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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
Acadêmica. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023,
e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
CONTRIBUÃO DE GRUPOS DE PESQUISA EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PARA A
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Contribution of Information Science research groups to academic education
Francisca Clotilde de Andrade Maia (1), Andreza Pereira Batista (1),
Maria Giovanna Guedes Farias (3), Gabriela Belmont de Farias (4)
(1) Universidade Federal do Ceará, Brasil, clotildeoth@gmail.com
(2) andrezapereira@alu.ufc.br
(3) mgiovannaguedes@gmail.com
(4) gabibfarias@gmail.com
Resumo
Esta pesquisa objetiva compreender se a participação de graduandos em grupos de pesquisa contribui para
potencializar o ingresso de alunos em programas de pós-graduação em Ciência da Informação (CI). Trata-
se de estudo com abordagem quanti-qualitativa e de cunho exploratório-descritivo. Para a coleta de dados
fez-se uso de questionário, o qual foi aplicado a discentes de programas de pós-graduação em CI, que
tenham participado como membros em grupos de pesquisa durante a graduação. Para a análise de dados,
empregou-se a análise de conteúdo, com o estabelecimento das seguintes categorias: a) Atividades
realizadas no âmbito dos grupos de pesquisa em CI; e b) Incentivo e contribuição da participação em grupos
de pesquisa para ingresso na pós-graduação em CI. A amostra de dados é composta por 34 respondentes.
Os resultados indicam que quase metade dos sujeitos da pesquisa são oriundos de programas de pós-
graduação em CI da região Sudeste, e apontam que entre as principais atividades desenvolvidas nos grupos
estão a participação em debates e discussões sobre a literatura e a organização de eventos e seminários da
área. No que diz respeito à percepção sobre a contribuição dos grupos para a formação acadêmica, a maioria
dos participantes afirma ter recebido incentivo dos líderes do grupo para o ingresso na pós-graduação e que
tal ação acontecia, majoritariamente, por meio do diálogo e da coparticipação em produções científicas.
Conclui que, no que tange às perspectivas expostas pelos respondentes, os grupos de pesquisa constituem-
se como espaços de constante fomento ao desenvolvimento científico e social, e a participação ativa nesses
ambientes contribui, sobremaneira, para a formação acadêmica e para o ingresso em programas de pós-
graduação.
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
Acadêmica. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023,
e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
Palavras-chave: Grupos de pesquisa; Ciência da Informação; Formação acadêmica. Desenvolvimento
científico; Desenvolvimento social.
Abstract
This research aims to understand whether the participation of undergraduates in research groups contributes
to enhance the admission of students in graduate programs in Information Science (IC). This is a study with
a quanti-qualitative and exploratory-descriptive approach. For data collection a questionnaire was used,
which was applied to students from graduate programs in IC, who had participated as members in research
groups during their undergraduate studies. For data analysis, content analysis was used, with the
establishment of the following categories: a) Activities carried out in the scope of IC research groups; and
b) Incentive and contribution of the participation in research groups for entering graduate studies in IS. The
data sample is composed of 34 respondents. The results indicate that almost half of the research subjects
come from IC graduate programs in the Southeast region, and point out that among the main activities
developed in the groups are the participation in debates and discussions about the literature and the
organization of events and seminars in the area. In regards to the perception about the contribution of the
groups to their academic education, most of the participants affirmed that they had received encouragement
from the group leaders to enter graduate studies and that this action happened mostly through dialogue and
co-participation in scientific productions. It concludes that, as far as the perspectives exposed by the
respondents are concerned, the research groups constitute as spaces of constant encouragement to scientific
and social development, and the active participation in these environments contributes, above all, to the
academic formation and to the entry into graduate programs.
Keywords: Research groups; Information Science; Academic education. Scientific development; Social
development.
1 Introdução
A pesquisa científica é responsável pela produção de conhecimentos especializados que
contribuem para a expansão de campos do saber. A profusão de informações advém da colaboração
e continuidade de estudos realizados por pesquisadores, e, no Brasil, as práticas científicas estão
frequentemente atreladas às instituições de ensino superior (IES), uma vez que mais de 95% das
publicações científicas são desenvolvidas nas universidades públicas (Moura 2019), seja no âmbito
da graduação ou da pós-graduação, que possuem entre seu rol de atividades os grupos de pesquisa
(GPs).
Os GPs se caracterizam pela interação e contribuição de seus membros, especialmente no
que diz respeito às possibilidades de apreensão de informações científicas e tecnológicas (C&T)
por estudantes de graduação, que em sua maioria são iniciantes nas dinâmicas acadêmicas-
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Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
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científicas. Segundo Santana et al. (2014 p. 235), o “[...] agrupamento de indivíduos agindo com
o mesmo objetivo permite uma interação e um descobrimento das habilidades de cada um,
possibilitando que os pares se conheçam e passem a gerar produtos científicos e tecnológicos”.
Diante desta perspectiva, conduziu-se esta investigação com o objetivo de compreender se a
participação de graduandos em GPs, contribui para potencializar o ingresso de alunos em
programas de pós-graduação (PPG) em Ciência da Informação (CI).
A justificativa para este estudo pauta-se em dois aspectos, um deles parte da experiência
vivenciada pelas autoras no Grupo de Pesquisa Competência e Mediação em Ambientes de
Informação (CMAI), certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), da Universidade Federal do Ceará (UFC). O segundo aspecto pauta no
entendimento de que a troca e o compartilhamento de conhecimentos por meio do diálogo, da
produção de comunicações e das demais ações realizadas pelos GPs contribuem para que discentes
da graduação tenham o interesse pelo ingresso na pós-graduação e possam contribuir para o
desenvolvimento da ciência brasileira, especialmente no contexto da CI.
