Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.8, p. 83-96, Edição Especial 2, 2022. 83
Violência de gênero Artigos/Articles
Violência de gênero: práticas do/no currículo de
licenciatura em educação Física da uniVersidade Federal
do acre
Gender violence: practices of/in the physical education deGree
curriculum at the federal university of acre
Adriane Corrêa da SILVA
1
Anderson Pereira EVANGELISTA
2
Luciana Zardo PADOVANI
3
RESUMO: O presente artigo possui a temática da violência de gênero nas universidades brasileiras,
que vem ganhando espaço nas discussões e publicações cientícas. Tendo a Universidade Federal
do Acre e, mais especicamente, o curso de Licenciatura em Educação Física como contexto de
produção, o objetivo deste estudo é propiciar maior visibilidade ao assunto, analisando o contingente
discursivo de base documental e de experiências, o qual compreende os seguintes desdobramentos
para violência de gênero - violência física, psicológica, sexual e qualquer tipo de discriminação
sociocultural. Como subsídio para as análises, optamos pelo estudo de caso, por se tratar de uma
questão emergente na contemporaneidade. Sendo assim, após o contato com os textos acessados
(Projeto Político Pedagógico de Curso de Licenciatura em Educação Física e registros/ocorrências),
notamos um silenciamento concernente à violência de gênero. Tal constatação nos leva a presumir
que, na instituição em questão, há a efetivação da naturalização dos discursos heteronormativos da
sociedade patriarcal. Isso devido ao processo de apagamento das diferenças de gênero e sexualidades
no curso de Licenciatura em Educação Física, demonstrado na ausência de estranhamento nos
Doutoranda no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc/
SC); Integrante do Grupo de Pesquisa ITINERA - Ufsc. Professora Adjunta da Universidade Federal do Acre
(Ufac/AC) do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto; Líder do Grupo de Pesquisa LEPEF-EdSaLa - Link
de acesso: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/3131273318150860. E-mail: adriane.acs@gmail.com; Orcid: ht-
tps://orcid.org/0000-0003-4994-227X.
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Acre (PPGE/
UFAC). Integrante do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Educação, Saúde e Lazer-(LE-
PEF-EdSaLa) – Link de acesso: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/3131273318150860. E-mail: andersonevange-
listavzs@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0436-4357.
Mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande (Furg/
RS). Integrante do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Física, Educação, Saúde e Lazer-(LE-
PEF-EdSaLa) – Link de acesso: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/3131273318150860. E-mail: ozelupadovani@
gmail.com.ORCID: http://orcid.org/0000-0003-3447-0732.
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2022.v8esp2.p83
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SILVA, A. C.; EVANGELISTA, A. P.; PADOVANI, L. Z.
discursos, quando se referem ao tema, além da falta de acolhimento em relação às ocorrências.
PALAVRAS-CHAVE: Violência de Gênero. Formação Docente. Educação Física. Ufac.
ABSTRACT: e present article has the theme of gender violence in Brazilian universities, which
has been gaining space in discussions and scientic publications. Having the Federal University
of Acre and, more specically, the Undergraduate Course in Physical Education as the context
of production, the objective of this study is to provide greater visibility to the subject, analyzing
the discursive contingent of documentary basis and experiences, which comprises the following
unfoldings for gender violence - physical, psychological, sexual violence and any type of sociocultural
discrimination. As a subsidy for the analyses, we chose the case study, because it is an emerging issue
in contemporaneity. us, after contact with the accessed texts (Pedagogical Political Project for the
Undergraduate Course in Physical Education and records/occurrences), we noticed a silencing
concerning gender violence. is observation leads us to assume that, in the institution in question,
there is the eectuation of the naturalization of heteronormative discourses of patriarchal society.
is is due to the process of erasure of gender dierences and sexualities in the Undergraduate
Course in Physical Education, demonstrated in the absence of strangeness in the speeches, when
they refer to violence, in addition to the lack of reception in relation to occurrences.
KEYWORDS: Gender Violence. Teacher Qualication. Physical Education. Ufac.
