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Fundamentos de uma educação ética e tecnológica Artigos/Articles
Fundamentos de uma educação ética e tecnológica
Foundations oF ethical and technological education
Guery Tã Baute e Silva
1
Manuel João Mungulume
2
Resumo: Os problemas das sociedades contemporâneas estão cada vez mais complexos de modo que,
muitos deles, não podem ser solucionados pela educação tecnicista vigente. Este trabalho utiliza-se
de uma revisão bibliográca para transportar o problema tecnológico para o plano da consciência
moral, de modo a construir um nível social responsável em relação aos problemas trazidas pela
técnica. Para isso, buscou-se nesse trabalho primeiramente explanar sobre o desenvolvimento para
uma educação técnica e departamentalização pautada na fragmentação do conhecimento. Em
seguida foi demonstrado o impacto das tecnologias na vida social e ambiental em que ca evidente o
mal que o ser humano faz a terra com a poluição e sua forma de viver. Depois o trabalho apresenta a
superação da técnica pela natureza, onde a mundialização da economia coloca em risco não apenas a
natureza, mas a também a ligação losóca entre natureza o homem. Por m, esse trabalho discorre
sobre a emergência de um pensamento “ecologizante” libertador para a solução dos problemas
complexos da sociedade contemporânea. Como base são utilizadas as perspectivas educacionais de
Edgar Morin (2002) e Paulo Freire (1999).
PalavRas-chaves: Educação. Ética. Técnica. Natureza.
abstRact: e problems of contemporary societies are becoming increasingly complex so that
many of them cannot be solved by prevailing technical education. is work uses a bibliographic
revision to transport the technological problem to the level of moral conscience, in order to build a
responsible social level in relation to the problems brought by the technique. For this, we sought in
this work primarily to explain the development for a technical education and departmentalization
based on the fragmentation of knowledge. It was then demonstrated the impact of technologies on
social and environmental life in which is evident the harm that humans do the earth with pollution
and their way of life. en the work presents the overcoming of technique by nature, where the
globalization of the economy endangers not only nature, but also the philosophical link between
nature and man. Finally, this paper discusses the emergence of liberating “greening” thinking to
solve the complex problems of contemporary society. As a basis the educational perspectives of
Edgar Morin (2002) and Paulo Freire (1999) are used.
KeywoRds: Education. Ethic. Technique Nature.
Graduada em Administração pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho FCE – UNESP/
TUPÃ (2017). Pesquisadora voluntário do Instituto Federal de São Paulo e Mestranda em Agronegócio e De-
senvolvimentoFCE – UNESP/TUPÃ. guery.baute@ifsp.edu.br
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Licenciado em Ensino de Filosoa pela Universidade Pedagógica - Moçambique, Moçambique (2016). Mes-Licenciado em Ensino de Filosoa pela Universidade Pedagógica - Moçambique, Moçambique (2016). Mes-
trando em Educação PPGE – FFC – UNESP/MARÍLIA. trando em Educação PPGE – FFC – UNESP/MARÍLIA. mjmungulume@gmail.commjmungulume@gmail.com
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2019.v5.n1.02.p9
https://doi.org/10.36311/2447-780X.2019.v5n2.07.p79
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intRodução
A inquietação levantada neste trabalho visa, essencialmente, conciliar
uso das tecnologias sobre a vigilância ética, ou seja, construir uma tecnologia
que caminhe com os pressupostos éticos. Nesse sentido, abordaremos a respeito
de uma produção tecnológica que não apenas caminha para o desenvolvimento
econômico, mas também que tenha um olhar ético e social. Pois, a técnica
irracional e sem os pressupostos éticos tende a trazer riscos gravíssimos para a
saúde humana.
Portanto, percebe-se que ao longo dos séculos o homem veio avan-
çando em termos de domínio das produções tecnológicas, trazendo desse modo
vários problemas que aige a qualidade de vida, tais como: poluição, degradação,
destruição, descontrole e tantos outros problemas relacionados com os avanços
decorrentes de uma civilização tecnológica. Contudo, foi em nome dessa civiliza-
ção Industrial que houve o avanço mais extraordinário em termos de tecnologias
de produção, e mesmo assim, junto com esse avanço vieram os problemas relacio-
nados ao desgaste do meio ambiente.
