O alvorecer de uma revista - alvorada
Artigos/Articles
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
O ALVORECER DE UMA REVISTA - ALVORADA: REVISTA DA MULHER
PRESBITERIANA INDEPENDENTE
THE DOWN OF A MAGAZINE ALVORADA: MAGAZINE OF THE
INDEPENDENT PRESBYTERIAN WOMAN
Isvia Silva GOMES
1
Estela Natalina Mantovani BERTOLETTI
2
R
ESUMO
: Este artigo versa acerca da revista feminina protestante intitulada “Alvorada: Revista da
Mulher Presbiteriana Independente” e tem por objetivo identificar, por intermédio da leitura dos
elementos paratextuais, quais as características
que a configuravam
como pertencente ao grupo
das
revistas femininas. A análise é circunscrita aos primeiros dez anos de circulação da revista, isto
é, entre os anos de 1968 e 1978, visto que neste espaço temporal esteve sob o comando de
uma
mesma redatora-chefe, mantendo um padrão editorial. Ao final, é possível elencar os fatores que
caracterizavam “Alvorada” como uma revista propriamente feminina: o tom coloquial de seu
editorial; os textos que tratavam de cuidados domésticos, com a família e com a alimentação; a ampla
diversidade textual; as sugestões literárias, bem como os textos com caráter de aconselhamento.
P
ALAVRAS
-
CHAVE
: História da educação. Educação feminina. Impressos presbiterianos.
A
BSTRACT
:
This article deals with the women ‘s magazine entitled “Alvorada: Revista da Mulher
Presbiteriana Independente” and aims to identify, through the reading of the paratextual elements,
the characteristics that shaped it as belonging to the group of women’ s magazines. The analysis is
limited to the first ten years of the journal’s circulation, that is, between 1968 and 1978, since in
this period of time it was under the command of the same chief editor, maintaining an editorial
standard. In the end, it is possible to list the factors that characterized “Alvorada” as a female
magazine: the colloquial tone of its editorial, the texts that dealt with domestic, family and food
care; the wide textual diversity; literary suggestions, as well as the texts with a counseling character.
K
EYWORDS
:
History of education. Female education. Presbyterian printed materials.
1
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba, Paranaíba, Mato
Grosso do Sul, Brasil. Aluna regular do Programa de Pós-Graduação em Educação. E- mail: isviagomes@gmail.
com.
2
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba, Paranaíba, Mato
Grosso do Sul, Brasil. Professora no curso de Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação. E-mail:
estelanmb@gmail.com
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2019.v5.n1.02.p9
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
1
I
NTRODUÇÃO
O tema deste texto é parte da pesquisa desenvolvida no Programa de
Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
(UEMS), Unidade Universitária de Paranaíba, desde agosto de 2017, cujo objeto
de estudo está circunscrito à análise de uma revista intitulada “Alvorada
:
Revista
da Mulher Presbiteriana Independente”. Tal objeto teve sua primeira edição em
fevereiro de 1968, sendo dirigida às mulheres que professavam a cristã pro-
testante, pertencentes à Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB).
3
A
revista foi destinada ao público feminino até a revista número três de 1987, a
partir do quarto número de 1987 a revista passou a ter como público-alvo toda
a família e continua sendo publicada até os dias atuais, entretanto desde 2014,
após reformulações, passou a ser nomeada revista “Vida & Caminho Alvorada”.
O estudo e análise de “Alvorada” realizado neste texto compreende os
dez primeiros anos de publicação da revista, período em que a revista manteve
um padrão estrutural uniforme em seus números, bem como a chefia da redação
permaneceu a cargo de uma mesma pessoa. Este artigo objetiva compreender as
características de “Alvorada” que a configuram como uma revista feminina de
confissão presbiteriana independente a partir da leitura dos elementos paratextu-
ais que a constituem. Para Chartier (1992) a construção da história do impresso,
está intimamente ligada a uma análise não somente do texto, assim como do su-
porte textual e da leitura. Diante desta afirmação é possível inferir que o significa-
do atribuído ao impresso pelo leitor, está intimamente atrelado ao suporte textual
e à sua configuração, o que implica em analisar o objeto cuja organização norteia
a compreensão e apreensão do texto lido, conforme Chartier (1991).
Sendo assim, estamos analisando aquilo que está circunscrito ao que
Chartier (1991), referindo-se a Paul Ricoeur, chama de “mundo do texto”.
Com vistas a contribuir para a construção de uma História da Imprensa
Feminina Protestante.
