Análises sobre a pandemia do Covid 19 e as ações do Município de Cambor SC
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ANÁLISES SOBRE A PANDEMIA DO COVID 19 E AS AÇÕES DO
MUNICÍPIO DE CAMBORIÚ SC, DE MARÇO A JULHO DE 2020
Marcos Vinícius Viana da Silva
1
Adailton Ramos
2
RESUMO:
A pandemia de COVID-19, iniciada na China e rapidamente disseminada por todo o
mundo, foi responsável não apenas por inúmeras mortes, mas também por efeitos na economia e no
meio ambiente. Nacionalmente, existiram abordagens federais e locais, as quais contribuíram para
a diminuição dos efeitos nocivos da pandemia. Dito isso, o presente trabalho buscou compreender
quais os efeitos da pandemia a nível global, nacional e na municipalidade de Camboriú/SC,
discutindo as medidas executadas e seus impactos no período que compreende desde o início
da pandemia até julho de 2020. A divisão do trabalho ocorreu em 3 seções, partindo do nível
global e encerrando com a discussão local. No campo metodológico, foi empregado o método
indutivo, juntamente com o levantamento bibliográfico. Nas considerações finais foi concluído
que o município de Camboriú/SC adotou medidas consideráveis em busca de aprender com os
processos globais e nacionais, o que ajudou a mitigar problemas na esfera local.
PALAVRAS-CHAVE:
Pandemia, COVID-19. Camboriú. Economia. Meio Ambiente.
ABSTRACT: The COVID-19 pandemic, which began in China and quickly spread across the
world, was responsible not only for countless deaths, but also for effects on the world economy
and environment. In Brazil, both federal and local approaches took place, which contributed to
reducing the harmful effects of the pandemic. Therefore, the present work attempted to understand
the global, national and local effects of the pandemic in the municipality of Camboriú/SC,
discussing the policies performed there and their outcomes in the period that comprehends from
the beginning of the pandemic until july 2020. The study has been divided in 3 sections, starting at
1
Pós Doutor em Ciência Jurídicas pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI);
Doutor (Doctor Juris) en Derecho pela Universidade de Alicante (2019), Doutor em Ciência Jurídica pela Uni-
versidade do Vale do Itajaí - UNIVALI (2019); Mestre em Ciência Jurídica pela UNIVALI (2015), Bacharel em
Direito UNIVALI (2013); Professor Universitário de Graduação dos cursos de Direito e Relações Internacionais
(2013); Professor do Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas - PMGPP (07/2019) e Programa de
Pós-Graduação em Direito das Migrações Transnacionais - PPGDMT (05/2019); Responsável pela Propriedade
Intelectual do NIT - UNIINOVA da Univali (2019); Advogado (2013).
2
Graduação em Direito pela Faculdade de Santa Catarina (2018). Pós-Graduação/MBA em Gestão de Centros
de Educação Superior. Pós-Graduação Lato Sensu em Direito Penal. Mestrado profissional em Gestão de Polí-
ticas Públicas. UNIVALI Fundação Universidade do Vale do Itajaí.
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.n1.p115
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a global level and ending with a local discussion. In the methodological field, the inductive method
was applied, together with a bibliographical assessment. In the final considerations, the conclusion
was that the municipality of Camboriú/SC had adopted considerable measures in order to learn
from global and national processes, which helped to attenuate problems at the domestic level.
KEYWORDS:
Pandemic. COVID-19. Camboriú. Economy. Environment.
INTRODUÇÃO
Desde o final de 2019, o mundo vivencia uma pandemia de
COVID-
19, doença causada pelo novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2,
que
rapidamente vem assolando o planeta com uma velocidade de propagação
nunca vista. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o novo
coronavírus apresenta um aspecto clínico que varia de infecções assintomáticas
a quadros graves, podendo causar desde sintomas de um resfriado comum, nos
casos mais leves, até infecção pulmonar aguda, que pode levar a óbito.
