized as exploratory
research with a qualitative approach, as to the procedures, it is bibliographic research that has as delimitation
the last ten years (2012 - 2022). Eleven publications were identified that address elements for the
implementation of these programs, and only three of them mention the use of guiding parameters. It appears
that there are still few formally structured programs or actions, and it is desirable that information and
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
education professionals unite in order to plan well-structured and articulated information literacy programs
in Brazilian university libraries.
Keywords: Information literacy; Academic libraries; Librarians
1 Introdução
A revolução tecnológica alterou as condições de geração de conhecimento, o
processamento e a disseminação da informação, causando um considerável impacto na vida das
pessoas. O uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) têm modificado os ambientes
educacionais, de forma que os conteúdos informacionais podem ser acessados e compartilhados
em tempo real, configurando-se em um novo contexto de ensino-aprendizagem, em que o ensino
e a educação a distância (EAD) é uma realidade em muitas instituições de ensino superior (IES).
Devido ao crescente uso das ferramentas tecnológicas, a biblioteca universitária, que
desempenha um relevante papel no contexto educacional superior, tem redesenhado sua forma de
disseminar a informação, utilizando-se de softwares mais eficientes, plataformas e banco de dados,
possibilitando ao usuário conectar-se de qualquer lugar que tenha a comunicação com a Internet
e, desta forma, suprir a crescente demanda por informação.
A biblioteca universitária atua estimulando a aprendizagem, apoiando o ensino, a pesquisa
e a extensão na comunidade acadêmica, portanto, é um espaço propício ao desenvolvimento de
ações de competência em informação. Tais ações são essenciais para que os estudantes possam
aprender, além das técnicas de pesquisa, a assumir e a valorizar o aprendizado autônomo. Sendo,
portanto, “[...] imprescindível que dominem o uso de ferramentas, suportes tecnológicos e diversos
recursos informacionais priorizando a busca, recuperação, avaliação crítica e disseminação da
informação.” (Belluzzo et al. 2014 p. 63).
Para acessar as informações com eficiência e solucionar as demandas que se apresentam,
são necessárias aptidões específicas para lidar com as ferramentas tecnológicas, bem como “[...]
habilidades para que o indivíduo seja capaz de acessar, compreender e fazer melhor uso das
informações disponíveis para o exercício da cidadania e o aprendizado ao longo da vida” (Belluzzo
2017 p. 63). No intuito de contribuir com a formação de sujeitos socialmente comprometidos com
a geração e a transferência de conhecimentos.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
A aprendizagem envolve o domínio de uma gama de conhecimentos e atitudes no uso das
informações que possibilitam ao indivíduo tornar-se independente e responsável, ao buscar e usar
as informações que necessitam. Neste sentido, Uribe Tirado e Castaño Muñoz (2012 p. 216
tradução nossa) definem a competência em informação como:
O processo de ensino-aprendizagem concebido para um indivíduo ou grupo de
pessoas, sob a liderança e orientação profissional de uma instituição de ensino ou
biblioteca, utilizando diferentes estratégias de ensino e ambientes de
aprendizagem (sala de aula, ensino híbrido ou virtual). Sua finalidade é alcançar
competências (conhecimentos, habilidades e atitudes em informática,
comunicação e informação) que possibilitem, após a identificação e
reconhecimento de suas necessidades de informação, localizar, selecionar,
recuperar, organizar, avaliar, produzir, compartilhar e disseminar informação de
uma forma eficiente e eficaz [...].
Mata (2018; 2021) compreende que a competência em informação envolve aspectos
conceituais que podem ser entendidos a partir de três vieses: como um conjunto de competências,
uma área disciplinar e como um processo de ensino-aprendizagem. O primeiro equivale a um
conjunto de competências que diz respeito ao modo como o indivíduo lida com o universo
informacional, envolve a localização, a busca e a avaliação das fontes. O segundo corresponde à
uma área disciplinar, mostrando que existem entidades, grupos de pesquisa, periódicos
especializados no tema, entre outros, promovendo e disseminando a temática. O terceiro refere-se
à competência em informação como um processo de ensino-aprendizagem relacionado aos
conhecimentos, habilidades e atitudes dos estudantes para lidar com a informação em seus diversos
formatos e em vários níveis de escolarização, desde a escola à universidade.
Para Vitorino e Piantola (2009 p. 138), o conceito competência em informação é um “[...]
conceito dinâmico que continua a crescer para incorporar uma gama cada vez maior de habilidades
necessárias aos indivíduos inseridos na era da informação [...]”. As autoras pesquisam a temática
sob uma perspectiva dimensional, baseando-se em teorias educacionais e filosóficas, a saber: a
dimensão técnica é o meio de ação e corresponde a habilidade de executar tarefas; na dimensão
estética, estão as percepções ligadas a sensibilidade e criatividade, a capacidade de compreender e
ressignificar a informação; a dimensão ética se refere ao uso responsável da informação,
constituindo-se em fator determinante para a vida em sociedade; e a dimensão política diz respeito
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Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
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a uma postura crítica diante das informações e o exercício da cidadania, com vistas ao bem comum
(Vitorino e Piantola 2011).
Desenvolver competências individuais e coletivas no uso da informação, é um grande
desafio na educação superior, sendo o bibliotecário e a biblioteca atores fundamentais deste
processo. Compreende-se que as habilidades informacionais são imprescindíveis na construção da
aprendizagem dos estudantes e na manutenção de uma cidadania responsável. Para tanto, todos
devem estar comprometidos com o processo de ensino-aprendizagem, ofertando ações educativas
estruturadas que possam contribuir com o desenvolvimento educacional, pessoal e social dos
estudantes.
Neste sentido, este artigo tem como objetivo identificar ações e/ou de programas para o
desenvolvimento de competência em informação no âmbito das bibliotecas universitárias
brasileiras. A pesquisa se justifica pela necessidade de se identificar na literatura especializada
publicações que mencionam as práticas para o desenvolvimento da competência em informação
em bibliotecas universitárias brasileiras, com o propósito de que possam ser utilizados como
parâmetros norteadores pelos bibliotecários para criarem novos programas no âmbito das
instituições em que atuam, uma vez que “[...] no Brasil essa área ainda requer a sistematização de
pesquisas e estudos que ofereçam a possibilidade de construção de base teórica e de soluções
práticas para o desenvolvimento efetivo dessa competência nas organizações.” (Belluzzo 2017 p.
70).