1 introdução
Este trabalho faz parte da proposta discutida no Grupo de Pesquisa
LIEG/UNESP
4
, dando visibilidade à violência de gênero presente nas
universidades brasileiras. Diante das reexões propiciadas pelo LIEG/UNESP e
cientes da necessidade de promover desacomodações sobre o assunto, objetivamos
analisar os compilados discursivos sobre violência de gênero na Universidade
Federal do Acre (Ufac), com recorte no curso de formação inicial de professores e
professoras
5
em Educação Física.
Utilizando o Projeto Político Pedagógico do Curso (PPC) de
Licenciatura em Educação Física (LEF) e os registros de ocorrências solicitados
junto à Ouvidoria da Universidade Federal do Acre (Ufac), nos interessa entender
como essas práticas discursivas concretizam-se no curso de formação inicial de
docentes, apoiados pelas experiências de professora formadora e egresso
6
do curso.
Justicamos a importância das experiências, baseados em Bondía (2011), pois
Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero /LIEG UNESP. Disponível em: https://www.culturaege-
nero.com.br
Estamos conscientes da necessidade de praticar a linguagem neutra em diversos ambientes, especialmente neste
texto, porém, optamos por utilizar a linguagem inclusiva, mesmo deixando de contemplar o gênero não-binário,
por conta de ainda nos sentirmos limitados quanto às especicidades normativas da Língua Portuguesa.
Professora formadora Adriane Corrêa da Silva, docente com dedicação exclusiva na Ufac e, especicamente, no
Curso de Licenciatura em Educação Física da IES, e o egresso Anderson Pereira Evangelista que, atualmente, é
professor de Educação Física da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esportes do Acre (SEE) e docente
do Curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade Paulista (UNIP).
Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.8, p. 83-96, Edição Especial 2, 2022. 85
Violência de gênero Artigos/Articles
esse aspecto apresenta impacto em todos(as) os(as) envolvidos(as) no processo
interativo.
Ao optarmos pelo procedimento documental, no intuito de subsidiar
as análises com ênfase no PPC e no levantamento de registros
7
, correspondente à
temática da violência de gênero, fundamentamos o estudo como de caso, conforme
Yin (2001). Tal tópico compreende os seguintes desdobramentos: violência física,
psicológica, sexual e qualquer tipo de discriminação sociocultural – no/do curso
de LEF da Ufac. O referido tema é emergente na contemporaneidade, dado que
cada vez mais os(as) dissidentes da norma masculina e heterossexual povoam a
universidade. Portanto, o estudo de caso permite lidar com questões abertas.
Sendo assim, os(as) pesquisadores(as) têm pouco controle sobre o surgimento de
eventos em circunstâncias práticas de interação no cotidiano.
Nesse sentido, o problema que mobiliza nossa investigação é: De
que forma o currículo de formação inicial em educação física da Ufac pratica
a violência de gênero? Partindo dessa indagação, sustentamos a hipótese de que
o currículo de formação inicial em Educação Física pratica violência de gênero,
quando deixa de contemplar a diversidade de corpos e sexualidades que ocupam
os bancos da formação em EF e reforça o padrão masculino e heterossexual, por
intermédio de uma formação discursiva que enaltece o “ser homem” e discrimina
outras formas de existir.
Passamos a apresentar o contexto do curso de Licenciatura em
Educação Física (LEF), situado na capital do Acre, Rio Branco, no campus sede da
Universidade Federal do Acre, sendo criado e autorizado em novembro de 1990.
A criação do curso de Educação Física incluiu as modalidades de bacharelado e
licenciatura plena (UFAC/EF, 2005, p.5), com o último reconhecimento datado
pela Portaria MEC/SERES nº 921, de 27-12-2018 (UFAC, 2022).
