A interdisciplinaridade no ensino de química
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A INTERDISCIPLINARIDADE NO ENSINO DE QUÍMICA: UMA PROPOSTA
PARA O CURSO DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS
Séfura Maria Assis MOURA
Karlucy Farias de SOUSA
Aureliano de Oliveira ALVES
Marilene Assis MENDES
RESUMO:
A interdisciplinaridade tem-se apresentado como um instrumento motivacional para o
processo ensino-aprendizagem, podendo contribuir para a permanência e êxito do aluno, a partir
do rompimento da fragmentação dos conhecimentos, com uma visão mais ampla da ciência e
a preparação para enfrentar o mundo globalizado. Nesse âmbito, este artigo tem como objetivo
apresentar uma proposta pedagógica interdisciplinar envolvendo as disciplinas básicas de Química e
os componentes curriculares do núcleo profissionalizante do Curso de Tecnologia em Alimentos,
do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) Campus Limoeiro do
Norte. Nosso trabalho utilizou uma abordagem metodológica qualitativa ou interpretativa, visto
a participação direta do pesquisador. O caminho delineado iniciou-se a partir das nossas
considerações sobre alguns conceitos químicos que possibilitam a interação entre as disciplinas, e a
seguir, baseados numa pesquisa bibliográfica, selecionamos e sugerimos temas da área alimentícia
a
serem implementados na estruturação das disciplinas de Química, finalizando com as etapas de
planejamento das atividades interdisciplinares, por meio de encontros mensais. O referencial
teórico conta com as formulações de Fazenda (2003, 1994, 1993, 1992), Paviani (2008) e Santos
e Weber (2012), entre outros. Acreditamos que ações dessa natureza possam despertar um maior
interesse por parte dos alunos durante seu percurso acadêmico, contribuindo para o processo da sua
construção profissional, através de uma aprendizagem contextualizada e motivadora.
Palavras-chave:
Abordagem interdisciplinar; Ciências da Natureza; Ensino profissionalizante.
ABSTRACT:
Interdisciplinarity has been presented as a motivational instrument for the teaching-
learning process and it can contribute to the students’ permanence and success since it ceases
the fragmentation of knowledge, with a broader view of science and the preparation to face the
globalized world. In this context, this article aims at presenting an interdisciplinary pedagogical
proposal involving the basic disciplines of Chemistry and the curricular components of the
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2021.v7.n1.p41-54
MOURA, S. M. A.; SOUSA, K. F.; ALVES, A. O.; MENDES, M. A.
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professional area of the Food Technology Course, from the Federal Institute of Education, Science
and Technology of Ceará (IFCE) - Limoeiro do Norte Campus. Our work used a qualitative or
interpretative methodological approach, once there was the direct participation of the researcher.
We outlined a path which started with our considerations on some chemical concepts that enable
the
interaction between the curricular components, and then, based on a bibliographic research, we
selected and suggested themes from the food area to be implemented in the structuring of the
Chemistry curricular components, ending with the stages of planning interdisciplinary activities,
through monthly meetings. The theoretical framework relies on the formulations of Fazenda (2003,
1994, 1993, 1992), Paviani (2008) and Santos and Weber (2012), among others. We believe that
actions of this nature can arouse a greater interest on the part of students during their academic path,
therefore contributing to the process of their professional construction, through contextualized and
motivating learning.
Keywords:
Interdisciplinary approach; Natural Sciences; Vocational education.
INTRODUÇÃO
O Planejamento Estratégico Institucional de Permanência e Êxito
dos Estudantes do IFCE aponta que a Rede Federal de Educação Profissional e
Tecnológica contribuiu para a expansão e para a interiorização do ensino. “No
entanto, durante esse período, os seus índices de evasão e de retenção acadêmica
têm sidos significativos, contrariando a perspectiva de universalização do acesso
à educação e da garantia da permanência” (IFCE, 2017, p. 10). Tendo isso em
vista, entre as ações de intervenção e de monitoramento para superação da evasão
e da retenção previstas nesse Plano Estratégico, ressalta-se:
“23 - Implementar ações de integração e de práticas curriculares e pedagógicas
que fortaleçam o ambiente escolar como espaço acolhedor, colaborativo,
estimulador da aprendizagem e inclusivo para fortalecer o vínculo estudante e
IFCE, promover a formação cidadã e o desenvolvimento autônomo e coletivo
dos estudantes” (IFCE, 2017, p. 30).