2 Fundamentos para o Desenvolvimento de Programas de Competência em
Informação
Os programas de competência em informação são ações educativas empreendidas em prol
do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e capacidades do indivíduo para acessar,
analisar e usar a informação com criticidade, de maneira a construir sua própria aprendizagem.
Estes programas podem ser realizados em instituições variadas, principalmente, nas bibliotecas em
razão de seu papel central no processo de ensino-aprendizagem, bem como, na disseminação do
conhecimento.
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Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
Uribe Tirado (2014) relaciona as 75 lições aprendidas de programas de competência em
informação. São recomendações para chegar a melhores resultados em programas de competência
em informação, tanto no contexto social e organizacional, quanto nos processos de ensino-
pesquisa, aprendizagem e avaliação para a melhoria contínua da qualidade. Segundo o autor, os
programas devem ser associados à missão, à visão e aos demais contextos educacionais da
instituição, fazendo parte da estrutura curricular dos cursos acadêmicos, por meio do trabalho
cooperativo entre bibliotecários, professores e outros profissionais, no intuito de que todos
contribuam com suas habilidades, para que os estudantes obtenham melhores resultados na
aprendizagem.
Para Belluzzo (2017), o desenvolvimento de boas práticas de competência em informação,
podem servir de inspiração na arquitetura de novos programas ou ações de competência em
informação. Para a autora, os indicadores devem fazer parte de qualquer projeto ou programa,
desde o planejamento, implementação até a gestão, ou seja, em todas as etapas para orientar nas
decisões, permitir a comparação entre os objetivos propostos e as metas atingidas.
Neste contexto, entidades internacionais consolidadas como, por exemplo, a Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a International Federation
of Library Association and Institutions (IFLA) e a Association of College and Research Libraries
(ACRL), bem como, em âmbito nacional, a Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários,
Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência
e Tecnologia (IBICT), entre outras, publicam uma série de documentos com orientações para o
planejamento e a implementação dessas competências.
Tais entidades visam incentivar a discussão e a reflexão sobre a temática da competência
em informação, por meio de documentos, pesquisas e relatos de experiência, visando fomentar
debates e o intercâmbio entre pesquisadores (Mata 2021). São estratégias para a promoção, o
crescimento e a consolidação da competência da informação, como exemplo, alguns documentos
publicados no âmbito nacional, tais como: a Declaração de Havana (2012); a Declaração de
Maceió (2011); o Manifesto de Florianópolis (2013) e a Carta de Marília (2014).
No âmbito internacional a Unesco publicou o documento The Alexandria Proclamation
Beacons of the Information Society (Faróis da Sociedade de Informação 2005), declarando que a
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publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
competência em informação e o aprendizado ao longo da vida são os faróis que iluminam a
sociedade da informação, que possibilitam o desenvolvimento, a prosperidade e a liberdade. Este
documento, ainda, estabelece o acesso à informação e a inclusão social como um direito básico do
indivíduo na sociedade da informação.
Nesta perspectiva, os programas de competências devem ser planejados através da
elaboração de documentos que constem a missão, os objetivos e metas a serem alcançadas, a
previsão de recursos físicos e recursos humanos, respaldo institucional e administrativo, conforme
orienta o Guidelines for Instruction Programs in Academic Libraries (ACRL 2011). Cada
instituição possui características específicas, portanto, os programas devem ser adaptados
conforme a realidade que se apresenta e os objetivos educacionais a serem alcançados.
É conveniente que os programas sejam estruturados com base em padrões, indicadores e
outras experiências de sucesso, no intuito de aproveitar o saber-fazer ou as experiências de outras
instituições ou pesquisadores. No âmbito educacional, todas as iniciativas, as publicações, os
eventos e as declarações são relevantes para a divulgação da temática, por servirem de modelo e
de incentivo para que outros profissionais e suas instituições possam implementar tais ações e/ou
programas em seu ambiente informacional. Oferecendo oportunidade de aprendizagem aos
estudantes em diferentes níveis de ensino ao longo do seu trajeto estudantil.
2.1 Parâmetros Norteadores da Competência em Informação
A Association of College and Research Libraries (ACRL), desenvolve programas, padrões,
produtos e serviços para auxiliar bibliotecários de bibliotecas acadêmicas a aprender, inovar e
liderar dentro da comunidade acadêmica mais de vinte anos. Esses documentos auxiliam os
profissionais da informação na criação, implementação e avaliação de programas de competência
em informação, sendo importante conhecê-los e adaptá-los conforme as particularidades e os
interesses educacionais da instituição de ensino superior e aos usuários da biblioteca (Vianna e
Caregnato 2022).
A implementação de um programa de competências no ambiente educacional deve estar
alinhada “[...] com a concepção de ensino-aprendizagem da instituição, à formação docente, à
compreensão da cultura institucional, bem como à estrutura curricular e à infraestrutura de
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Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
informação disponível” (Spudeit 2016 p. 247). Tanto o planejamento quanto a execução devem
ser realizados de modo colaborativo entre bibliotecários, docentes, gestores e outros profissionais
pertencentes à equipe institucional, criando oportunidade de aprendizagem para toda comunidade
acadêmica.
Vianna e Caregnato (2022) mencionam que parâmetros (standards e frameworks), visam
estabelecer o conceito e a forma de aplicação da competência em informação, por meio da
definição de planos gerais para a criação de programas, ações e modelos de avaliação. A seguir,
são apresentados alguns exemplos padrões, conforme o quadro 1 a seguir:
Quadro 1 - Parâmetros para programas de competência em informação (CoInfo)
Autor
Título
Principais Características
Association of
College and
Research
Libraries
Information Literacy
Competency
Standards for Higher
Education (ACRL
2000)
Indica cinco padrões, indicadores de desempenho e resultados para
os estudantes universitários. Saber:
1. Determinar e articular a necessidade de informação;
2. Acessar a informação efetiva e eficientemente;
3. Avaliar criticamente a informação e suas fontes incorporando a
informação selecionada à sua base de conhecimentos e valores
pessoais;
4. Usar eficientemente a informação, individualmente ou em grupo,
para alcançar propósitos específicos;
5. Compreender os aspectos econômicos, legais e sociais do uso de
informação, e saber acessar e usar de forma ética e legal
ANZIIL by Alan
Bundy
Australian and New
Zealand Information
Literacy Framework:
principles, standards
and practice
(ANZIIL 2004)
Recomenda seis padrões e exemplos para o desenvolvimento da
CoInfo, discorrendo que a pessoa deve:
1. Reconhece a necessidade de informação e determina a natureza e
extensão da informação necessitada;
2. Encontra a informação necessária efetiva e eficientemente;
3. Avalia a informação criticamente e o processo de busca;
4. Gerencia a informação recuperada ou produzida;
5. Aplica as informações para construir novos conhecimentos; 6.
Usa a informação com consciência e reconhece a existência de
questões culturais, éticas, econômicas, legais e sociais no uso da
informação
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publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
International
Federation of
Library
Association and
Institutions
(IFLA) by Jesus
Lau
Guidelines on
Information Literacy
for Lifelong Learning
(LAU 2007)
Os padrões possuem três componentes básicos:
1. Acesso eficiente e eficaz:
- Reconhece a necessidade de informação;
- Faz algo para encontrar a informação;
- Expressa a necessidade de informação;
- Identifica e avalia as fontes;
- Aplica estratégias de busca;
- Acessa as fontes selecionadas;
- Seleciona e recupera a informação.