2 Grupos de pesquisa e a formação acadêmica
O desenvolvimento e crescimento da ciência compreende a participação ativa de
pesquisadores/cientistas, envolvidos nos mais diversos estudos em prol de proporcionar melhorias
em todos os aspectos da vida da população. Desse modo, é frequente que cientistas mais
experientes orientem discentes nos níveis de graduação e pós-graduação, até mesmo colegas de
trabalho, buscando dialogar e também estabelecer colaborações, o que pode, por vezes, resultar na
formação de GPs, os quais, segundo o CNPq ([201-]), são definidos como conjuntos de indivíduos
organizados hierarquicamente em torno de uma ou duas lideranças:
cujo fundamento organizador dessa hierarquia é a experiência, o destaque
e a liderança no terreno científico ou tecnológico;
no qual existe envolvimento profissional e permanente com a atividade
de pesquisa;
cujo trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa que se
subordinam ao grupo (e não ao contrário);
e que, em algum grau, compartilha instalações e equipamentos.
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O conceito de grupo admite aquele composto de apenas um pesquisador
e seus estudantes.
Entende-se, assim, que os membros de GPs compartilham conhecimentos especializados,
envolvendo-se com as atividades de pesquisa e subdividindo-se em campos do conhecimento e
linhas de pesquisa responsáveis por agrupar estudiosos de temáticas em comum. O destaque no
campo científico traz consigo a concepção do aporte aos membros do grupo, o que potencializa,
sobremaneira, para bons resultados de estudos a partir da sinergia dos envolvidos.
Ao apontar que um grupo admite apenas o pesquisador e seus estudantes, uma alusão
ao diálogo com discentes mais incipientes na pesquisa, o que corrobora para o entendimento da
participação destes nas atividades científicas dentro dos grupos. Mesmo quando lida-se com
estudantes de mestrado e doutorado, frequentemente vinculados à construção de pesquisas, os GPs
trazem consigo a capacidade de interlocução e de aprimoramentos, visto que a posição hierárquica
dos membros diz respeito às experiências, renome e liderança no campo. Um grupo de pesquisa é
composto, conforme Santana et al. (2014 p. 235), por:
[...] um corpo de pesquisadores (geralmente docentes mestres ou doutores),
discentes (de graduação, especialização, mestrado ou doutorado) e de pessoal de
apoio técnico, que se organizam para explorar linhas de pesquisa segundo uma
regra hierárquica fundamentada na experiência e na competência técnico
científica.
Apesar da hierarquia de formação e experiência existente entre os participantes, como
apontado pelos autores, reitera-se a importância de manter uma relação dialógica pautada na
horizontalidade, de modo que os membros com mais vivências e “bagagens acadêmicas” devem
atuar como mediadores do processo de aprendizagem e do desenvolvimento da autonomia dos
membros estudantes, conforme Souza e Chapani (2019).
Além disso, a heterogeneidade entre os membros é um fator relevante, pois Oliveira (2011
p. 185) reitera que o grupo de pesquisa “[...] constitui um intercâmbio que possibilita o
reconhecimento de si e do outro. No momento em que interagimos com diferentes pessoas,
conhecemos outros pontos de vista e, possivelmente, (res)significamos saberes e representações”.
Para a autora, a vida acadêmica é, por muitas vezes, focada em experiências individuais e
competitivas, de modo que as vivências coletivas e de produção partilhadas são, constantemente,
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preteridas. Isto posto, o grupo de pesquisa torna-se um dos espaços, no âmbito da universidade,
que tem a capacidade de estimular de modo significativo o compartilhamento de conhecimentos,
experiências e a colaboração, aspectos que contribuem para a formação acadêmica.
Santana et al. (2014) corroboram ainda que a cooperação entre pesquisadores contribui
como um fator de desenvolvimento econômico, político e social, pois as relações em rede dos
membros de GPs se configuram por seus mecanismos de interação e pela exploração das linhas de
pesquisa, que aproximam estudiosos de temáticas semelhantes em agrupamentos sociais de debate
e de diálogo em prol das pesquisas científicas. Logo, os GPs integram o processo de construção
da ciência que envolve interações entre seus diversos atores, tais como docentes e discentes de
instituições de ensino.
Ser membro de um grupo de pesquisa resulta em amadurecimento na vida acadêmica do
graduando, uma vez que ele será designado a realizar tarefas distintas das exigidas no âmbito das
disciplinas da graduação e que auxiliam no seu desenvolvimento pessoal, profissional e
acadêmico. Tais demandas proporcionam o amadurecimento de competências essenciais para a
sua formação acadêmica, e algumas das atividades que possibilitam tal crescimento podem ser
visualizadas no Quadro 1, sob a perspectiva de diferentes autores:
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Quadro 1 - Atividades realizadas em grupos de pesquisa
Krahl et al. (2009)
Odelius e Sena (2009)
produção textual a partir da revisão de
literatura, com buscas eletrônicas em
bibliotecas e revistas virtuais e no acervo
bibliográfico da instituição e do grupo;
acompanhamento regular das reuniões do
grupo para discussões e deliberações;
organização e realização de seminários sobre
o referencial teórico envolvido na pesquisa;
validação da entrevista semi-estruturada até o
envolvimento com a coleta de dados,
favorecendo o contato com a realidade e
estabelecendo paralelos com o referencial
teórico;
participação ativa no processo de transcrição,
elaboração do banco de dados e análise dos
resultados e elaboração de resumo, pôsteres e
artigos.