O estudo das técnicas ultrapassa, desse modo, largamente, o dado
puramente técnico e exige uma incursão bem mais profunda na área das próprias
relações sociais. São estas, nalmente, que explicam como, em diferentes lugares,
técnicas, ou conjuntos de técnicas semelhantes, atribuem resultados diferentes
aos seus portadores, segundo combinações que extrapolam o processo direto
da produção e permitem pensar num verdadeiro processo político da produção
(SANTOS, 1994).
Com isso, pretende-se neste trabalho transportar o problema tecno-
lógico para o plano da consciência moral, de modo a construir um nível social
responsável em relação aos problemas trazidas pela técnica. Pois, o homem, como
produto e produtor, é na verdade o portador responsável de toda a fragmentação
que vivemos atualmente.
Para isso, buscou-se nesse trabalho primeiramente explanar sobre o
desenvolvimento para uma educação técnica e departamentalização pautada na
fragmentação do conhecimento. Em seguida foi demonstrado o impacto das tec-
nologias na vida social e ambiental em que ca evidente o mal que o ser humano
faz a terra com a poluição e sua forma de viver. Depois o trabalho apresenta a
superação da técnica pela natureza, onde a mundialização da economia coloca
em risco não apenas a natureza, mas a também a ligação losóca entre natureza
o homem.
Por m, esse trabalho discorre sobre a emergência de um pensamento
ecologizante” libertador para a solução dos problemas complexos da sociedade
contemporânea. Como base são utilizadas as perspectivas educacionais de Edgar
Morin (2002) e Paulo Freire (1974) foram visionários em contemplar as questões
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que envolvem a educação do futuro. Ambos, pautam-se em uma formação
humana em sua totalidade e valorizam a educação humanística (SCHOLZE;
SCHOLZE, 2014).
Esse trabalho perpassa no entendimento de que a educação, para ser
verdadeiramente humanista, tem que ser libertadora, não pode, portanto, cami-
nhar no sentido oposto em relação ao cuidado com a natureza. Visto que, uma
das preocupações básicas da educação, deve ser o aprofundamento da tomada
de consciência que se opera nos homens enquanto agem e enquanto trabalham
(FREIRE, 1983).
o desenvolvimento de uma educação técnica e dePaRtamentalizada
Desde os primórdios das organizações sociais humanas, os processos
educativos buscaram realizar uma integração dos indivíduos entre si e ao contexto
social. Segundo Silva, Silva e Castro (2015):
Uma integração social adequada supõe formação para a participação
nos processos de trabalho e de vivência cultural, com vistas a assegurar
o provimento dos bens materiais e culturais necessários para a har-
mônica relação da vida humana em sociedade e a transformação dos
recursos naturais de modo a preservar suas fontes e a própria espécie
humana (SILVA; SILVA; CASTRO, p. 1826, 2015).
A participação humana nos processos de trabalho torna o homem um
autêntico ser social criador de valores. Segundo Marx (1985), o trabalho é uma
condição de existência do homem. Ele realiza a mediação do metabolismo entre
homem e natureza e, portanto, da vida humana. Isso porque, a partir da transfor-
mação da realidade natural pelo trabalho, o homem se faz um autêntico ser social.
Visando desenvolver autêntico ser social humano e para capacitar o ho-
mem no exercício de seu trabalho, a humanidade sentiu a necessidade de criação
de instituições formais de ensino que pudessem universalizar um conhecimen-
to básico que auxiliasse na socialização do homem. Entretanto, surgiram novos
questionamentos sobre quais conhecimentos cientícos deveriam ser ensinados e
de qual maneira (APPLE, 2006).
Para Restrepo (2017), a expansão das universidades nos séculos XIII e
XIV zeram com que o conceito de ciência universalista e teórica fosse substitu-
ído por uma ciência mais restrita, especialista e experimental. Essa ciência espe-
cialista é colocada como a mais indicada para instrumentalizar e operacionalizar
o projeto idealista losóco moderno de uma educação pautada em eciência e
ecácia.
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Esse pensamento cientíco moderno se construiu por meio de um rigor
metodológico composto por processos homogeneizadores e padronizadores de
vericação da verdade cientíca. Nesse percurso a fragmentação do saber tornou-
-se essencial (RUBIN-OLIVEIRA; FRANCO, 2015). Os cientistas observaram
que para se tornarem um especialista era necessário dividir o todo nas suas par-
tes constitutivas e subdividir cada uma dessas partes até aos seus mais ínmos
elementos (POMBO, 2005), só assim seria possível a estruturação de um olhar
técnico e especialista sobre o mundo.