O avanço da doença ocorreu de forma bastante acelerada, conforme
mapas feitos por Laranjeira (2020), o primeiro caso da doença surgiu na China,
em 31 de dezembro de 2019. Destarte, em 30 de janeiro de 2020, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de coronavírus como Emergência
de Saúde Pública de Importância Internacional e, em 11 de março de 2020, a
COVID-19 foi caracterizada pela OMS como pandemia.
O alastramento da doença ocorre principalmente por conta do
encurtamento das distâncias, elemento típico da modernidade líquida, o qual
possibilita rápida disseminação de vetores de doenças (como o novo coronavírus).
Se antes as moléstias eram mantidas em aprisionamento geográfico devido às
grandes distâncias a serem percorridas, atualmente isso ocorre em minutos.
O fenômeno da globalização, na perspectiva de Scheid (2010), é um
processo que se apresenta arrebatador e inexorável seja pela força com a qual
avança, seja pela amplitude com a qual ocorre desafiando governos, culturas e
países a manterem suas identidades e particularidades. Dessa forma, a presente
pesquisa tem por objetivo discutir o surgimento e disseminação da COVID-19
a nível mundial, estabelecendo posteriormente sua conexão com o tratamento
no município de Camboriú/SC e verificando quais elementos da estrutura
internacional foram aplicados, principalmente frente à globalização das relações
sociais e políticas.
O município de Camboriú está localizado na região de maior
incidência demográfica do estado de Santa Catarina, estando próximo de
municípios de elevado fluxo comercial e turístico. Entretanto, o município em
si não apresenta uma intensidade turística tão significativa quanto seus vizinhos,
Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema etc, dessa forma, seus dados populacionais
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e de utilizadores do Sistema Público de Saúde são mais estáveis do que os de seus
vizinhos, proporcionando uma análise mais objetiva da situação.
Para tanto, a pesquisa foi fracionada em 3 etapas, sendo que a primeira
pretende discutir o surgimento da pandemia e seu tratamento à nível internacional,
expondo parâmetros gerais, processo de disseminação e transformação em
fenômeno global. A segunda etapa é direcionada à análise do tratamento
nacional, partindo do ano de 2020, quando a COVID-19 já havia alcançado o
status de pandemia. Por fim, na terceira parte, discutir-seo tratamento dado à
COVID-19 no município de Camboriú, no Estado de Santa Catarina, buscando
analisar quais os aprendizados obtidos com o andamento global da doença, e a
aplicação bem-sucedida desses aprendizados a nível local.
Para que seja possível a elaboração do presente estudo, utilizou-se o
método indutivo, tanto para a coleta quanto para a análise dos dados obtidos.
Outrossim, utilizou-se o levantamento bibliográfico com fontes primárias e
secundárias para construção teórica da pesquisa.
1.
DO SURGIMENTO À CRISE GLOBAL DE COVID-19.
Conforme exposto na introdução, a COVID-19 é a nomenclatura
utilizada para a disseminação da doença derivada do novo coronavírus (SARS-
CoV-2), que surgiu inicialmente na China no final do ano de 2019, e que, no
início de 2020, tornou-se uma pandemia.
A contaminação ocorre, de acordo com o portal de notícias médicas
PEBMED (2020), através do ar ou pelo contato com pessoas ou objetos infectados,
de forma que a circulação de pessoas por vários lugares e as aglomerações
propiciam a rápida disseminação do patógeno. Observando a forma como a
doença se propaga, pode-se inferir que as características da sociedade moderna,
como a diminuição das distâncias, a diluição das fronteiras e a grande circulação de
pessoas por todo o planeta propiciam a rápida disseminação do novo coronavírus,
agente patológico que é transmitido de pessoa para pessoa.
Sem tratamento ou vacina cientificamente aprovada até meados de
2021, o isolamento social se mostrou uma forma eficaz de conter a disseminação
do COVID-19. Por outro lado, tal medida coloca em risco a matriz econômica
do mundo, pois com a redução do consumo de determinados itens, as grandes
indústrias se viram obrigadas a reduzir sua produção.