2. Avaliação crítica e competente
- Analisa e retira a informação;
- Interpreta a informação;
- Avalia a informação;
- Ordena e categoriza;
- Reúne e organiza;
- Escolhe a melhor e mais útil.
3. Uso preciso e criativo
- Articula formas de usar, apresentar e comunicar;
- Aplica a informação recuperada;
- Apreende ou internaliza a informação;
- Apresenta o produto da informação;
- Compreende o uso ético da informação;
- Respeita o uso legal;
- Comunica o produto da informação;
- Usa os padrões para o reconhecimento da informação
Society of
College, National
and University
Libraries for UK
and Ireland
(SCONUL)
The SCONUL Seven
Pillars of Information
Literacy: core model
for higher education
(SCONUL 2011)
Estabelece sete pilares para a CoInfo:
1. Identifica a necessidade de informação;
2. Avalia o conhecimento e identifica lacunas;
3. Constrói estratégias de busca;
4. Localiza e acessa a informação;
5. Revisa o processo, compara e avalia;
6. Organiza eticamente;
7. Aplica os conhecimentos aprendidos, sintetiza informações, cria
conhecimentos e dissemina de várias maneiras
Association of
College and
Research
Libraries
Guidelines for
Instruction Programs
in Academic
Libraries (ACRL
2011)
Oferta diretrizes sobre a estruturação e planejamento dos programas:
1. Desenho do Programa:
Declaração de propósito;
Identificação do conteúdo da instrução;
Identificação de modos de instrução;
Estruturas do programa; e
Avaliação sistemática
2. Apoio:
Instalações instrucionais e de apoio;
Suporte financeiro;
Educação contínua e desenvolvimento;
Recursos humanos
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Alejandro Uribe
Tirado
75 lições aprendidas
para melhorar os
programas de
literacia da
informação: da
Ibero-América às
universidades em
todo o mundo (Uribe
Tirado 2014)
Apresenta 75 lições voltadas aos programas de CoInfo, que são
adaptáveis. Estão organizadas em quatro categorias:
1. Contextos sociais e organizacionais específicos;
2. Processos de ensino e pesquisa;
3. Processos de aprendizagem;
4. Processos de avaliação da qualidade e melhoria contínua
Association of
College and
Research
Libraries
Framework for
Information Literacy
for Higher Education
(ACRL 2016)
Mostra seis quadros conceituais, contendo práticas de conhecimento
e disposições:
· Autoridade é construída e contextual;
· Criação da informação como um processo;
· A informação tem valor;
· Pesquisa como investigação;
· Discurso acadêmico como diálogo;
· Busca como exploração estratégica
Association of
College and
Research
Libraries
Characteristics of
Programs of
Information Literacy
that Illustrate Best
Practices: a guideline
(ACRL 2019)
Descreve em sete categorias as melhores práticas aplicadas ao
desenvolvimento de programas CoInfo. A saber:
1. Missão, metas e objetivos;
2. Planejamento;
3. Apoio administrativo e institucional;
4. Sequenciamento de programas;
5. Pedagogia;
6. Comunicação e Advocacy;
7. Avaliação do programa e avaliação do estudante
Riina Vuorikari;
Stefano Kluzer;
Yves Punie
DigComp 2.2 - The
Digital Competence
framework for
citizens: with new
examples of
knowledge, skills and
attitudes
(1)
.
(Vuorikari et al.
2022)
Apresenta cinco áreas que descrevem o que implica ser a
competência digital, visando ajudar os cidadãos no uso crítico e
seguro das tecnologias digitais e emergentes, a saber:
. Informação e alfabetização de dados;
. Comunicação e colaboração;
. Criação de conteúdo digital;
. Segurança;
. Resolução de problemas
Fonte: elaborado pelas autoras (2023)
O quadro aponta as principais características dos parâmetros, observa-se que o ACRL
(2000) sugere que bibliotecários e o corpo docente devem trabalhar juntos para elaborar diferentes
estratégias e instrumentos de avaliação de aprendizado, conforme os níveis de conhecimento de
cada grupo. O Framework (ACRL 2016) atualiza os conceitos do ACRL (2000), reforça a
responsabilidade e o caráter dinâmico do ecossistema informacional, a importância da
autorreflexão no uso da informação para o crescimento individual e a evolução social, também
aponta sobre a inflexibilidade dos padrões anteriores. O documento é organizado em seis quadros
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
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conceituais que orientam bibliotecários e docentes a conectar as competências com iniciativas de
sucesso estudantil, a criar diálogos acadêmicos e a avaliar a aprendizagem dos estudantes.
Outras instituições como a ANZIIL e a IFLA, utilizam os padrões do ACRL (2000), porém
os conceitos são adaptados para incorporar entendimentos locais e internacionais sobre a
competência em informação. Nesta perspectiva, Lau (2007), elaborou as Diretrizes sobre
Desenvolvimento de Habilidades em Informação para a aprendizagem permanente, uma estrutura
acessível aos profissionais da informação para o desenvolvimento de programas dessa natureza,
em bibliotecas universitárias e escolares. São propostos padrões de acesso, avaliação e uso da
informação, que podem ser adotados na íntegra, adaptados às realidades das instituições ou de
países que venham a utilizá-la (Lau 2007).
The SCONUL Seven Pillars of Information Literacy: core model for higher education
(SCONUL 2011), é uma segunda versão do documento publicado pela Society of College, National
and University Libraries for UK and Ireland em 1999. A instituição representa as bibliotecas
universitárias do Reino Unido e da Irlanda, revisou o documento de 1999, com vistas a tornar os
conceitos mais claros e atuais. Os sete pilares apresentam um conjunto de habilidades, atitudes e
comportamentos, no cerne da competência em informação, no qual espera-se que o indivíduo
galgando os níveis de conhecimento à medida que desenvolva as competências.