Assim sendo, a história da evolução do conhecimento demonstra que
ele foi progressivamente segmentado em disciplinas responsáveis por tratar ques-
tões cada vez mais especícas de maneira cada vez mais técnica. Essa especiali-
zação técnica advém do século XIX, seu recorte disciplinar reducionista, além
de impactar em signicativas mudanças no modo de produção de conhecimen-
to viabilizou um grande desenvolvimento tecnológico e melhorias na qualidade
de vida da população (RUBIN; FRANCO, 2015). Tais avanços possibilitaram a
produção de alimento em larga escala, aperfeiçoamento da Medicina, aumento da
expectativa de vida, a otimização da comunicação, entre tantas outras melhorias.
Entretanto, Pombo (2006) ressalta que os custos da especialização não
podem ser desconsiderados. Essas transformações trouxeram também consequ-
ências negativas para sociedade. Entre os custos levantados pela autora, os custos
cultural e institucional merecem destaque. Existem altíssimos custos culturais, já
que os especialistas sabem cada vez mais acerca de cada vez menos. Essa pulveri-
zação disciplinar cavou um abismo entre as formas de cultura cientíca, gerando
uma incomunicabilidade entre os ramos do conhecimento que interfere na com-
preensão do todo (POMBO, 2005).
Há também custos do ponto de vista institucional, pois a especialização
fez com que cada um passasse a procurar defender os seus interesses particulares e
não mais o interesse macro do desenvolvimento cientíco. Um exemplo disso são
as patentes como prerrogativa do processo de descoberta, antes mesmo da obten-
ção de algo concreto o cientista já patenteia o método escolhido para o percurso
(POMBO, 2005). Pombo (2005) critica que a ciência ao, se prossionalizar, se
pauta na produção de resultados práticos aplicáveis na esfera política, militar ou
econômica.
Apple (2006), ao analisar o currículo por meio de sua pedagogia crí-
tica, arma que isso acaba trazendo mais um custo. Esse conhecimento dotado
de resultados práticos torna-se o conhecimento de maior valor. Segundo o autor,
as escolas e os currículos parecem ser organizados de forma a predominar os cur-
rículos centrados em disciplinas saberes técnicos. Essa relação entre estrutura
econômica e conhecimento de alto status úteis explica as grandes disparidades em
níveis de nanciamento para inovações curriculares em áreas técnicas em relação
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com as demais áreas. De modo que, em geral, a maiores nanciamentos ao desen-
volvimento do currículo de matemática e ciências do que de artes e humanidades.
Rubin-Oliveira e Franco (2015) demonstram que essa condição gera
uma tensão entre produção de alta cultura e conhecimentos úteis para sociedade.
Muitas vezes o conhecimento que é valorizado pelas instituições de ensino e pelo
mercado de trabalho não tem os elementos necessários para auxiliar na resolução
dos problemas sociais complexos. Para Ordorika e Lloyd (p. 130, 2014) “las deci-
siones sobre los tipos y usos del conocimiento, así como del perl ideal del traba-
jador, en gran medida se determinan en el exterior, y más tarde son internalizadas
a través de políticas nacionales e institucionales.” Isso faz com que os grupos
sociais mais atingidos procurem meios alternativos de apoio para solucionar seus
problemas (RUBIN-OLIVEIRA; FRANCO, 2015).
Os problemas contemporâneos cada vez mais complexos levaram a ne-
cessidade de criação de novas disciplinas a partir do alargamento das fronteiras ou
da convergência de duas ou mais disciplinas. Ressalta-se que essa crítica ao mode-
lo de fazer ciência não pede a extinção da departamentalização do conhecimento,
mas aponta para um equilíbrio entre à interdisciplinaridade e a fragmentação,
que devem ser complementares na abordagem das questões (RUBIN-OLIVEI-
RA; FRANCO, 2015).
Sabe-se que a crítica ao processo de construção de conhecimento cien-
tíco com base na dualidade e na fragmentação, ganhou força principalmente
no campo das ciências ambientais e se consolidou no Brasil principalmente a
partir da realização da II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (Rio-92). As discussões das ciências ambientais pautavam-se
na impossibilidade de resolução de problemas socioambientais por meio de uma
abordagem tradicional (POMBO, 2006).
