O início da escolarização no município de Garça/SP
Artigos/Articles
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.4, n.2, p. 69-84, Jul./Dez., 2018
O INÍCIO DA ESCOLARIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE GARÇA/SP:
ASPECTOS DOS ESPAÇOS ESCOLARES
.
T
HE START OF SCHOOLING IN THE MUNICIPALITY OF
G
ARÇA
/Sp:
ASPECTS OF SCHOOL SPACES.
Vania Regina Pieretti Julião
1
Viviane Cássia Teixeira Reis
2
R
ESUMO
:
Este artigo apresenta alguns resultados de pesquisa na linha da História da Educação, centrada
na História da Formação Docente desenvolvida no âmbito do Programa de Pesquisa “História da
Didática em Instituições de Formação de Professores no Brasil (1827-2011) e no grupo de pesquisa
HiDEA Brasil-História das Disciplinas Escolares e Acadêmicas no Brasil. O objeto de estudo é a
institucionalização da formação de professores no município de Gaa SP e os espos escolares
como locais de constituição de aprendizados. Os espaços escolares podem revelar aspectos de uma
determinada educação e da forma escolar predominante. Com fundamento na concepção de forma
escolar apresentada por Vicent, Lahire, Thin e nos apontamentos sobre espaços escolares divulgados
por Escolano (2001) e Frago (2001), apresentamos alguns aspectos do início da escolarização no
município de Garça SP, no primeiro Ginásio e Escola Normal instituído no município. Abordamos
as circunstâncias políticas e sociais que permitiram desde a constituição do município até a
institucionalização escolar como a construção do prédio escolar, espaço específico para o ensino.
P
ALAVRAS
-C
HAVE
:
História da Educação; Instituição Escolar; Espaço Escolar; Forma Escolar.
ABSTRACT: This article presents some research results in the History of Education, centered on
the History of Teacher Training developed within the scope of the Research Program “History
of Teaching in Teaching Institutions in Brazil (1827-2011)” and in the group -American Journal
of School and Academic Disciplines in Brazil. The object of study is the institutionalization of
teacher training in the municipality of Garça SP and the school spaces as places of formation of
learning. School spaces may reveal aspects of a particular education and the predominant school
form. Based on the conception of school form presented by Vicent, Lahire, Thin and the notes
on school spaces published by Escolano (2001) and Frago (2001), we present some aspects of
the beginning of schooling in the city of Garça SP, in the first Gymnasium and School Normal
instituted in the municipality. We deal with the political and social circumstances that allowed us
from the constitution of the municipality to the school institutionalization as the construction of
the school building, a specific space for teaching.
K
EYWORD
: History of Education; School Institution; School Space; School form.
1
Mestre em Educão (2016) e doutoranda em Educação (2018) UNESP Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Filosofia e Ciências FFC/Câmpus de Marília. vaniarpj@hotmail.com
2
Mestre em Educação (2015) e doutoranda em Educação (2018) UNESP Universidade Estadual Paulis-
ta Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Filosofia e Ciências FFC/Câmpus de Marília. vivianectreis@
outlook.com
http://doi.org/10.33027/2447-780X.2018.v4.n2.07.p69
JULIÃO, V. R. P.; REIS, V. T.
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I
NTRODUÇÃO
A primeira Escola Normal instituída no município de Garça SP, atual-
mente, é a Escola Estadual Hilmar Machado de Oliveira, sua arquitetura se ergue
de forma imponente com sacadas, eiras e beiras. No chão da calçada e na entrada
se pedras portuguesas assentadas simetricamente por calceteiros na década de
1950. A miragem da escola tanto de sua parte exterior como interior nos levou aos
questionamentos sobre a sua historiografia e junto à comunidade escolar iniciamos
um trabalho de memória sobre a hisria dessa instituição que foi o primeiro ginásio
e a primeira escola de formação de professores no município de Garça SP.
No ano de 2010, quando uma das autoras assumiu a direção da referida
escola, se iniciou um trabalho junto aos alunos, professores e funcionários para
localização e acomodação de todo o material que possibilitasse o conhecimento da
história da escola. Devido a uma reforma pela qual a escola foi submetida nos anos
de 2008 e 2009, os materiais (documentos como Atas, Livro Ponto, Relató- rios,
fotografias, material pedagógico) estavam misturados e dispersos em vários
locais
da escola.
Foi um árduo trabalho que se estendeu ao longo de seis anos visto a
extensa demanda do cotidiano da escola, pois o seu funcionamento se dá em três
períodos das 6h30min às 23h15min. atende alunos dos anos finais do Ensino
Fundamental - ao e Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos.
