Resumo
Este texto propõe uma reflexão sobre a escrita etnográfica, suas marcas discursivas, seus objetivos e seu modus faciendi no âmbito de uma antropologia pós-moderna. Tendo como corpus artigos assinados por James Clifford e Stephen Tyler, publicados em Writing culture: the poetics and politics of ethnography, de 1986 – obra coletiva que sublinha a centralidade da escrita ao mesmo tempo em que questiona o relato etnográfico enquanto testemunho da verdade – , buscaremos mapear, num primeiro momento, o discurso científico classicamente considerado; em seguida, apresentaremos as contribuições das teorias da linguagem que ecoam na prática etnográfica; finalmente, caracterizaremos a emergência do paradigma pós-moderno e os efeitos por ele deflagrados na escrita etnográfica.Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Huicetec, 2002.
BAKHTIN, Mikhail. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005. BARTHES, Roland. Le degré zéro de l’écriture. Paris: Seuil, 1953.
BARTHES, Roland. Introduction à l’analyse stucturale des récits. In Communications, no 8. Paris, Seuil, 1966.
.CHARAUDEAU, Patrick e MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2004.
CLIFFORD, James. Introduction: partial truths. In: CLIFFORD, James e MARCUS, George. Writing culture: the poetics and politics of ethnography. Berkeley, Los Angeles, London: University of California Press, 1986.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Organizado por José Reginaldo Santos Gonçalves. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.
COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.
FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. Curitiba: Criar Edições, 2006.
FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação. São Paulo: Ática, 2002.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1998.
FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1981.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1988.
GREIMAS, A. J. Sémantique structurale. Paris: Larrousse, 1966.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. São Paulo: Ática, 1994.
JAKOBSON, Roman. Essais de linguistique générale. Paris: Editions de Minuit, 1963.
JAMESON, Fredric. O pós-modernismo e a sociedade de consumo. In: KAPLAN, Ann (org.). O mal-estar no pós-modernismo: teorias e práticas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
KUMAR, Krishan. Modernidade. In: OUTHWAITE, William e BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
ORLANDI, Eni P. (org.) Discurso fundador. Campinas: Pontes, 2001.
ORLANDI, Eni P. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 2002.
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e filosofia. São Paulo: Cultrix, 1972.
PINKNEY, Tom. Modernismo e pós-modernismo. In: OUTHWAITE, William e BOTTOMORE, Tom. Dicionário do pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1975.
TYLER, Stephen. Post-modern ethnography: from document of the occult to occult document. In: CLIFFORD, James e MARCUS, George. Writing culture: the poetics and politics of ethnography. Berkeley, Los Angeles, London: University of California Press, 1986.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2012 Revista Aurora