Existe uma ideia de modelo de conhecimento positivo, em nome do
progresso e da formação prossional. Porém, conhecimento positivo, acima das
ambições humanas, não é apenas uma forma ingênua de perceber a produção
de conhecimento, mas também uma forma de legitimação, dominação e poder.
Por isso, a necessidade de trazer à tona um novo modelo de construção do saber,
construídos por educadores que possuam um conhecimento autônomo, que se
reconhecem como seres histórico, socialmente produzidos capazes de protagoni-
zarem mudanças sociais (RUBIN; FRANCO, 2015). Segundo Scholze e Scholze
(2014):
[...] quanto mais as sociedades contemporâneas avançam em seus conhecimentos tecno-
lógicos e cientícos, mais distanciado o homem permanece de sua humanidade. Há uma
cultura do individualismo, em detrimento da educação de valores que implica o com-
promisso de proporcionar o exercício da cidadania, da solidariedade e da convivência nas
participações comunitária. (SCHOLZE; SCHOLZE, 2014, p. 68).
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Assim sendo, o desenvolvimento do conhecimento não deve envolver
apenas questões técnicas, políticas ou econômicas mas deve englobar reformas
profundas humanas essenciais a formação do homem como cidadão ativo social-
mente e ao desenvolvimento da própria democracia (FREIRE, 1974).
imPacto das tecnologias na vida social e ambiental
A inquietação causada pela técnica repercutiu na sociedade contempo-
rânea como uma ameaça para o bem-estar social. Além disso, os impactos da es-
pecialização técnica da sociedade contribuem, sobremaneira, no desaparecimento
das espécies e na degradação do meio ambiente.
O ponto de partida da evolução técnica foi com adentramento dos “is-
mos”. Um deles, foi o taylorismo, com a racionalização das empresas, isso intro-
duziu processo de divisão de trabalho que de um lado xaram a dinâmica de fa-
cilidade, e por outro lado, a técnica aparece como uma máquina pensante, como
fenômeno intelectual, usado como um comportamento psicofísico e mecanizado,
ou seja, transferido a sistemas funcionais criados pelo homem. Isso, segundo Hil-
ler (1973), constitui uma das mais arriscadas proezas espirituais, porque modica
a relação originária do homem com a natureza. Trazendo assim, implicações ines-
peradas sobre o meio ambiente.
É nesse sentido em que para Jonas toda a tecnologia deve observar os
limites éticos. Visto que, a amplitude da tecnologia moderna exige novos padrões
da moral e da responsabilidade sobre a natureza (JONAS, 2006).
Jonas (2006) entende que pela técnica, o homem tornou-se perigoso,
isso ocorre na medida que ele põe em perigo os grandes equilíbrios cósmicos e
biológicos que constituem o alicerce vital da humanidade, razão pela qual, Jonas
cria a heurística do temor, que é um instrumento para atenuar os eventuais peri-
gos que ameaçam a sobrevivência humana na terra (JONAS, 2006).
Segundo Bo (2005), quando uma espécie desaparece, é um livro da
biblioteca do universo, com todas as mensagens que contém, que desaparece. A
natureza possui a subjetividade, são portadores de direitos, convivem com os seres
humanos e participam do mesmo destino comum.
Os resíduos produzidos pelas atividades do homem, chamadas antrópi-
cas, podem ser de natureza sólida, líquida ou gasosa que, em geral, são destinados
ou dispostos no solo, lançados ou dispersos em formas de matérias inúteis ou em
desuso. Entretanto, o lançamento desses resíduos pode promover a poluição ou a
contaminação desses ambientes, uma vez que causam modicação das caracterís-
ticas do solo, da água e do ar.
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A poluição ocorre quando esses resíduos modicam o aspecto estético, a composição ou a forma do meio físico.