Atualmente, duas salas específicas para a acomodação do acervo da
escola, o que possibilitou a análise de alguns documentos como Relatório de
Inspetor, Atas de reuniões e fotografias, para a identificação de alguns aspectos
referentes ao espaço e tempo escolar no início do funcionamento da escola que
ora apresentamos neste artigo.
A cada aniversário da escola, junto com um grupo de alunos buscamos
entrevistar alunos e professores que passaram pela escola, principalmente os mais
antigos, em busca da historiografia da escola. As entrevistas foram registradas por
anotações, fotografias e algumas foram gravadas e, possibilitaram a sua utilização
como fontes.
Para tanto, buscamos a fundamentação teórica na História Oral. A His-
tória Oral centra-se nos sujeitos, em suas narrativas das situações vividas, nas ex-
periências, na história. Nesse sentido, o passado tem continuidade na atualidade
e ainda garante sentido social à vida dos sujeitos depoentes e leitores que poderão
entender a sequência histórica bem como se sentirem parte do contexto em que
vivem (MEIHY, 1996, p.10). Essa abordagem está centrada na memória humana
e na sua capacidade de reviver o passado como testemunho do presenciado e vi-
vido. No entanto, além da lembrança de uma pessoa, se considera também a sua
inserção em um contexto social ou familiar, o que se leva a uma memória coletiva.
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Vale ressaltar que a memória registra e atua no que tem importância,
no que é significativo.
Para Thompson (1992, p.22), a história oral é uma prática social capaz
de gerar mudanças que transformam o conteúdo e a finalidade da história, pois
a história oral modifica o enfoque da própria história e demonstra novos campos
de investigação.
Nesse sentido, a história oral como procedimento metodológico, regis-
tra e assim continuidade às lembranças e vivências dos sujeitos que comparti-
lham a suas memórias.
Para fundamentar a análise dos espaços escolares apresentamos os apon-
tamentos de Frago (2001) e Escolano (2001).
Para Escolano (2001) o espaço escolaro é uma estrutura neutra na
qual as ações são desenvolvidas por seus atores como se fosse um cenário, nesse
sentido o autor destaca:
A arquitetura escolar é também por si mesma um programa, uma espécie de discurso
que institui na sua materialidade um sistema de valores, como os de ordem, discipli-
na e vigilância, marcos para a aprendizagem sensorial e motora e toda uma semiologia
que cobre diferentes símbolos estéticos, culturais e também ideológicos. (ESCOLANO,
2001, p.26).
Nesta perspectiva, se considera neste artigo o contexto da construção do
primeiro prédio escolar para funcionar o curso ginasial e formação de professores.
Ainda nesse sentido, Frago (2001), aponta que ao considerar o espo es-
colar como território uma tripla dialética: entre o interno e o externo; o fechado
e o aberto; o próprio, o comum e o alheio. A primeira dialética, entre o interno e o
externo se refere às queses sobre o que é a escola e o que fica fora dela, o que está
na sala de aula ou em outro espaço escolar e o que está fora dele. Na dialética do
fechado e aberto estão as questões relacionadas as estruturas cortantes ou herméticas
frente as estruturas de transição ou porosas. Na terceira dialética está a relação de
pertencimento individual ou coletiva, quando há a apropriação como “meu” ou
“nosso”. O mesmo autor destaca que para a análise do espaço escolar:
[...] implica considerar de forma conjunta os três aspectos indicados: sua morfologia
ou estrutura, seus diferentes usos e funções, e sua organização ou relações existentes
entre
seus diferentes espaços e funções. Tudo isso com a finalidade de mostrar como
essa
morfologia e essa organização refletem ideias ou concepções determinadas sobre a
natureza, a importância e o papel das funções ou usos atribuídos a cada espaço concreto.
( FRAGO, 2001, p.44).
Estes elementos também passam a constituir a forma escolar, conforme
destacado por Vicent, Lahire,Thin (2001, p. 10):
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Falar de forma escolar é, portanto, pesquisar o que faz a unidade de uma configuração
histórica particular, surgida em determinadas formões sociais, em certa época, e ao
mesmo tempo que outras transformações, através de um procedimento tanto descritivo
quanto “compreensivo”. (VICENT, LAHIRE,THIN, 2001, p.10).
A partir da premissa apresentada pelos autores citados apresentamos
a configuração da primeira escola no município de Garça SP a oferecer o curso
ginasial e a formação de professores para o curso primário e alguns aspectos da
constituição do espaço escolar marcados no início dessa escolarização de maneira
descritiva, mas também compreensiva.
O MUNICÍPIO DE GARÇA SP E A INSTITUCIONALIZAÇÃO ESCOLAR
A constituição escolar se relaciona com a formação do município de
Garça SP inserida em conflitos e disputas políticas que ocorreram nessa formação.