laboração do banco de dados e análise dos
resultados e elaboração de resumo, pôsteres e
artigos
planejamento de pesquisa (elaboração de
projeto de pesquisa, observando critérios
científicos);
revisão de literatura (identificação de fontes e
discernimento quanto à qualidade dos estudos
e à contribuição para a pesquisa);
coleta e análise de dados (elaboração,
validação e aplicação de instrumentos);
utilização de técnicas de coleta e de análise de
dados quantitativas e qualitativas;
organização e tratamento de banco de dados;
comunicação de resultados (elaboração de
relatórios de pesquisa, de trabalhos e de
comunicações científicas em encontros e
seminários);
devolução de resultados aos sujeitos
pesquisados e coordenação de atividades de
pesquisa (planejamento, distribuição de
atividades, suprimento de recursos, atividades
administrativas e organização de reuniões).
Fonte: adaptado de Krahl et al. (2009) e Odelius e Sena (2009)
De acordo com o exposto, as atividades desempenhadas no âmbito dos GPs envolvem
especialmente as etapas relacionadas à metodologia da pesquisa, abordando tópicos como
planejamento inicial, produção de texto e de instrumentos de coleta, tratamento e análise de dados
quantitativos e qualitativos e feitura de relatórios e comunicações para apresentação de resultados.
Para Krahl et al. (2009) essas tarefas proporcionam uma visão amplificada da pesquisa, auxiliando
o discente a desenvolver competências e capacidades inerentes à função de pesquisador. Além
disso, constata-se também atividades referentes à gestão do grupo, como planejamento das metas,
organização de reuniões, criação de canais de comunicação e demais tópicos administrativos.
Na pesquisa denominada “Formação Universitária de professores: a participação de
licenciandos de ciências biológicas em Grupos de Pesquisa”, Souza e Chapani (2019) investigaram
a contribuição dos grupos de pesquisa para a formação universitária de licenciados em Ciências
Biológicas do Campus Jequié da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. O estudo teve a
participação de 16 líderes e 24 licenciados participantes de GPs vinculados ao Departamento de
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
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e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
Ciências Biológicas (DCB) da universidade. As autoras chegaram à conclusão de que, na
perspectiva dos participantes, os grupos podem proporcionar os seguintes aspectos elencados no
Quadro 2:
Quadro 2 - Contribuição dos grupos de pesquisa para a formação universitária
Mais entendimento sobre o curso, pois amplia o conhecimento das disciplinas e contato com a
literatura atualizada, uma vez que, entre as atividades realizadas em grupos de pesquisa, há a
leitura e o debate de livros da área que, em alguns casos, não são apresentados na graduação;
Incentiva a participação em eventos - tendo em vista ser uma prática comum os grupos de
pesquisa organizarem eventos acadêmicos e científicos;
Proporciona conhecimentos sobre práticas de pesquisa no âmbito acadêmico e elaboração de
trabalhos de conclusão de curso;
Auxilia no desenvolvimento do hábito de leituras e das rotinas de estudos dos discentes.
Fonte: adaptado de Souza e Chapani (2019)
Constata-se que as contribuições expostas no quadro 2 - ampliar o repertório intelectual
sobre as temáticas relacionadas ao curso, participação em eventos, conhecimento sobre
metodologia da pesquisa e criação de rotina de estudos -, estão diretamente relacionadas às
atividades apresentadas no quadro 1, de modo a tornar evidente a relevância da criação e
solidificação dos GPs, uma vez que as práticas realizadas em seu âmbito proporcionam
colaborações concretas e diferenciais para a formação acadêmica do discente.
Porém, para além da contribuição técnica e científica, também a formação social e o
desenvolvimento de habilidades interpessoais, tendo em vista os momentos de interação e
socialização, ocorridos mediante os encontros e debates entre os membros. Algumas das
habilidades interpessoais que podem ser desenvolvidas por meio da atuação em GPs envolvem:
[...] a assertividade para trabalhar com pessoas com características diferentes,
trabalho em equipe, ponderação de aspectos políticos para tomada de decisão,
proatividade, desenvolvimento de autonomia para resolver problemas, resolução
de conflitos, comunicação e tornar-se consciente de seu papel (Odelius e Sena
2009 p. 14).
Tais habilidades, como assertividade, cooperação, proatividade, comunicação e tomada de
decisão, mostram-se essenciais nos mais diversos cenários - acadêmico, profissional e social -, e
seu desenvolvimento no âmbito dos GPs resulta do fato de a ciência ser, conforme Souza e Chapani
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
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e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
(2019), uma atividade notadamente colaborativa, por isso demanda a reunião de pesquisadores em
grupos, ou em redes, capazes de fortalecer a produção científica e desenvolver suas próprias
capacidades enquanto investigadores científicos.
Apesar dos evidentes benefícios apontados, é preciso ressaltar o desafio envolvido no
processo de conciliar as atividades diárias e obrigatórias das disciplinas da graduação com as
demais atividades extracurriculares, bolsas, estágios e com o grupo de pesquisa, pois demandam
dedicação e atenção em suas execuções. No entanto, sobre este tópico, no estudo de Souza e
Chapani (2019) um dos sujeitos da pesquisa apontou que a participação no grupo de pesquisa não
atrapalhou, mas, de fato, contribuiu para que houvesse maior rendimento e aprofundamento das
temáticas discutidas em sala de aula, tendo em vista que o estudante foi capaz de criar conexões
significativas com o conteúdo exposto e o conteúdo anteriormente estudado no grupo.