O Guidelines for Instruction Programs in Academic Libraries (ACRL 2011) é um guia
composto por orientações básicas para auxiliar as instituições de ensino superior e profissionais da
informação no desenvolvimento de programas de competência em informação, no âmbito do
planejamento da estrutura e dos métodos de instrução, avaliação e do apoio financeiro e
tecnológico. Segundo o guia, os programas devem acompanhar a progressão de aprendizado em
cursos de caráter geral ou disciplinas específicas, onde cada instituição deverá adaptar-se à sua
realidade acadêmica (ACRL 2011).
Com o propósito a orientar os profissionais da informação no desenvolvimento, avaliação
e melhoria dos programas de competência em informação as Characteristics of Programs of
Information Literacy that Illustrate Best Practices: a guideline (ACRL 2019), apresentam uma
sequência de ideias composta por sete categorias, que servem de base para o estabelecimento de
metas e estratégias, considerando os contextos particulares de cada instituição.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
O DigComp é desenvolvido pelo Joint Research Centre, um serviço científico da Comissão
Europeia, e constitui-se em uma ferramenta para desenvolver e melhorar a competência digital dos
cidadãos europeus em vários aspectos, desde a educação, a formação e o trabalho. Sua primeira
versão foi publicada com o nome de DigComp: A Framework for Developing and Understanding
Digital Competence in Europe em 2013
(2)
, posteriormente, sofreu duas revisões: DigComp 2.0:
The Digital Competence Framework for Citizens em 2016
(3)
e DigCompEdu; European
Framework for the Digital Competence of Educators em 2017
(4)
. O documento foi novamente
atualizado em 2022, como o título de DigComp 2.2 - The Digital Competence framework for
citizens: with new examples of knowledge, skills and attitudes. Apresenta uma estrutura integrada
de conhecimentos, habilidades e atitudes com exemplos ilustrativos de uso das tecnologias digitais
cotidianas, assim como a inteligência artificial (IA) e demais tecnologias emergentes (Vuorikari
et al. 2022).
Segundo Mata (2014), o uso de padrões previamente estabelecidos tem a função de
direcionar o planejamento e a execução de programas de competência em informação, através da
elaboração de conteúdos, da verificação dos resultados alcançados pelos estudantes e da avaliação
do programa como um todo. É indispensável mencionar que a avaliação deve estar presente em
todas as etapas do processo, desde a criação do projeto, de maneira a identificar os objetivos
alcançados e os resultados atingidos, bem como compreender processos que devem ser
melhorados. A avaliação é uma ferramenta aliada do profissional da informação, para o
aperfeiçoamento e o melhoramento contínuo do programa.
É relevante observar que os parâmetros e diretrizes de competência em informação devem
ser estudados e adaptados às realidades estruturais, funcionais e curriculares de cada instituição,
de acordo com sua proposta pedagógica e com o nível de conhecimentos dos estudantes, bem como
podem ser usados em conjunto com outros padrões para atender a diferentes aspectos do programa
(Uribe Tirado 2014). De acordo com o autor, as ações de competência devem ser divulgadas com
frequência por diferentes meios e estratégias de marketing para que todos conheçam sua
importância e seus benefícios para a vida pessoal, acadêmica, profissional e social.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
3 Procedimentos Metodológicos
Com base no objetivo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, com
abordagem qualitativa. Para tanto, foi executado um levantamento bibliográfico a partir da
plataforma Google Acadêmico e na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em
Ciência da Informação (Brapci). A finalidade foi recuperar estudos que abordassem a prática de
ações e/ou de programa de desenvolvimento da competência em informação em universidades
brasileiras.
Em um primeiro momento, realizou-se uma busca no Google Acadêmico com a finalidade
de recuperar documentos diversificados. Para tanto, utilizou-se a seguinte estratégia de busca:
("Competência em informação" OR "Competência informacional") AND "biblioteca universitária"
AND "programas de competência em informação" NOT "biblioteca escolar". A busca foi realizada
no dia 25 de outubro de 2022, tendo como delimitação temporal o período correspondente aos anos
de 2012 a 2022. Como resultado foram recuperadas vinte e oito publicações, conforme o quadro 2
a seguir.
Quadro 2 - Resultado de busca Google acadêmico
Ferramenta
Recuperados
Selecionados
Google Acadêmico
28
8
Fonte: elaborado pelas autoras (2023)
Como critério de exclusão, delimitou-se que apenas os materiais que eram condizentes com
os objetivos deste artigo fariam parte do escopo desta pesquisa. Neste sentido, a partir da leitura
dos títulos, resumo e partes dos trabalhos, eliminou-se 20 deles. Por conseguinte, foram
selecionados oito itens, a saber: quatro dissertações, uma tese, um capítulo de livro e dois artigos
científicos. Optou-se por analisar os diversos tipos de materiais recuperados no Google
Acadêmico, devido à escassez de publicações sobre a temática no âmbito brasileiro.
Em um segundo momento, realizou-se a busca na base da Brapci, sendo que os resultados
mais relevantes foram obtidos através da seguinte composição de termos: “programas” AND
"competência em informação" AND "Brasil”. A busca foi realizada no dia 31 de outubro de 2022
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
e teve como delimitação temporal o período correspondente aos anos de 2012 a 2022, como
resultado foram recuperados doze artigos. Observa-se que cada ferramenta de busca tem suas
peculiaridades em relação ao uso de termos controlados, operadores booleanos e outros sinais na
aplicação da estratégia. Neste sentido, a estratégia realizada na Brapci foi testada e modificada
para otimizar os resultados e evidenciar os termos “programas” e “Brasil”.
Quadro 3 - Resultado de busca na base da Brapci
Base de Dados
Recuperados
Selecionados
BRAPCI
12
2
Fonte: elaborado pelas autoras (2023)
Utilizou-se o mesmo critério de exclusão da fonte de informação anterior, isto é, eliminar
os materiais que não estão em consonância aos objetivos da pesquisa e as duplicatas. Assim, após
uma pré-análise dos títulos, resumo e partes do texto, 10 artigos foram descartados. Sendo
importante mencionar que um destes havia sido recuperado na busca realizada no Google
Acadêmico, optando-se por mantê-lo apenas na primeira busca. Deste modo, selecionou-se apenas
dois artigos.