O garcense Cláudio Travassos Delicato defendeu uma tese intitulada
Sobre lugares e trilhos: relações de sociabilidade durante a formação de uma cidade do
novo oeste paulista (2011), na qual teve como objetivo:
identificar relações de sociabilidade, percepções espaciais e modos de apropriações de
lugares da cidade, principalmente vinculados a forma de distinção socioespacial, durante
um período em que uma linha férrea dividiu o núcleo urbano de Garça, município
da “Alta Paulista”, entre o final da década de 1920 e meados da década de 1970.
(DELICATO, 2011, p. 6).
A leitura desta tese nos possibilitou compreender que as primeiras esco-
las instituídas no município de Garça surgiram num contexto a partir de forma-
ções sociais e disputas políticas que marcaram a formação do município, a partir
da demarcação da linha férrea que cortava o centro urbano.
O Município de Garça é localizado na região centro-oeste do estado
de São Paulo e se constituiu como município no ano de 1928. A história de sua
formação se estende ao longo da década de 1920.
No ano de 1910, o governo do estado de São Paulo promoveu uma ex-
pedição de geólogos para demarcar as terras no interior de São Paulo na intenção
de posteriormente vendê-las. Dentre estas terras está a região onde atualmente se
localiza o município de Garça SP.
A sua formação foi marcada pela disputa entre os primeiros proprie-
tários de terras dentre eles o Sr. Labieno da Costa Machado, o Cel. Joaquim de
Carvalho Barros e o Sr. Carlos Ferrari.
O Sr. Labieno pertencia a uma família abastada de tradicionais cafei-
cultores do interior de São Paulo, e chegou nas terras adquiridas com um pro-
jeto de formação de cidade desenvolvido na Europa onde estudou. Advindo de
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família abastada pertencente a oligarquia cafeeira, montou comitiva própria para
desbravar o local no qual entendeu como sendo apropriado para se fazer o centro
de uma cidade, futuro município de Garça, e promover a cafeicultura. Cumpriu o
seu propósito inicial formando um patrimônio denominado Labienópolis. Tanto
a família do Sr. Labieno quanto ele eram vinculados ao Partido Democrata.
O Sr. Cel. Antônio Carvalho de Barros, também adquiriu terras nes-
sa região em local oposto do Sr. Labieno, iniciou a cafeicultura, construiu resi-
dências e, posteriormente, loteou parte das terras, formando assim um pequeno
vilarejo conhecido como Barrarópolis. O Sr. Cel. Antônio Carvalho de Barros
era vinculado ao Partido Republicano Progressista, o mesmo do candidato à pre-
sidência, Sr. Julio Prestes.
Mesmo com as diferenças políticas, os dois foram responsáveis pela
construção da linha férrea que foi definida para percorrer entre as duas proprie-
dades, facilitando assim a produção cafeicultora dos dois fazendeiros. O local por
onde passava a linha férrea foi doado pelo Sr. Labieno, em um possível acordo
entre os dois.
Num outro local da mesma região, concomitante a posse das terras pelo
Sr. Labieno e Cel. Joaquim, o Sr. Carlos Ferrari, imigrante italiano, trabalhou
como colono em uma fazenda próximo de onde seria a cidade de Garça e, após
economizar dinheiro conseguiu adquirir terras que foram vendidas, formando
assim um outro Patrimônio, que ficou conhecido como Ferrarópolis e, viria ser
o centro da cidade, pois os lotes foram vendidos a preços menores numa disputa
com as vendas dos terrenos do Sr. Labieno.
A linha férrea dividia os dois patrimônios Labienópolis e Ferrarópolis/
Barrarópolis, marcando assim a constituição da sociedade garcence. Visto a cida-
de se constituir no bairro Ferrarópolis, acima da linha férrea, as pessoas considera-
das de uma “elite”, construíam as suas residências. Os lugares públicos também
foram construídos acima da linha férrea, como o Fórum, a Prefeitura, a Câmara
e as primeiras escolas.
Na memória coletiva e no senso comum, a história do município se
pauta na disputa entre Carlos Ferrari e Labieno. No entanto, acima da linha tam-
bém estava a família Barros, que se instituía com interesses políticos.
A atuação e intenção política do Cel. Joaquim possibilitou a construção
das primeiras escolas. O Cel. Joaquim apoiava o candidato paulista a presidência,
Sr. Julio Prestes, na eleição de 1930. Em 1929, o Cel Joaquim cedeu um terreno
à Prefeitura Municipal para construir a primeira escola, o “Grupo Escolar das
Escolas Reunidas de Garça-Julio Prestes”.