O curso de LEF está integrado ao Centro de Ciências da Saúde e do
Desporto (CCSD), vinculado à área da saúde, atendendo a formação inicial
de docentes, mas não no Centro de Educação Letras e Artes (CELA), como os
demais cursos de formação inicial da instituição. Atualmente, o LEF comporta,
7
Processo nº 23546.013322/2022-71, encaminhado à - Fala.BR - Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso
à Informação da Universidade Federal do Acre (Acre) - no intuito de mapear as ocorrências sobre “Violências
de gênero - Violências: física, psicológica, sexual e qualquer tipo de discriminação sociocultural”, presentes no
curso de formação de professores(as) em Educação Física do CCSD/Ufac. A base teórica construída no estudo
tem a preocupação “[...] em torno da explicitação e operacionalização do conceito de violência de gênero. Uma
violência estreitamente associada à reprodução dos estereótipos e papéis de gênero e aos complexos e dinâmicos
processos de construção das identidades, que não se conna às relações íntimas, heterossexuais e/ou homosse-
xuais, mas que atravessa toda uma dimensão interpessoal, e institucional (família, escola, trabalho), intergêneros,
intrafeminina e intramasculina” (LISBOA, PATRÍCIO, LEANDRO, 2009, p. 26). Desta forma, solicito todos
os registros que tenham chegado via OUVIDORIA, PORTAL DO ALUNO, PORTAL DO PROFESSOR,
COORDENAÇÕES E OUTROS MEIOS, quanto as questões[...] por meio de técnicos administrativos, pro-
fessores(as), estudantes, comunidade interna e externa”.
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aproximadamente, 27 docentes efetivos, além dos substitutos, e 162 estudantes,
matriculados no primeiro semestre de 2020 (UFAC, 2020).
Sua estrutura curricular compreende 53 disciplinas, divididas em 8
períodos e em duas dimensões de conhecimento, a saber: Formação Ampliada
e Formação Especíca (UFAC, 2005). Além dessa conguração de ensino,
compõem o currículo do curso de formação em Educação Física as ações de
pesquisa, extensão, entre outras.
Diante das especicidades apontadas no PPC do curso LEF (UFAC,
2005), concernentes à dimensão do ensino, serão elencados os elementos
relacionados ao contexto investigativo - cultura corporal, experiências e violência
de gênero. Eles fazem parte de manifestações culturais, denidas por Even-Zohar
(2018) como a reunião de conhecimentos dos sistemas culturais de indivíduos
e grupos, essenciais para a organização social. Ancorados nessa perspectiva,
pretendemos analisar também os registros discursivos sobre as práticas de violência
de gênero.
A cultura corporal compreende a origem da ginástica e, em
consequência, as expressões corporais da Educação Física no Brasil. Inicialmente,
esse aspecto foi desenvolvido, em nosso trabalho, percorrendo a teoria crítica, pela
abordagem crítico-superadora da Educação Física, na qual busca-se proporcionar
uma reexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação do mundo,
produzidas pelo homem no decorrer da história, exteriorizadas pela expressão
corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo,
contorcionismo, mímica e outros (SOARES, 1994, SOARES et al., 2012). Estes
podem ser identicados como formas de representação simbólica de realidades
vividas pelos seres humanos, historicamente e culturalmente desenvolvidas.
Outros estudos e inuências críticas passam a articular os elementos da
cultura corporal, para além do marcador de classe social, demarcado na perspectiva
superadora, como a perspectiva do currículo cultural, com um olhar voltado para
a visibilidade das diferenças (NEIRA, 2019; NEIRA, NUNES, 2016), somado à
perspectiva intercultural, a qual reconhece as diferenças (GRANDO et al., 2018).
Nesse ínterim, tornou-se imprescindível priorizarmos as relações implicadas
nas diferenças e, por conseguinte, na violência de gênero, ao longo da história,
visto que estão interligadas na atribuição da formação cultural de ser professor e
professora em EF da Ufac.
Miskolci registra que “Na perspectiva da diferença, estamos todos(as)
implicados(as) na criação desse Outro, e quanto mais nos relacionamos com
ele, o reconhecemos como parte de nós mesmos, não apenas o toleramos, mas
dialogamos com ele sabendo que essa relação nos transformará” (MISKOLCI,
2021, p. 16). A ideia de diferença imbrica-se na noção de que o outro não é
tratado de forma estigmatizada, mas é apresentado positivamente na constituição
das identidades, sendo sua emergência profícua no acontecimento de um
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Violência de gênero Artigos/Articles
currículo cultural (NUNES, 2016), assim como, no reconhecimento de outras
formas de existência, no sentido de buscar tensionamentos por meio da educação
intercultural (GRANDO et al., 2018).