Isto posto, infere-se que, conforme apontado por Krahl et al. (2009), o percurso trilhado
nos GPs fortalece o elo criado entre os membros, favorece o processo de ensino aprendizagem e,
consequentemente, oportuniza o desenvolvimento da área de estudo em questão, tendo em vista
que, apesar de cada segmento científico ter características e perfis únicos, crescem e se solidificam
mediante as diversas tipologias de contribuições acadêmicas e científicas.
2.1 Grupos de pesquisa na área de Ciência da Informação
Segundo o último censo realizado pelo CNPq em 2016 (censo atual), disponível no
Diretório de Grupos de Pesquisa (DGP/CNPq), existe um total de 37.640 grupos e 199.566
pesquisadores. Sobre o universo de grupos vinculados à área de Ciência da Informação, os dados
coletados pelo estudo de Moreira et al. (2020) apontaram a existência de 269 grupos no Brasil. No
que diz respeito à quantidade de membros, os autores contabilizaram 4.316 participantes, de modo
que 2.347 são pesquisadores e 1.969 são estudantes. Eles apontam também o expressivo
crescimento da produção científica dos grupos ao descobrir que mais de 50% das publicações
aconteceram entre 2008 e 2015, em uma análise que compreendeu o intervalo entre 1992 e 2015
(Moreira et al. 2020).
A pesquisa das autoras apresenta ainda que, no panorama nacional, quase metade dos
grupos existentes no Brasil são oriundos da região Sudeste (45,45%), com ela se destacando
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e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
também por ser a mais produtiva. Moreira et al. (2020) apontam que uma possível explicação seja
por se tratar da região mais desenvolvida no território nacional. Um fator que também chama a
atenção das autoras é que, apesar de não estar no mesmo nível de desenvolvimento social e
econômico que o Sudeste, a região Nordeste aparece na segunda posição entre as regiões do país
que apresentam expressiva quantidade de produção científica na área da CI.
Sobre as temáticas de estudo dos grupos, o trabalho de Batista e Farias (2020) identificou
o cenário, abordagens temáticas e veículos de comunicação mais presentes nas linhas de pesquisa
dos grupos da Região Nordeste do Brasil. As autoras compreendem que os GPs englobam “[...]
um dos núcleos centrais na caracterização do cenário da pesquisa brasileira, onde visualiza-se
contribuições e colaborações entre pesquisadores e destes com a sociedade que o cercam”, de
modo que a CI é integrante deste universo e produz comunicações no âmbito de suas comunidades
acadêmicas e GPs. Nesse ínterim, a figura 1, abaixo, apresenta as abordagens temáticas presentes
nos GPs da CI do Nordeste brasileiro cadastrados no DGP/CNPq.
Figura 1 - Temáticas dos Grupos de Pesquisa da Região Nordeste de acordo com as linhas de pesquisa
Fonte: Batista e Farias (2020)
Conforme apresentado na nuvem de palavras, a predominância das temáticas envolvidas
pela Informação, Mediação, Tecnologia, Gestão e Conhecimento, de modo que os termos
predominantes corroboram e perpassam pelas seis subáreas de estudo e pesquisa que se
desenvolveram no escopo da CI, de acordo com o entendimento de Araújo (2014): informação
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científica e tecnológica, representação da informação, estudos de usuários, gestão da informação
e do conhecimento, política e economia da informação e estudos métricos da informação.
No sentido de proporcionar visibilidade social e acadêmica para os GPs que investigam a
CI e para as pesquisas que desempenham, Oliveira (2009) sugere uma série de ações:
1. Concentrar esforços nos problemas básicos da CI, evitando a dispersão de
temas. 2. Organizar e estruturar a pesquisa em torno das linhas de pesquisas da
pós-graduação. 3. Criar grupos de pesquisa em consonância com a linha de
pesquisa que o pesquisador orienta na pós-graduação. 4. Promover seminários e
encontros temáticos entre pesquisadores, visando maior socialização dos
mesmos. 5. Refletir e desenvolver maior número de pesquisas sobre a
interdisciplinaridade (2009 p. 54).
Para a autora, é essencial concentrar os estudos em questões basilares da CI, de modo a
evitar a dispersão do escopo da área, mas, ao mesmo tempo, estimular a interdisciplinaridade das
pesquisas, que é uma das características mais representativas da área. Além disso, percebe-se entre
as ações listadas a relação fundamental entre os GPs e a pós-graduação, sendo esta uma importante
instância impulsionadora da criação e consolidação dos Grupos de Pesquisa no Brasil como afirma
Santana et al. (2014).
Por conseguinte, Lopes (2014) compreende que o crescimento da Ciência da Informação
ao longo das últimas décadas impulsionou não somente o desenvolvimento de pós-graduações,
mas de graduação e de GPs nesta área de conhecimento, resultando em mudanças paulatinas na
pesquisa individual e impulsionando colaborações por meio do intercâmbio de informações e da
produção e publicação de livros e artigos científicos.
Assim, o envolvimento em GPs e em suas atividades abrange interações, diálogos e
compartilhamentos, que agregam valor aos membros que se comprometem com as ações
desenvolvidas, sejam no âmbito da graduação quanto no âmbito da pós-graduação. Os graduandos,
por exemplo, ao fazerem parte deste universo, convivem com inúmeros elementos constituintes da
ciência, e são incentivados a continuarem se qualificando e ingressarem na pós-graduação.
