Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.6, n.2, p. 127-139, Jul./Dez., 2020
pelos acontecimentos de maio de 1968, em Paris, da Primavera de Praga, dos
movimentos feministas, pelas ruas contra as desigualdades raciais nos Estados
Unidos da América, entre outros. Os historiadores da Nova Esquerda Inglesa
procuraram analisar a concepção de poder de forma a presentear outros atores
sociais e outros espaços de poder, o que ficou conhecido como a “história vista de
baixo”. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2006, p. 27)
Nessa perspectiva, a história é vista de baixo, a história deve incluir
“outros sujeitos:
Ao retomar alguns aspectos apresentados no histórico da disciplina, identi-
fica-se que o ensino da História tradicional está pautado pela valorização da
História política e econômica, linear, factual, personificada em heróis, e exclui
a participação de outros sujeitos. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2006,
p. 28).
Desse modo, o estudo e o combate da homofobia na escola passam por
uma análise de relação de poder:
Segundo Barros (2004), o que autoriza classificar um estudo como História
política é o enfoque no poder, não apenas estatal, mas, também, nos micropo-
deres presentes no cotidiano: família, escola, fábricas, prisões, hospitais, hos-
pícios etc. São perceptíveis as influências do pensamento de Michel Foucault
e outras contribuições teóricas que favorecem a releitura da História política,
como os escritos de Gramsci, Geertz, Bourdieu, entre outros. Para tanto,
ressalta-se a importância de inserir o sujeito comum na História, a partir do
estudo de espaços e de relações sociais pautadas pelas relações de poder. (DI-
RETRIZES CURRICULARES, 2006, p. 29).
Uma abordagem histórica “vista de baixo”, que vise incluir a participação de
“outros sujeitos”, pautada por “relações de poder”, deve, necessariamente, se aproximar
de outras áreas do conhecimento humano, desconsideradas em outras épocas:
As pesquisas na área da História ganharam novo impulso. Historiadores op-
taram por aproximar a História de outras áreas das ciências humanas, como a
Sociologia, a Geografia, a Psicologia, a Economia, de modo a incorporar outras
dimensões e articular diversos aspectos da sociedade na análise do processo
histórico. (DIRETRIZES CURRICULARES, 2006, p. 33).
Um projeto de intervenção na escola, deve se fundamentar no sentido
de propor mudanças teóricas e práticas, a fim de superar qualquer concepção
histórica que insista numa abordagem economicista e reducionista, contribuindo
para a manutenção da exclusão e empobrecimento da própria história.
Nesse sentido se faz a importância da Nova Esquerda Inglesa, quando
propõe a articulação entre a dimensão econômico-social e a cultura.Entre outros,