2
R
EVISTA
“A
LVORADA
”,
PARA ALÉM DE
UM BOLETIM
A revista “Alvorada” foi criada com o intuito de ser o veículo de comu-
nicação da Diretoria da Confederação Nacional de Senhoras
4
da IPIB, com as
3 A Igreja Presbiteriana Independente do Brasil tem sua origem em um cisma que houve entre um grupo de
pastores presbiterianos brasileiros, e a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América. Movidos por intenso
sentimento nacionalista, acrescido de divergências doutrinárias, em 31 de julho 1903, ao final de uma reunião
que
agregava todos os pastores brasileiros, denominada nodo, sete pastores e onze presbíteros se desligaram da
Igreja
Presbiteriana. No dia seguinte, os mesmos dissidentes organizaram a nova igreja, nascia a Igreja Presbite-
riana
Independente do Brasil. (Caderno de O Estandarte, 2003)
4 Em consonância com o manual publicado em 1968, pela Comissão do Laicato da Igreja Presbiteriana In-
dependente do Brasil, (1968), nomeado Senhoras na Seara, a organização do trabalho de senhoras da Igreja
Presbiteriana Independente do Brasil deveria funcionar do seguinte modo: “[...] as senhoras Presbiterianas In-
dependentes do Brasil estão organizadas em Sociedades Auxiliadoras de Senhoras SAS locais, que reunidas
O alvorecer de uma revista - alvorada
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Sociedades Auxiliadoras de Senhoras (SAS) das igrejas locais, conforme o relato
de Melo (2006, p.29):
Em 1968, a presidente, Dra. Maria Clemência Damião, convidou o Rev. Francisco de
Morais, secretário presbiterial da Federação do Ipiranga, para ser o responsável pela
publicação de um boletim comemorativo e de boletins mensais que, mimeografados,
seriam distribuídos pelas Federações. O Rev. Francisco, confiante e entusiasmado com
o trabalho feminino, sugeriu que, no lugar de simples boletim, nascesse uma revista
impressa, que se tornou o órgão oficial da Confederação.
Em que se pese o entusiasmo de Melo (2006), o manual “Senhoras na
Seara”
5
publicado em 1968, pela Comissão do Laicato da Igreja Presbiteriana In-
dependente do Brasil (1968), regulamentava a publicação apenas de um boletim
de tiragem mensal, bimestral ou trimestral de acordo com as possibilidades finan-
ceiras de cada federação cujo conteúdo deveria ser composto da seguinte forma:
-
Página “Notícias das SAS”. Esta página é importante pois servirá de inspiração para as
várias Sociedades filiadas.
-
Sugestões para os Dez Departamentos das SAS. O ideal é que em todo o número haja
uma sugestão para cada departamento.
[...]Todo e qualquer material de uso e inspiração para o trabalho Feminino.
-
Notícias da Confederação Nacional e do trabalho de âmbito nacional da Igreja Presbi-
teriana Independente do Brasil.
-
Concursos entre as SAS.
-
Instituição de prêmios, cursos, campanhas, etc.
-
Notícias das Instituições da Igreja. (COMISSÃO DO LAICATO DA IGREJA PRES-
BITERIANA INDEPENDENTE DO BRASIL, 1968, p.58)
A estrutura de um boletim, de acordo com as instruções da Confede-
ração Nacional de Senhoras, girava em torno de imprimir um informativo para
as SAS filiadas à federação, que trouxesse relatos do que estava acontecendo nas
diversas unidades da federação de senhoras, bem como, nas igrejas da federação e
ainda um compêndio de ideias inspirativas para os departamentos da SAS. Entre-
tanto ao que tudo indica, acataram a sugestão do Reverendo Francisco de Morais
e passaram em fevereiro de 1968 a publicar “Alvorada” com características de
revista feminina e não, simplesmente, de um boletim.
de acôrdo com o Presbitério a que pertencem sua Igreja, formam Federações Presbiteriais. [...]Confederação
Nacional é o órgão de coordenação de todo o trabalho de Senhoras e a sua Diretoria é constituída de cinco
elementos: Presidente, Vice-Presidente, I Secretária, II Secretária, Tesoureira.
5
De acordo com a análise do manual “Senhoras na Seara”, este manual havia sido elaborado em 1965, entretan-
to publicado somente em 1968. o há no documento explicações para a disparidade entre a data de elaboração
e de publicação.