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3 Procedimentos metodológicos
Este estudo foi conduzido pelos pressupostos da abordagem quanti-qualitativa e se
caracteriza como exploratório-descritivo quanto aos seus objetivos, uma vez que visa proporcionar
familiaridade com a temática. Para a coleta de dados utilizou-se o questionário, pois, de acordo
com Severino (2016 p. 134), esta técnica consiste na aplicação de um conjunto de “[...] questões,
sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por pares dos
sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião destes sobre os assuntos em estudo”. O
instrumento, elaborado na plataforma Formulários Google, foi composto por oito perguntas, com
três questões abertas e cinco fechadas, dispostas no Quadro 3. O período de coleta ocorreu entre
os dias 16 a 30 de setembro de 2021.
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Quadro 3 - Questionário utilizado na pesquisa
01) Qual programa de pós-graduação e instituição você é vinculado?
02) Por quanto tempo você participou de Grupos de Pesquisa (GPs) na graduação?
( ) 06 meses - 01 ano ( ) 01 ano - 02 anos
( ) 02 anos - 03 anos ( ) 04 anos ou mais
03) De quantos GPs você participou na graduação?
( ) 01 GP ( ) 02 GPs ( ) 03 ou mais GPs
04) Quais atividades foram realizadas no(s) GP(s) que você participou? (É permitido marcar mais de
uma alternativa)
( ) Participação em discussões/debates de livros, artigos, entre outros
( ) Produção de comunicações acadêmico-científicas (artigos, capítulos de livros, entre outros)
( ) Organização de seminários, eventos, palestras, entre outros
( ) Outro: __________________________________________
05) O(s) líder(es) do(s) GP(s) incentivaram os membros a ingressarem na pós-graduação?
( ) Sim ( ) Não
06) Se sim, como aconteceu esse incentivo?
07) A participação em GPs contribuiu para o ingresso na pós-graduação?
( ) Sim ( ) Não
08) Se sim, de que forma aconteceu essa contribuição?
Fonte: Dados da pesquisa 2021
Anterior à divulgação do formulário, foi realizada a aplicação de um p-teste com um
discente com perfil semelhante ao determinado para esta pesquisa e que participava, naquele
período, de um GP. Para Marconi e Lakatos (2003 p. 203) o pré-teste é uma etapa essencial pois é
capaz de evidenciar:
[...] possíveis falhas existentes: inconsistência ou complexidade das questões;
ambigüidade ou linguagem inacessível; perguntas supérfluas ou que causam
embaraço ao informante; se as questões obedecem a determinada ordem ou se são
muito numerosas etc. Verificadas as falhas, deve-se reformular o questionário,
conservando, modificando, ampliando ou limitando itens; explicitando melhor
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alguns ou modificando a redação de outros. Perguntas abertas podem ser
transformadas em fechadas se não houver variabilidade de respostas.
Destarte, infere-se que o pré-teste influencia sobremaneira no sucesso da aplicação do
instrumento de coleta de dados, contribuindo para obtenção de dados que representem
fidedignamente a percepção do grupo amostral.
Após a aplicação do pré-teste, foram sugeridas alterações de ordem textual para o melhor
entendimento das questões do formulário. Concluídas as modificações, seu link foi disseminado
em diferentes mídias: compartilhado em grupos do WhatsApp relacionados à CI, em grupos do
Facebook que agregam pessoas vinculadas a PPG, e enviado via e-mail para 98 líderes de GPs
relacionados à CI que estão cadastrados no DGP/CNPq.
Os e-mails dos líderes de GPs encontram-se disponíveis no DGP/CNPq mediante consulta
individual. Para tal, foi realizada uma busca na base corrente da supracitada plataforma mediante
à área do conhecimento “Ciência da Informação”. Na ocasião (setembro/2021) foram recuperados
90 grupos. Além disso, solicitou-se aos deres que compartilhassem o formulário com discentes
da pós-graduação que, durante a graduação, foram membros de GPs.
O procedimento de análise adotado foi a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011),
que visa estabelecer categorias que nortearão o processo de exploração dos dados, sendo seu uso
justificado pela possibilidade de descrição e inferência do conteúdo das mensagens. Foram
estabelecidas para a análise duas categorias: a) Atividades realizadas no âmbito dos GPs em CI; e
b) Incentivo e contribuição da participação em GPs para ingresso na pós-graduação em CI.
O sustentamento ético da pesquisa baseou-se nos apontamentos da Resolução 510, de
2016, ao resguardar que pesquisas que objetivam “[...] o aprofundamento teórico de situações que
emergem espontânea e contingencialmente na prática profissional [...]” (Brasil 2016) não
necessitam ser avaliadas por comitê de ética, sob condição de que não revelem dados que
identifiquem os sujeitos respondentes. Ademais, para garantir o aspecto ético, anexou-se ao
instrumento de coleta de dados o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que assegura a
participação voluntária e anônima, bem como a utilização dos dados para fins estritamente
acadêmicos e científicos.
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
Acadêmica. Brazilian Journal of Information Science: research trends, vol. 17, publicação contínua, 2023,
e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
4 Análise e discussão dos dados
Após o encerramento da coleta de dados, obteve-se retorno de 36 respondentes de
diferentes PPGs do Brasil, resultando em uma taxa de resposta de aproximadamente 36%, com
base no envio do formulário para os 98 líderes. Entretanto, duas respostas foram desconsideradas
da amostra, por não condizerem com o público-alvo do estudo, perfazendo um total de 34
respondentes para a análise, com as falas codificadas pela letra “E” seguida do número
correspondente à ordem de submissão do formulário.
