Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.2, n.1, p. 3-37, jan./jun. 2016
ISSN: 2447 – 780 X
100 homens, tendo-se verificado, simultaneamente, uma diminuição do número de
mulheres nos grupos etários mais jovens: -5,0% no grupo etário dos menores de 15 anos
e -22,4% no grupo etário dos 15 aos 24 anos. Nos restantes grupos etários ocorreu um
aumento do número de mulheres: dos 25 aos 64 anos (6,1% de aumento), com 65 e
mais anos de idade (19,1% de aumento), com 75 e mais anos (37,6% de aumento). Assim,
a proporção de mulheres aumenta à medida que a idade avança: As mulheres
representam 54% da população de 65 a 69 anos e representam 67% da população com
mais de 85 anos. Isto é, cerca de 2 terços das pessoas com 85 e mais anos são mulheres.
Dito de outra forma, o índice de envelhecimento foi mais acentuado nas mulheres, tendo
passado de 121,8 para 152,7 mulheres idosas, por cada 100 jovens, entre 2001 e 2011
(CNE, 2012; OFAP, 2012; INE, 2012; CIG, 2012).
O maior número de mulheres nos grupos etários mais elevados é consequência da
sua maior longevidade: a esperança de vida à nascença das mulheres é de 82 anos, e a
dos homens é de 76, fazendo com “que a velhice seja essencialmente uma velhice no
feminino.” (FERNANDES, 2001, p. 2). Contudo, mais anos de vida não significam
necessariamente mais anos de vida com qualidade: os anos a mais que as mulheres vivem
são, muitas vezes, anos de solidão, de pobreza, de doença ou incapacidade. Associado
ao índice de envelhecimento está o índice de isolamento: As mulheres representam
63,8% da população que vive só, proporção que sobe para 77,1% na faixa etária dos 65 e
mais anos. O risco de pobreza é superior para as mulheres, sobretudo para as mais velhas,
bem como a taxa de privação material. As doenças do aparelho circulatório são a sua
principal causa de morte (CNE, 2012; OFAP, 2012; INE, 2012; CIG, 2012).
Em termos de educação formal, Portugal, no início do século XXI, apresenta uma
evolução considerável tendo em conta os membros da União Europeia e ultrapassa,
até,muitos outros países. Efetivamente, a população que possui oensino superior quase
duplicou, passando de 674 094 pessoas (2001), que detinham o ensino superior completo,
para as 1.262.449 (2011). Deste total, 61% são mulheres, representando 14% da
população feminina. Uma análise da evolução das qualificações por sexo (género)
põe em evidência habilitações mais elevadas para as mulheres do que para os homens
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