Um exemplo dessa alegação pode ser percebido no caso da indústria
petroleira que, conforme reunião da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) (maiores produtores mundiais de petróleo), em 9 de abril
de 2020, foi decidida a redução da produção em virtude da baixa demanda,
aumentando os preços dos derivados de petróleo.
SILVA, M. V. V.; RAMOS, A.
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De acordo com informações da Organização das Nações Unidas
(ONU), as medidas implementadas para conter a propagação do novo
coronavírus causaram interrupções na cadeia de suprimentos e uma queda na
demanda na maioria dos setores. Um estudo da Conferência das Nações Unidas
sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, afirma que o choque econômico da
pandemia atingiu os países em desenvolvimento com uma velocidade considerável
e que é necessário um esforço internacional para ajudar os países mais pobres, os
quais não têm condição de, sozinhos, enfrentarem essa crise.
Segundo dados da ONU, desde que o vírus começou a se espalhar, os
países em desenvolvimento sofreram impactos negativos. Isso pode ser visto em
dados como saídas de capital, aumento de juros, depreciações cambiais e perdas
nas receitas de exportação, e no turismo.
Em razão do surto de coronavírus, a economia global pode crescer
na taxa mais baixa desde 2009, segundo a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). A organização prevê um crescimento
global de 2,4% em 2020, uma queda em relação à previsão feita em novembro, de
2,9%.Para a OCDE, se o surto for mais duradouro e intenso, ele pode derrubar
essa taxa para 1,5% em 2020, em meio a fábricas fechadas e trabalhadores em casa
para evitar a disseminação do vírus.
Ainda, segundo dados da ONU, a expectativa de perda de renda
ultrapassa os 220 bilhões de dólares nos países em desenvolvimento. Com cerca
de 55% de toda a população global sem acesso à proteção social, essas perdas
deverão reverberar na sociedade, com impactos negativos nos setores da educação,
direitos humanos e, nos casos mais severos, segurança alimentar básica e nutrição.
Devido à pandemia, o gráfico que se expõe a seguir apresenta uma
previsão de decrescimento na economia mundial para o ano de 2020:
Figura 1 Gráfico de previsão de crescimento do PIB 2019/2020
Fonte: OCDE
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O gráfico demonstra que a economia mundial tende a apresentar uma
redução num patamar de 20% sobre o crescimento do ano anterior. A ONU
destaca a falta de capacidade monetária, fiscal e administrativa do mundo para
responder à crise, enfatizando que as consequências serão catastróficas para
muitos países em desenvolvimento e irão interromper o progresso em direção aos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ainda, a organização afirma que é
necessária uma resposta global solidária para resolver o problema.
Assim, compreende-se que elementos típicos da globalização e pós-
modernidade , tais como os processos de encurtamento de distâncias e quebra de
barreiras físicas estão diretamente associados à propagação da COVID-19.
2.
A PANDEMIA DE COVID-19 NO BRASIL E NO MUNDO
No Brasil, os primeiros casos foram detectados em meados de março de
2020, e, a partir dessa data, os Estados foram adotando medidas de isolamento
conforme o avanço da doença. Em apenas dois meses, segundo a Revista Exame,
a pandemia de COVID-19 liquidou as esperanças dos brasileiros de uma
recuperação pida da economia. Antes do coronavírus, o país vinha gradualmente
abandonando a recessão e assumindo uma trajetória econômica positiva, o que
mudou com impressionante rapidez.
Por conseguinte, investimentos foram cancelados, empregos foram
perdidos e empresas ameaçam fechar as portas, gerando mais desemprego. Para
muitas organizações e pessoas, os planos de crescimento se transformaram em
luta
pela sobrevivência.
Para a OMS, existe no Brasil um grande desafio, pois é essencial
reconhecer situações desafiadoras como áreas urbanas com alta densidade de
população e dificuldades de oferta de serviços a pessoas que vivem em zonas rurais
de difícil alcance. A OMS ainda salienta a necessidade da união de esforços
estaduais e federais de um modo mais sistemático e com foco em controlar a
doença de forma abrangente e sustentável.