As três primeiras perguntas do questionário categorizam o perfil dos participantes do
estudo e buscavam caracterizar os respondentes, de modo a saber: a instituição e o PPG que os
discentes são vinculados, e por qual período, além da quantidade de grupos de pesquisa que eles
participaram na graduação. O questionário teve aderência de diversas universidades e PPGs do
país, conforme apresentado na tabela 1 a seguir:
Tabela 1 - Quantidade de respondentes por programas de pós-graduação
Programa de pós-graduação
Quantidade
%
07
20,6
06
17,6
04
11,8
03
8,8
03
8,8
03
8,8
02
5,9
02
5,9
01
2,9
01
2,9
01
2,9
01
2,9
34
100
Fonte: Dados de pesquisa 2021
Percebe-se que houve uma adesão predominante dos respondentes vinculados a
universidades da região Sudeste do país. Tal fator pode ser entendido pela predominância dos GPs
da CI se encontrarem nesta região do país, de acordo com os dados obtidos na pesquisa de Moreira
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
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et al. (2020). O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal
de Minas Gerais (PPGCI/UFMG) teve sete respondentes, o que corresponde a 20,6% da amostra,
e o PPGCI da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com seis, resultando em 17,6%. Em relação
à quantidade e ao tempo de participação em GPs durante a graduação, as tabelas 2 e 3 demonstram
que a maioria dos respondentes apontaram a atuação em apenas um GP (73,5%) durante um
período de dois a três anos (29,4%):
Tabela 2 - Quantidade de Grupos de Pesquisa que participou
Quantidade de GPs
Qtd.
%
01 GPs
25
73,5
02 GPs
06
17,6
03 GPs ou mais
03
8,8
Total
34
100
Fonte: Dados de pesquisa 2021
Tabela 3 - Período de participação em Grupos de Pesquisa
Período
Qtd.
%
06 meses 01 ano
08
23,5
01 ano 02 anos
09
26,5
02 anos 03 anos
10
29,4
04 anos ou mais
07
20,6
Total
34
100
Fonte: Dados de pesquisa 2021
Em relação à análise qualitativa dos dados, a primeira categoria estabelecida no percurso
metodológico, Atividades realizadas no âmbito dos GPs em CI (composta pela quarta pergunta
do formulário), teve por objetivo identificar quais eram as principais atividades realizadas nos GPs.
Havia quatro opções de escolha, sendo que as três primeiras foram compostas pela ‘Participação
em discussões/debates de livros, artigos, entre outros’, ‘Produção de comunicações acadêmico-
científicas (artigos, capítulos de livros, entre outros)’, ‘Organização de seminários, eventos,
palestras, entre outros’, e a última comportava a adição de outras atividades não contempladas nas
opções anteriores, apresentadas no Gráfico 1:
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Gráfico 1 - Totalidade de atividades realizadas nos GPs no âmbito da Ciência da Informação
Fonte: Dados da pesquisa 2021
Visualiza-se que um índice substancial dos respondentes esteve envolvido em
discussões/debates (31 respostas), na produção de comunicações acadêmico-científicas (22
respostas) e na organização de eventos (27 respostas). Desse modo, todas as opções expostas na
questão direcionam para a percepção das interações e diálogos ocorridos nos GPs, de forma que a
colaboração científica apontada por Santana et al. (2014) é manifestada na amostra. Cabe salientar
que todos os respondentes apontaram pelo menos uma das opções dispostas na questão quatro do
formulário, assim, entende-se que as ações desenvolvidas pelos GPs convergem para os objetivos
dispostos pelo CNPq ([201-]).
As ações apontadas pelos respondentes corroboram com o exposto por Krahl et al. (2009)
e Odelius e Sena (2009) ao delinearem como atividades do GP a participação em reuniões e
debates, eventos com temáticas consoantes a área e produção científica, incluindo desde o
delineamento do estudo, a produção textual e aos procedimentos metodológicos, como a
elaboração de instrumentos de coleta e análise de dados de dados quantitativos e qualitativos.
Além disso, tais atividades suscitam reflexões sobre o incentivo a elas pelos integrantes
dos grupos. A produção e publicação de comunicações de estudos especializados é um dos pilares
do ciclo da ciência, que necessita se retroalimentar para que possa evoluir e auxiliar no
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
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desenvolvimento social. Targino e Torres (2014) inferem que a comunicação científica é
indispensável para o progresso dos países, haja vista que o desenvolvimento coletivo só é viável a
partir da circulação de informações de naturezas distintas e heterogêneas, de modo que a pesquisa
científica encontra-se no alicerce de todo o processo comunicacional voltado para as comunidades
acadêmicas. Entretanto, não comunicação efetiva sem diálogo, seja mediante a leitura de
documentos ou pela troca informal decorrente da informação verbal. Logo, as atividades não são
visualizadas separadamente, mas complementares e simultâneas, direcionadas para a construção e
disseminação do conhecimento científico e tecnológico.
Também se destaca que na opção ‘outros’, o participante E14 afirma que atuou em “práticas
de pesquisa-ação, com intervenções ambientais, ainda na década de 1980” e E20 respondeu que se
envolveu em “projetos de extensão”. Ambas as respostas exteriorizam e reforçam a relação entre
o tripé ensino, pesquisa e extensão, basilares para as práticas educacionais no contexto
universitário nacional, bem como situa os GPs além das formas tradicionais do fazer científico,
posicionando-os em contato com as diversas comunidades advindas de projetos de extensão, haja
vista seu caráter de troca com os coletivos fora do meio acadêmico.