Ao todo foram identificados 10 materiais no Google Acadêmico e na Brapci. Assim, foi
realizada uma exploração dos materiais e uma leitura mais detalhada do texto, estabelecendo-se
duas categorias: na primeira, descritiva, buscou-se realizar uma breve representação dos materiais,
explicitando os autores, os títulos, a data de publicação e os tipos de materiais; na segunda
temática, organizou-se os materiais em uma categoria de assunto ampla, subdividida por dois
temas. Nessa última, foi possível realizar inferências, a fim de sistematizar os resultados e
contribuir com construção de conhecimento científico acerca da temática (Valentim 2005).
4 Apresentação e Análise dos Resultados
Os resultados da pesquisa foram obtidos a partir da literatura científica sobre a competência
em informação no âmbito das universidades brasileiras, com o propósito de identificar as ações
e/ou programas desta natureza no âmbito das bibliotecas universitárias brasileiras e os elementos
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Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
básicos para o seu desenvolvimento. No que se refere à apresentação dos resultados, tem-se a
primeira categoria: tipos de publicação; e a segunda: representada pela categoria temática:
competência em informação no âmbito universitário, com duas subdivisões.
4.1 Fontes da Pesquisa
A busca realizada na plataforma do Google Acadêmico recuperou documentos
diversificados. Já na base da Brapci, foram recuperados apenas artigos científicos. Ressalta-se que
todos os materiais recuperados tratam de aspectos da competência em informação referente às
práticas em bibliotecas universitárias brasileiras. A seguir, são apresentados os materiais
selecionados organizados em dois quadros, conforme as ferramentas usadas. No quadro 4
apresenta-se os resultados do buscador Google Acadêmico:
Quadro 4 - Material selecionado no Google Acadêmico
Autor
Data
Tipo de
Material
Albuquerque, M. T.
dos S.
2020
Dissertação
Bragante, D. de L.
2016
Dissertação
Gerlin, M. N. M.,
Matta, M. L. da e
Nunes, D. B.
2019
Artigo
Mata, M. L. da e
Alcará, A.
2018
Capítulo de
livro
Mazzeto, A. C. E.
2022
Dissertação
Mendonça, G. L.
2020
Tese
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Santos, F. J. dos
2015
Dissertação
Santos, K. S.,
Sousa, D. dos S. e
Lima, J. B. de
2019
Artigo
Fonte: Dados da pesquisa (2023)
Evidencia-se que a maioria das publicações selecionadas no Google Acadêmico são
investigações advindas de programas de pós-graduação da área de Ciência da Informação e de
Biblioteconomia, composto por quatro dissertações e uma tese de doutorado, dois artigos e um
capítulo de livro. No que se refere ao ano de publicação, no período cronológico delimitado nesta
pesquisa, observou-se que, somente a partir de 2015 iniciam-se publicações sobre a temática, com
um crescimento gradual de trabalhos. Contudo, nota-se uma lacuna entre os anos de 2012 e 2014,
em que não foram recuperadas publicações sobre o tema.
O quadro 5 apresenta a relação dos documentos selecionados na Brapci, que correspondem
a três artigos científicos, conforme a seguir:
Quadro 5 - Material selecionado na Brapci
Autor
Título
Data
Tipo de
Material
Lima, J. B. de, Heller,
B. e Machado, R.
Comportamento infocomunicacional de
bibliotecários e estudantes de Biblioteconomia
2022
Artigo
Vianna, B. I. e
Caregnato, S. E.
Modelos de diagnóstico institucional para
implementação de programas de Competência em
Informação em bibliotecas universitárias
2022
Artigo
Fonte: Dados da pesquisa (2023)
Observa-se que uma quantidade ínfima de artigos recuperadas na Brapci que
contemplam a temática pesquisada. Considera-se que tanto na busca realizada no Google
Acadêmico quanto na Brapci, foi possível verificar que poucos artigos exploram a temática da
competência em informação de maneira teórico-prática no âmbito universitário, necessitando-se
de mais trabalhos para o seu amadurecimento no cenário brasileiro e para sua possível
implementação nas instituições de ensino superior.
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4.2 Competência em Informação no Âmbito Universitário
Nesta categoria encontra-se uma análise temática acerca das práticas destas ações
educativas no âmbito brasileiro, que foram subdivididas em duas categorias, visto tratar-se de
aspectos distintos, a saber: a) recomendações para a construção de programas de competência em
informação e; b) ações educativas de competência em informação em bibliotecas universitárias.
4.2.1 Recomendações para a construção de programas
Essa categoria corresponde às publicações que abordam padrões, recomendações e
diretrizes para o desenvolvimento da competência em informação. Foram identificadas cinco
publicações que propõem recomendações para o planejamento e a implementação de programas
desta natureza no âmbito das universidades federais brasileiras.
A dissertação de Bragante (2016), propõe um conjunto de práticas identificadas como
recomendáveis na elaboração e gestão de um programa de competência em informação no âmbito
das universidades federais brasileiras. O estudo baseia-se em ações desenvolvidos por oito
universidades, desse modo, o autor sintetiza em um quadro, algumas recomendações a serem
realizadas no âmbito do planejamento desta tarefa, com a provisão dos recursos necessários, da
capacitação dos usuários, da integração entre profissionais, a partir de parcerias e da avaliação das
ações e dos indivíduos. Contudo, não propõe o uso de padrões ou indicadores representativos para
auxiliar o bibliotecário na elaboração das ações educativas de competência em informação.
O artigo de Gerlin et al. (2019) não apresenta parâmetros ou diretrizes específicos, no
entanto discorre sobre a importância do planejamento de programas de competência em
informação e de competência leitora em diferentes espaços, não só para a universidade, com vistas
a efetivar redes colaborativas e intercâmbio entre os diversos profissionais para a capacitação dos
sujeitos.
O planejamento de programas de CoInfo é dividido em três etapas: Estabelecimento de
objetivos e diagnóstico institucional; Atividades de capacitação de educadores; e a Implementação
de ações junto aos usuários. As autoras sugerem que ações educativas desta natureza devem
atender tanto a comunidade interna quanto a externa à instituição, mediante o estabelecimento de
uma estrutura colaborativa entre os profissionais e instituições.
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publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
Santos et al. (2019) investigam no campo acadêmico nacional e internacional, modelos
para o desenvolvimento de competências infocomunicacionais. No âmbito nacional, mencionam
os Programas de Competência em Informação da Universidade de Brasília (UnB), Programa de
Competência em Informação do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará (UFC)
e da Universidade Federal de Goiás (UFG), que possui o curso de Letramento Informacional
(CELI). No âmbito internacional, apresentam o Big6; o modelo The Research Cycle; Empowering
Eight; Open University; Information Flow, dentre outros.