O Grupo escolar funcionou neste local de 1929 a 1940, quando o mes-
mo Cel. Joaquim Barros cedeu um outro local situado na avenida de sua resi-
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dência, para a construção de um prédio maior para o Grupo Escolar e o local da
antiga escola passou a servir ao “Tiro de Guerra”.
Apesar de não ser o Grupo Escolar objeto de estudo apresentado
neste artigo, vale ressaltar as intenções políticas e a necessidade da afirmação dos
ideais republicanos na concessão do terreno para a construção do Grupo Escolar.
Lembrando que o Cel. Joaquim Barros e a sua família eram vinculados ao PRP,
Partido Republicano Progressista, verificou-se que posteriormente, um de seus
filhos, o Sr. Paulo Ornellas de Carvalho Barros, foi eleito a Deputado Estadual.
A construção do primeiro grupo Escolar, na sua segunda versão, ergue-
-se como uma escola-monumento para reforçar os ideais republicanos por meio da
educação escolar, com projetos educativos de escola seriada na qual se deveria
imperar saberes, ordem e progresso.
O município de Garça SP contava com um Grupo Escolar, portanto
necessitava da continuidade da educação, ou seja, o curso Ginasial, que passou a
ser oferecido a partir de 1937, num local improvisado junto ao paço Municipal e
denominado Ginásio Municipal. Assim, outra doação de terreno para construção
de instituição escolar foi cedida pela família do Cel. Antônio Carvalho de Barros, a
atual Escola Estadual Hilmar Machado de Oliveira, objeto de estudo deste artigo.
A construção do novo prédio se iniciou em 1939 num bairro que
se despontavam as construções das residências dos grandes cafeicultores que se
destacavam naquele período, próximo do Fórum, da Prefeitura, do Grupo Es-
colar, do centro da cidade e ainda de uma grande mata que viria a ser o Bosque
Municipal.
Sobre a localização das escolas nesse período, Escolano (2001), destaca
que no início do século XX despontaram-se correntes arquitetônicas voltadas para
o modernismo que muito influenciou a localização para a construção do espaço
escolar, indicavam que as construções das escolas deveriam ocorrer em locais de
espaços verdes, fora da área de tráfego, mas ser um elemento de destaque no con-
junto das construções próximas, para ser reconhecida como símbolo e demons-
tração do esforço em favor da cultura.
É possível identificar esta influência na escolha do local para a construção
do Ginásio Municipal, que deveria se erguer de fronte para o centro da cidade e
estaria também no centro de todos os bairros, ou seja, poderia atender moradores
de outros locais, pois era fácil o acesso. No entanto, estava situado num local de
moradores economicamente privilegiados.
O acesso ao curso ginasial se dava por meio dos exames de admissão
o que não favorecia a entrada de todos os concluintes do curso primário do
Grupo Escolar.
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As ideais modernistas eram facilmente relacionadas aos ideais republi-
canos, que apesar de se tratar da década de 1930 e 1940, ainda eram evidentes
no pequeno município que se formava. A construção do novo Ginásio Municipal
seguiu os padrões das do Grupo Escolar, mas com a intenção de se oferecer o
curso Normal para formar professores que atuariam no Grupo Escolar. Na foto-
grafia da Figura 1 é possível verificar a localização da escola em relação à cidade.
Figura 1
- Parte dos fundos do Ginásio Municipal- Acervo: E.E. Hilmar Machado de Oliveira
A construção do prédio do Ginásio Municipal se iniciou em 1939, com
dois pisos e oito salas de aula conforme a planta original e terminou em 1942.
Ao término da construção do novo prédio, o então prefeito Durval
Alves de Souza por meio de licitação pública, concedeu a autorização de arren-
damento do prédio aos Padres Antônio Magliano e João Aquino que deram
continuidade aos cursos e a primeira turma foi formada em 1946. Nesse período
a escola não foi considerada pública, denominada Ginásio e Escola Normal Livre.
Os alunos, aprovados no exame de admissão, pagavam uma taxa mensal para
manutenção e benfeitorias do prédio.
No ano de 1947, solicitação do Sr. Prefeito Sr. Joaquim Ribeiro do
Val, ao Sr. Governador do Estado de São Paulo Ademar de Barros, para a transfor-
mação em escola do estado e o comprometimento da doação do prédio ao Estado.
Em 1948, tal solicitação foi atendida e a Instituição Escolar voltou a ser pública
denominada, “Ginásio Estadual e Escola Normal de Garça”, e, teve o primeiro
corpo docente nomeado pelo então governador.
No ano de 1950, foi solicitada a alteração para Colégio Estadual de
Garça, para este atendimento, registros no relatório do Técnico de Educação
para vistoria do prédio. Após verificações e atribuições de pontuações, a institui-
ção foi denominada Colégio Estadual e Escola Normal Dr. Hilmar Machado
de Oliveira” em homenagem ao Prefeito que iniciou a construção da Instituição
Escolar, falecido no ano de 1949.