Os efeitos na economia brasileira foram citados no item 13 da ata do
COPOM (Comitê de Política Monetária) divulgada no dia 12 de maio de 2020:
13. Os membros do Copom discutiram a evolução da atividade econômica
doméstica à luz dos indicadores e informações disponíveis. Avaliaram que,
embora haja poucos dados disponíveis para o mês de abril, evidência
suficiente de que a economia sofrerá forte contração no segundo trimestre
deste ano. Os membros também debateram sobre a velocidade da recuperação
econômica. Refletiram que, a menos de avanços médicos no combate à
pandemia, é plausível um cenário em que a retomada, além de mais gradual
do que a considerada, seja caracterizada por idas e vindas. O cenário básico
considerado pelo Copom passou a ser de uma queda forte do PIB na primeira
metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro
trimestre deste ano.
SILVA, M. V. V.; RAMOS, A.
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Os dados do COPOM se alinham com o que foi exposto na Figura
1 da primeira seção. De acordo com estudo divulgado pelo Instituto Fiscal
Independente, do Senado, a paralisação das atividades econômicas e os gastos
com
o combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) podem incutir
consequências dolorosas para a economia brasileira pelos próximos dez anos.
A instituição calcula que o novo déficit do governo central deverá ficar
em 514,6 bilhões de reais e, para o setor público consolidado, projeta-se déficit
de R$ 549,1 bilhões, uma piora de 5,9 pontos percentuais do PIB em relação à
projeção de novembro de 2019. Segundo o estudo, as projeções catastróficas se
dão pela paralisação das atividades econômicas em decorrência das políticas de
isolamento e o consequente aumento no desemprego.
Ainda, segundo a Revista Exame, aos olhos dos investidores
internacionais, o Brasil se tornou um país mais arriscado para investir neste ano.
O Credit Default Swap (CDS) - títulos derivativos que servem de proteção ou
seguro contra inadimplência em operações de crédito, elas servem como uma
forma de análise de risco de um país - do país já aumentou 255% no ano,
indicando que os investidores internacionais veem risco crescente do Brasil dar
um calote em sua dívida externa.
Por um lado a crise mundial da economia afetou países de forma
diferentes (fome, desemprego, etc.), por outro lado, de acordo com as Nações
Unidas, as medidas implementadas para conter a propagação do novo coronavírus
causaram interrupções na cadeia de suprimentos e uma queda maciça na demanda
na maioria dos setores, gerando a redução do nível de poluição e a emissão de
gases do efeito estufa.
Conforme apresentado na Figura 2, um estudo realizado pela NASA
constatou uma queda de pelo menos 25% nas emissões de dióxido de carbono
(CO₂) e dióxido de nitrogênio (NO
2
) na China de de janeiro de 2020 a 25
de fevereiro do mesmo ano. Acredita-se que o fechamento de fábricas e lojas na
China, ao lado das restrições de viagens para lidar com a epidemia da COVID-19,
pode estar relacionado a esse fato.
Figura 2 Recuo da poluição na China
Fonte: Nasa, ESA/Copernicus
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Em matéria publicada na Revista Humanista, da UFRGS, em sua
publicação de maio de 2020, Mathias Boni argumentou que, dentre os impactos
iniciais no meio ambiente que já foram sentidos por causa das quarentenas, o
principal é a diminuição da poluição do ar. Com bilhões de pessoas forçadas a ficar
em casa esse ano, fábricas fechadas e muito menos circulação de carros e aviões,
as emissões de gás carbônico e poluição no ar diminuíram consideravelmente.
Porém, o centro da Pandemia não foi a economia ou o meio ambiente,
mas as vidas ceifadas, que segundo o Ministério da Saúde, em relação aos estudos
efetuados até o dia 29 de junho de 2020m foram confirmados no mundo mais
de 10 milhões de casos de COVID-19 e 501 mil mortes no Mundo. No Brasil
foram confirmados mais de 1.453.400 casos e 60.700 mil mortes até a tarde do
dia 01 de julho de 2020 (o que se sabe ultrapassou o meio milhão de mortos até
o final de 2021).