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
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3
E
STRUTURA DA REVISTA
A
LVORADA
Enquanto o manual de organização da SAS previa a criação de um in-
formativo impresso, nos moldes de um boletim, onde deveriam constar notícias
dos trabalhos desenvolvidos pela SAS, da Confederação Nacional e das Igrejas,
acrescidos de sugestões de atividades que seriam desenvolvidas pelos departamen-
tos da SAS, a Confederação Nacional de Mulheres da IPIB resolve publicar uma
revista ao invés de um boletim, conforme afirmado no tópico anterior.
Devido a essa opção, como revista, “Alvorada” era composta por
ampla diversidade textual, contando com uma média de 34 páginas impressas
em papel jornal, em tinta preta e encadernadas em brochura. Suas capas eram
coloridas, em papel couchê semibrilho de 120 miligramas, desde sua segun-
da
6
edição. Quanto à configuração das capas, do ano de criação da revista até
1971, eram impressas utilizando apenas duas ou três cores. Somente a partir
de 1972 é que as capas passaram a ser compostas em mais cores, ora com dese-
nhos, ora com fotografias. Houve pequena variação em seu tamanho, de 1968
até 1975, foi impressa em formato de 23 centímetros de altura por 16 cen-
tímetros de largura. A partir de 1976, seu formato foi aumentado, passando
a ter 26 centímetros de altura por 18 centímetros de largura, permanecendo
assim até 1978.
De acordo com Buitoni (1990), até o fim do século XIX as revistas
distinguiam-se dos jornais em seu conteúdo. Enquanto os jornais tratavam de
textos de opinião, discussão de ideias, polêmicas e notícias, as revistas apresenta-
vam um conteúdo variado, ligado ao entretenimento, apresentando poesias, his-
tórias de ficção, relatos de viagem e matérias afins. Esta característica das revistas,
de publicar conteúdo diversificado permanece em todo século XX, acrescida de
ilustrações, imagens e fotografias. Além destas características do conteúdo, grafi-
camente, enquanto os jornais se apresentavam em um caderno sem capa dura e
impressos em um papel mais barato, geralmente as revistas eram impressas com
capa dura e tinham um miolo impresso em um papel de melhor qualidade.
Em 1968 e 1969 a revista foi impressa pela Gráfica e Editora Linotype
7
.
A partir de 1970 era composta e impressa pela Imprensa Metodista
8
. A partir
de 1973, embora a revista continuasse sendo impressa pela Imprensa Metodista,
constava a anotação na ficha catalográfica de que era distribuída pela Livraria e
Editora Pendão Real
9
.
6
Não obtive, até o momento a primeira edição da revista. No acervo consultado tenho acesso a partir da revista
de número 2 de 1968.
7
Até o momento não encontrei informações acerca desta gráfica.
8
Até o momento não encontrei nenhum dado ou informação a respeito.
9
De acordo com o site http://www.pendaoreal.com.br/empresa a Livraria e Editora Pendão Real atua mais
de 30 anos no mercado brasileiro, entretanto não existem informações mais precisas da data de sua criação.
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Ainda de acordo com as fichas catalográficas, o diretor da revista de
1968 a 1978 foi o mesmo pastor e a redatora responsável sempre se apresentou
a mesma. As demais funções exercidas dentro da organização da revista sofreram
várias alterações. Até 1970, o cargo de tesoureiro também era ocupado por um
pastor, porém a partir de 1971 até 1978 foi ocupado por uma mulher. Outra
função que era sempre ocupada por um pastor era a de assessor da Comissão de
Imprensa e Comunicação da IPI do Brasil, embora diferentes homens a tenham
exercido durante os dez anos estudados. A responsabilidade pela elaboração das
seções: “Em tom de conversa”, “De tudo para todos”, “Meu amigo o livro”,
“Cartas a equipe” ou “Cartas à redação” e “Fizemos e deu certo” era atribuída a
mulheres. É interessante observar que a partir de 1975, constavam em todas as
fichas catalográficas, o nome e o cargo que as mulheres integrantes da diretoria da
Confederação Nacional de Senhoras ocupavam, o que destaca a relação da
revista com a SAS.
A periodicidade da revista predominante entre os anos de 1968 e
1978 foi trimestral
10
. Sendo assim, no período de dez anos, a saber de feve-
reiro de 1968 até a primeira edição de 1978, foram publicados 42 números
da revista
11
.