Segundo Santos et al. (2019), foram recuperadas 34 instituições que promovem ações
relativas às competências, sendo que destes, 62% são direcionados à competência em informação
e 30% competências em comunicação; os outros 8% não foram discriminados. Segundo os autores,
as competências em comunicação estão inter-relacionadas com competência em informação, e
dizem respeito às habilidades de relacionamento interpessoal, participação em debates e
responsabilidade na disseminação de conteúdo.
Mata e Alcará (2018) realizam uma pesquisa de caráter bibliográfico, com propósito de
fornecer orientações e alguns exemplos de padrões e indicadores que podem auxiliar no
desenvolvimento da competência em informação em bibliotecas escolares e universitárias. São
citados os documentos: Guidelines for Instruction Programs in Academic Libraries (ACRL 2011);
Characteristics of Programs of Information Literacy that Illustrate Best Practices: a Guideline
(ACRL 2012); Council of Australian University Librarians (CAUL); Australian and New Zealand
Information Literacy Framework (ANZIIL 2004); Association of College and Research Libraries
(ACRL 2000); Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA);
Society of College National and University Libraries (SCONUL 2011); e o Framework for
Information Literacy for Higher Education (ACRL 2016).
Vianna e Caregnato (2022) relatam os resultados da execução de dois modelos conceituais
para avaliação e diagnóstico institucional de competência em informação em ambiente de ensino
universitário: o modelo Information Literate University (ILC), de Sheila Webber e Bill Johnston
(2004) e o modelo dos Niveles de Integración de ALFIN, de Uribe Tirado (2010). Os modelos são
brevemente detalhados, a partir de níveis de conhecimento, com a metodologia de aplicação e a
contextualização dos resultados.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
Bibliotecas Universitárias Brasileiras. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol.17,
publicação continua, 2023, e023012. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023012.
Além do empenho dos bibliotecários, é imprescindível realizar o diagnóstico institucional
para a implantação de programas de competência em informação em bibliotecas universitárias, a
fim de identificar o campo de ação em que deverão ser concentrados os esforços de trabalho, as
parcerias institucionais, onde obter e investir os recursos, tanto para as ações isoladas, quanto para
os programas mais abrangentes (Vianna e Caregnato 2022).
Dentre os trabalhos acima apresentados, apenas três descrevem, mais especificamente,
parâmetros para a elaboração de programas de CoInfo, a saber: Mata e Alcará (2018); Santos et
al. (2019) e Vianna e Caregnato (2022). As demais publicações não mencionam o uso destes
modelos, entretanto, apresentam conteúdos teóricos que podem auxiliar o bibliotecário na
elaboração de ações educativas desta natureza em seu ambiente institucional. Como, por exemplo,
as três etapas propostas por Gerlin et al. (2019) e as recomendações de Bragante (2016) para o
planejamento, a capacitação, a integração, os recursos tecnológicos, financeiros e humanos para a
implementação de tais programas.
Infere-se que a adoção de parâmetros validados por outras instituições é relevante, pois
servem de guia e modelo para bibliotecários e outros profissionais realizarem as etapas do processo
de planejamento e implantação de ações e/ou programas de competências para a localização,
compreensão e utilização da informação, tendo em vista que tais diretrizes podem ser adaptados à
realidade da biblioteca, aos objetivos da instituição educacional e à necessidade indivíduos.
4.2.2 Ações educativas de competência em informação
Nesta categoria, foram identificadas cinco publicações que analisam a prática de ações de
CoInfo nas bibliotecas universitárias brasileiras, a partir da perspectiva da atuação do bibliotecário
no seu ambiente de trabalho, as parcerias desenvolvidas e o uso do ambiente virtual.
Santos (2015), em sua dissertação, propõe-se avaliar a atuação do bibliotecário de
referência no desenvolvimento das ações de competência em informação, no âmbito da biblioteca
universitária da Universidade Estadual de Feira de Santana, no intuito de observar suas práticas,
as barreiras encontradas e as competências demonstradas pelos estudantes de graduação. São
relacionados os seguintes serviços: orientação de uso da biblioteca, treinamento para uso do
catálogo Pergamum e uso do Portal Periódicos CAPES para a realizar buscas.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
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Conclui-se que as ações desenvolvidas não contemplam, satisfatoriamente, as
competências para reconhecimento das necessidades de informação, avaliação e uso da
informação, e não figuram entre os objetivos descritos pelos bibliotecários para o treinamento.
Sendo, portanto, necessário que a biblioteca reavalie o planejamento das ações, com a finalidade
de promover plenamente tais competências nos estudantes. Neste sentido, o autor propõe alguns
caminhos para a promoção destas competências no espaço da biblioteca universitária, mediante o
uso dos resultados de sua investigação.
A tese de Mendonça (2020) investiga a responsabilidade social em ações educacionais
promovidas por bibliotecas universitárias públicas do Ceará. Algumas das atividades
desenvolvidas não são planejadas, sendo misturadas a ações sociais e culturais, como: vacinação,
gastronomia e outras. Segundo a autora, o ponto positivo é que os bibliotecários estão trabalhando
em parceria com os docentes na aplicando destes conteúdos sociais, o que futuramente pode
facilitar o planejamento de ações de competências em informação. Conclui-se que, devido à falta
de conhecimento acerca dos fundamentos teóricos dessas competências, as ações ofertadas naquela
instituição, não correspondem à prática do desenvolvimento de competência em informação nos
indivíduos.
A dissertação de Albuquerque (2020) propõe mapear as dificuldades informacionais dos
usuários da biblioteca da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a fim de desenvolver
estratégias pedagógicas por meio da educação a distância. Sendo ofertado, um curso introdutório
autoinstrucional, de modo experimental, com vistas a auxiliar os usuários no desenvolvimento de
competências informacionais por meio de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). As
atividades são distribuídas em 4 módulos, com 20 horas de duração. Os principais temas foram:
Introdução ao Sistema de Bibliotecas; Estratégias de buscas online; Aprendendo a pesquisar; e
Ética e Normas da ABNT. Como resultado, mais de 60% se declararam satisfeitos ou muito
satisfeitos com o curso. No entanto, o autor menciona a ausência de ações de CoInfo na instituição,
além da pequena quantidade de bibliotecários para atender a demanda dos usuários.