Expostos esses itens, a pesquisa passa para seu núcleo de discussão, qual
seja o tratamento ofertado no município de Camboriú/SC, demonstrando os
processos e aprendizados produzidos e quais deles podem servir de espelho para
outras localidades.
3.
A PANDEMIA DE COVID-19 EM CAMBORIÚ/SC
O primeiro caso de COVID-19 em Camboriú foi registrado no dia
23 de março de 2020, sendo que no dia 30 do mesmo mês foi encaminhado
um ofício para o Governo de Estado solicitando a habilitação de 20 leitos de
retaguarda para o Hospital Cirúrgico de Camboriú (HCC), equipados com camas
hospitalares, monitores multiparamédicos, entre outros equipamentos essenciais
para o tratamento de infectados pelo coronavírus.
Após, foi criado um Centro de Triagem da COVID-19, com o
objetivo de mitigar o número de casos graves no município e, após essa triagem,
os munícipes infectados são acompanhados de forma individual, posterior ao
atendimento. O Centro de triagem atendeu aproximadamente 3.000 pessoas,
sendo realizados quase 1.800 testes, os quais identificaram 492 infectados até o
dia 28 de junho de 2020.
Além disso, foram realizadas diversas ações a fim de prevenir a infecção
de moradores e combater o coronavírus no município, tais como: I sanitização
dos locais mais acessados pelos munícipes, como bancos, praças, instituições
públicas e outros; II monitoramento por bairro dos infectados pelo COVID-19
(anexo o mapa), fruto de uma parceria com o Instituto Federal Catarinense
(IFC), a Secretaria da Defesa Civil municipal e a Secretaria de Estado da Defesa
Civil; III capitalização de recursos por meio de lives beneficentes; barreiras
sanitárias instaladas nas ligações de entradas ao município e nas limítrofes com
municípios vizinhos; IV contratação de médicos e infectologistas; V compra
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de ventiladores mecânicos; VI Unidades Básicas de Saúde (UBS) atendendo em
demanda livre, sem agendamentos e outras ações.
as ações em relação aos funcionários têm sido de extremo cuidado,
sobretudo com a sua saúde. Assim, foram comprados Equipamentos Prevenção
Individuais (EPIs), de forma maciça, fazendo com que os funcionários da saúde
de Camboriú se sintam amparados no exercício de sua função.
Nas decisões de políticas públicas de saúde, o município tem buscado
agir de forma colegiada, juntamente com os outros 10 municípios que fazem
parte da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), tornando
menos oneroso ao município a compra de diversos equipamentos relacionados ao
COVID-19. Além disso, foi instaurado, em Camboriú, o Comitê de Prevenção
e Enfrentamento à COVID-19 (CPEC), no qual, juntamente à sociedade civil
organizada, são tomadas decisões para mitigar os danos causados pelo coronavírus.
Quanto à participação econômica, o município de Camboriú, por
meio de seus órgãos institucionais competentes (Secretaria de Desenvolvimento
Econômico e outros), adotou medidas para diminuir os danos causados na
economia local, por meio das seguintes ações: I abertura e formalização de
Microempresa Individual (MEI) através do WhatsApp da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico; II divulgação voluntária nos canais da Prefeitura
dos deliveries do município, como forma de instigar a compra no comércio
local; III divulgação de informações e direcionamentos sobre linhas de créditos
facilitadas, a fim de instruir os empresários mais afetados a buscarem medidas para
capitalizar recursos e, auxiliar em direcionamentos para inovar seu serviço;
IV -
recomendação para que Microempreendedores Individuais e pequenos e
médios empresários realizem um curso de Gestão Comercial, ofertado por
algumas instituições de ensino, a fim de ajudar os empresários a reinventarem
e inovarem o seu negócio; V - criação do Comitê de Retomada Econômica
Municipal (CREM), com o objetivo de ouvir as instituições empresariais, a fim
de encontrar as melhores soluções para o momento delicado vivido.
