Os fundamentos do Liberalismo Clássico

a relação entre estado, direito e democracia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36311/1982-8004.2011.v5n1.1710

Palavras-chave:

Liberalismo, Democracia, Normativismo

Resumo

Objetiva-se com este Artigo defender a tese de que liberalismo e democracia podem ser caracterizados enquanto termos antitéticos, pois a determinação de um Estado liberal-burguês pleno implica a exclusão de toda e qualquer possibilidade democrática, enquanto que um Estado Democrático implica na corrosão de todos os fundamentos do liberalismo. Assim, em um Estado liberal-burguês pleno a democracia é puramente técnico- formal e não possui nenhuma substancialidade, restringindo-se a um mero Estado de Direito Mínimo, pois a própria concepção de Estado de Direito (KELSEN, 1998) passa a se limitar à existência ou não de um ordenamento jurídico, independentemente da substancialidade qualificadora deste ordenamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Lira Silva, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Doutorando em Ciências Sociais pela UNESP/Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho. Faculdade de Filosofia e Ciências/campus de Marília. E-mail: marcelo_lira@marilia.unesp.br

Referências

ARISTÓTELES. A Política. Trad. Nestor Silveira Chaves. – Bauru-SP: EDIPRO, 1995.

_______. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril, 1978.

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

_______. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. Alfredo Fait. 4aed. – Brasília: UnB, 1997.

_______. Direito e Poder. Trad. Nilson Moulin. – São Paulo: UNESP, 2008.

_______. Estudos sobre Hegel: Direito, Sociedade Civil, Estado. Trad. Luis Sérgio Henrique e Carlos Nelson Coutinho. – São Paulo: UNESP; Brasiliense, 1989.

_______. Liberalismo e Democracia. Trad. Marco Aurélio Nogueira. 3a ed. – São Paulo: Brasiliense, 1990.

_______. Locke e o direito natural. Trad. Sérgio Bath. – Brasília: UnB, 1997.

_______. O Futuro da Democracia: uma defesa das regras do jogo. Trad. Marco Aurélio Nogueira. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

_______. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti. 3aED. – Bauru-SP: EDIPRO, 2005.

_______. Teoria do Ordenamento Jurídico. Trad. Maria Celeste C. J. Santos. 10aed. – Brasília: UnB, 1999.

_______. Thomas Hobbes. Trad. Carlos Nelson Coutinho. – Rio de Janeiro: Campus, 1991.

_______. Três ensaios sobre a democracia. – São Paulo: Cardim&Alario, 1991.

BURKE, Edmund. Reflexões sobre a revolução em França. 2aed. Trad. Renato de Assunção Faria, Denis Fontes de Souza Pinto, Carmem Lídia Richter Ribeiro Moura. – Brasília: UnB, 1997.

CABOARA, L. Democrazia e Libertá nel pensiero di Aléxis de Toqcqueville. – Milão: Ulrico Hoepli, 1946.

DEL ROIO, Marcos. O império universal e seus antípodas: a ocidentalização do mundo. – São Paulo: Ícone, 1998.

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três “Críticas”. Trad. Karina Janine. – Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GOBETTI, P. La Rivoluzione Liberale: rivista storica settimanale di política. – Turim: Einaudi, 2001.

GRAMSCI, Antonio. Os cadernos do cárcere.Maquiavel. Notas sobre o Estado e a política. (vol.3); Trad. Carlos Nelson Coutinho, Luiz Sérgio Henrique, Marco Aurélio Nogueira. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

_______. Os cadernos do cárcere. Temas da Cultura. Ação Católica. Americanismo e fordismo. (vol.4) Trad. Carlos Nelson Coutinho, Luiz Sérgio Henrique. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.

GUTMANN, Amy. A desarmonia da democracia. Lua Nova, v.36, 1995, pp.5-37.

HENRY, Michel. Marx I: Une philosophie de la réalité. – Paris: Gallimard, 1976.

HEGEL, George Wilhelm Friedrich. A Sociedade Civil. In. Col. Clássicos da Filosofia: Cadernos de Tradução, no06. Trad. Marcos Lutz Müller. – Campinas-SP: IFCH/UNICAMP, 2003.

_______. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em compêndio (1830) (vol. III). Trad. Paulo Meneses. – São Paulo: Loyola, 1995.

_______. Fenomenologia do espírito (I e II). Trad. Paulo Meneses. – Petrópolis-RJ: Vozes, 1992.

_______. Introdução à Filosofia do Direito. In. Col. Clássicos da Filosofia: Cadernos de Tradução, no10. Trad. Marcos Lutz Müller. – Campinas-SP: IFCH/UNICAMP, 2005.

_______. O Direito Abstrato. In. Col. Clássicos da Filosofia: Cadernos de Tradução, no05. Trad. Marcos Lutz Müller. – Campinas-SP: IFCH/UNICAMP, 2003.

_______. O Estado. In. Col. Textos Didáticos, n o 3 2 . Trad. Marcos Lutz Müller. – Campinas-SP: IFCH/UNICAMP, 1998.

_______. Princípios da filosofia do direito. Trad. Orlando Vitorino. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

HOBBES, Thomas de Malmesbury. Leviatã ou matéria, forma de poder de um Estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. – São Paulo: Nova Cultura, 1999.

KANT, Immanuel. A paz perpétua e outros opúsculos. Trad. Arthur Morão. – Lisboa Portugal: Edições70, 1995a.

______ Crítica da faculdade do juízo. Trad. Valério Rohden e Antônio Marques. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995b.

