Maria José Sanches Marin
Vanessa Clivelaro Bertassi Panes
Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, Marília, v.1, n.1, p.26-34, jul./dez. 2015.
ISSN: 2447-780X
têm impactos sobre a qualidade de vida do
cuidador. Nessa perspectiva, adentram-se
as estratégias grupais, que se propõem a
compartilhar saberes e experiências na
construção de um viver mais saudável,
buscando formar uma rede de suporte
social, promover a autonomia de seus
integrantes, ampliar a criatividade,
melhorar a autoimagem do grupo,
oportunizar a livre expressão dos
participantes sobre suas emoções e seus
conhecimentos, além de estabelecer
articulações com outros grupos e
instituições (BRITO et al, 2014). No
entanto, na vivência dos autores com
idosos dependentes, tem-se a percepção
de que essas ações pouco tem revertido
na melhoria das condições de vida do idoso
e cuidador, visto que muitas das
necessidades são de ordem estrutural e
financeira. Além disso, tratam-se ações
pontuais, sem uma efetiva incorporação e
institucionalização das mesmas pelos
serviços de saúde.
Reforça-se, desta forma que as
políticas públicas de saúde voltadas para o
envelhecimento com dependência e ao
cuidador familiar são frágeis e
insuficientes, tornando o sistema público
ineficaz no exercício de suas funções com
resolutividade e plenitude. (DOS SANTOS,
2013).
2 CONCLUSÃO
No Brasil, as políticas públicas de
Saúde do idoso evoluíram lentamente,
embora a mais de quatro décadas já se
observa crescente aumento dessa parcela
da população e que os mesmos apresentam
problemas específicos que precisam ser
considerados com vistas a manter a sua
qualidade de vida. Além disso, mesmo que
em 2006 o pacto pela saúde tenha
delineado importante direcionamento
para o cuidado do idoso, pouco tem se
observado de resultados
práticos, visto que não são liberados
recursos para uma construção mais efetiva
desse cuidado.
No entanto, não se pode negar a
importância da legislação, uma vez que ela
deixa um alerta para o enfrentamento da
situação, propicia reflexões e abertura
para movimentos de mudanças. Espera-se,
assim, que a PNSI seja colocada como
prioridade nas agendas dos governantes.
Ressalta-se, por fim, que
autonomia, participação, cuidado, auto-
satisfação, possibilidade de atuar em
variados contextos sociais e elaboração de
novos significados para a vida na idade
avançada são conceitos-chave para
qualquer política destinada aos idosos.
Além disso, não cabe pontualmente a um
único segmento da sociedade a
responsabilidade pelo cuidado para com as
pessoas idosas e, acima de tudo, é preciso
preparo e respaldo para a função de
cuidado do idoso, tanto por parte dos
familiares como dos profissionais de
saúde.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Célia; MACINKO, James. Validação de
uma metodologia de avaliação rápida das
características organizacionais e do desempenho
dos serviços de atenção básica do Sistema de
Saúde (SUS) em nível local. Brasília, DF:
Organização Pan-Americana de Saúde, 2006.
ARAÚJO, Larissa Fortunato, et al. Evidências da
contribuição dos programas de assistência ao idoso
na promoção do envelhecimento saudável no Brasil.
Rev Panam Salud Publica, v.30, n.1, p. 80- 86, 2011.
BATISTA, Marina Picazzio Perez; DE ALMEIDA, Maria
Helena Morgani; LANCMAN, Selma. Políticas
públicas para a população idosa: uma revisão com
ênfase nas ações de saúde. Revista de Terapia
Ocupacional da Universidade de São Paulo, São
Paulo, v. 22, n. 3, p. 200-207, 2011.
BRASIL. Lei Nº 10.741 – Dispõe sobre o Estatuto do
Idoso e dá outras providências. Brasília, DF: 2003.