Nesse contexto, pode-se reconhecer a necessidade de buscarmos ações
que possibilitem ressignificar o processo de ensino-aprendizagem, tão enraizado
no modelo tradicional e que ainda se faz tão presente em nosso cotidiano
escolar. Acreditamos que a interdisciplinaridade pode ser considerada como um
instrumento pedagógico motivacional, a partir do momento em que tem como
intencionalidade o rompimento da fragmentação dos conhecimentos, visto que
possibilita uma integração coerente entre as disciplinas (GADOTTI, 2009).
No Curso Superior de Tecnologia em Alimentos, do IFCE Campus
Limoeiro do Norte, as disciplinas de Química Orgânica e Química Geral são
ofertadas no primeiro semestre, contemplando conteúdos imprescindíveis para
a formação acadêmica dos seus estudantes. Acreditando na importância dos
conteúdos dessas disciplinas para um melhor êxito dos estudantes na continuidade
do Curso, supomos que, ao serem melhor assimilados, haverá um interesse
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maior dos discentes pela área Alimentícia, principalmente se compreenderem a
interligação entre as temáticas abordadas nas disciplinas básicas de Química e as
de enfoque profissionalizante. Assim, refletimos quais objetivos e metodologias
das disciplinas básicas de Química ofertadas a esse público podem ser adequados
aos objetivos que se quer alcançar na formação desses profissionais. Sugerimos
que o desenvolvimento de projetos interdisciplinares pode implicar um ganho
significativo nesse processo, que, em nosso entender, favorece também a
contextualização dos conteúdos.
Nesse cenário, segundo Farias et al. (2011), na disciplina de Química,
embora esteja presente no cotidiano das pessoas, e algumas possuam algum
conhecimento prévio oriundos do senso comum , é frequente que os estudantes
não consigam fazer a interligação do conteúdo estudado com a relevância da
disciplina para o dia a dia. Isso fica evidente quando observamos que, mesmo a
Química sendo primordial para muitos cursos técnicos e tecnológicos, no IFCE,
como o de Tecnologia em Alimentos, é comum os discentes não perceberem,
por exemplo, que definições importantes como de ácidos e bases, ou o estudo
da reatividade dos compostos orgânicos são essenciais para o entendimento da
deterioração de alimentos, ou mesmo a produção de alguns. Essa situação ocorre
porque a Química é vista como uma disciplina básica e, geralmente, apresentada
de forma fragmentada, sem conexão com as outras, de caráter técnico.
Portanto, tal proposta tem como motivação a superação de fatores que
inibem o aprendizado de forma integral, transpondo a compartimentalização
do saber, com o intuito de promover o interesse do aluno pela área específica
e possibilitar a formação de um profissional mais qualificado. Em razão disso,
propusemos, como objetivo geral, uma abordagem pedagógica com ênfase na
interdisciplinaridade, envolvendo os conteúdos conceituais das disciplinas básicas
de Química, ministradas aos alunos do primeiro semestre do Curso Superior de
Tecnologia em Alimentos, do IFCE Campus Limoeiro do Norte, com os tópicos
das disciplinas profissionalizantes. Traçados os objetivos, formulamos a seguinte
questão norteadora: como elaborar uma proposta interdisciplinar que possa
contribuir na articulação entre as disciplinas de Química do núcleo básico com as
disciplinas do núcleo específico do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos?
Para isso, nosso trabalho foi dividido em seis seções. A primeira é
constituída pela introdução; em seguida, trabalhamos o nosso referencial teórico
e logo após descrevemos os aspectos metodológicos. Na quarta seção, abordamos
os resultados e as discussões; e, na continuidade, apontamos nossas considerações
finais. Por último, na sexta seção, apresentamos as referências bibliográficas dos
textos que foram consultados durante a redação deste artigo.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O referencial teórico do presente artigo está estruturado da seguinte
forma: trataremos inicialmente do histórico, dos conceitos e da importância da
interdisciplinaridade; na sequência, destacamos a aplicação da interdisciplinaridade
no ensino de Química; e, por fim, referimo-nos a interdisciplinaridade na
Educação Profissional e Tecnológica.