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De acordo com o relatório do Técnico de Educação uma avaliação
minuciosa de todas as dependências do prédio que nos mostra como deveria ser a
ocupação dos espaços e ainda a influência da preocupação higienista para com a
localização das janelas, portas, entrada da luminosidade, circulação do ar e os cui-
dados com os sanitários. Para cada dependência se dava uma nota de zero a dez.
Neste relatório as fotografias dos espaços avaliados para comprovar as notas.
Frago (2001) destaca que a questão da distribuição dos espaços inter-
nos nos prédios escolares se torna importantes na medida em que estes refletem
além das atividades relevantes, o papel desempenhado por cada função e as suas
relações entre si.
Nesse sentido, se tem o espaço das salas de aulas, da biblioteca, do labo-
ratório, o significado de cada espaço e a relação das suas funções nas apropriações
pelos alunos e professores. E, ainda, uma organização própria para a função de
cada uma é o que se observa nas fotografias da organização da escola em estudo
para que esta obtivesse a aprovação após a inspetoria e passasse a ser Colégio Es-
tadual e Escola Normal Dr. Hilmar Machado de Oliveira.
A biblioteca, conforme se verifica na Figura 2, além do acervo dos livros
expõe troféus conquistados pelos alunos em disputas esportivas e Prêmio do con-
curso orfeônico. Na parede se destaca a fotografia do então governador do estado
de São Paulo Adhemar de Barros. Também se um espaço para guardar os livros
e outro para a acomodação e para a realização de estudos e pesquisas, em mesa
grande com cadeiras.
Figura 2
- Biblioteca- Ginásio Estadual e Escola Normal-1948-
Fonte: Acervo: E.E. Hilmar Machado de Oliveira
Na avaliação do Técnico destaque para a amplitude da sala, a orga-
nização do acervo e a quantidade, conservação e adequação dos móveis e fichários
e a atribuição da nota 10.
O laboratório de Ciências também aparece como um espaço específico
de conhecimento e, portanto, com organização própria, portador de materiais
que possibilitem experiências. Tais como figuras e bonecos do corpo humano,
figuras e réplicas de animais, instrumentos de atividades de física, carteiras e ban-
cos diferenciados dos da sala de aula, com mobilidade, vidrarias, substâncias para
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experiências químicas e científicas, pia, mesa do professor. Para o Técnico o la-
boratório estava em espaço adequado, mas cada material existente recebia uma
pontuação, o que no final foi apresentado como 7,35.
O relatório apresenta uma preocupação no primeiro item avaliado que
se refere à Salubridade demonstrando uma preocupação na prevenção de doenças,
destaca a ausência de poeira, lixo, mal cheiro, água estagnada.
Outra exigência que se destaca no relatório é a questão de se ter um
ambiente escolar silencioso e sem recursos que tirem a atenção dos alunos às
atividades das aulas. Quanto a ausência do perigo, é bem específico para aquele
período visto se manifestar em relação ao tráfego ao redor, como não ter linha fér-
rea, bonde ou buracos. Na continuidade do relatório a atribuição da nota dez
à localização por estar a dez metros de outros prédios vizinhos, o que nos aponta
a necessidade do distanciamento da escola em relação a outros prédios.
O pátio da escola surge como um local seguro e com divisão de duas
galerias, tal divisão era para determinar o local das meninas separado do local dos
meninos. E ainda uma quadra esportiva com árvores ao redor, demonstrando
assim o destaque de que havia parte arborizada ao redor da escola.
Para o Técnico avaliador, a entrada da escola estava em perfeita ordem,
no entanto, era a única entrada para a escola, o que nos leva a entender que não
havia os portões laterais separados para alunos e todos adentravam o prédio pelo
mesmo local.
A entrada identificada na fotografia também nos permite uma leitura
em relação a valorização e ideal que se mostrava naquele período, a demonstração
do poder da religião e do estado, bem como a valorização e a importância de se
ter a primeira turma no município de formandos no nível ginasial.
Bem na frente, acima da porta, apesar da claridade na fotografia
não permitir a identificação, identificamos a imagem de Jesus. Foi possível tal
identificação, visto este quadro ter estado neste mesmo lugar até o ano de 2009
quando foi retirado para uma reforma. Do lado direito, na parede acima, há a
foto do então governo do estado de São Paulo, Ademar de Barros. No chão um
móvel de madeira maciça com as fotos dos professores e diretores presentes no
evento da formatura da primeira turma de alunos, em 1946. No alto da parede
do lado esquerdo, está um grande quadro de madeira com as fotos individuais dos
primeiros formandos do ano de 1946.
