Relato de experiência
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.6, n.2, p. 25-46, Jul./Dez., 2020
RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS AULAS PRÁTICAS NO APRENDIZADO DOS
ALUNOS DA DISCIPLINA DE REPRODUÇÃO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
(EXPERIENCE REPORT: PRACTICAL CLASSES IN LEARNING FROM STUDENTS
OF THE ARTIFICIAL REPRODUCTION AND INSEMINATION DISCIPLINE)
Gabriela Liberalino LIMA
1
Maria
Aparecida
Ferrreira
Barbosa
FERNANDE
2
RESUMO: No processo de ensino-aprendizagem as atividades práticas ganham destaque, pois
permitem a observação e aplicação de conhecimentos técnicos de uma forma que não seria possível
esta experiência apenas com a teoria. Determinados conteúdos ministrados abrangem conceitos e
técnicas difíceis de serem compreendidos apenas na teoria, mesmo ao se utilizar outros recursos
como vídeos e estudos de caso, além disso, certas habilidades podem ser desenvolvidas ou
aprimoradas por meio das aulas práticas. Isso é perceptível dentro da disciplina de Reprodução
e Inseminação Artificial do curso de Bacharelado em Zootecnia. O objetivo do trabalho é relatar
uma experiência de aula ptica na disciplina de Reprodução e Inseminação Artificial do curso de
Bacharelado em Zootecnia e a percepção da importância dessas práticas pelos alunos. O método
adotado no presente projeto é a descrição da realização de uma aula prática e apresentação dos
relatos dos alunos por meio dos relatórios de aula prática elaborados por eles. Os resultados
mostram que a aula prática proporciona um ambiente favorável à participação e interação entre os
alunos, de forma que em algum momento da mesma houve a participação de 100% da turma. Esta
abordagem permite ainda o desenvolvimento de habilidades técnicas requeridas para a formação
do futuro profissional bacharel em Zootecnia. Assim, aula prática no laboratório de Biotecnologia
da Reprodução pode ser conifgurada como uma ferramenta metodológica exitosa na disciplina de
Reprodução e Inseminação Artificial.
PALAVRAS-CHAVE: Aula prática, habilidades, zootecnia.
ABSTRACT: In the teaching-learning process, practical activities gain prominence, as they allow
the observation and application of technical knowledge in a way that this experience would not
be possible with theory alone. Specific contents cover concepts and techniques that are difficult to
1
Gabriela Liberalino Lima: Docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Cea(IFCE),
campus Crato
2
Maria Aparecida Ferreira Barbosa Fernandes: Docente do Instituto Federal de Educão, Cncia e Tecnologia
do Ceará (IFCE), campus Acopiara.
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2020.v6.n2.03.p25
LIMA, G. L.; FERNANDES, M. A. F. B.
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understand only in theory, even when using other resources such as videos and case studies, in addition,
certain skills can only be developed or improved through practical classes. This is noticeable within
the discipline of Reproduction and Artificial Insemination of the Bachelor of Zootechnics course.
The aim of this study is to report a practical class experience in the discipline of Reproduction and
Artificial Insemination of the Bachelor of Zootechnics course and the perception of the importance
of these practices by students. The method adopted in the present project was the description of the
realization of a practical class and presentation of the students reports through the practical class
reports elaborated by them. The results show that the practical class provides a favorable environment
for the participation and interaction among the students, so that at some point in the class there was a
100% participation of the class. This approach also allows the development of technical skills required
for the formation of the future professional bachelor in Zootechnics. Thus, a practical class in the
Reproduction Biotechnology laboratory can be configured as a successful methodological tool in the
discipline of Reproduction and Artificial Insemination.
Key-words
:
Practical
class,
skills,
zootechnics.
INTRODUÇÃO
Para alcançar um ensino com qualidade, é necessária a ação conjunta
entre todos que fazem parte de uma instituição, de modo que as ações internas
integrem a política pública e garantam o processo de aprendizagem de forma
eficiente. Diversas medidas podem ser adotadas de forma a promover atividades
que fomentem a qualidade do ensino (HUET et al, 2004). Nesse sentido, cabe
ao professor compreender que o aluno é um agente protagonista no processo
de ensino- aprendizagem, uma vez que possui suas ideias e percepções prévias
e que o professor tem papel de mediador nesse processo, devendo, portanto,
proporcionar situações em que o aluno possa sistematizar, expressar, assimilar e
aplicar estes conceitos (CARVALHO et al, 1998, p. 35; SCHNETZLER, 1994).