Assim, na intenção de compreender a importância da
interdisciplinaridade para o contexto contemporâneo da educação brasileira,
descrevemos preliminarmente sobre sua historicidade e o que relatam os principais
documentos oficiais que orientam nossa educação na atualidade, bem como a
contribuição de alguns autores para a temática.
É importante destacar que a interdisciplinaridade surgiu na Europa na
década de 1960, principalmente na França e na Itália, em um contexto marcado
pelos movimentos estudantis que reivindicavam um novo estatuto de universidade
e da escola, com um ensino mais sincrônico com as questões de ordem social,
política e econômica. No Brasil, esse conceito tem estado presente em documentos
educacionais a partir da década de 1970 (FAZENDA, 1994; FAZENDA, 1979),
exercendo influência na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96),
principal referência na reformulação da nossa educação, sugerindo princípios
de liberdade e ideais de solidariedade humana, tendo como finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. A Educação Básica brasileira passa a ter como meta
proporcionar a todos os discentes uma educação que incorpore “a compreensão
dos fundamentos científicos-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando
a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina (BRASIL, 1996).
A interdisciplinaridade, também, é proferida nos textos dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), documentos centrais da política curricular
brasileira para a Educação Básica. Nesses textos, a interdisciplinaridade é
apresentada como uma proposta pedagógica que deverá ser aplicada na
possibilidade de relacionar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo,
pesquisa e ação, através de uma prática pedagógica e didática adequada (BRASIL,
2000).
Ainda tratando de documentos oficiais, mais recentemente a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio propôs a superação da
fragmentação disciplinar do conhecimento, o estímulo à aplicação das
informações na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se
aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de
seu projeto de vida (BRASIL, 2017), o que reitera a nossa discussão.
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Dentro dessa concepção, é imprescindível que a educação se volte
para o desenvolvimento da resolução de problemas, da tomada de decisão, da
capacidade de comunicação, de trabalhar colaborativamente.
Assim como na legislação e nas propostas curriculares, a
interdisciplinaridade tem, como consequência, um papel de destaque nas
instituições de ensino, nos diversos níveis. Em razão disso, ao aplicar a
interdisciplinaridade na escola, segundo Fazenda (1993), essa não pode ser uma
“junção de conteúdos, nem uma junção de métodos, muito menos a junção de
disciplinas”; ela implica um novo modo de pensar e agir, em uma postura que
privilegia a abertura para uma vivência interativa mediada por conhecimentos
diversificados. Com ela, busca-se transpor a linearidade do currículo escolar,
reorganizando-o de forma a superar a tendência de um mero seguimento da lista
pronta por série (BONATTO et al., 2012).
Para Paviani (2008), a origem da interdisciplinaridade está nas
transformações dos modos de produzir a ciência e de perceber a realidade e,
igualmente, no desenvolvimento dos aspectos político-administrativos do ensino
e da pesquisa em organizações e instituições científicas. Contudo, entre as causas
principais para as dificuldades encontradas para a sua implementação, estão a
rigidez e a falsa autonomia das disciplinas, as quais não permitem acompanhar
as mudanças no processo pedagógico e a produção de novos conhecimentos.
Segundo o mesmo autor,
a finalidade da interdisciplinaridade é de ampliar uma ligação entre o
momento identificador de cada disciplina de conhecimento e o necessário
corte diferenciador. Não se trata de uma simples deslocação de conceitos e
metodologias, mas de uma recriação conceitual e teórica (PAVIANI, 2008,
p. 41).
