A juventude como dispositivo das sociedades modernas

Autores

  • Mário Thiago Ruggieri Neto Neto Universidade Estadual Paulista (Unesp) image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.36311/1982-8004.2015.v8n2.4075

Palavras-chave:

Juventude, Dispositivo, Governamentalidade, Sociedades Modernas

Resumo

Um debate que vem ganhando força no Brasil nas últimas duas décadas é o dos direitos específicos da juventude. Dentre os desafios colocados por este debate se destaca a necessidade de definição conceitual da juventude e da ampliação das visibilidades dentro das quais se constroem as políticas públicas voltadas para este segmento da sociedade. Longe de querer esgotar a temática, o presente artigo tem como objetivo indicar alguns apontamentos teóricos e metodológicos que contribuam na compreensão da juventude e de sua construção como problema político e científico. Nossa proposta é partir de algumas contribuições do pensamento de Michel Focault, notadamente de duas ferramentas analíticas: a governamentalidade – formas e regimes de verdade através dos quais o poder se exerce nas relações sociais e torna possível o governo das condutas individuais e coletivas; dispositivo – rede de conhecimentos, práticas e discursos que são construídos em torno de um objeto determinado. Demonstraremos, a partir da análise de alguns discursos científicos, como a juventude foi construída como um dispositivo no interior de processos que configuraram a governamentalidade nas sociedades modernas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mário Thiago Ruggieri Neto Neto, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

O presente artigo é uma versão adaptada de um capitulo da dissertação de mestrado (ainda em construção) do autor.

Bacharel e licenciado em Ciências Sociais, mestrando na mesma área pelo PPGCS UNESP/Marília.

 

Referências

ABRAMO, H. W. “Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil”. In: Revista Brasileira de Educação n.5-6, mai./dez.; 1997.

ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1978.

BOURDIEU. P. “A juventude é apenas uma palavra”. In: Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.

CASTRO, E. Vocabulário de Foucault: um percurso por seus conceitos, temas e autores. Belo Horizonte: Autentica Editora, 2009.

DAYRELL, J. ; GOMES, N. L. Juventude, práticas culturais e identidade negra: Palmares em ação. Brasília. DF, n. 2, p. 18-23, 2002.

EISENSTADT, S. N. De geração a geração. Editora Perspectiva, 1976.

FLITNER, A. “Os problemas sociológicos nas primeiras pesquisas sobre juventude”. In: BRITO, S. (Org.) Sociologia da Juventude vol. I, Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

_____. História da Sexualidade: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 2007.

_____. Segurança, Território, População. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

_____. Vigiar e Punir. Petrópolis. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1993.

_____. Omnes et singulatim: por uma crítica da razão política. In: Novos Estudos. n. 26, março, 1990.

GROPPO, L.A. O funcionalismo e a tese da moratória social na análise das rebeldias juvenis: Estudos de Sociologia. Araraquara, v. 14, n.26, 2009.

MACHADO PAIS, J. A Construção Sociológica da juventude: alguns contributos. In: Análise Social. Vol. XXV (105-106) p. 139 – 165, 1990.

MACHADO PAIS, J. Culturas Juvenis. 2a edição. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2003.

MATZA, D. “As tradições ocultas da juventude”. In: BRITO, S. (Org.). Sociologia da Juventude. Vol. III Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

MANNHEIM, K. “O problema da juventude na sociedade moderna”. In: MANNHEIM, K. Diagnóstico de nosso tempo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967.

MEAD, M. “Sex and Temperament in Three Primitive Societies”. Routledge e Kegan Paul, 1935, apud MACHADO PAIS, J. A Construção Sociológica da juventude: alguns contributos. In: Análise Social. Vol. XXV (105-106) p. 139 – 165, 1990.

REUTER, E. B. “The Sociology of Adolescence”. In: American Journal of Sociology. vol. 43, 1937, pp. 414-427 apud MACHADO PAIS, J. A Construção Sociológica da juventude: alguns contributos. In: Análise Social. Vol. XXV (105-106) p. 139 – 165, 1990.

Downloads

Publicado

2015-08-27

Como Citar

NETO, M. T. R. N. A juventude como dispositivo das sociedades modernas. Revista Aurora, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 27–52, 2015. DOI: 10.36311/1982-8004.2015.v8n2.4075. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/4075. Acesso em: 28 mar. 2024.