Posto isto, se faz necessária a visibilidade e a problematização desse
sujeito, por meio da cultura corporal e das experiências no curso de LEF da Ufac,
no sentido de compreendermos a violência de gênero existente e, quiçá, reconstruir
seu entendimento, de maneira que todos e todas estejamos engajados(as) em
formas de (re)existir, mais humanizadas e igualitárias. Para tanto, mais adiante,
retrataremos os sujeitos, ou seja, pessoas mais suscetíveis a sofrerem hostilização
nas relações interpessoais, em razão da conotação patriarcal da nossa sociedade.
Por isso, deniremos o conceito de gênero empregado em nosso trabalho para,
após, tocarmos na questão da violência relacionada à população estigmatizada no
contexto social tradicional.
Em suma, evidenciamos que as experiências, neste estudo, estão
ligadas às muitas vivências, enquanto formadora e egresso do curso de LEF da
Ufac, estabelecidas nas relações e inter-relações via ensino, pesquisa, extensão,
entre outras ações. Sendo assim, o elemento das experiências concerne a um
acontecimento exterior, perceptível em nós. “É em mim ou em minhas palavras,
ou em minhas ideias, ou em minhas representações, ou em meus sentidos, ou em
meus projetos, ou em minhas intenções, ou em meu saber, ou em meu poder, ou
em minha vontade onde se dá a experiência” (BONDÍA, 2011, p. 4-5). Por meio
das experiências em torno da cultura corporal, damos sentidos ao ser docente em
Educação Física na Universidade Federal do Acre.
2 Violentados(as): a sina dos(as) dissidentes da
norma masculina e HÉtero-cis
Cotidianamente, assistimos, nos noticiários nacionais e locais, os casos
de violência contra mulheres, gays, transexuais, travestis e não-binários
8
. Ou seja,
são agressões contra os corpos que não se enquadram no padrão masculino e
heteronormativo, privilegiado socialmente. As adjetivações pejorativas, tais como
veado”, “sapatão”, “bicha”, “mulherzinha”, “traveco”, “prostituta”, escancaram o
processo de estigmatização, rotulação e diminuição desses sujeitos, marcados pela
diferença, e largados à própria sorte, em uma sociedade eminentemente patriarcal.
De acordo com Saoti (2015), vivemos em um país extremamente
machista, que oculta os mais absurdos crimes sexuais. A autora discute o tabu
em torno da prática do incesto, quando meninos e meninas são violentados(as)
pelo próprio pai, e o fato se mantém guardado, mediante ameaças por parte do
abusador. O lugar que deveria representar um porto seguro para as crianças e
Enfatizamos que a linguagem neutra tem sido um exercício em aprimoramento, a qual pretendemos incorpo-
rar em futuras produções.
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SILVA, A. C.; EVANGELISTA, A. P.; PADOVANI, L. Z.
adolescentes, termina por transformar-se em fonte de crueldade no ambiente
doméstico.
Em convergência à situação mencionada anteriormente, as mulheres
também são vítimas de algozes que, via de regra, são identicados como seus
companheiros. A noção de patriarcado, em voga socialmente, atravessa os
imaginários coletivos ao longo dos séculos, dando suporte à dominação masculina
ferrenha sobre o gênero feminino, gerando opressão. Historicamente, a sociedade
convencionou padrões de comportamento relacionados ao gênero que espera
da mulher atitudes dóceis e amorosas e, do homem, a mais exímia virilidade
(SAFFIOTI, 2015).
A articulação da “superioridade” masculina, em detrimento da
fragilidade” feminina, repercute nas estruturas sociais, fortalecendo o
binarismo, que admite desenhar, nos corpos sexuados, apenas a masculinidade
e a feminilidade. Com isso, são negadas formas de ser e estar no mundo, as
quais confrontam a tese biológica instaurada. Em contraponto à dicotomia
implementada em nosso meio, nos perguntamos sobre os corpos que transitam
entre os dois gêneros, constituindo outros, ou os que negam rótulos. Muito mais
perigosa é a sociabilidade ancorada no machismo para esse grupo populacional
(EVANGELISTA, GONÇALVES, 2020).