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Figura 3 -
Prédio frontal e entrada do Ginásio e Escola Normal de Garça- 1949
Fonte: Acervo da E.E. Hilmar Machado de Oliveira.
Vale lembrar que no período de 1942 a 1947, a escola foi arrendada, se
tornou particular e ficou sob a responsabilidade de dois padres, o Padre Antônio
Magliano e o Padre Aquino. Mesmo retornando como escola pública, Ginásio
Estadual e Escola Normal de Garça em 1948, a cultura do domínio da religião
e política permaneceu por muito tempo. Nesse sentido, se pode considerar que:
Os espaços educativos, como lugares que abrigam a liturgia acadêmica, estão dotados de
significados e transmitem uma importante quantidade de estímulos, conteúdos e valores
do chamado currículo oculto, ao mesmo tempo em que impõem suas leis como organi-
zações disciplinares. (ESCOLANO, 2001, p.27).
A organização disciplinar também aparece na organização do espaço da
sala de aula, enquanto os laboratórios de Ciências, Química e Física e a Biblioteca
mantém materiais específicos para manuseio e experiências, a sala de aula aparece
como um lugar organizado para um ensino simultâneo, apenas com lousa e os
mobiliários específico para o professor e alunos.
A sala do Diretor, situada logo na entrada da escola, é conside-
rada adequada, visto possuir mobiliários específicos como mesas grandes,
chapeleiro, armários para guardar os livros de instruções. O que declara
como um lugar de destaque no espaço escolar, situada logo na entrada.
A acessibilidade à sala do diretor é somente pelo hall de entrada. Após se
adentrar ao prédio não se tem acesso a sala do diretor. Nesta localização se
pode entender que seria um espaço para recepcionar o que vem de fora,
pois está voltada para o externo e não para o interior da escola.
No relatório a avaliação dos corredores e escadas como locais de fácil
acesso que não oferecem riscos aos alunos e seus usuários. Ao analisar a fotografia
da escada e da escola e, ainda verificar a sua conservação até os dias atuais, ob-
servamos a preocupação nessa arquitetura com o belo e o ornamental. O piso de
granito imitando mármore decorava a escada e o seu corrimão que termina na
parte inferior com um desenho circular.
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A imagem da escada nos remete a uma fotografia histórica de um even-
to ocorrido no município na qual a escola foi centro de recepção importante para
a sociedade garcence.
De acordo com Escolano (2001, p.33) “a arquitetura escolar é um ele-
mento cultural e pedagógico não pelos condicionamentos que suas estruturas
induzem, mas tamm pelo papel de simbolização que desempenha na vida social”.
Figura 4 -
Escada de acesso ao piso superior-1949 e Jânio Quadros recepcionado no Colégio e Escola
Normal Dr. Hilmar Machado de Oliveira-1954. Fonte: Acervo da E.E. Hilmar Machado de Oliveira.
No ano de 2010, em um dos trabalhos de organização do acervo, lo-
calizamos esta fotografia e reconhecemos o Sr. José Gonçalves, mais conhecido
como “Zé Toyota”, por ter trabalhado desde pequeno no Supermercado Toyota. A
curiosidade sobre este dia nos levou a convidá-lo para ir à escola conversar com os
professores, Grêmio Estudantil e equipe gestora sobre esta fotografia. O encontro
ocorreu no horário semanal de estudo. O registro da fala do senhor José está na
Ata do encontro, ele nos relatou que havia muitos outros lugares para receber o
Sr. Jânio Quadros, mas o então diretor do Colégio, o Sr. João Nunes Miranda,
sugeriu que fosse na escola, pois era o prédio mais bonito e ainda tinha um grande
salão, que de biblioteca tinha sido transformado em Salão Nobre.
O Sr. José também lembrou que o município de Garça era bem dividi-
do, tinha os que apoiavam o Ademar de Barros e os que apoiavam o Jânio Qua-
dros, e, para evitar conflito foi melhor recepcioná-lo na escola, lugar de saberes.
Na fala do Sr. José identificamos uma alteração no espaço, de biblio-
teca para o Salão Nobre. Este salão durante muito tempo foi utilizado pela co-
munidade para palestras, atribuições de aulas do município de Garça/SP e outros
eventos, pois comportava a média de 200 pessoas.
Também servia aos alunos para apresentações de peças teatrais, aulas e,
com o avanço da tecnologia para exibição de filmes.
As alterações nos espaços ocorreram ao longo do tempo, a biblioteca
deixou de ocupar o maior espaço da escola e passou a ocupar o espaço de uma
sala de aula.
