O colapso da modernização periférica

a fratura brasileira do capitalismo mundial

Autores

  • Fabio Mascaro Querido Universidade Estadual Paulista (Unesp) image/svg+xml

DOI:

https://doi.org/10.36311/1982-8004.2010.v3n2.1234

Palavras-chave:

Modernidade periférica, Experiência intelectua, Dualidade

Resumo

Desde a gênese da formação social brasileira, a teoria social e a experiência estética nacional assumiram formas variadas na tentativa de adequar os conceitos e as categorias teóricas clássico-européias às características singulares do Brasil. Pretende-se neste ensaio reconstruir alguns elementos da dialética entre as nossas singularidades e o ritmo universal e desigual da acumulação capitalista, assim como sublinhar algumas das formas através das quais nossa experiência intelectual e estética respondeu a ela. Busca-se igualmente versar algumas notas preliminares sobre a importância e o significado dessas questões no mundo atual, quando o próprio processo de modernização, naquele seu sentido clássico (que determinou boa parte da nossa melhor tradição teórica), parece estar se esgotando, a ponto de o ritmo desigual e dualista da nossa modernidade, recheada de grandes bolsões de pobreza, tornar-se enfim uma das expressões mais sintomáticas da fratura social do capitalismo contemporâneo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabio Mascaro Querido, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Mestrando em Sociologia, Faculdade de Ciências e Letras – Araraquara. FCLAr, UNESP. 14800- 901. Bolsista FAPESP. O presente texto constitui parte específica da investigação mais ampla sobre as conseqüências do esgotamento da modernização e das ideologias do progresso no pensamento social crítico contemporâneo, especialmente na obra de Michael Löwy.

Referências

ADORNO, Theodor. O ensaio como forma. In: Notas de Literatura I. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2003.

ANDERSON, Perry. Modernidade e Revolução. In: Afinidades Seletivas. São Paulo: Boitempo, 2002.

ARANTES, Paulo. Eduardo. A fratura brasileira do mundo. In: Zero à Esquerda. São Paulo: Conrad, 2004.

______. Entrevista. In: NOBRE, Marcos; REGO, José Márcio. Conversas com filósofos brasileiros. São Paulo: Editora 34, 2000.

______. Entrevista a Luciano Pereira. Trans/Form/Ação, São Paulo, 31(2), 2008. pp.7-18.

______. Sentimento da dialética na experiência intelectual brasileira: dialética e dualidade segundo Antonio Candido e Roberto Schwarz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

______. Origens do marxismo filosófico no Brasil: José Arthur Giannotti nos anos 60. In: MORAES, J. Q. (org.). História do marxismo no Brasil. Vol. II. Campinas: Editora da Unicamp, 1995. pp.125-181.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994. pp.222-232.

BENSAÏD, Daniel. Marx intempestivo: grandezas e misérias de uma aventura crítica. Rio de Janeiro: civilização brasileira, 1999.

BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

BOSI, Alfredo. Moderno e modernista na literatura brasileira. In: Temas de Ciências Humanas, n.6. São Paulo, 1979.

CANDIDO, Antônio. Dialética da Malandragem. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n.8, São Paulo, 1970.

FACIOLI, Valentim. O Brasil e o surrealismo (aspectos do campo da produção artística erudita no período de 1920 a 1950). In: Organon: revista do instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aspectos do Surrealismo. Volume 8, Número 22, 1994. pp.157-182.

JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 2002.

LAHUERTA, Milton. Em busca da formação social brasileira: marxismo e vida acadêmica. In: Perspectivas, São Paulo, 28, 2005. pp.157-186.

LÖWY, Michael. Romantismo e Messianismo. São Paulo: Perspectiva, Edusp, 1990.

LÖWY, Michael. & SAYRE, Robert. Revolta e Melancolia: O romantismo na contramão da modernidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.

KURZ, Robert. O colapso da modernização: da derrocada do socialismo de caserna à crise da economia mundial. São Paulo: Paz e Terra, 1993. (tradução: Karen E. Barbosa).

OLIVEIRA, Francisco. Crítica da Razão Dualista. O ornitorrinco. São Paulo: Boitempo, 2003.

RIDENTI, M. Artistas e política no pós-1960. In: RIDENTI, Marcelo; BASTOS, Élide; ROLLAND, Dênis. (org.) Intelectuais e Estado. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006, p. 229-262.

SCHWARZ, Roberto. A importação do romance e suas contradições em Alencar. In: Ao vencedor as batatas. São Paulo: Duas cidades; Editora 34, 2000. pp.33-82.

______. Nacional por subtração. In: Que horas são?. Companhia das Letras, SP. 1989a.

______. A Carroça, o bonde e o poeta modernista. In: Que horas são?. São Paulo: Companhia das Letras, 1989b.

______. As idéias fora do lugar. In: Que horas são?. São Paulo: Companhia das Letras, 1989c.

______. Prefácio. In: OLIVEIRA, Francisco. Crítica da Razão Dualista. O ornitorrinco. Boitempo, SP. 2003.

______. Um seminário de Marx. In: Seqüências Brasileiras. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

Downloads

Publicado

2010-08-10

Como Citar

QUERIDO, F. M. O colapso da modernização periférica: a fratura brasileira do capitalismo mundial. Revista Aurora, [S. l.], v. 3, n. 2, p. 79–88, 2010. DOI: 10.36311/1982-8004.2010.v3n2.1234. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/1234. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Miscelânea