Conforme o relatório de mortes LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Transexuais, Intersexuais e outras identidades de gênero ou orientação sexual) do
ano de 2021, elaborado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), foram registradas 300
mortes violentas dessa população naquele ano, sendo que 51% das vítimas eram
gays e 36,67% eram travestis e transexuais. A violência é mais frequente contra
gays, travestis e transexuais “por se tratar de outros homens, aqueles em relação (e
oposição) aos quais se constitui a forma de masculinidade hegemônica em nossa
sociedade” (MISKOLCI, 2014, p. 82, grifos do original). Destarte, os crimes que
dizimam esses corpos transgressores da norma são motivados pelo ódio que se
constrói, a partir do medo, em relação ao diferente.
Da associação teórica entre Miskolci (2021), Grando (2018) e Nunes
(2016), compreendemos que a criação do outro está inclusa no conceito de
diferença, justamente pelo viés intercultural suscitado. Por isso, a abordagem deste
trabalho converge para a mudança de posturas depreciadoras do outro, rechaçando
o caráter uniformizador amplamente correlacionado à cultura patriarcal.
Portanto, o diferente, desestabilizador dos padrões, causa “o desconforto
na medida em que surpreende os olhares para um corpo que não segue as regras
de vestimenta e trejeitos traçados pelo pertencimento a um determinado sexo,
quebrando o estereótipo” (BELELI, 2014, p. 59). A ruptura da tradição
9
, referente
O termo “tradição”, em nosso trabalho, faz referência ao sentido de transmitir “conhecimentos, doutrinas ou
costumes de geração em geração” (DICIO, 2008, p.1245), mantendo os discursos de dominação masculina,
historicamente atribuídos.
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Violência de gênero Artigos/Articles
aos gêneros, é produtora das violências - simbólica, psicológica e física - sofrida
pelos que ousam questionar o que está posto.
A denição do “ser homem”, pela sociedade patriarcal, nas práticas
cotidianas, torna suscetíveis à violência de gênero as mulheres e, de forma mais
intensa, os integrantes gays, travestis e transexuais da comunidade LGBT+.
Segundo Saoti (2015), entende-se por violência a violação da integridade física,
psicológica, sexual ou moral da vítima. Corroborando com essa assertiva, Busin
destaca, em seu estudo, a tipologia das violências. De acordo com a autora:
Há violências de todos os tipos: condenadas ou rejeitadas, toleradas ou
incentivadas. Há violências explícitas e outras, invisíveis. Há violências que
deixam marcas mais físicas, e outras deixam marcas mais emocionais. Sejam
quais forem, as marcas deixadas em quem sobre violência, especialmente
aquelas vividas com maior carga de sofrimento, são quase sempre indeléveis
(BUSIN, 2015, p. 77).
No que concerne às formas de manifestação das violências, essas
podem ser física e/ou simbólica. Ou seja, podem incluir ou não violações físicas
variadas. A primeira, fere diretamente a integridade física da vítima. A segunda,
está abrangida nas ações de coerção, em favor da dominação de um indivíduo
em relação ao outro. A violência simbólica trata-se daquilo que subjaz em meio
às relações interpessoais e afetivas, não sendo materializada. No entanto, provoca
consequências negativas, em níveis psíquicos, para vida de quem sofre (BUSIN,
2015).
Assim como a autora, que trabalhou com o conceito de violência
simbólica, também adotamos esse entendimento para realizar nossa análise.
Uma vez que a violência simbólica se modula nas relações de poder, balizamos
que o domínio exercido pelo patriarcado, na sociedade, alcança sobremaneira os
currículos e as práticas que deles se originam de forma passiva e ativa ((EVEN-
ZOHAR, 2018). Quanto ao conceito de gênero, Beleli arma que
[...] é uma marca de diferenciação social que incide em quaisquer relações
afetivas, de trabalho, na rua, no lazer – de forma que não pode ser ignorada
[...], essa marca de diferença acaba por (des)valorizar seres humanos a partir de
comportamentos, gostos, impingindo aos sujeitos formas de ser homem e de
ser mulher (BELELI, 2014, p. 46).