O meio é considerado contaminado quando ameaça à saúde e o bem estar da humanidade, das plantas e dos
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Quando poluímos o meio, o nosso pensamento isola-se, distancia-se
da natureza. A nossa consciência, que nos fazem conhecer o mundo físico, dele
nos distanciam ainda mais. À nossa ascendência cósmica, à nossa constituição
física, temos de acrescentar nossa implantação terrestre, visto que devemos denir
uma forma ética e adequada para nos relacionar com a natureza. De acordo com
Milton Santos:
O homem se torna fator geológico, geomorfológico, climático e a grande mudança vem
do fato de que os cataclismos naturais são um incidente, um momento, enquanto hoje
a ação antrópica tem efeitos continuados, e cumulativos, graças ao modelo da vida ado-
tado pela Humanidade. Daí vêm os graves problemas de relacionamento entre a atual
civilização material e a natureza. Assim, o problema do espaço ganha, nos dias de hoje,
uma dimensão que ele não havia obtido jamais antes. Em todos os tempos, a problemáti-
ca da base territorial da vida humana sempre preocupou a sociedade. Mas nesta fase atual
da história tais preocupações redobraram, porque os problemas também se acumularam.
(SANTOS, 1994, p. 5).
Portanto, estamos, a um só tempo, dentro e fora da natureza. Somos
seres, simultaneamente, cósmicos, físicos, biológicos, culturais, cerebrais e espiri-
tuais. Somos habitat do cosmo; somos lhos do cosmo, mas, até em consequência
de nossa humanidade, nossa cultura, nosso espírito, nossa consciência, tornamo-
-nos estranhos a esse cosmo do qual continuamos secretamente íntimos.
Entendemos que não é necessário que tenhamos que voltar aos primór-
dios da civilização para que o ecossistema seja preservado de forma sustentável.
Para essa árdua tarefa, o conhecimento básico sobre as tecnologias e técnicas de
manejo, o planejamento, o gerenciamento e monitoramento ambiental são fun-
damentais para as tomadas de decisão. Um dos pontos mais difíceis das Ciências
Ambientais são os conitos de interesses, e neste sentido é primordial a qualidade
e precisão das informações técnicas utilizadas, dessa forma as tomadas de decisões
deixam de ser equivocadas para serem justas (SOUSA; COSTA, 2012).
Como consequência das novas condições trazidas pelo uso da ciência
e da técnica na transformação do território, há uma maior expressão de desgaste
ambiental em diversas formas, sobretudo, na necessidade de busca ilimitado de
capital adiantado, o que vai explicar a enorme expansão da poluição, que afeta a
qualidade da vida humana (SANTOS, 2006).
a suPeRação da técnica Pela natuReza
Estamos imersos numa época em que as injustiças sociais estão entre-
laçadas com a injustiça ecológica. Segundo Bo (2005), encontramo-nos num
imenso processo de mundialização da economia, da comunicação, da ciência e
animais. Grande parte desses resíduos é resultado do desperdício praticado pelas atividades humanas, e podem
ser evitados, minimizados, reutilizados, reciclados ou tratados, para, enm, serem dispostos adequadamente
(SOUSA & DA COSTA, 2012, p. 23).
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tecnologia, do sistema nanceiro e das tendências da cultura dominante. A razão
dessa profunda mudança do caminhar da humanidade, está sendo abandonado e
trocado pela linguagem do mercado, ou seja, a ética e a moral está sendo subjuga-
do e deixado para o segundo plano.
A superação da técnica pela natureza, nada mais que um cuidado com
a natureza que está sendo colocado em risco pelo mercantilismo ilimitado do ca-
pital. A saúde humana, e o bem estar da natureza que está sendo posta em perigo
pelo macroeconomia do nosso tempo. Vivemos numa época, em que a nossa
sociedade precisa de uma ética imperativa do cuidado com planeta terra, como
diz Bo (2005, p. 61):
Uma ética do cuidado que impõe uma reeducação da humanidade, para que possa ao
mesmo tempo satisfazer suas necessidades com a exuberância da terra e chegar a uma
convivência pacica com ela. Pois, não somos meros habitantes da Terra. Somos seus
lhos e lhas. Numa perspectiva radical, somos a própria Terra, que, em seu processo
de evolução.
Tal superação só poderá ser alcançada e garantida através de uma cons-
ciência de que temos uma natureza que precisa de preservação e da solidariedade
humana, e que somos parte dela. O planeta terra como pátria comum, na qual
podemos viver sem que causemos riscos sobre ela.