Na revista de 1968 e nas de 1969 não havia sumário. Fator que dificul-
tava, em muito, a localização de artigos e temas no interior da revista, visto que,
o periódico era repleto de diversidade, isto é, havia artigos sobre psicologia da
criança e do adolescente, pastorais, temas para estudo bíblico, partituras de hinos,
programas para datas comemorativas, curtas biografias de mulheres, poemas, jo-
grais, acrósticos, sugestões de leituras, informações sobre atividades desenvolvidas nas
SAS locais entre tantos outros. Embora fosse grande a diversidade textual, havia
algumas seções que foram, ao longo da década estudada, surgindo e se es-
tabelecendo, enquanto que outras seções, foram extintas, assim como podemos
verificar no Quadro 1:
Quadro 1- Seções da revista, ano e números em que são publicadas.
10
Como exceção, o número 2 da revista de 1968 - foi bimestral, e os números 3 e 4 de 1987 foram quadrimes-
trais.
11
Diante do tempo transcorrido não obtive todos os números editados da revista, tendo acesso a somente 24
números de 1968 a 1978.
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
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(O número em que a seção é publicada está marcado com X)
Ano de
publicação
Número
da revista
referente
ao ano de
publicação
“Em
tom de
conversa”
“Meu
amigo o
livro”
“Cartas a
equipe”
“Fizemos
e deu
certo”
“De
nossos
Pastores
para
Alvorada”
“De tudo
para
todos”
1968
2
X
X
X
1969
2
X
X
X
1969
3
X
X
X
1970
2
X
X
X
X
1971
1
X
X
X
1971
4
X
X
X
X
1972
1
X
X
X
X
1972
2
X
X
X
X
1972
3
X
X
X
X
1973
2
X
X
X
X
1973
4
X
X
X
X
1974
1
X
X
X
X
1974
3
X
X
X
X
1974
4
X
X
X
X
1975
2
X
X
X
X
X
1976
1
X
X
X
X
X
X
1976
2
X
X
X
X
X
X
1976
3
X
X
X
X
X
X
1976
4
X
X
X
X
X
1977
1
X
X
X
X
X
1977
2
X
X
X
X
X
1977
3
X
X
X
X
1977
4
X
X
X
X
X
1978
1
X
X
X
X
Fonte: Elaboração das autoras.
Quanto à organização, apenas duas seções constaram em todos os -
meros da revista, “Em tom de conversa” e “De tudo para todos”. Outras seções
constam com frequência, entretanto, não estão presentes em todos os números,
são elas: “Meu amigo o livro”, “Cartas a equipe” ou Cartas à redação”. A partir
de 1975, passou a constar a seção “Fizemos... e deu certo” e em 1976 surgiu a
seção “Dos nossos Pastores para Alvorada”.
É importante ressaltar que além do conteúdo expresso nas seções, havia
outros textos que compunham o interior da revista, e que eram publicados de
modo aleatório, isto é, sem integrarem uma seção específica.
O alvorecer de uma revista - alvorada
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3.1 A SEÇÃO “EM TOM DE CONVERSA
Em tom de conversa” foi o título dado ao editorial da revista assinado
pela redatora chefe, e iniciado com expressões que tratavam de modo bastante
pessoal e individual, cada leitora da revista. Em 16 números das 24 revistas a que
tive acesso para análise, a redatora iniciava seu editorial com a expressão “Minha
amiga”. Embora nos outros oito editoriais existissem pequenas modificações tais
como “Leitora amiga” ou “Querida leitora”, no tratamento do público-alvo, é
possível observar que a característica de direcionamento particular à leitora, per-
maneceu presente, e tais expressões apareciam sempre em destaque no alto da
página. De acordo com Buitoni (1990), o tom coloquial da expressão, “Você,
minha amiga”, é muito usado pela imprensa feminina.
A seção era composta em geral dos assuntos daquele número da revis-
ta, sempre seguido de palavras de encorajamento para as assinantes da revista e
para mulheres filiadas a SAS. Constavam também citações de alguns autores e
com bastante frequência havia a citação de versículos bíblicos em seus textos. O
incentivo à divulgação da revista estava presente constantemente, bem como o
caráter comunitário dela, como promotora da organização nacional da Sociedade
Auxiliadora de Senhoras.
Organizar e unificar o trabalho das mulheres filiadas a SAS em suas
igrejas locais, servindo como instrumento de comunicação entre a diretoria na-
cional da sociedade de senhoras, e as diretorias locais era o primeiro objetivo para
a criação da revista. Contudo, não era somente este, fica claro também o desejo
de inspirar as mulheres cristãs em seu cotidiano, ensinando àquelas que a leem,
conforme “Alvorada” (1971, p.5):
Creio em você, irmã, como amiga e colaboradora da “ALVORADA” que também
começa um novo período na sua vida. Creio na sua ajuda para que a nossa revista
continue inabalável no seu mister de levar mensagens e ensinamentos úteis aos que a
lêem. (ALVORADA, 1971a, p.5).