Logo, o gênero constitui-se em um ponto de tensão, dado o
questionamento da norma que elabora apenas os gêneros feminino e masculino,
sendo este último o dominante do primeiro e de outras formas de ser.
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Dessa maneira, chegamos ao conceito de violência de gênero, que
é entendido “como um ato social derivado da hierarquização naturalizada
10
das relações de gênero e de sexo, reforçando a supervalorização de atributos
socialmente considerados masculinos em detrimento das características atribuídas
ao feminino” (BUSIN, 2015, p. 81). Nas aulas de educação física por exemplo,
quando os meninos tomam de forma mais ampla os espaços da quadra para prática
esportiva, enquanto as meninas são reprimidas, evidencia-se a violência simbólica
que termina por inferiorizar a presença do corpo feminino (ALTMANN, 2015).
Na especicidade deste estudo, iremos investigar a informação das
ausências quanto à violência de gênero. O aspecto biologizante que impera nos
diversos currículos, negando a constituição do gênero, em perspectiva histórica e
social, é uma realidade. Temas como o gênero e a sexualidade são emergentes na
escola e estão sendo cada vez mais discutidos e problematizados em seminários e
pesquisas. Mas como os(as) educadores(as) veem-se diante de inúmeras situações
nas quais as pautas são as diferenças de gênero? E como os cursos de formação de
docentes preparam os(as) estudantes em formação para lidar com essa realidade?
Discute-se gênero no currículo de Educação Física? Vamos à investigação.
3 a Violência de gênero na uniVersidade e no curso
de educação Física: aspectos da realidade estudada
Em decorrência de sua autonomia administrativa, nanceira e
pedagógica, a instituição universitária, em sua complexidade, pratica processos
de ensino, pesquisa e extensão que fazem interlocução com diversas áreas de
conhecimento. Historicamente povoada por pessoas do gênero masculino
(ALMEIDA, ZANELLO, 2022), a universidade, assim como a sociedade mais
ampla, reete em suas relações um certo silenciamento e invisibilidade de grupos
que são subalternizados e que travaram verdadeiras lutas para ocupar esse espaço
que é potencialmente produtor e reprodutor de violências.
Neste lugar, apresenta-se a violência de gênero praticada por acadêmicos/
acadêmicas, professores/professoras e funcionários/funcionárias, também sendo
incentivada nos currículos. Os estudos sobre a temática no contexto universitário
apontam que essa problemática ocorre em âmbito global (LIMA, CEIA, 2022;
TASSINARI et al, 2022; GALLARDO-NIETO et al, 2021; ORDÕNEZ-
VARGAS, SALA, 2022). A violência que se apresenta de forma simbólica e
física, nas dependências dos diversos campus universitários, afeta principalmente
mulheres e LGBT
+.
De acordo com
Ordõnez-Vargas e Sala (2022), o conceito de
10
O verbo “naturalizar” é utilizado, nesta pesquisa, em convergência a um dos sentidos possíveis do adjetivo
natural”: “Que segue a ordem regular das coisas” (DICIO, 2008, p. 896). Sendo assim, na abordagem referente
ao gênero, em suas interações, o vocábulo atrela-se à noção de tornar corriqueira, sem estranhamento, a violên-
cia de gênero, sem problematizar a “institucionalização” dos discursos hegemônicos heteronormativos, como se
não acontecesse a opressão.
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Violência de gênero Artigos/Articles
violência de gênero, antes, estava atrelado apenas à violência contra as mulheres.
No entanto, com o passar do tempo, incluiu-se, como pessoas violentadas, toda a
população LGBTQIAP+, tendo por base o gênero e a orientação sexual.
Em um estudo realizado por Lima e Ceia (2022), no qual as autoras
analisam dados de 6 países, incluindo o Brasil, destaca-se a prevalência da violência
contra a mulher nas universidades dos diferentes países, sendo estes desenvolvidos,
ou em desenvolvimento. As pesquisadoras dão evidência para o baixo número de
denúncias e a falta de uma sistematização sobre o tema nos bancos de dados
das instituições. Em comprovação à essa informação, apresentamos a consulta
efetivada via processo (anteriormente citado)
11
sobre violência de gênero, referente
ao curso de LEF na Ufac, tendo o resultado que segue:
Em atenção à solicitação retro, esta Comissão realizou pesquisa em seus
arquivos e não localizou Processos Disciplinares com denúncias sobre as
questões de violência de gênero, violências - física, psicológica, sexual ou
qualquer tipo de discriminação sociocultural, referente ao Curso de Educação
Física (OUVIDORIA DA UFAC, 2022).