A Terra foi produzida e organizada na dependência do Sol, constituiu-
-se em complexo biofísico, a partir do momento em que sua biosfera se desen-
volveu. Da Terra nasceu, efetivamente, a vida e, na evolução multiforme da vida
multicelular, nasceu a animalidade; depois, o mais recente desenvolvimento de
um ramo do mundo animal tornou-se humano. Nós domamos a natureza vegetal
e animal, pensamos ser senhores e donos da Terra, os conquistadores, mesmo, do
cosmo. Mas, como começamos a tomar consciência, dependemos de modo vital
da biosfera terrestre e devemos reconhecer nossa muito física e muito biológica
identidade terrena (MORIN, 2002).
A educação tem um papel fundamental, na conscientização pública
sobre a atual gravidade dos problemas ambientais. Na década de 90, segundo
Sousa e Costa (2012), a consciência ecológica dos consumidores passou a exigir
normas ambientais e qualidade na produção tecnológica e industrial.
Um marco para normalização ambiental internacional foi a Conferên-
cia Rio/92, também conhecida como ECO/92, nessa conferência se formou um
grupo especial para elaborar as normas ambientais. Iniciou-se assim, a discussão
sobre gestão ambiental, e sobre a racionalização do uso de todos os recursos natu-
rais renováveis e não renováveis. Surgiram então, os valores e os sistemas de cer-
ticação internacional interessada com a proteção do Meio Ambiente (SOUSA;
COSTA, 2012).
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Tais discussões foram de extrema importância para a preservação da
vida na terra, e continuam sendo indispensáveis para o bom funcionamento dos
ecossistemas. Como por exemplo, quando o homem age de forma desordenada,
sem ter em conta o bem-estar da natureza, altera a dinâmica natural do planeta
terra, provoca o aceleramento e a morte de lagos de forma muito prematura.
Nesse caso, a mais grave possibilidade, é quando a ação antrópica altera a vazão
do curso d’água de um rio ou córrego para formar os chamados lagos articiais.
Assim, o homem provoca de forma articial o processo de assoreamento que pode
ser muito maléco sob ponto de vista ecológico, e da saúde humana no geral
(SOUSA; COSTA, 2012).
A evolução e desenvolvimento de novas habilidades tecnológicas foi
primordial e inevitável. As quais o domínio sobre a mais avançada produção hu-
mana até a emancipação social e cultural, desse modo que podemos, ao mesmo
tempo, integrar e distinguir o destino humano dentro do Universo. Contudo,
essa nova cultura cientíca permite oferecer um novo e capital cultural humana,
que, quando usado com ética pode contribuir de forma signicativa na evolução
humana, mas do contrário pode dizimar todo o universo.
a emeRgência de um Pensamento ecologizante libeRtadoR
A especialização do conhecimento possibilitada pela departamentaliza-
ção trouxe muito desenvolvimento para a civilização, permitindo uma evolução
benéca na forma humana de viver e conviver. Mas a iminência de novos pro-
blemas cada vez mais complexos demonstram a necessidade de novas abordagens
(POMBO, 2005).
Para Scholze e Scholze (2014), a contemporaneidade traz novas di-
mensões as questões presentes na vida da sociedade, exigindo novos encaminha-
mentos e posturas humanas. Nesse percurso a educação, já que é um dos pilares
estruturais da sociedade, precisa conseguir vincular a complexidade da vida social
com a formação de seus educandos, para que assim eles consigam aprender, com-
preender, analisar, reetir e agir. Restrepo (2017) ressalta: “Si [...] se privilegia el
pensamiento calculador propio de la economía del conocimiento sobre el pen-
samiento reexivo, se cae en la instrumentalización misma del ser humano y se
reduce toda relación (humana, ambiental) a su dimensión de útil.” (RESTREPO,
2017, p. 229).
Ao ler educadores como Morin (2002) e Freire (1967), nota-se que
para eles o conhecimento como é posto atualmente não é suciente para en-
frentar os desaos eminentes de um mundo tecnológico. As tecnologias digitais
revolucionaram a comunicação e as relações humanas, e para adequar os alunos
a esse cenário instável é preciso construir um currículo que não seja meramente
conteúdista (SCHOLZE; SCHOLZE, 2014)
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Mesmo com a particularidade de suas obras, Morin (2002) e Freire
(1967) compartilham o interesse pela ampliação e diversicação das fontes le-
gítimas do saber que possam vericar e sanar as demandas do meio social e am-
biental, e não apenas as problemáticas técnicas e utilitaristas postas atualmente.