Nesse contexto, as atividades práticas ganham destaque, pois permitem a
observação e aplicação de conhecimentos técnicos de uma forma que não seria possível
esta experiência apenas com a teoria. Consiste em um compromisso do professor e
da instituição em oferecer essa oportunidade para a formação do aluno (ANDRADE;
MASSABNI, 2011). Estas atividades permitem o estímulo da curiosidade, reflexão
e pensamento crítico e científico, sendo possível a percepção direta do aluno em
relação a importância do conteúdo abordado (BARTZIK; ZANDER, 2016).
Tais caractesticas são essenciais para a formação completa do aluno e do futuro
profissional, indo além do ensino técnico e permitindo a construção de um indivíduo
com senso crítico e capaz de compreender seu papel social.
Vale ressaltar que determinados conteúdos ministrados abrangem
conceitos e técnicas difíceis de serem compreendidos apenas na teoria, mesmo ao se
utilizar outros recursos como vídeos e estudos de caso, além disso, certas habilidades
podem ser desenvolvidas ou aprimoradas por meio das aulas práticas (FROTA-
PESSOA; GEVERTZ; SILVA, 1985). Entretanto, a maioria das aulas continuam
sendo ministradas no modelo expositivo dialogado, com pouca realização de
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práticas. Um dos motivos apontados pela maioria dos docentes é a carência de
infraestrutura e material, como inexisncia de laboratórios ou mesmo na presença
destes, estando em más condões, falta de recursos para compra de equipamentos e
reagentes e tempo insuficiente para a preparação das aulas (FERNANDES, 2012).
Um exemplo da importância da aula prática no contexto do ensino
aprendizagem é a disciplina de Reprodução e Inseminação Artificial no
curso de bacharelado em Zootecnia do Campus Crato, na qual é essencial o
desenvolvimento de habilidades técnicas e aplicão do que é visto na aula teórica
expositiva, de forma que as aulas práticas proporcionam situações em que o aluno
é atuante. Dessa forma surgem os seguintes questionamentos/problematizações:
As aulas práticas podem contribuir positivamente no processo
ensino-aprendizagem na disciplina de Reprodução e Inseminação
Artificial?
Os alunos acreditam que as aulas práticas podem contribuir
positivamente no processo ensino-aprendizagem na disciplina de
Reprodução e Inseminação Artificial?
Como o laboratório de Biotecnologia da Reprodução pode
auxiliar no aprendizado dos alunos da disciplina de reprodução e
inseminação artificial?
Assim, o objetivo do trabalho é relatar a experiência de uma aula ptica
realizada no laboratório de Biotecnologia da Reprodução sobre os conteúdos ou
conceitos de Reprodução e Inseminação Artificial do curso de bacharelado em
Zootecnia do campus Crato. Mais especificamente, verificar o efeito das aulas
práticas no laboratório de biotecnologia sobre o interesse e envolvimento dos
alunos durante a aula; avaliar a percepção do aluno em relação ao efeito de uma
aula prática realizada no laborario de biotecnologia sobre o processo de ensino
aprendizagem; avaliar o processo de ensino-aprendizagem, sobre os conteúdos
ou conceitos de Reprodução e Inseminação Artificial do curso de bacharelado em
Zootecnia do campus Crato.
O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ENSINO
APRENDIZAGEM
Durante muitos anos a educação foi segregada, entre uma intelectual,
voltada para a classe proprietária, identificada como a educação dos homens
livres, e outra para a classe proletária, centrada no próprio processo de trabalho,
refletindo na divisão das classes sociais (SAVIANI, 2007). Hoje, com um mercado
muito mais dinâmico, em uma sociedade muito globalizada e em constante
modificação, na qual o fluxo de informações é intenso, busca-se um profissional
LIMA, G. L.; FERNANDES, M. A. F. B.