O caráter evangelizador da revista também aparece na escrita da seção:
De acordo com pesquisas realizadas, sabemos que a página impressa é o melhor veículo
a serviço da evangelização. Quando distribuída com empenho pessoal, leva muitos a
aceitarem a Cristo. Tome um pouco do seu tempo para boa leitura e para evangelização
pela literatura. (ALVORADA, 1978, p.3).
Tal caráter evangelizador o era o principal objetivo da revista, mas
um dos objetivos.
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
3.2 A SEÇÃO “DE TUDO PARA TODOS
Buitoni (2009) afirma que entre os temas tradicionais tratados pelas re-
vistas femininas está a culinária. Tal qual, a grande maioria das revistas femininas,
“Alvorada” também contava com uma seção que tratava deste assunto. De tudo
para todos”
,
foi a seção que além das receitas culinárias, dava dicas de cuidados
domésticos. A seção recebeu este nome somente a partir da terceira edição do ano
de 1969. Em 1968, a seção da revista que trazia culinária e cuidados domésticos
como principal temática era nomeada como “Utilidades Domésticas: de tudo
para todos”. Nos dois primeiros números de 1969 o nome da seção, que apre-
sentava o mesmo tipo de textos era “Para a dona de casa”. Esta seção ficou sob a
responsabilidade de três autoras diferentes entre 1968 e 1978.
O conteúdo da seção apresentava um tom instrucional visto que fazia
sugestões quanto aos afazeres domésticos, atribuídos à mulher, conforme fica bem
claro a seguir: “Use água sanitária para devolver o brilho às panelas
escurecidas pelo cozimento das batatas ou verduras. Bastam duas colheres
de água sanitária para cada litro de água, fervidas dentro da própria panela”
(ALVORADA, 1970, p.27)
3.3 SEÇÃO “MEU AMIGO O LIVRO
A seção “Meu amigo o livro”, começou a ser editada inicialmente em
1969, na revista de número três, e somente neste número a coluna recebeu o
seguinte título: “Livros Livros Livros”, nos demais números a seção passou a
ser nomeada como “Meu amigo o livro”. A seção aparece em todos os números da
revista até o primeiro número de 1977, quando é extinta. “Meu amigo o livro”
é uma seção escrita por uma única mulher em todo o percurso temporalem que
existiu. Tratava de sugestões literárias feitas pela autora da seção às lei- toras de
“Alvorada”.
Das 24 revistas estudadas, 18 contaram com a seção, onde estava pre-
sente a sugestão de leitura de 25 livros diferentes, todas elas acompanhadas de
uma breve resenha, por vezes constava também uma pequena biografia do autor.
Destes 25 livros sugeridos, três livros eram escritos por mulheres, dois livros não
eram protestantes e sete deles escritos por pastores. As editoras que eram responsá-
veis pela publicação destes livros são: Imprensa Metodista, Edipress, Companhia
Brasil Editora, Editora Bethânia e Editora Ação Bíblica do Brasil. Em algumas das
resenhas não estava presente o nome da editora do livro.
É interessante observar, que nenhuma das sugestões continha, de acor-
do com as resenhas, um conteúdo direcionado especificamente ao público femi-
nino, entretanto, havia conteúdo que ditava padrões de comportamento como
podemos inferir do seguinte trecho:
O alvorecer de uma revista - alvorada
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Como o título indica, o livro foi escrito com a finalidade de ensinar a humanidade a
viver melhor. Ao invés de procurar cada um acha a culpa de seus infortúnios no amigo,
inimigo, ou na falta de sorte, o A. alerta sôbre a responsabilidade que cabe a cada pessoa
na melhoria da sua saúde, no bom gênio, na arte de esquecer as ofensas e as tristezas,
enfim na sabedoria necessária em aumentar os recursos íntimos para o próprio benefício.
(ALVORADA, 1972a, p. 20).
3.4 SEÇÃO “CARTAS À REDãO E “CARTAS À EQUIPE
“Cartas à redação” e “Cartas à equipe” eram os dois nomes da seção
destinada à publicação das cartas que leitoras e leitores
12
escreviam para a redação
da revista. Dos anos de 1968 a 1972, a seção é chamada de “Cartas à redação”. A
partir de 1973 até 1978, recebe então o título de “Cartas à equipe”. O número
de cartas publicadas em cada edição da revista não é fixo, provavelmente, em de-
corrência do número de cartas recebidas naquele trimestre da publicação. A seção
está presente em 19 edições da revista, dos 24 números analisados.