_______. Crítica da razão pura. In. Col. Os Pensadores. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger. – São Paulo: Abril, 1999.

_______. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. Antonio Pinto de Carvalho. – São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1964.

_______. Introdução ao estudo do direito: doutrina do direito. Trad. Edson Bini. – Bauru SP: Edipro, 2007.

_______. Metafísica dos Costumes. 2aed. Trad. Edson Bini. – Bauru-SP: Edipro, 2008.

_______.“Sobre a expressão corrente: Isto pode ser correto na teoria, mas nada vale na prática”, In: Immanuel Kant. A paz perpétua e outros opúsculos – Lisboa: Edições 70, 1995c, pp. 57-102.

KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Trad. Luís Carlos Borges. 3a ed. –São Paulo: Martins Fontes, 1998.

LOCKE, John. Carta sobre a tolerância. Trad. João da Silva Gama. Lisboa: Edições 70, 2004.

_______. Dois Tratados sobre o governo civil. Trad. Júlio Fischer. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

_______. Ensaio acerca do entendimento humano. Trad. Anoar Aiex. – São Paulo: Nova Cultural, 1999.

_______. Segundo Tratado sobre o governo. In. Col. Os Pensadores. Trad. Jacy Monteiro. – Abril Cultural: São Paulo, 1973.

LOSURDO, Domenico. Contra-história do Liberalismo. Trad. Giovanni Semeraro. – Aparecida-SP: Idéias&Letras, 2006.

_______. Democracia ou Bonapartismo: o triunfo e a decadência do sufrágio universal. Tra. Luiz Sérgio Henriques. – Rio de Janeiro: UFRJ; São Paulo: UNESP, 2004.

_______. Gramsci, do liberalismo ao comunismo crítico. Trad. Teresa Ottoni e Giovanni Semeraro. – Rio de Janeiro: Revan, 2006.

_______. Hegel, Marx e a Tradição Liberal. Liberdade, Igualdade, Estado. Trad. Carlo Alberto Fernando Nicola Dastoli. – São Paulo: UNESP, 1998.

LUKÁCS, György. El asalto a la razon: La trayectoria del irracionalismo desde Schelling hasta Hitler. Trad. Wenceslao Roces. – Barcelona-México: Grijalbo, 1972.

_______. Socialismo e democratização: escritos políticos 1956-1971. Trad. Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Neto. –Rio de Janeiro: UFRJ, 2008.

MACHIAVELLI, Niccolò. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.

_______. Escritos Políticos. Trad. Lívio Xavier. Bauru: Edipro, 1995. _______. O Príncipe. Trad. Lívio Xavier. – São Paulo: Abril, 1973.

MACPHERSON, C. B. Teoria política do individualismo possessivo de Hobbes até Locke. Trad. Nelson Dantas. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

_______. A democracia liberal: origens e evolução. Trad. Nathanael Caixeiro. – Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MARSHALL, T. H. Cidadania e classe social. In. Marshall, T. H., Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.

MARCUSE, Herbert. Ontologia de Hegel y teoria de la historicidad. Trad. Manuel Sacristán. – Barcelona: Matínez Roca, 1968.

MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. Trad. Rubens Enderle e Leonardo de Deus. – São Paulo: Boitempo, 2005.

_______. O 18 brumário de Luís Bonaparte e Cartas a Kugelmam. 7aed. Trad. Leandro Konder e Renato Guimarães. – São Paulo: Paz e Terra, 2002.

MAZZEO, Antonio Carlos. O vôo de Minerva: a construção da política, do igualitarismo e da democracia no Ocidente Antigo. – São Paulo: Boitempo; UNESP, 2009.

MEADE, J.E. Liberty, Equality and Efficiency. Nova York: New York University Press, 1993.

MONTESQUIEU, Charle-Louis. Do espírito das leis. 2aed. Trad. Cristina Muracho.– São Paulo: Martins Fontes, 2000.

ROUSSEAU, Jean-Jacque. Do Contrato Social. In. Col. Os Pensadores. 4aed. Trad. Lourdes Santos Machado. – São Paulo: Nova Cultural, 1987.

_______. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os Homens. In. Col. Os Pensadores. Trad. Lourdes Santos Machado. – São Paulo: Nova Cultural, 1999.

SCHUMPETER, Joseph. Capitalismo, Socialismo e Democracia. Trad. Paula, S. – Rio de Janeiro: Zahar, 1984.

SIEYÈS, E. A constituinte burguesa. 4a ed. Trad. Norma Azevedo. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2001.

SMITH, Adam. Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. Trad. Conceição Jardim Maria do Carmo Cary e Eduardo Lúcio Nogueira. In. Col. Os Pensadores. – São Paulo: Abril, 1974.

STAROBINSKI, J. A invenção da liberdade: 1700-1789. Trad. Fulvia Maria Luiza Maretto. – São Paulo: Unesp, 1994.

TOCQUEVILLE, Aléxis de. Democracia na América (2 volumes). Trad. Eduardo Brandão. – São Paulo: Martins Fontes, 1998.

VARGA, CSABA. Transition to rule of law: on the democratic transformation in Hungary. – Budapest: 1995.

WEBER, Max. Economia e sociedade. (2 volumes) 4aed. Trad. Régis Barbosa, Karen Barbosa. São Paulo: UnB – Imesp, 2004.

Downloads

Publicado

2011-12-27

Como Citar

SILVA, M. L. Os fundamentos do Liberalismo Clássico: a relação entre estado, direito e democracia. Revista Aurora, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 121–147, 2011. DOI: 10.36311/1982-8004.2011.v5n1.1710. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/1710. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Miscelânea