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com esse perfil também, dinâmico, antenado com o mundo, capaz de se adequar
constantemente a estas modificações.
Isso faz com que o acesso à educação seja mais amplo, não apenas voltado
ao conhecimento técnico, mas que proporcione um olhar crítico e a formação
de um cidadão muito mais completo no que diz respeito ao seu conhecimento
cnico e capacidade de aplica-lo em diferentes circunstancias, proporcionando o
senso crítico e a capacidade de sua atuão como agente modificador do seu meio
e não apenas repetindo o que foi aprendido (CARVALHO, 2002).
Neste aspecto o papel do professor também sofreu alterões, a forma
tradicional de atuação, na qual este assumia o papel de detentor exclusivo das
informações e repassador destas lugar a um agente mediador no processo
de ensino aprendizagem, promovendo a participação ativa do aluno neste
momento. Este agora deve agir contribuindo para o desenvolvimento não do
conhecimento técnico, mas despertando no aluno suas habilidades, atitudes e
valores, colocando-o como cidadão atuante e modificador do seu meio, capaz de
agir sob diferentes situões e circunsncias. Isso faz com que o docente assuma
uma postura dimica, não se limitando à sala de aula, organizando os conteúdos
de forma interdisciplinar e contextualizada dentro de situações- problema.
Assim, mesmo dispondo do conhecimento técnico sobre determinados
assuntos, há necessidade contínua do aprimoramento dos saberes de formação
profissional, de como abordar determinados assuntos nas turmas, para que sejam
formados cidadãos críticos e ativos na sociedade. Nesse contexto, as ações de
formação continuada constituem uma possibilidade real de auxiliar a prática
pedagógica corroborando com Pimenta (1996, p. 87), o qual afirma que o
professor precisa fazer ajustes permanentes em suas ações.
Uma vez compreendido que o sentido da profissão de docente não é
ensinar, mas fazer o aluno aprender, supõe- se que, para que o professor seja
competente nessa tarefa, é importante dominar um conjunto básico de
conhecimentos sobre desenvolvimento e aprendizagem, especialmente no quesito
de compreender o perfil dos alunos, suas dificuldades e com isso contextualizar
a informação e envolver o aluno colocando-o como protagonista na sua própria
aprendizagem. Segundo Mello (2000):
O professor competente não se limita a aplicar conhecimentos, mas possui
características do investigador em ação: é capaz de problematizar uma situação
de prática profissional; de mobilizar em seu repertório ou no meio ambiente
os conhecimentos para analisar a situação; de explicar como e por que toma
e implementa suas decisões, tanto em situações de rotina como diante de im-
previstos, revelando capacidade de metacognição dos próprios processos e de
transferência da experiência para outras situações; de fazer previsões, extrapola-
ções e generalizações a partir de sua experncia, e registrá-las e compartil-las
com seus colegas (MELLO, 2000).
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De acordo com Gauthier et al. (2006), o fato de conhecer profundamente
a matéria a ser ensinada, sua estrutura, sua construção histórica bem como os
métodos, técnicas, analogias ou metáforas que melhor se aplicam ao seu ensino
é o que diferencia o professor de qualquer outro leigo que entende e se interessa
pelo assunto objeto do seu ensino.
E esse interesse vai além do conteúdo ministrado, mas passa pela
preocupão com a forma como este é apresentado e trabalhado em sala, portanto,
assim como está em constante aprendizado, o professor deve constantemente
realizar uma avaliação desse processo, afim de identificar pontos que necessitam
de reorganização, para que o processo tenha êxito. Essa avaliação pode ocorrer
durante a aula e/ou após cada aula, por meio de diversas metodologias. Uma
dessas metodologias é a observação do aluno diante de uma discussão de um
tema ou de um texto ou de uma atividade desenvolvida em sala. Durante as
aulas práticas, por exemplo, o aluno pode ser avaliado quanto as suas habilidades
técnicas e ao final, por meio do relatório de aula pratica ele pode expressar a sua
percepção sobre a aula.