A revista circulou em 17 estados, dos 25 estados brasileiros entre os
anos de 1968 e 1978,
13
não alcançando os estados de Rondônia, Roraima, Ama-
pá, Piauí, Alagoas, o então Estado da Guanabara e o território de Fernando de
Noronha. De acordo com a análise dos dados, os estados de maior circulação da
revista foram os estados de São Paulo e Paraná. Do estado de São Paulo, existem
cartas advindas de 33 municípios, e do estado do Paraná constam cartas de 22
municípios. Vale ressaltar que dos estados de Minas Gerais e Goiás existem cartas
originárias de 11 municípios. Tais dados demonstram provavelmente, os estados e
cidades em que as Igrejas Presbiterianas Independentes já tinham se estabelecido,
afinal a revista era destinada às SAS das igrejas locais, partindo de cada uma delas
a venda e distribuição da revista para suas assinantes.
Ainda em observação a seção “Cartas à equipe”, é possível notar que a
revista circulou não somente no Brasil, assim como também em outros países, são
eles África do Sul, Alemanha Ocidental, Estados Unidos, Grécia, Inglaterra, Suíça
e Portugal. Na leitura das cartas constantes na seção, não é possível definir exa-
tamente a razão e como, a totalidade destes leitores tiveram acesso à revista. En-
tretanto, lendo um dos relatórios anuais da Confederação Nacional de Senhoras,
constante na revista número 2 de 1977, é possível obter o dado de que havia três
SAS no exterior (ALVORADA, 1977b, p.29), porém no relatório não constam os
países em que se localizavam. Quanto à leitora que está na Grécia, é possível infe-
rir que, pessoas no Brasil, ligadas à redação de “Alvoradaenviavam este impresso
para ela. Como é perceptível no seguinte fragmento da carta da leitora da Grécia
12
Nessa seção, é possível observar que embora a revista fosse destinada às mulheres, havia homens que liam a
revista e que, inclusive, mandavam cartas à redação da revista.
13
De acordo com consulta feita ao site http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?fo-
to=1561 em 02/07/2018.
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
18
Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
à equipe da revista: “Recebo regularmente ALVORADA e o ESTANDARTE
14
.
Muito obrigada. Estou emocionada com esse gesto de amor da sua parte. Muito
agradecida.” (ALVORADA, 1974a, p.30). Assim como na carta recebida do lei-
tor que residia na Inglaterra: “Gosto muito dos exemplares da excelente revista
ALVORADA, que a cara irmã tem enviado com regularidade. Tanto eu como a
minha esposa lemos com interesse.” (ALVORADA, 1974c, p. 33).
4
R
ELATANDO OS TRABALHOS DA
SAS:
A SEÇÃO
“F
IZEMOS
...
E DEU CERTO
No ano de 1975, a coluna “Fizemos... e deu certo”, surge com um fim
bem definido: compartilhar com as leitoras relatos de trabalhos desenvolvidos
pelas federações ou pelas SAS. A responsável solicitava a contribuição de ideias de
outras SAS, o que indica que a coluna seria composta a partir de textos ou ideias
enviadas para a responsável pela coluna.
Senti-me muito honrada com a secção ‘Fizemos... e deu certo...’ Ela está sob minha
responsabilidade e tenho que alimentá-la. Acho que nossa experiência regional o
será suficiente. Gostaria que as Presidentes de SAS e Federações enviassem sugestões
para mim.
Meu endereço é:
Ruth de Campos Santos
Rua Sete de setembro nº1630
19100 PRESIDENTE PRUDENTE –SP”. (ALVORADA, 1975, p. 33).
Os assuntos giravam em torno de sugestões de cultos para datas come-
morativas, relatos de trabalhos sociais desenvolvidos por SAS locais, confraterni-
zações, chás de bebê, chás de cozinha, comemorações de aniversário de pastores
ou de membros da SAS, também traziam relatos sobre cursos de trabalhos manu-
ais desenvolvidos pela SAS de algumas localidades, ideias de eventos e campanhas
para arrecadação de fundos monetários para o auxílio de obras sociais ou projetos
de evangelização missionária. Em apenas quatro números é possível observar fo-
tografias de eventos ou de trabalhos desenvolvidos pelas SAS ou federações.
Na medida em que apresentavam relatos de experiências, cadaSAS
procurava servir de exemplo, de modelo ou de inspiração para as outras
sociedades locais.