Fazenda (2003) corrobora com o que vem sendo discutido ao defender
que a interdisciplinaridade permite que o conhecimento produzido ultrapasse os
limites disciplinares e destaca a compreensão da interdisciplinaridade em uma
categoria de ação, que se revela como processo correspondente ao ato de construir
pontes entre as diferentes disciplinas, ação que se torna necessária no mundo
conectado em que vivenciamos. Augusto e Caldeira (2007), por sua vez, ratificam
que a utilização da interdisciplinaridade pode ser uma boa estratégia educacional
para facilitar a aprendizagem dos alunos, uma vez que atende à necessidade
intrínseca que o ser humano tem de conectar conhecimentos, de relacionar e de
contextualizar.
De acordo com Santos e Weber (2012), na interdisciplinaridade, as
atividades são intencionalmente voltadas para a interação entre as disciplinas,
trabalhando-se a partir de uma questão orientadora, uma situação-problema
que, para ser respondida, precisa da comunicação das áreas do conhecimento
MOURA, S. M. A.; SOUSA, K. F.; ALVES, A. O.; MENDES, M. A.
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envolvidas. Essa abordagem tem a intenção de reduzir a prática curricular da
multidisciplinaridade, tão presente na área das ciências, uma vez que não
ocorre, efetivamente, uma interação entre as variadas disciplinas. Rodrigues
(2013), também, reitera essa proposição quando expõe que a utilização de
projetos interdisciplinares ou projetos de intervenção, que dizem respeito
à busca de soluções de problemas, é uma importante forma de trabalhar a
interdisciplinaridade na escola, visando, assim, a uma aprendizagem significativa.
O autor ainda dialoga com Fazenda (1992) ao explicar que o valor e a
aplicabilidade da interdisciplinaridade podem ser verificados tanto na formação
geral, quanto na profissional, principalmente na de pesquisadores, como um
meio de superar a dicotomia ensino-pesquisa e como forma de permitir uma
educação permanente. Dessa forma, seja por meio de projetos interdisciplinares
ou projetos de pesquisa, a interação dos estudantes com os conteúdos de forma
interdisciplinar é apresentada também como uma forma de estimular o gosto pelo
conhecimento, produzindo uma aprendizagem significativa. Destarte, nos mais
diversos contextos de projetos interdisciplinares, a afirmativa a seguir de Santos e
Weber (2012, p. 72), ratifica a proposta e o objetivo deste trabalho. Segundo as
autoras:
Práticas de ensino baseadas na interdisciplinaridade propiciam a formação
de alunos e alunas mais aptos a enfrentar questões contextualizadas, que
transcendem os limites de uma única disciplina. A partir de proposição de
uma situação-problema ou questão orientadora, o aluno estará mais motivado
a aprender, estará diante de uma situação que se aproxima muito mais da
realidade por ele vivida.
No ensino da Química, muitos trabalhos também trazem a
interdisciplinaridade como uma abordagem que pode tornar mais significativa a
aprendizagem dos conceitos científicos, especialmente quando se utilizam temas
cotidianos de grande relevância, como os alimentos (CORREA et al., 2016;
FERRÃO; PEREIRA; CORREA, 2020; GOMES; COSTA, 2020; SANTANA;
TERRA; LEITE, 2017; TERRA; LEITE, 2017).
De acordo com Zucco (2011, p. 733), a Química presta uma
contribuição essencial à humanidade,
seja com alimentos e medicamentos, com roupas e moradia, com energia e
matérias-primas, com transportes e comunicações. Fornece, ainda, materiais
para a Física e para a indústria, modelos e substratos à Biologia e Farmacologia,
propriedades e procedimentos para outras ciências e tecnologias.
Assim, para Richetti e Alves e Filho (2014), incorporar temas
contemporâneos às práticas pedagógicas de professores de Química tem sido
uma tendência no ensino escolar brasileiro. Os autores ressaltam que a maioria
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dos estudantes do Ensino Médio demonstra falta de interesse pelos conteúdos
de Química, o que pode ser atribuído à dificuldade de associá-los às situações
cotidianas. Nesse contexto, em um trabalho desenvolvido por Silva (2008) sobre
a interdisciplinaridade na visão de professores de Química, é relatado que essa
prática é um aspecto importante para o desenvolvimento de uma atividade
pedagógica voltada para a compreensão da disciplina, podendo ser entendida
como um recurso de comunicação entre as várias disciplinas para a facilitação
da aprendizagem, para o entendimento amplo da ciência e para a preparação do
aluno para enfrentar o mundo globalizado.