Ambos acreditam que o ensino deve ser universalista e que primeiramente deve
estar centrado na construção da condição humana, na sua relação com os outros
indivíduos e com o planeta. Por isso nesse trabalho usamos as obras desses dois
autores para defender uma educação voltada a um pensamento “ecologizante”
libertador (SCHOLZE; SCHOLZE, 2014).
Para Scholze e Scholze (2014), os homens se tornaram incapazes de com-
preender a complexidade do todo porque, como demostra Morin (2002), a edu-
cação os ensinou a isolar os objetos de seus contextos. Assim, como os indivíduos
na escola aprendem no processo socializador a separar a realidade em disciplinas
compartimentadas eles são levados a deixar de enxergar laços e interações existentes
nos processos sociais, políticos, econômicos, ambientais, relacionais, etc.
Por isso, Morin (2002) defende o resgate a uma inteligência geral que
utilize todos os domínios culturais existentes para compreender a necessidade de
inserção de um conhecimento particular em seu contexto de modo a situá-lo ao
conjunto complexo. O autor aponta que é necessário considerar o conhecimento
como um processo circular em que simultaneamente acontece separação e ligação,
análise e síntese. Scholze e Scholze (2014) ressaltam que Morin usa com frequ-
ência o termo complexidade para a construção de um pensamento integral, que
repudia procedimentos cientícos lineares e certezas teóricas absolutas, em prol
de um conhecimento sintonizado com o desejo de mudança social (SCHOLZE;
SCHOLZE, 2014).
Nesse ínterim, Morin (2002) aponta para a emergência de um pen-
samento “ecologizante” que situa todo acontecimento no seu meio ambiente
cultural, social, econômico, político e natural. Ressalta que a segunda revolução
cientíca do século XX permite a articulação das disciplinas por meio de um
pensamento que rompe ou transforma as fronteiras dos princípios organizadores
do conhecimento, contrapondo a tradicional departamentalização das disciplinas
cientícas que é fragmentada e compartimentada. Para o autor a departamentali-
zação desfavorece o desenvolvimento da aptidão de contextualizar e globalizar os
saberes na busca por soluções dos problemas (MORIN, 2002).
Assim sendo, para Morin (2002), uma cabeça bem-feita, ou seja, uma
formação humana completa não signica acumular os saberes, mas conseguir
ligá-los na resolução dos problemas complexos. Nesse processo de desenvolvi-
mento da inteligência geral a curiosidade e a dúvida são essenciais, apesar de
erroneamente a instrução escolar buscar a aniquilação do questionamento. O
autor defende o investimento em uma inteligência geral capaz de problematizar
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e de realizar a ligação dos conhecimentos de forma interdisciplinar nos processos
de resoluções.
A esse novo espírito cientíco será preciso acrescentar a renovação do
espírito da cultura das humanidades, de modo a favorecer a aptidão para a aber-
tura a todos os grandes problemas, desaos da globalidade e da complexidade na
vida quotidiana, social, política, nacional e mundial (MORIN, 2002). Esse pen-
samento “ecologizante” é centrado em uma nova construção da condição humana
que deve ser libertadora e possibilitar que o indivíduo adquira uma posição de
sujeito ativo frente aos problemas do seu tempo.
Por isso, Freire (1974) ressaltava que era indispensável uma conscien-
tização das massas brasileiras, por meio de uma educação que construa uma pos-
tura de auto-reexão e de reexão do homem sobre seu tempo e seu espaço. Para
o autor, a auto-reexão tirará o homem da condição de espectador gurantes e
o colocará na posição de autor de sua própria história. Assim sendo, ele defende
uma educação desalienante composta por uma força de mudança e de libertação
voltada a edicação do homem-sujeito e não para manipulação do homem-objeto
(FREIRE, 1974).
Para Freire (1974), essa educação libertadora deve possibilitar que o ho-
mem tenha intimidade, conhecimento e uma nova postura diante dos problemas
de seu tempo e de seu espaço.