Todas essas ações foram adotadas pelo poder público de Camboriú,
buscando planejar e efetivar políticas públicas que demonstrassem um resultado
positivo para toda a população. Das cinco ações apresentadas acima, destacou-
se a criação do CREM, que teve como um de seus objetivos atuar e identificar
estratégias para fomentar a economia municipal durante e/ou pós COVID-19,
de forma conjunta entre seus membros, auxiliando no desenvolvimento de ações
para facilitar a recuperação da normalidade. O Comitê tem caráter ad hoc, ou seja,
é destinado a um fim específico. Sendo assim, o Comitê, após o enfrentamento à
COVID-19, poderá ser extinto, de acordo com seu caráter temporário.
Quanto à abertura de Microempresas Individuais, busca-se, pela tabela
abaixo, analisar a quantidade de microempresas abertas durante a pandemia, no
período de fevereiro até maio do ano de 2020:
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Tabela 1 MEIs em Camboriú
Mês/Ano
Número de MEIs em Camboriú
Fevereiro/2020
6.654
Março/2020
6.796
Abril/2020
6.927
Maio/2020
7.076
Fonte: JUCESC
Assim, entende-se que mesmo com a pandemia, a qual tem
prejudicado de forma pontual a economia nacional em Camboriú o número
de abertura de microempresas se manteve em alta. No mês de fevereiro de
2020, o município contava com 6.654 microempresas individuais em atividade
e, no mês de maio/2020, passou a 7.076 microempresas individuais ativadas
um crescimento de 442 microempresas, o qual reflete as políticas públicas de
incentivo empregadas pelo município.
Associa-se, também, ao crescimento das microempresas, a busca do
município pela qualificação profissional de sua população, inclusive durante a
pandemia. De forma remota, as secretarias municipais têm buscado instigar a
busca pelo conhecimento, além de apresentar ferramentas que podem criar valor
agregado à vida de cada munícipe.
Sendo assim, muitos têm buscado cursos online, leituras a partir de
livros disponibilizados pela municipalidade e, até mesmo, participado de lives e
workshops que o poder público tem divulgado. Isso faz com que muitos decidam
pela abertura de microempresas, a fim de ofertar um serviço qualificado e
inovador, que é o que demandam os consumidores e contratantes nesse momento
de pandemia.
O município de Camboriú vem enfrentando uma queda exponencial
em suas arrecadações internas. No período de janeiro a junho de 2019, o
município arrecadou cerca de 24,26 milhões de reais, sendo que, no mesmo
período em 2020, os tributos chegaram à marca de aproximadamente 22,4
milhões de reais, o que implica numa queda de 7,5% a 8% na arrecadação de
tributos. Essa diminuição se relaciona à flexibilização no pagamento de dívidas
e impostos de natureza municipal, o qual, por orientações estaduais, vem sendo
desenvolvido nos municípios. Especialistas da área de contabilidade esperam que
o município de Camboriú feche o ano com um déficit de 9 milhões de reais
provenientes de tributos.
Esses dados fazem com que o poder executivo municipal tome
medidas de austeridade fiscal de acordo com as metas a serem cumpridas, as
quais são estabelecidas pela Lei Orçamentária Anual (LOA). Assim, o município
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deverá reduzir seus gastos a fim de cumprir as metas que foram desenvolvidas
anteriormente à pandemia, fazendo com que os governantes tomem medidas
necessárias de austeridade para o bom funcionamento das contas públicas.
Por outro lado, conforme se observa na Figura 6, o município obteve
uma alta de 2,1% nas arrecadações de impostos direcionados pelo estado, enquanto
unidade federativa, e pela União. No período de janeiro a junho de 2019, o
município arrecadou cerca de 54.111,8 milhões de reais de repasses estaduais e da
União. no mesmo período, em 2020, o repasse de tributos chegou à marca de
aproximadamente 55.279,1 milhões de reais.
Figura 6 Dados Econômicos para enfrentamento do Covid-19 em Camboriú/SC.