Em se tratando da formação de profissionais para o mundo do trabalho
e para a sociedade em geral, de acordo com Moura (2008), é necessário que eles
sejam preparados para enfrentar problemas, antecipando soluções, com capacidade
de autonomia para que possam atuar em uma perspectiva de transformação social.
As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a organização e o
funcionamento dos Cursos Superiores de Tecnologia, instituídas em dezembro de
2002 (BRASIL, 2002), reforçam, em seus princípios norteadores e nos objetivos
da Educação Profissional de Nível Tecnológico, a importância do tratamento
curricular de forma interdisciplinar no desenvolvimento de competências,
considerando que eventuais disciplinas são meros recortes do conhecimento a
serviço dos resultados de aprendizagem e do desenvolvimento de competências
profissionais autônomas.
Para Silva (2017), os novos modelos de organização da produção exigem
ainda mais dos trabalhadores, e a falta de interdisciplinaridade associada à falta de
formação, experiência, habilidades, qualificações e competências do trabalhador
contribuem à crise dos postos de trabalho. Para responder determinadas questões
da sociedade contemporânea, ou mesmo atender a determinadas exigências
das áreas profissionais, as disciplinas fragmentadas, muitas vezes, não oferecem
respostas.
Na próxima seção, descrevemos o percurso metodológico que seguimos.
METODOLOGIA
A interdisciplinaridade tem hoje um papel de destaque na educação,
seja pelo uso de projetos interdisciplinares seja pelo esforço de alguns professores
mais empenhados numa aprendizagem menos fragmentada. Nesse cenário, a
abordagem metodológica desta pesquisa foi qualitativa ou interpretativa. Para
Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa qualitativa busca explicar o porquê das
coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as
trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são
não-métricos e se valem de diferentes abordagens. Yin (2016, p. 29) considera
cinco características da pesquisa qualitativa:
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Estudar o significado da vida das pessoas, nas condições da vida real; representar
as
opiniões e perspectivas das pessoas de um estudo; abranger as condições
contextuais em que as pessoas vivem; contribuir com revelações sobre conceitos
existentes ou emergentes que podem ajudar a explicar o comportamento social
humano; e esforçar-se por usar múltiplas fontes de evidência em vez de se
basear em uma única fonte.
Na primeira fase de nosso estudo, utilizamos a pesquisa documental
e bibliográfica, buscando, nos documentos oficiais e na literatura, orientações para
a elaboração de uma proposta interdisciplinar para o ensino de Química no Curso
de Tecnologia em Alimentos. Na pesquisa documental, foram utilizados
documentos oficiais brasileiros, como a LDB 9.394/96, os Parâmetros
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular
para o Ensino Médio e as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação
Profissional de Nível Tecnológico.
Para completar essa primeira etapa, realizamos uma revisão de
literatura sobre o conceito de interdisciplinaridade, destacando o ensino da
Química e a Educação Profissional e Tecnológica, além de uma busca no Google
Acadêmico, com o recorte temporal dos últimos cinco anos, utilizando os
termos interdisciplinaridade”, “Química” e alimentos”, na qual selecionamos
quatro artigos que abordavam a interdisciplinaridade em Química e que eram
direcionados para a área Alimentícia.
Na segunda fase, passamos para o delineamento das etapas de
planejamento da proposta com enfoque interdisciplinar das disciplinas básicas
de Química (Química Geral e Química Orgânica), ofertadas no primeiro
semestre do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos, com as disciplinas
profissionalizantes.
Na seção seguinte, trataremos dos resultados deste estudo e das
discussões dele decorrentes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando o que foi exposto na Fundamentação Teórica e no
conteúdo do Plano Pedagógico do Curso de Tecnologia em Alimentos (PPC)
(IFCE, 2011, p. 14), destacamos que:
cabe ao professor do Curso de Tecnologia em Alimentos organizar situações
didáticas para que o aluno busque, através de estudo individual e em equipe,
soluções para os problemas que retratem a realidade profissional do tecnólogo.