A falta de preocupação com o “diferente” nos ajuda, de certo modo,
a compreender o modus operandi de silenciamento em torno de um assunto tão
sério e que deve ser encarado urgentemente, tanto pela comunidade acadêmica,
quanto pela gestão. Em nossa busca por documentos pertencentes à Ufac, nessa
linha de informação e acolhida quanto à violência de gênero, encontramos a
“Cartilha de enfrentamento aos assédios moral e sexual”, datada de 2019, contida
no site da Instituição
12
.
Entretanto, o material não se apresenta de fácil acesso ao público,
tampouco atende as necessidades em questão. Seu texto compõe formalidades
técnicas, sem abordar a problemática de saúde e educação intrínsecas ao assunto,
em um Estado que vem apresentando índices alarmantes de feminicídios
13
,
acima da média nacional. Ademais, não há divulgação de contatos, como e-mail,
telefone, endereço etc., nas páginas as quais elencam os locais indicados para
denúncia, fato que interpretamos como descuido ou descompromisso com a
nalidade a que se destina a cartilha.
Apesar disso, estão acontecendo iniciativas em expansão, na direção
de divulgar o tema e acolher os casos de violência de gênero, no ambiente
universitário, em outras regiões do Brasil. A exemplo, tem-se os projetos
14
11
Fala.BR - Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação da Universidade Federal do Acre (Acre).
12
Cartilha de enfrentamento aos assédios moral e sexual. Disponível em: https://www.ufac.br/ufac/prodgep/
cartilhaassediodigital.pdf/. Acesso em: 13 jun. 2022.
13
Dados apresentados em Audiência Pública no Acre - Comissão de Direitos Humanos e Cidadania
(08/06/2022). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gibQlbFPq18. Acesso em: 09 jun. 2022.
14
No artigo, o autor divulga as ações promovidas pelas universidades citadas, com relação ao tema da violência
de gênero.
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SILVA, A. C.; EVANGELISTA, A. P.; PADOVANI, L. Z.
desenvolvidos nas faculdades - USP, Unicamp, Unesp, UnB, Ufabc e Ufrgs - que
instituíram políticas de combate à violência e ao assédio sexual, em respectivos
departamentos, incluindo serviços voltados às comunidades nas quais se inserem
(ANDRADE, 2022).
No tocante à violência que atinge os/as LGBT+ dentro da universidade,
o estudo de Gallardo-Nieto et al (2021) que situa a realidade de universidades
catalãs (Espanha), demonstra as múltiplas formas de violência, produzidas nos
ambientes da sala de aula e em outros espaços, contra corpos e sexualidades
dissidentes do gênero masculino. Os autores analisam práticas discursivas de
intolerância e discriminação do diferente que, novamente, são silenciadas e
naturalizadas em meio às relações interpessoais que ocorrem, segundo o padrão
socialmente imposto.
Revalidando a pesquisa espanhola, será exposto, aqui, o relato de
experiência, a respeito de um caso, entre tantos observados no campus, de
homofobia sofrido pelo, hoje, egresso do curso de LEF da Ufac, que também
assina este texto:
No ano de 2017, enquanto ocupava a presidência do Centro Acadêmico do curso de
LEF, e participava das reuniões colegiadas do curso de Licenciatura em Educação
Física da Ufac, na condição de discente, fui vítima de homofobia por parte de uma
docente. Ela comentou, em reunião, que eu demonstrava ‘trejeitos’ e fazia ‘caras
e bocas’ durante os encontros. A fala homofóbica da professora resultou na leitura
de uma nota de repúdio na reunião seguinte. No entanto, ao invés de pronunciar
alguma retratação, ela apenas proferiu alegações de defesa, pormenorizando
o ocorrido, para ocupar o lugar de vítima, quando era, nitidamente, a voz que
verbalizou preconceito (Anderson Pereira Evangelista).