Fonte: Portal das Transferências Constitucionais - SC
Pelo exposto, verifica-se que o município, advindo da realidade global,
passou a criar medidas para tentar controlar a pandemia, não apenas
na quantidade de mortes e disseminação, mas também na perspectiva
econômica, obtendo aprendizados a partir da realidade nacional e
internacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o início do atual surto do novo coronavírus (SARS-CoV-2),
houve preocupação intensa com os diferentes impactos, a curto e longo prazo,
no planeta. Gerando um cenário de preocupação mundial com saúde, economia,
meio ambiente e com impactos que ainda não podem ser mensurados.
Sob o prisma da análise do cenário mundial, observa-se que a quebra
de barreiras - principalmente - as geográficas, oportunizaram a disseminação
do coronavírus, visto que anteriormente haveria a possibilidade de isolamento
regional e a contenção com maior eficácia do alastramento da doença, concluindo-
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se então que a globalização tão benéfica em alguns aspectos, também pode trazer
consequências inesperadas, como uma pandemia, situação que a humanidade
não estava preparada para enfrentar. Viu-se a decadência e o sucesso de diversos
sistemas de saúde ao redor do mundo, sendo determinante para a vida ou morte
de
seres humanos.
A economia global foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia, visto
que o isolamento social é uma das medidas não farmacológicas mais eficazes para
evitar o contágio e disseminação do vírus, que trouxe consequências econômicas,
como diminuição do consumo, diminuição da circulação de dinheiro,
encerramento das atividade de muitas empresas, diminuição de produção fabril e
fechamento de postos de trabalho.
Em relação aos impactos causados ao meio ambiente, a pandemia teve
reflexos positivos, uma vez que com a súbita paralisação de atividades poluidoras
a natureza pode se recuperar dos danos da intervenção do homem.
No Brasil a pandemia instaurou um cenário de crise econômica sem
precedentes, isso porque os brasileiros, que sofriam os efeitos de uma economia
frágil, passaram a perceber, e se preocupar ainda mais, com os efeitos da política
econômica sensível aos acontecimentos globais, o que impacta diretamente no
cotidiano da nação.
A economia brasileira é caracterizada pelo subemprego e pelas atividades
informais, o que torna o povo brasileiro mais suscetível aos impactos econômicos
da pandemia, uma vez que esse tipo de trabalhador não possui direitos e garantias
asseguradas pela lei e tampouco possui lastro econômico para manter-se em
tempos de crise. Vale lembrar que o governo, diante da situação, criou um auxílio
emergencial, que muitas vezes se mostrou insuficiente para a manutenção da
dignidade dos trabalhadores.
No intutito de discutir as relações da COVID-19 na realidade dos
municípios de Santa Catarina, analisou-se o enfrentamento da pandemia na
cidade de Camboriú, trauzindo um muncípio de porte médio, com população
tipicamente moradora e trabalhadora da cidade, e que teve como gestor durante
o processo pandemico um prefeito que tem formação médica.
A pesquisa reveleu que a infraestrutura para saúde foi maximizada,
com construção de leitos hospitalares específicos, além de um sistema rápido de
informações, que disponibilizava diariamente os casos graves, médios e leves de
COVID-19, além de outas suspeitas.
Economicamente, observou-se que Camboriú necessitará de austeridade
em seus gastos, para que os serviços básicos não sejam afetados, de outra sorte,
percebeu-se no mesmo período o fortalecimento de micro e pequenas empresas.
SILVA, M. V. V.; RAMOS, A.
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Na perspctiva técnica, percebeu-se que várias foram as ações
municipalmente promovidas para o enfretamento da COVI-19, o que contibui
para que os números municipais fossem relativamente baixos, se comparados a
média brasileira.
Nestes cenário, o trabalho, de natureza expositiva, acaba por revelar
que o processo integrado de saúde, como ocorreu no caso em análise, contribui
para os resultados idealizados, e que são fundamentais para que vidas sejam salvas.
REFERÊNCIAS
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Submetido em: 09/08/2022
Aprovado em: 30/09/2022