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Portanto, no planejamento da proposta pedagógica interdisciplinar,
alguns pontos a serem implementados são importantes para sua construção, são
eles: 1) a colaboração dos docentes do Curso de Tecnologia em Alimentos, que serão
convidados a participar e a cooperar com o trabalho, e principalmente dos discentes
regularmente matriculados no primeiro semestre; 2) junto aos colegas professores,
é indispensável a discussão de alguns conteúdos que venham a nortear a proposta,
precisando reforçar ões tais como a articulação entre as áreas do conhecimento e a
forma de desenvolvimento do modelo dentro do ambiente educativo. A intenção é
obter, através do diálogo, fundamentos que possibilitem uma interligação consistente
entre disciplinas que compõem o fluxograma curricular vigente no curso. Expomos
a seguir como exemplos duas interações entre componentes curriculares que, ao
nosso olhar, podem ser melhor compreendidas através de uma comunicação lógica
entre os elementos que os compõem.
A disciplina de Tecnologia de Óleos e Gorduras (IFCE, 2011, p. 122)
aborda, dentre outros assuntos, a composição e estrutura dos óleos e gorduras;
propriedades físicas e químicas dos óleos e gorduras; reações químicas de oxidação,
hidrogenação, neutralização, interesterificação; processo químico de extração dos
óleos, que são assuntos discutidos de forma mais ampla em Química Orgânica,
ao abordar as funções orgânicas, propriedades físicas e químicas dos compostos
orgânicos e reações orgânicas. Por sua vez, a disciplina de Tecnologia de Leite e
Derivados (IFCE, 2011, p. 101) trabalha entre os seus conteúdos a composição e
os principais constituintes do leite e dos queijos, a produção de queijos e iogurtes,
além das principais análises realizadas no leite, que inclui acidez, densidade e
gordura, que são assuntos que tem como bases teóricas os conceitos de funções
orgânicas e inorgânicas, assim como estão relacionados com técnicas básicas de
um Laboratório de Química. As Figuras 1 e 2 a seguir viabilizam uma melhor
visualização da proposta.
Figura 1: Diagrama da relação entre os conteúdos das disciplinas de Química
Orgânica e Tecnologia de Óleos e Gorduras.
Fonte: elaborado pelos autores.
MOURA, S. M. A.; SOUSA, K. F.; ALVES, A. O.; MENDES, M. A.
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Figura 2: Diagrama da relação entre os conteúdos das disciplinas de Química
Orgânica, Química Geral e Tecnologia de Leite e Derivados.
Fonte: elaborado pelos autores.
Dessa forma, a relação de aplicabilidade e de ligação dos assuntos das
disciplinas básicas de Química com as disciplinas profissionalizantes poderá
impulsionar um sentimento motivacional dos alunos em relação a essa fase inicial
e um melhor conhecimento do Curso.
Consideramos relevante também buscar na literatura alguns temas
que, em fase posterior, possam ser implementados, mesmo que parcialmente, na
estruturação das disciplinas básicas do Curso (Quadro 1), assim como propor
outras temáticas, de acordo com o PPC do Curso de Tecnologia em Alimentos
(Quadro 2).
Quadro 1: Temas relacionados
à
Química e
à
área Alimentícia.
Tema
Conteúdos que
podem ser abordados
Autores
Do caldo de cana ao
açúcar
Produção de
açúcar a partir da
cana; processos
de evaporação e
cristalização; funções
orgânicas; etapas do
processo de produção
de açúcar artesanal.
Tecnologia de
Produtos Açucarados
Santana; Terra; Leite,
2017.
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A produção de
vinagre
Fermentação
alcóolica; fermentação
acética;
reações orgânicas.
Introdução à
Tecnologia de
Alimentos
Terra; Leite, 2017.
Corantes naturais
Pigmentos, extração
de compostos
orgânicos; substâncias
bioativas.
Bioquímica de
Alimentos e
Introdução
à
Nutrição
Gomes; Costa, 2020
A influência do pH
na conservação dos
alimentos
pH; ácidos e bases;
higiene de alimentos;
conservação de
alimentos.
Armazenamento de
Alimentos e
Embalagens para
Alimentos
Ferrão; Pereira;
Correa, 2020.