A segunda categoria de análise denominada b) Incentivo e contribuição da participação
em GPs para ingresso na pós-graduação em CI compreendeu as questões cinco a oito do
formulário. A quinta pergunta indagou se havia incentivo por parte do líder do grupo de pesquisa
para o ingresso dos membros graduandos na pós-graduação, e, em caso afirmativo, a sexta
pergunta explorou de que forma aconteceu esse incentivo. Das 34 respostas, 30 (88%) afirmaram
que houve o incentivo supracitado, índice este expressivo quanto ao estímulo à educação
continuada mediante a progressão para a pós-graduação. Abaixo selecionou-se três respostas
representativas do cenário apresentado:
E03: A docente sempre ressaltava a importância da pesquisa para as
transformações no contexto social e despertava em todos do grupo o interesse
pela investigação científica. Além disso, a líder do grupo também deixava claro
o perfil dos membros para seguir na academia.
E16: Mostrando que as pesquisas e/ou coisas que escrevemos tinha potencial
para pós e que caso quisesse poderia tentar na próxima seleção.
E32: O incentivo era realizado por palavras de afirmação, falavam que seria
bom ter a minha pesquisa em um programa de pós-graduação. Também recebi
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e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
auxílio no processo seletivo para entrar no programa e na construção de um
projeto de pesquisa.
Os participantes focam no diálogo e nas interações dos membros e líderes dos GPs no que
concerne ao ingresso na pós-graduação, além de demonstrar a importância da especialização tanto
para o progresso da ciência brasileira quanto para o desenvolvimento profissional do discente. As
conversas sobre como a pós-graduação se configura, também foram citadas nas respostas, o que
demonstra certa diligência ao preparar os membros para as dinâmicas envolvidas na comunidade
acadêmica.
As respostas também suscitaram reflexões acerca das conversas informais que aumentam
a autoestima e proporcionam maior confiança no discente. discussões extensas e complexas na
literatura científica sobre a saúde mental dos pesquisadores, mas não se tem aqui a intenção de
adentrar nesse campo, todavia, a presença do diálogo positivo e estimulante entre membros de GPs
traz a tona trocas benéficas, que auxiliam os futuros pesquisadores a se inserirem na comunidade
acadêmica de forma saudável. Essa perspectiva é considerada por Oliveira (2011) ao dissertar que
o mundo acadêmico carrega consigo uma faceta competitiva focalizada em vivências individuais,
no entanto, para a autora, os GPs devem ser espaços capazes de propiciar o desenvolvimento de
relações dialógicas, interativas e de trocas de experiências e conhecimento, contribuindo para a
formação acadêmica individual, bem como para o desenvolvimento da ciência e da sociedade.
Sobre outras formas de incentivo dos docentes, dois respondentes, E1 e E5, afirmaram ter
apoio com a indicação de materiais de estudo, aspecto que corrobora com o entendimento de Souza
e Chapani (2019), ao assegurarem que a vivência em GPs proporciona a ampliação do
conhecimento e o contato com literatura atualizada. E17 e E30 apontaram o auxílio na
elaboração de projetos de pesquisa; E18 mencionou os incentivos para a produção de artigos, que
segundo ele, resultava no seu desenvolvimento; e, por fim, E14 citou o apoio “por meio de
parcerias no desenvolvimento de pesquisas e comunicações científicas”. Dessa forma, entende-se
que o suporte dos docentes, seja direto, como a inclusão de discentes em projetos de pesquisa
durante a graduação, ou indireto, como a indicação de bibliografia e materiais de estudo, constitui
fator preponderante para fomentar nos estudantes a aspiração aos PPGs.
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
Gabriela Belmont de. Contribuição de Grupos de Pesquisa em Ciência da Informação para a Formação
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e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
A sétima questão investigou se, na percepção do respondente, a participação em GPs
contribuiu para o seu ingresso no programa, 31 afirmaram que sim, e três acreditam que não houve
tal contribuição. Exemplifica-se que, no caso do E1, embora assegure o incentivo dos líderes,
respondeu que a vivência em GP não contribuiu em seu ingresso na pós-graduação, suscitando a
discussão de que, apesar de haver o estímulo, é possível que a experiência no grupo não fomente
no discente o desejo de ingressar em uma pós-graduação.
A respeito da oitava questão, sobre a contribuição das práticas vivenciadas em grupos para
a admissão em programas de pós-graduação apresenta-se as seguintes respostas:
E3: A contribuição foi decorrente das atividades desenvolvidas no grupo de
pesquisa, que se assemelhavam muito àquelas desenvolvidas na pós-graduação
stricto sensu, como: leituras de artigos, debates sobre temas da área, produção
de artigos, apresentação de seminários, participação de eventos.
E14: Obviamente, quem participa ativamente de grupos de pesquisa, tem
oportunidades de desenvolver habilidades e competências correspondentes a
uma comunidade discursiva, com apropriação de seu domínio teórico e atuação
precoce na estrutura de mídias e eventos de comunicação científica.
E16: Com total participação, uma vez que nas disciplinas os profs [sic] sempre
falam de algum potencial de pesquisa, mas no grupo de pesquisa é que temos
uma análise mais individualizada e uma segurança maior para prosseguir.
E26: Os temas discutidos nos grupos de pesquisa contribuíram para o
desenvolvimento do meu projeto de pesquisa, despertando meu interesse para a
temática. Além disso, a partir de estudos empíricos e teóricos foi possível
perceber lacunas no campo de estudo. O contato com colegas de outros cursos
trouxe novas perspectivas e contribuições.