Faça uma festa da amizade secreta com as famílias da igreja. Cada família tira outra e
vai orar por ela, escreve-lhe uma cartinha, enviar flores antes da revelação,
use nomes
da
Bíblia, de flores também. [...] Marque um dia para a revelação. Essa noite receberá
o
nome: “Consagração dos Lares”. Faz-se a homenagem publicamente oferecendo uma
lembrança a família secreta. Este trabalho foi realizado em várias igrejas com ótimo re-
sultado. (ALVORADA, 1976c, p. 25).
14
O jornal O Estandarte é o órgão oficial de comunicação da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil,
é publicado 127 anos, conforme indicado pelo site https://www.pendaoreal.com.br/periodicos/estandarte/
estandarte em 05/04/2019.
O alvorecer de uma revista - alvorada
Artigos/Articles
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
Na análise da seção é possível identificar que ficava a cargo das mulhe-
res a realização de diversas obras sociais.
Na IPI de Casa Verde um trabalho que você pode imitar. A idéia foi do Departamento
de Educação, Cultura e Arte da SAS. Todas as sextas-feiras, à tarde (início às 13 horas),
a SAS esmantendo um trabalho assistencial. o três cursos para senhoras: crochê e
tricô; pintura, e corte e costura. (ALVORADA, 1976c, p.26).
Por isso, nesta seção apareciam instruções e/ou relatos sobre este tipo de
ocupação feminina nas igrejas.
5 DOS HOMENS PARA AS MULHERES E A SEÇÃO DE “DOS NOSSOS PASTORES PARA
ALVORADA
“Dos nossos pastores para Alvorada” é a seção que surge mais tardia-
mente em Alvorada”, no ano de 1976. Embora a organização dos textos pastorais
no interior da revista em forma de seção fosse tardia, os pastores publicavam tex-
tos desde o primeiro número da revista, como é possível observar no Quadro 2:
Quadro 2 Textos escritos por pastores em
Alvorada
(1968-1975)
Ano de
publicação
Número da revista
referente ao ano de
publicação
Número de textos
escritos por pastores
em Alvorada
Gênero textual
1968
2
1
Artigo
1969
2
4
Artigo, relato
1969
3
1
Artigo, oração, instrucional
1970
2
4
Artigo e instrucional
1971
1
2
Sugestão de cantata, artigo
1971
4
3
Poema, crônica e artigo
1972
1
4
Artigos e pastorais
1972
2
2
Uma carta.um devocional
1972
3
Não constam
escritores pastores
1973
2
3
Crônica, estudo blico, artigo
1973
4
1
Devocional
1974
1
2
Artigos
1974
3
5
Artigos, devocional
1974
4
5
Devocionais, artigo, poema
1975
2
4
Artigo, conto, poema, devocional
Fonte: Elaboração das autoras.
Pode-se inferir que a seção Dos nossos pastores para Alvorada” surgiu
para agrupar as produções textuais que os pastores enviavam para a revista. O que
pode ser confirmado, visto que, todos os textos produzidos por pastores, passaram
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
a ser encontrados somente no campo de abrangência da seção, a partir do ano de
sua organização, a saber 1976. No período de 1968 a 1975, os textos escritos por
pastores ficavam distribuídos aleatoriamente no miolo da revista.
Na seção Dos nossos pastores para Alvorada”, diferentes pastores es-
creveram palavras de instrução, diversas reflexões bíblicas, por vezes contos, ou-
tras vezes poemas. Ressaltamos que no primeiro ano em que a seção foi publicada
ocupava duas ou três ginas da revista. Em 1977, a seção, no primeiro e segundo
número da revista ocupava cinco páginas, contendo: estudos bíblicos, poemas e
crônicas, conto e jogral. É interessante notar que nestes dois anos de publicação da
seção, foram publicados 54 diferentes textos, sendo três contos, 29 reflexões
bíblicas, sete poemas, dez artigos, três hinos, uma dica de leitura e a transcrição de
um discurso. Destes apenas sete textos eram dirigidos diretamente às mulheres.Isto
é, qualquer pessoa, independentemente de seu gênero, poderia ler esta seção e
abstrair algo para sua vida diária. Havia uma preocupação evidente com a reli-
giosidade, pois os textos que compunham a seção eram predominantemente com
temas bíblicos, escritos em tom de aconselhamento pastoral.
Nos textos dirigidos às mulheres era possível encontrar quais os papéis
atribuídos a elas, na família e na igreja.