Fonte: elaborado pelos autores.
Quadro 2: Algumas sugestões de temáticas relacionadas
à
Química e
à
área
Alimentícia.
Tema
Conteúdos que podem ser
abordados
Disciplinas profissionalizantes
relacionadas
A embalagem dos
alimentos
Tipos de embalagens dos
alimentos; composição química das
embalagens; polímeros; embalagens
ativas e inteligentes.
Embalagens para Alimentos
O mel
Propriedades nutricionais do mel;
propriedades terapêuticas do mel;
produção do mel; controle de
qualidade; composição química.
Tecnologia de Produtos
Apícolas e Introdução a
Nutrição
A química dos óleos e
gorduras
Alimentos ricos em óleos e
gorduras; composição química;
gordura saturada;
funções orgânicas; reação de
saponificação.
Tecnologia de Óleos e
Derivados e Introdução a
Nutrição
A mandioca: contexto
histórico e nutricional
Alimentos produzidos com a
mandioca; histórico do uso da
mandioca; principais nutrientes da
mandioca; carboidratos e fibras;
minerais; grupos funcionais.
Tecnologia de Cereais
Peixes ricos em ácidos
graxos ômega 3
Estrutura química dos ácidos graxos;
nomenclatura dos ácidos graxos;
composição centesimal de pescados;
extração de óleos de pescados.
Tecnologia de Pescado e
Derivados
Fonte: elaborado pelos autores.
MOURA, S. M. A.; SOUSA, K. F.; ALVES, A. O.; MENDES, M. A.
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Para a aplicação efetiva da proposta interdisciplinar, sugerimos
encontros mensais, que devem ocorrer no horário da disciplina de Química,
contando com a presença dos docentes diretamente ligados
à
área de discussão.
Na próxima seção, apresentaremos nossas considerações sobre o estudo
aqui proposto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procuramos, neste trabalho, apresentar uma proposta interdisciplinar
para o ensino de Química destinado à área de Tecnologia em Alimentos,
refletindo sobre algumas causas que levam a uma parcela de alunos a não se
interessarem pelos conhecimentos discutidos na Química, que são de fundamental
importância para a sua formação profissional, uma vez que o ensino de Química
centralizado em si, sem a compreensão dos conhecimentos químicos relacionados,
descontextualizado, não tem como promover uma aproximação entre o aluno e
a sua realidade.
Para confrontarmos essa problemática, nosso estudo encontrou no
conceito de interdisciplinaridade sua organização estrutural, objetivando permitir
ao aluno uma visão mais global, inter-relacionando conhecimentos presentes na
Química, na área Alimentícia e no dia a dia das pessoas. A partir dessa análise,
pensamos em uma forma de como os conteúdos das disciplinas básicas poderiam
contribuir para a compreensão dos conceitos trabalhados nas disciplinas específicas
do
curso e estruturamos nossa proposta.
Esperamos posteriormente sugerir a alteração do PPC do Curso de
Tecnologia em Alimentos do IFCE Campus Limoeiro do Norte para que possam
ser incluídas ações pedagógicas que motivem os estudantes na dinâmica curricular,
como as propostas neste artigo.
Ademais, é nosso intuito ainda acompanhar os níveis de permanência e
êxito escolar dos nossos estudantes, como forma de avaliar os resultados obtidos
com essas ações pedagógicas, além de incentivar os docentes a conseguirem
compartilhar a nossa visão e se tornarem nossos parceiros neste processo de
construção de uma maior interdisciplinaridade no curso.
REFERÊNCIAS
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interdisciplinares em escolas estaduais, apontadas por professores da área de ciências da natureza.
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BONATTO, A.; BARROS, C. R.; GEMELI, R. A.; LOPES, T. B.; FRISON, M. D.
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Caxias do Sul 2012. Anais...Caxias do Sul, 2012.
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BRASIL. Ministério de Educação e Cultura, Secretaria de Educação e Tecnologia.
Lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: 1996.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura, Secretaria de Educação e Tecnologia.
Parâmetros
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Submetido em: 15/04/2021
Aprovado em: 05/10/2021