Infelizmente, a violência de gênero não se encerra por aí. Ao voltarmos
nosso olhar à concepção de currículo, a partir de Silva (2017), como lugar, espaço
ou território de relações de poder, por meio do qual forjam-se identidades,
percebemos que é ali onde o discurso se inscreve, enaltecendo determinados
corpos e subjetividades, em desvantagem de outros.
No caso particular da Educação Física, esse “é um espaço marcado por
questões de gênero, que se fazem presentes desde a educação básica até o ensino
superior” (ARAÚJO, SILVA, 2019, p. 37). Durante a graduação, preconceitos
e incompreensões permanecem nos imaginários de docentes em formação via
currículo, o que tende a repercutir na prática pedagógica do futuro docente.
Diante dos termos de busca, relacionados ao gênero, à sexualidade e às
violências no currículo do curso de LEF da Ufac, destacamos que o número de
ocorrência é insignicante, indicando que o currículo imprime desvalorização aos
conhecimentos culturais, quando se relaciona a outras formas de existência social,
conforme segue:
Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.8, p. 83-96, Edição Especial 2, 2022. 93
Violência de gênero Artigos/Articles
Tabela 1 - Número de ocorrências dos termos de busca no Estudo de Base
Documental
15
TERMOS DE BUSCA PPC
cultura corporal”
3
cultura corporal do movimento
10
práticas da cultura corporal”
1
experiência
11
vivência
2
gênero
1
violência de gênero
0
diversidade sexual”
0
sexualidade
0
diversidade
0
diferente
3
diferença
1
Fonte: Elaborado pelo(as) autor(as) (2022).
4 por ora...
Em síntese, consideramos que o curso de LEF da Ufac, enquanto
formador de prossionais para a Educação Física, que irão atuar na escola,
apresenta dois pontos importantes para colocarmos em relevo. O primeiro, refere-
se ao processo de legitimação de um padrão masculino e heteronormativo, o qual
negligencia a presença daquele (a) que difere da norma. O segundo, concerne
à forma como a problemática da violência de gênero tende a repousar sob uma
aparente normalidade, não causando estranhamento, visto que o modus operandi
é o silenciamento.
Ao apontarmos os dados expressos na Tabela 1, quanto ao baixo registro
de termos encontrado no PPC do curso de LEF, relacionados ao gênero, à diferença
e à cultura corporal, sobressaem, os termos “experiência(s)” e “vivência(s)” com 14
registros, com isso reetimos que estes não estão conectados com os marcadores
socioculturais de indivíduos e grupos na produção da vida. Tal constatação
nos leva à armação de que esses elementos precisam ser ampliados, de forma
a contemplar as novas formas de existir e, consequentemente, na formação de
docentes em EF.
As relações estabelecidas entre os termos de busca no PPC manifestam
um discurso de (re)armação da visão biologicista na constituição do perl
15
Nos termos de busca consideramos as expressões no singular e no plural.
94 Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.8, p. 83-96, Edição Especial 2, 2022.
SILVA, A. C.; EVANGELISTA, A. P.; PADOVANI, L. Z.
prossional desejado. O desenho curricular proposto para formar professores e
professoras de EF na Ufac apresenta-se de forma alheia à questão da violência
de gênero. Desse modo, inferimos a existência de um atraso na reformulação do
PPC do curso, ademais, as discussões emergentes, relacionadas aos marcadores
socioculturais, não se materializam nesse documento.
Por m, além da mencionada ausência de bases interculturais no
currículo do curso de LEF da Ufac, outro ponto de atenção é que a Universidade
Federal do Acre está em descompasso quanto à visibilização dos casos de violência
de gênero, haja vista a comparação com as ações de incentivo e acolhimento
das denúncias em andamento em outras instituições. Ademais, as referidas
averiguações nos levam a acreditar na naturalização do processo de silenciamento
do outro. Portanto, reforçamos a possibilidade da perspectiva de currículo cultural,
por ser receptiva à espontaneidade e carregada de esperança, na efetivação da
pluralidade na formação inicial.
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