E28: Ajudou no contato com pessoas que estavam na pós-graduação, assim
pude conhecer mais do processo seletivo e estar mais segura da prova escrita e
da entrevista de seleção. Também tive contato com autores da área que foram
fundamentais para eu conhecer mais da CI.
Ao analisar as respostas dos sujeitos da pesquisa, compreende-se que, em sua maioria, eles
conseguem perceber a contribuição dos GPs. Para E3, as atividades desenvolvidas no âmbito do
grupo eram semelhantes às atividades da pós-graduação, o que concilia e auxilia no processo de
transição da graduação para a pós. Segundo E14 é evidente que quem participa, ativamente, de
GPs, tem a oportunidade de desenvolver competências que serão essenciais para seu envolvimento
na comunidade acadêmica e científica. Já E16 apontou para o fato de que durante a graduação, os
docentes costumam apresentar aos discentes as práticas da pesquisa, as oportunidades e caminhos
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MAIA, Francisca Clotilde de Andrade; BATISTA, Andreza Pereira; FARIAS, Maria Giovanna Guedes; FARIAS,
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e023023. DOI: 10.36311/1981-1640.2023.v17.e023023
para a pós-graduação, e que no grupo de pesquisa, é possível ter uma orientação mais específica e
individualizada para o discente e seu crescimento acadêmico.
De modo similar ao respondente anterior, E26 salienta que a partir das atividades do grupo,
foi possível perceber lacunas no seu campo de estudo de interesse, lacunas estas percebidas quando
temos maior capacidade de compreensão do contexto científico, bem como o desenvolvimento de
novas perspectivas a partir da relação com colegas de outros cursos, uma vez que a possibilidade
de integração interdisciplinar nos GPs, demonstrando o foi apresentado por Oliveira (2011), ao
afirmar que o intercâmbio de conhecimento e experiências possibilita a ressignificação de saberes,
constituindo fator fundamental para o desenvolvimento científico.
Um ponto elementar para ser ressaltado foi discutido por E28, ao responder que a partir da
vivência no grupo teve contato com autores da Ciência da Informação que possibilitaram maior
conhecimento sobre a área, tema o aprofundado nos cursos de graduação como Biblioteconomia,
Arquivologia e Museologia, que possuem seus próprios fundamentos teóricos e epistemológicos.
Além da contribuição em aspectos teóricos e práticos para a formação acadêmica, E18 mencionou
que a participação “contabilizou como pontuação para classificação em uma das etapas”, tendo em
vista que em determinados editais de seleção para PPGs, o envolvimento em GPs é um dos
aspectos avaliado na fase de análise do currículo.
Dessa forma, por meio da caracterização dos participantes, dos grupos de pesquisas e das
atividades realizadas nestes espaços, torna-se evidente e reitera-se a relevância da criação, da
existência e do fortalecimento dos grupos para a pesquisa científica brasileira e, no caso deste
estudo, para a formação de pesquisadores em Ciência da Informação.
5 Considerações finais
Este estudo teve o intuito de analisar qual a contribuição da participação em GPs para a
formação acadêmica e o ingresso nos PPGs pelos discentes da área de Ciência da Informação. Para
tal, investigou-se na literatura de diferentes áreas qual a importância dos GPs para a formação
acadêmica. Destarte, associado a um panorama contextual dos GPs na área de Ciência da
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Informação, indagou-se a discentes de PPG da área, se, a partir de suas percepções, a participação
em GPs, durante a graduação, contribuiu para o seu ingresso na pós-graduação.
Baseado nos apontamentos obtidos, foi possível visualizar a existência dessa contribuição
sob diferentes perspectivas. Seja por meio do diálogo e das interações formais e informais entre os
integrantes, bem como pelo estímulo à participação do estudante em eventos da área e à produção
e divulgação de estudos científicos em diferentes veículos. Tais atividades proporcionam o
intercâmbio de experiências e o apoio que, segundo os respondentes, são essenciais para o ingresso
na pós-graduação.
É relevante apontar para a consistência e a relação entre as respostas, demonstrando o fato
de que as contribuições dos grupos estão, de fato, consolidadas na visão dos respondentes. Não
obstante, é imprescindível não se limitar a tais contribuições apresentadas aqui, mas reconhecer
que, como um grupo composto por pessoas que estão em formação e ressignificação de saberes e
de práticas pedagógicas, a contribuição dos grupos para a formação acadêmica está em constante
evolução. Esta investigação reforça, ainda, a importância de fortalecer os grupos de pesquisa, tanto
no âmbito institucional, como em um espaço de construção de redes de conhecimento que
proporcionam o desenvolvimento social, científico e tecnológico.
Por fim, entende-se que uma relação explícita dos GPs com o desdobramento de redes
de conhecimento, o que torna suscetível o desenvolvimento de uma pesquisa específica acerca das
relações entre os atores envolvidos no cenário da colaboração científica mediante a análise da
possível composição de tais redes. Outra vertente também visualizada como desdobramento desta
pesquisa é a identificação das atividades desenvolvidas pelos GPs voltadas para divulgar as
informações provenientes de suas discussões e produções, haja vista que os debates sobre a
divulgação da ciência encontram-se cada vez mais presentes nos estudos da CI e, enquanto
tendência, torna-se importante compreender como ocorrem no contexto dos grupos de pesquisa.
6 Agradecimentos
Agradecimentos à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (Funcap) pelo financiamento da pesquisa. Aos líderes dos GPs, que compartilharam
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o link do formulário com os membros de seus grupos, aos respondentes, que cederam parte do seu
tempo para participar da pesquisa, e ao discente que participou da aplicação do pré-teste.
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Received: 16/02/2022 Accepted: 10/04/2023