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Após a inspeção conforme o relato do Técnico da Educação, a escola
passou, em 1950, a ser denominada “Colégio e Escola Normal Dr. Hilmar Macha-
do de Oliveira”, na qual mais uma vez se fez o início de um segmento, o colegial.
Assim, a escola passou a oferecer o curso Ginásio, Cienfico, Clássico e Normal.
A arquitetura do prédio e os seus espaços foram considerados apropria-
dos para outra mudança na sua denominação e atendimento, em 1962 passou a
ser Instituto de Educação Hilmar Machado de Oliveira. Após a Lei Complemen-
tar 5.692/71, em 1975 a escola passou a denominar-se Escola Estadual de e
Grau Hilmar Machado de Oliveira. A partir deste ano, ocorreu uma mudança de
prédio. Tal mudança se fez necessário, pois a estrutura física da escola deveria
atender uma formação profissionalizante. Assim, a chamada Escola Industrial,
funcionou neste prédio até 1984, quando ocorreu o retorno da Escola Estadual
de 1º e Grau Hilmar Machado de Oliveira. Neste retorno, o curso de forma-
ção de professores, então denominado Magistério, não mais foi oferecido neste
Estabelecimento, ficando a cargo da Escola Técnica.
O que se entende na ocupação dos espaços escolares, em específico
da escola estudada, é a mobilidade de acordo com pessoas, interesses e trabalho
pedagógico de cada período e ainda de acordo com as alterações na legislação. So-
mente as fotografias nos registros da inspeção não seriam suficientes para analisar
a ocupação dos espaços. Localizamos fotos desses espaços ocupados, na qual foi
possível identificar as finalidades para a sala de aula, pátio, biblioteca e laborató-
rios, a partir da interação entre as pessoas que utilizavam tais espaços.
Figura 5
- Sala de aula- Alunos do curso Normal- 1951 realizam atividades.
Fonte: Acervo: E.E. Hilmar Machado de Oliveira
As salas de aula, apesar das carteiras enfileiradas, nos mostra na figura
uma proposta de um trabalho em grupo. Sobre esta fotografia o Sr. Mario Baraldi,
aluno do curso Normal no ano de 1951, em entrevista realizada no dia 06 de abril
de 2017, relatou:
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Essa foto não era o cotidiano, geralmente ficávamos enfileirados e sempre com um ponto
para estudar. Mas alguns professores, permitiam que conversássemos sobre os temas que
eram ensinados, e por ser curso Normal nhamos muitas aulas práticas. Era uma turma
muito comprometida com os estudos.
Desse modo, se identifica que, mesmo em alguns momentos, a sala
deixa a austeridade de cadeiras e carteiras para ser local de experimentos.
Os registros em um caderno específico denominado “Atividades Ex-
tras-Curriculares”, dos anos de 1950 a 1966, nos mostrou que os laboratórios
eram constantemente utilizados, bem como o Salão Nobre para exposição dos
trabalhos orais e escritos realizados pelos alunos. O título do caderno também
nos permite fazer uma leitura de que tudo o que saísse do espaço da sala de aula
era considerado por aquele grupo de professores e diretor, que ali atuavam, como
extra-currículo”, portanto, currículo seria somente o que se estava no Plano de
Aula. No entanto, a escola, na sua arquitetura, carrega um currículo.
A arquitetura escolar, além de ser um programa invisível e silencioso que cumpre de-
terminadas funções culturais e pedagógicas, pode ser instrumentada também no plano
didático, toda vez em que define o espaço em que se a educação formal e constitui
um referente pragmático que é utilizado como realidade ou como símbolo em diversos
aspectos do desenvolvimento curricular. (ESCOLANO, 2001, p.47).
Nesse sentido, entendemos que todos os espaços da escola, independente
da época, fazem parte de um currículo, mesmo quando se esapenas fotografando.
Outras fotografias nos mostra a apropriação dos espaços pelos alunos, como
tio, lugar de descontração e refeição, que passou a ser gratuita após os anos 1960.
Figura 6 -
Alunos no pátio do Colégio Estadual e Escola Normal Dr. Hilmar Machado de Oliveira e no
Refeitório-1960. Fonte: Acervo E.E. Hilmar Machado de Oliveira
O pátio pode não ter sido considerado como parte de um currículo
pelos alunos e professores no período inicial do funcionamento da Instituição Es-
colar aqui estudada, no entanto, estava carregado de momentos de aprendizagens,
JULIÃO, V. R. P.; REIS, V. T.