Mazzeto (2022) investiga como as bibliotecas da Universidade Federal Fluminense (UFF)
se adaptaram durante a pandemia da COVID-19, ocorrida nos anos de 2020-2021. Apresenta as
estratégias e as soluções adotadas pelos bibliotecários, bem como as inovações em serviços
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
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ofertados a distância, a saber: orientação para acesso a conteúdos digitais; orientação para pesquisa
em bases de dados; normalização de trabalhos acadêmicos e outros serviços, tais como:
atendimento por meio das redes sociais: Facebook, Blog, Twitter, WhatsApp, Instagram, além dos
sites da biblioteca, acesso a livros digitais, e-books, Biblioteca Virtual da Pearson, bases de dados,
lives e serviço de e-mail.
Lima et al. (2022) realizam um diagnóstico do comportamento infocomunicacional de
bibliotecários brasileiros e estudantes de biblioteconomia, tendo por meta fornecer subsídios aos
programas que visem promover competências em informação e/ou em comunicação. Para tanto,
foi ofertado um curso em formato EAD, para bibliotecários e estudantes de Biblioteconomia, com
acesso via plataforma Moodle, onde foram disponibilizadas 150 vagas, com a participação de
professores das áreas de informação e comunicação do Brasil, Portugal e Espanha. Conclui-se que,
perante a responsabilidade do bibliotecário em promover ações de competências, este profissional
ainda não incorporou conscientemente o comportamento infocomunicacional.
Depreende-se que, três pesquisas apresentam o uso do ensino à distância e das TIC para
subsidiarem seus trabalhos, a saber: a pesquisa realizada por Albuquerque (2020) que conclui que
os cursos em EAD ofertados para os bibliotecários universitários, trouxeram melhorias reais para
a comunidade acadêmica, e sugere a elaboração de outros cursos em nível avançado; Mazzeto
(2022) que menciona algumas ações e serviços inovadores ofertados durante a pandemia da
COVID-19, com foco no uso das tecnologias de informação e comunicação digitais e virtuais, são
muito vantajosos e devem continuar sendo adotados, mesmo após o período pandêmico e os
autores Lima et al. (2022) que analisaram o comportamento infocomunicacional de bibliotecários,
por meio de um curso ofertado em EAD.
Por outro lado, Santos (2015) relaciona algumas atividades realizadas pelos bibliotecários
e assevera que tais ações precisam ser revistas, pois não atendem às necessidades dos estudantes.
No mesmo sentido, Mendonça (2020) conclui que as ações propostas por bibliotecas universitárias
do Ceará, não contemplam o desenvolvimento da competência em informação efetiva nos
estudantes. Depreende-se que as atividades analisadas por estes dois autores não promovem a
independência na aprendizagem e a capacidade de reflexão necessária ao crescimento intelectual
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do indivíduo, sendo necessário o planejamento de ações educativas mais efetivas, a fim de suprir
as necessidades dos estudantes e atender os objetivos da instituição educacional.
Com base no exposto, infere-se que os bibliotecários necessitam saber utilizar as
ferramentas tecnológicas disponíveis, incorporar novas competências ao rol de suas habilidades,
para adicioná-las às ações educativas ofertadas aos usuários da biblioteca. Com base nas
recomendações de uso dos parâmetros norteadores e nos resultados desta pesquisa, será
apresentado a seguir um plano de ação, com vistas a auxiliar os profissionais da informação no
planejamento e na implementação de programas de competência em informação.
5 Plano de Ação de Competência em informação
Com base no referencial teórico e nas publicações analisadas, criou-se um plano de ação
contendo alguns elementos básicos para a estruturação de um programa de competência em
informação, com o propósito de auxiliar no planejamento destas competências nas IES. Conforme
a ACRL (2011), a institucionalização de programas e ações educativas desta natureza deve fazer
parte do planejamento estratégico geral da biblioteca. Esta orientação, configura-se em um
processo complexo e sistemático que demanda atividades de planejamento em vários níveis, tais
como: a definição de fundamentos conceituais, de bases estruturais, comunicação, processos de
avaliação do programa e dos participantes.
Segundo Lau (2007), é oportuno realizar um plano de ação para a concepção de um
programa de competências em informação, no qual devem ser estipuladas etapas a serem seguidas,
com os objetivos a serem alcançados, as metas, a justificativa, os requisitos básicos (recursos
humanos, espaço físico e equipamentos), a previsão orçamentária e um cronograma, por exemplo.
Considera-se importante envolver toda equipe da biblioteca, realizando uma análise prévia do
contexto ao qual se aplicará o programa, principalmente no âmbito do ensino superior, devido às
suas peculiaridades (Gerlin et al. 2019).
Durante a primeira etapa de um planejamento de programa, deve ser realizado um
diagnóstico na instituição, para identificar os recursos materiais, tecnológicos e humanos, podendo
ser analisados os documentos institucionais e questionário para os profissionais (Gerlin et al.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
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2019). Posteriormente, as avaliações são fundamentais para conhecer o impacto das ações de
competência em informação na vida acadêmica dos estudantes e da instituição, servindo de
parâmetro para que a equipe de trabalho faça as adequações necessárias.
Em vista disto, ressalta-se a relevância de buscar a cooperação de diferentes profissionais,
principalmente, de bibliotecários para que atuem em parceria como advocacy do programa,
coordenador, instrutor pedagógico, bem como associações de classe e outras entidades, como o
Grupo de Trabalho de Competência em Informação - (GT CoInfo) da Febab.
O quadro 6 apresenta os elementos básicos para a construção de um programa e/ou ações
de competência em informação, para auxiliar bibliotecários e outros profissionais na tarefa de
planejamento desta atividade:
Quadro 6 - Elementos básicos de um programa de competência em informação
Plano de ação
Missão; Metas; Objetivos; Planejamento operacional e pedagógico
Fundamentos
Definir conceitos; Padrões e Indicadores
Bases estruturais
Tipos e modalidades de cursos; Uso das TIC; Níveis de conhecimento e
progressão; Articulação com o currículo; Apoio administrativo, Institucional
e Parcerias
Comunicação
Divulgação ampla; Comunicação visual e Marketing
Avaliação
Avaliar o programa e o desempenho dos participantes
Equipe
Treinar e formar grupos de trabalho
Fonte: Elaborado pelas autoras (2023)
Neste quadro, com o plano de ão de competência em informação foram listados os
principais elementos de um programa desta natureza, com o seguinte detalhamento:
1. Plano de ação: deve conter missão, metas e objetivos do programa em consonância
com a unidade de informação e com a instituição no qual será realizado, bem como o planejamento
operacional (métodos, técnicas e meios usados para execução do programa) e o pedagógico
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
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(ambientes em que as aulas/oficinas/cursos serão ministrados, profissionais envolvidos e os
recursos educacionais utilizados).
