Resumo
Este artigo procura explicar como o tema das mudanças climáticas foi tratado nos fóruns internacionais, tendo por referência o sistema onusiano e a formação do Regime Internacional das Mudanças Climáticas A principal ideia defendida faz menção ao processo de mercantilização das mudanças climáticas. As soluções para as mudanças climáticas foram convertidos em mercadoria, com a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e o Mercado de Carbono. Esses instrumentos permitiram a adaptação ao mercado internacional e à ideia de desenvolvimento econômico dos inconvenientes e pressões políticas resultantes das percepções sobre as alterações climáticas. De forma complementar, com a mercantilização ambiental observamos a formação de um grupo de países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil, que defendem um modelo "intermediário". Este modelo é traduzido em uma série de reformas, a fim de produzir e obter energia, supostamente sustentável, mas que só são projetados para criar novos produtos, tais como os "produtos verdes", e não para resolver os danos que a ação predatória do homem causou na natureza nos últimos séculos.Referências
AÍMOLA, Luis. Alguns cenários exploratórios sobre o regime após o Protocolo de Quioto. In: DUPAS, Gilberto (org.). Meio Ambiente e Crescimento Econômico: Tensões Estruturais. São Paulo: Editora UNESP, 2008. p. 165-227.
BARICHELLO, Stefania Eugênia Francesca. & ARAÚJO, Luis Ernani Bonesso de. A implementação da política de créditos de carbono e seus impactos no desenvolvimento sustentável dos países do Mercosul. ANAIS DO 1º ENCONTRO NACIONAL DA ABRI. Instituições Internacionais. Brasília, ABRI, 2007.
BARNETT, Jon. & ADGER, W. Neil. Climate change, human security and violent conflict. Political Geography. Vol. 26, n.º 6, p. 639-655, Agosto/2007
CANUTO, Vittorio. Efeito Estufa e Aquecimento Global: uma visão interdisciplinar. In: MENEGAT, Rualdo & ALMEIDA, Gerson (org.). Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental nas Cidades. Estratégias a partir de Porto Alegre. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1991.
CONSELHO EMPRESARIAL BRASILEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Mercado de Carbono. Disponível em:, acesso em 01 de julho de 2012.
FURRIELA, Rachel Biderman. Introdução à Mudança Climática Global: Desafios atuais e futuros. Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - Pará, 2005.
HANJRA, Munir A. & QURESHI, M. Ejaz. Global water crisis and future food security in an era of climate change. Food Policy. Vol. 35, n.º 5, p. 365-377, Outubro/2010.
HEMPEL, Lamont C. Environmental governance: the global challenge. Washington: Island Press, 1996.
KAVALSKI, Emilian. From the Cold War to Global Warming: Observing Complexity in IR. Political Studies Review. Vol. 9, n.º 1, p. 1-12, Janeiro/2011.
LAGO, André Aranha Corrêa do. Estocolmo, Rio de Janeiro, Joanesburgo: O Brasil e as Três Conferências Ambientais das Nações Unidas. Brasília, FUNAG, 2006.
LIVI-BACCI, Massimo. A concise history of world population. Oxford: Blackwell Publishing, 2007.
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MCT. Circular do Banco Central, nº 3291. Disponível em <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/14801.html>, acesso em 02 de julho de 2012.
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MCT. Status atual das atividades de projeto no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no mundo. Disponível em <http://www.mct.gov.br/upd_blob/0216/216959.pdf>, acesso em 02 de julho de 2012.
MIRANDA, Silvia, OLIVA, Felipe. Definição de bens e serviços ambientais (EGs) é pauta da rodada de Doha. CEPEA-ESALQ-USP. Piracicaba: outubro de 2005. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br/pdf/Cepea_Internacional_out05.pdf>, acesso em 03 de julho de 2012.
MOLION, Luiz Carlos Baldicero. Aquecimento Global: Uma Visão Crítica. Revista Brasileira de Climatologia. Vol. 3/4, Ano 4, p. 7-24, Agosto/2008.
NAGATOMI, Fernanda. Mudanças climáticas: aquecimento global ou variação natural? Jornal do Instituto de Engenharia. Ano 5, nº 54, p. 14-17, Outubro/2009.
NOGUEIRA, Joana Laura Marinho. Desenvolvimento limpo e o mercado de carbono. Conjuntura Internacional. PUC/Minas. Maio/2007. Disponível em: <http://www.pucminas.br/imagedb/conjuntura/CNO_ARQ_NOTIC20070606215714.pdf>, acesso em 29 de junho de 2012.
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Protocolo de Montreal relativo a las sustancias que agotan la capa de ozono 2007: un éxito en ciernes. 2007. Disponível em:<http://www.protocolodemontreal.org.br/sites/1100/1104/00000069.pdf>, acesso em 28 de junho de 2012.
PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
UNFCCC - United Nations Framework Convention on Climate Change. CDM in Numbers. Registered Project activities by host party. Jun./2011. Disponível em <http://cdm.unfccc.int/Statistics/Registration/NumOfRegisteredProjByHostPartiesPieChart.html>, acesso em 02 de julho de 2012.
VIANNA, Sergio Besserman, PIANI, Guida, & MIRANDA, Pedro. Comércio Internacional e Mudança Climática: Trilhos Convergentes? Boletim de Economia e Política Internacional - IPEA. nº 1, p.45-48, Janeiro/Março-2010.
WALLERSTEIN, Immanuel. Capitalismo Histórico e Civilização capitalista. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.
WARNER, Koko. et. al. Climate change, environmental degradation and migration. Natural Hazards. Vol. 55, nº 3, p. 689-715, 2010.
WORLD BANK – CARBON FINANCE UNIT. State and Trends of the Carbon Market Report 2011. Washington. Junho de 2011. Disponível em: <http://siteresources.worldbank.org/INTCARBONFINANCE/Resources/State_and_Trends_Updated_June_2011.pdf>, acesso em 28 de junho de 2012.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2012 Revista Aurora