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de relações, de conhecimentos. É um espaço que favorece o que Vicent, Lahire,
Thin (2001), chamam de formas de relações sociais, pois para eles,
Como o nculo social é, de saída, da ordem da linguagem e a consciência individual”
toma forma somente através da linguagem (certas práticas de linguagens sempre especí-
ficas), o tipo de consciência, de relação de um indivíduo com o mundo e com os outros,
varia com as formas estabelecidas pelos vínculos sócias; a lógica cognitiva não é senão a
lógica das formas de relações sociais. (VICENT, LAHIRE, THIN, 2001, p.36).
Nesse sentido, os espaços escolares possibilitam relações, laços de ami-
zade, aquisição de ideais, e não somente interiorização de doutrinas escolares.
De acordo com os depoimentos orais e escritos dos alunos que passaram por
esta escola, ela ficou na memória, não somente como paredes, carteiras, cadeiras, ou seja,
espaços vazios, mas como espaços habitados para os estudos e relacionamentos.
Para Viñao (2001), o espaço pode ser visto ou imaginado, já o lugar se
constrói pela utilização do ser humano. Assim, os espaços escolares se transfor-
mam em lugares.
O Sr. Mario na entrevista, ao ver as fotos relatou o quanto cada espaço,
como lugar, retomava um tempo que lhe foi muito querido e dizia: “Que tempo
bom, mesmo com as dificuldades!!”.
As relões entre as pessoas e o uso que estas fazem dos espaços escolares
transformando-os em lugares é o que permanece na memória e na saudade de um tem-
po que para quem vivenciou e experimentou, fica na saudade como um tempo bom.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Ao analisar e apresentar alguns aspectos dos espaços escolares da pri-
meira escola a oferecer o curso Ginasial e curso Normal, atual Escola Estadual
Hilmar Machado de Oliveira, nos possibilitou entender que a escolha do espaço
para a construção da escola, a elaboração da planta, a construção e a apropriação
do prédio como lugar, não foram escolhas neutras em suas intenções, e ao longo
de suas ocupações ocorreram mudanças em suas finalidades, pois se tornaram
lugares repletos de significados e intenções.
O ideal republicano apareceu na localização da escola como símbolo e
demonstração do esforço em favor da cultura, mesmo não sendo para todos. A
importância da escola na política se evidencia na recepção ao candidato ao Go-
verno do Estado.
Mediante os registros da avaliação do Técnico da Educação se pode
identificar a preocupação higienista na organização dos espaços e, em relação ao
ensino e a aprendizagem, a possibilidade dos locais estarem dotados de materiais
que favorecessem o manuseio dos alunos para desenvolver a aprendizagem como
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a biblioteca e o laboratório. Na lembrança do entrevistado, a sala de aula vai da
austeridade a momentos de interatividade.
Os espaços escolares se tornaram lugares ao ser constituídos pela utili-
zação do ser humano e a forma escolar se evidenciou a partir dessa constituição.
REFERÊNCIAS
DELICATO, C. T.
Sobre lugares e trilhos
: relações de sociabilidade durante a formação de uma
cidade no novo oeste paulista. Tese Doutorado em Ciências Sociais. Faculdade de Filosofia e
Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília SP, 2011.
FRAGO,V. A.; ESCOLANO, A.
Currículo, espaço e subjetividade:
a arquitetura como
programa. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
FARIAS FILHO, L.M.; VIDAL, D. G. Os tempos e os espaços escolares no processo de
institucionalização da escola primária no Brasil.
Revista Brasileira de Educação
. n. 14 Mai./Jun./
Jul./Ago., 2000.
MEIHY, J.C.S.B.
Manual de história oral.
São Paulo: Edições Loyola, 1996.
THOMPSON, P.
A voz do passado
História Oral. o Paulo: Paz e Terra, 1992.
VICENT, G.; LAHIRE, B; THIN, D. Sobre a história e a teoria da forma escolar.
Educação em
Revista, Belo Horizonte, nº 33, junho, 2001.
VIÑAO A. ESPAÇOS, USOS E FUNÇÕES: a localização e disposição física da direção
escolar na escola graduada. In: BENCOSTA. M. L. A. (Organizador)
História da Educação,
Arquitetura e Espaço Escolar. São Paulo: Cortez, 2005.
F
ONTES
:
Acervo : Escola Estadual Hilmar Machado de Oliveira:
1.
Álbuns de fotografias;
2.
Ata da Reunião Semanal entre professores e diretores denominada
ATPC- 2010;
3. Caderno de Registros de Ocorrências e de Atividades Extra-
Curriculares- 1950 a 1960;
4. Relatório de Inspetoria para alteração de Ginásio para Colégio-
1950;
5.
Caderno de registro da História da Escola;
Acervo: Museu Histórico Pedagógico der Garça SP-
1. fotografias.
Submetido em: 28/08/2018
Aprovado em: 10/12/2018
JULIÃO, V. R. P.; REIS, V. T.
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