A mulher crispresbiteriana independente cumpre a sua missão em seu próprio lar, na
qualidade de filha, irmã, espôsa e mãe. Cumpre a sua missão na Igreja em múltiplas
atividades [...] Além disso, no lar e na Igreja, a mulher convertida e santificada cumpre
a missão de educadora tanto no magistério da Escola Dominical junto às crianças, aos
jovens e adultos, quanto no convívio fraternal, nas reuniões, nos cultos e nos lares.
(ALVORADA, 1972a, p. 2).
O ideal de mulher cristã estava intimamente associado ao papel de edu-
cadora, não somente como mãe, mas também na igreja, como professora das
diversas faixas etárias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da análise desenvolvida até aqui é possível notarmos elementos
que comprovam que “Alvorada”
,
de fato, se constituiu como uma revista femini-
na e não somente como um simples boletim.
O tom coloquial utilizado na seção “Em tom de conversa” era e é, mui-
to comum nos impressos destinados ao público feminino; Luca (2016) destaca
que esta é uma das particularidades das revistas femininas.
Os cuidados domésticos, com a família e com a alimentação, também
foram constantes em “Alvorada” desde o princípio, visto que, embora houvesse
nomenclaturas diferentes para a seção “De tudo para todos” em alguns números,
era exatamente disto que se tratava. Este tipo de conteúdo é uma constante em
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revistas femininas a partir da década de 1940 e é um dos grandes editoriais femi-
ninos como nos sinaliza Buitoni (1990).
As “Cartas à redação” ou “Cartas a equipe” também são elementos pró-
prios das revistas femininas. Buitoni (1990) afirma que tal elemento no interior
das publicações femininas são fundamentais, pois permitem a troca de informa-
ções entre o público e a equipe de redação da revista.
Ao trazer sugestões literárias na seção “Meu amigo o livro”, “Alvorada”
mostra-se de fato como uma revista, visto que a literatura está ligada à origem
dos impressos femininos, conforme Cohen (2012). “No âmbito das chamadas
revistas ilustradas, o segmento especificamente destinado às mulheres se destaca.
Nascidas para divulgar literatura e moda, as revistas femininas brasileiras tinham
tradição desde a segunda metade do século XIX.” (COHEN, 2012, p.54).
“De nossos pastores para Alvorada”, coluna que se dedicava a publi-
cações de textos pastorais, tem sua maior preocupação em conduzir as leitoras a
uma intensa reflexão bíblica, com direcionamento à vida prática na medida em
que, a grande maioria de seus textos concentrava-se nisto. Este caráter de aconse-
lhamento pastoral impresso nesta seção, também pode ser comparado ao caráter
de aconselhamento do qual as revistas femininas, de um modo geral se apropria-
ram como indicado por Buitoni (1990), “[...] a imprensa feminina usa e abusa do
aconselhamento e da receita.” (BUITONI, 1990, p. 76).
A seção que aponta diretamente para o fato da revista ser um instru-
mento de comunicação entre a Confederação Nacional de Senhoras da IPIB,
“Fizemos... e deu certo”
,
que apresentava como conteúdo diversas sugestões para
o trabalho feminino nas igrejas, demonstrava as ideias próprias da Confederação
Nacional de Senhoras para o que as mulheres deveriam fazer em seu trabalho
na igreja. Desse modo, a coluna instrumentalizava estas mulheres com ideias e
modelos do que poderia ser feito quanto a ocupações que iam desde a esfera do
trabalho de assistência social até à educação cristã para crianças, adolescentes,
jovens e adultos.
A revista “Alvoradacontinha diversas seções com assuntos tão diversos,
além dos outros textos, não abordados neste artigo, e de fato se configurava como
uma revista feminina, pois Buitoni (1990) afirma que a intensa diversificação de
seções e a grande variedade temática é característica da maioria das publicações
direcionadas ao público feminino.
Portanto é possível inferir que para a Confederação Nacional de Mu-
lheres da IPIB, ao produzir uma revista feminina e não um boletim, tinha por
objetivo aparamentar e instruir esta mulher protestante para desenvolver seus di-
versos papéis, seja em âmbito familiar ou eclesial, como fica evidente na escrita de
várias seções. Para os responsáveis pela revista, era necessário compor um material
que
exercesse um papel educativo quanto a vida diária, doméstica, espiritual e do
GOMES, I. S.; BERTOLETTI, E. N. M.
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.5, n.1, p. 9-24, Jan./Jun., 2019
trabalho social e de ensino desempenhados pela mulher presbiteriana indepen-
dente entre os anos de 1968 até 1978.
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