2. Fundamentos: o projeto, ainda, deve ser fundamentado com o conceito de competência
em informação, isto é, como a instituição percebe e atribui significado à CoInfo; deve indicar se
segue algum parâmetro (padrões, modelos e/ou indicadores).
3. Bases estruturais: se referem aos tipos (oficinas, cursos, programas, entre outros) e
modalidades de cursos (presencial e a distância). Devem ser definidas o uso das TIC mais
adequadas ao tipo de ação planejada. Em relação ao nível de conhecimentos e progressão,
determinam-se as formações de nível básico, intermediário e avançado, sendo conduzidas
conforme desenvolvimento de habilidades informacionais das pessoas envolvidas. Se possível,
articular essas ações de CoInfo com o currículo dos estudantes. Deve-se contar e buscar apoio
administrativo e institucional (reitorias, vice-reitorias, centros de ensino, entre outros) e parcerias,
por exemplo, com o setor de tecnologia da instituição.
4. Equipe: Trata-se de definir a equipe de trabalho e treiná-la para exercer as atividades
inerentes às ações de competência em informação. Salienta-se a atualização dos profissionais
envolvidos por meio de cursos, treinamentos, etc.
5. Comunicação: o programa deve ser disseminado através de diversos meios de
comunicação (site da biblioteca, site da instituição, e-mails, folders impressos e online, etc), a
comunicação virtual (o design da arte letras, tamanho, cores, imagens, etc) deve ser estruturada
e as formas de marketing.
6. Avaliação: planejar a forma de avaliação do programa, visando verificar se os
objetivos foram alcançados, os pontos fortes e fracos, possibilitando sua melhoria contínua.
Também devem ter instrumentos e formas de avaliação a aprendizagem dos participantes, de modo
a identificar se as ações de competência em informação estão tendo impacto na aprendizagem das
pessoas.
Ressalta-se que a implementação de programas de competência em informação viabiliza-
se através do esforço coletivo de bibliotecários, professores e demais profissionais da IES.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
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Mediante o planejamento operacional, a elaboração de ações educativas eficazes e duradouras,
com base em modelos e parâmetros consolidados por outras instituições de ensino.
Salienta-se que, para ser consistente, o programa deve fazer parte do planejamento
educacional, ser incluído no currículo ou no plano das disciplinas, seu conteúdo deve ser
devidamente planejado e articulado com perfil dos estudantes e os níveis de ensino-aprendizagem.
Na perspectiva de preparar a base para o aprender a aprender e o desenvolvimento ao longo da
vida de seus estudantes (ACRL 2000).
6 Conclusão
No processo de planejamento de ações ou programas de competência em informação, a
adoção de parâmetros, diretrizes e indicadores consolidados é uma vantagem importante para
nortear o trabalho do bibliotecário, no sentido de agilizar as ações de planejamento, execução e
gerenciamento do programa. Ademais, é uma possibilidade de se atingir os objetivos de forma
mais rápida e eficiente, uma vez que ao usar a experiência de outros pesquisadores ou instituições,
pode-se combinar os padrões e adequar a realidade da instituição e às necessidades dos indivíduos.
Em um primeiro momento, com base no referencial teórico, buscou-se caracterizar alguns
parâmetros norteadores para o desenvolvimento de programas de competência em informação
direcionados às instituições de ensino superior. Em seguida, a partir das publicações analisadas
nos resultados desta pesquisa, criou-se um plano de ação de competência em informação, cujo
conteúdo destaca elementos básicos para o planejamento de um programa dessa natureza nas IES.
Acredita-se que este plano de ação pode oferecer uma orientação aos profissionais da informação,
aos bibliotecários, professores e gestores interessados em conhecer e desenvolver ações educativas
desta natureza nas instituições em que atuam.
Através da análise da literatura pesquisada nas bases de dados, identificou-se que existe
uma carência de programas formalmente estruturados para o desenvolvimento de competência em
informação nas bibliotecas universitárias brasileiras. Sendo que, a maioria dos trabalhos analisados
são voltados às pesquisas teórico-metodológicas, com poucos relatos de ações educativas dessas
competências na prática das bibliotecas.
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ALMEIDA, Eliéte Ribeiro; MATA, Marta Leandro da. Ações ou Programas de Competência em Informação nas
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Considera-se relevante toda a iniciativa de estudo em torno da temática da competência em
informação no Brasil. Contudo, faz-se necessário que os profissionais da informação e da educação
se unam, com o propósito de planejarem programas de competência em informação bem
estruturados e articulados com as IES. Tais programas podem apoiar a formação acadêmica e
social dos estudantes, contribuindo com desenvolvimento do senso crítico, com o sentimento de
pertencimento, de cidadania e com a autonomia na aprendizagem, tornando-os mais empoderados
no que se refere à informação e os aspectos que a envolvem.
A pesquisa o pretendeu ser conclusiva e, sim, contribuir com a discussão acerca da
necessidade de aplicação da competência em informação de forma estruturada e institucionalizada.
Espera-se, também, que o estudo possa suscitar novas pesquisas sobre o tema propiciando seu
aprofundamento no âmbito brasileiro e internacional, construindo novos exemplos de boas práticas
de competência em informação, que sirvam de inspiração para bibliotecários e demais
profissionais ligados à educação, visando a elaboração de programas em suas unidades de
informação.
Notas
(1) DigComp 2.2 versão da Digital Competence Framework for Citizens, é adotado na União Europeia, incluso
na Espanha em substituição ao Manual para la formación en competencias informáticas e informacionales
(CI2) de 2013.
(2) DigComp: A Framework for Developing and Understanding Digital Competence in Europe (2013).
Disponível em: https://bit.ly/3FkSkn0. Acesso: 24 out. 2022.
(3) DigComp 2.0: The Digital Competence Framework for Citizens. Update Phase 1: The Conceptual Reference
Model (2016). Disponível em: https://bit.ly/3FnEfFi. Acesso: 24 out. 2022.
(4) DigComp 2.2: The Digital Competence framework for citizens: with new examples of knowledge, skills and
attitudes (2022). Disponível em: https://data.europa.eu/doi/10.2760/115376. Acesso: 24 out. 2022.
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Received: 19/01/2023 Accepted: 20/02/2023