Uma educação que possibilitasse ao homem a discussão corajosa de sua problemática. De
sua inserção nesta problemática. Que o advertisse dos perigos de seu tempo, para que,
consciente deles, ganhasse a força e a coragem de lutar, ao invés de ser levado e arrastado
à perdição de seu próprio “eu”, submetido às prescrições alheias. Educação que o colocas-
se em diálogo constante com o outro. Que o predispusesse a constantes revisões. À análi-
se crítica de seus “achados”. A uma certa rebeldia, no sentido mais humano da expressão.
Que o identicasse com métodos e processos cientícos. (FREIRE, 1974, p. 90).
Para lidar como sujeito ativo construtor de um futuro igualitário para
humanidade necessitamos de “uma educação para a decisão, para a responsabi-
lidade social e política.” (FREIRE, P. 88, 1967). Segundo Freire (1974), isso só
será possível se processo educativo for emancipatório e objetivar a estruturação
de uma consciência crítica, que consiga enxergar a representação das coisas e dos
fatos por meio de suas correlações causais e circunstanciais.
Tanto Freire (1974), quanto Morin (2002), destacam o papel do educa-
dor nesse processo de construção de uma nova educação que consiga solucionar os
problemas das sociedades contemporâneas. Para eles o educador deve ser capaz de:
Superar o pensamento linear, compreender o pensamento complexo, enfrentar as incer-
tezas, reetir sobre a formação docente e a prática educativa, valorizar o conhecimento
do aluno, ser coerente, ter ética prossional, reconhecer o homem como ser inacabado,
conceber a humanidade como comunidade planetária, entre outros, são pontos de con-
vergência em torno de uma pedagogia que corresponde aos atuais desaos da sociedade.
Para esses dois pensadores, o educador constitui-se numa referência privilegiada para a
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SILVA, G. T. B.; MUNGULUME, M. J.
construção da visão de mundo e da estrutura de pensar do educando, ou seja, do cidadão
planetário. (SCHOLZE; SCHOLZE, 2014, p. 73).
A construção do cidadão planetário dotado de conhecimentos para so-
lucionar os problemas contemporâneos com suas complexas correlações causais e
circunstanciais não pode pautada por uma educação técnica utilitarista. Há a ne-
cessidade de uma educação desalienante que forme cidadãos dispostos a interferir
de maneira positiva na história da humanidade e em sua relação com o planeta
terra, que sejam preparados para situar os acontecimentos em seus meios am-
bientes cultural, social, econômico, político e natural e tomar as decisões corretas
(FREIRE, 1974; MORIN, 2002).
conclusão
A emergência de problemas cada vez mais complexos demonstra para
Morin (2002) que é preciso reforçar o espírito problematizado da ciência, for-
talecendo a reexão dirigida para os grandes problemas do conhecimento e da
condição humana (MORIN, 2002). Por isso, esse estudo buscou transportar o
problema tecnológico para o plano da consciência moral, de modo a construir
um nível social responsável em relação aos problemas trazidas pela técnica.
Foi demonstrado que o desenvolvimento da educação para uma educa-
ção técnica e departamentalização pautada na especialização trouxe muitos custos
para os processos educacionais atuais. Além disso, ressalta-se que apesar dos avan-
ços trazidos pelas tecnologias os impactos negativos na relação do homem com a
natureza são substanciais. Há uma evidente superação da técnica pela natureza,
em que a mundialização da economia coloca em risco não apenas a natureza, mas
a também a ligação losóca entre natureza o homem.
Como solução esse trabalho traz as perspectivas educacionais de Morin
(2002) e Freire (1967) para uma educação do futuro baseada em um pensamento
ecologizante” libertador capaz de solucionar dos problemas complexos da socie-
dade contemporânea colocando o homem como sujeito ativo. Enm, optamos
por concluir esse estudo com uma citação de Restrepo (2017):
No se trata de satanizar la técnica o la tecnología. A ellas hay que darles un sí en la medi-
da en que nos sirvamos de ellas de forma apropiada; pero les debemos decir no, cuando
somos nosotros los que nos sometemos a ellas. Surge para nosotros un imperativo moral:
el no permitir que el conocimiento sea convertido en mera mercancía intercambiable a
los caprichos del consumo y sometido a los vaivenes de la bolsa; permitir que el pensa-
miento calculador sea el único válido y practicado lleva al gran peligro. (RESTREPO,
2017, p. 229).
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Fundamentos de uma educação ética e tecnológica Artigos/Articles
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Recebido : 23/03/2019
Aceite: 01/05/2019
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