A IMPORTÂNCIA DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO
Ao se avaliar metodologias aplicadas em sala de aula deve-se considerar
o perfil do aluno, dentro da sua realidade e compreensão do mundo. Nesse
sentido, a experiência ptica dos conhecimentoscnicos desenvolvidos em sala
de aula contribui para o senso comum de cooperação e inclusão, podendo ser
extrapolada a todas as faixas etárias, em diversos níveis de educação.
De acordo com Andrade e Massabni (2011), as atividades práticas
podem ser definidas como:
[...] Aquelas tarefas educativas que requerem do estudante a experiência direta
com o material presente fisicamente, com o fenômeno e/ou com dados brutos
obtidos do mundo natural ou social. Nesta experiência, a ação do aluno deve
ocorrer por meio da experiência física , seja desenvolvendo a tarefa manual-
mente, seja observando o professor em uma demonstração, desde que, na tarefa,
se apresente o objeto materialmente (ANDRADE; MASSABNI , 2011, p. 840).
As aulas práticas podem ocorrer por meio demonstrações, nas quais
os alunos assistem, sem intervir, com o objetivo que promover um fenômeno
útil para o entendimento de determinado assunto, o qual pode ser visualizado
simultaneamente por todos os alunos (KRASILCHIK, 2008). Nesse caso,
apesar do aluno não realizar o procedimento em si, sendo apenas expectador,
a atividade proporciona uma experiência diferenciada e uma nova perspectiva
de visualizar determinado assunto. Há, desse modo, uma interação maior entre
os alunos, estimulando uma maior participação e um aprofundamento sobre o
tema abordado. Trata-se de uma metodologia útil para abordar temas novos e
LIMA, G. L.; FERNANDES, M. A. F. B.
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muitas vezes abstratos quando representados apenas na forma de exposição oral,
permitindo uma maior aproximação deste assunto com o aluno e em casos de
limitações de material e recursos (BASSOLI, 2014).
Outra possibilidade é a utilização da prática experimental ou
investigativa, na qual o aluno é estimulado a adotar o método cienfico em busca
de determinadas respostas, testando hipóteses previamente discutidas e idealizadas
para determinado fenômeno. Neste caso há um estímulo do despertar para os
estudantes do que é a ciência e a sua metodologia (PRAIA; CACHAPUZ; GIL-
REZ, 2002). Assim, o aluno participa da problematização do fenômeno, com
a discussão de ideias e hipóteses, traça o objetivo da realização de determinado
experimento, planeja a sua execução, observando o material a ser utilizado e qual
a melhor metodologia para testar essa hipótese e finalmente verifica e discute
os resultados obtidos (HODSON, 1988). Portanto, a participação do estudante
em todo o processo permite o desenvolvimento de habilidades importantes na
formação do pensamento crítico e científico, deixando o papel de expectador
e passando a ser sujeito ativo no processo de construção do seu conhecimento
(HOFSTEIN; LUNETTA, 1982, p. 203).
Não se trata apenas de obter um resultado, muitas vezes esperado, mas
de um momento de interação com o ambiente e com os colegas, aprendendo a
correlacionar o conteúdo teórico com a prática, resgatando informões de outras
disciplinas e da sua vivência, assim como o estímulo a ouvir e considerar a opino
dos colegas, criando uma atmosfera de cooperação. Bizzo (2000) relata que as aulas
práticas são uma forma do aluno realizar a aplicação prática do que está sendo
analisado e relacioná-lo ao meio no qual está inserido, dessa forma, proporciona uma
transposão do que foi aprendido com a sua realidade e vice versa, contribuindo
para que se perceba o seu papel como modificador do seu meio.
Dentre as funções e possibilidades das aulas práticas, Hodson (1988)
destaca ainda o desenvolvimento de habilidades manipulativas e permitir
tornar os fenômenos mais reais por meio da experiência. Estas características
são fundamentais no desenvolvimento de habilidades e competências técnicas
necessárias dentro dos cursos técnicos e de graduação, onde os estudantes precisam
aprender e aprimorarcnicas espeficas para a aplicão na sua vida profissional.
Especificamente sobre o objeto do presente estudo, inserido dentro do curso de
bacharelado em Zootecnia, ressalta-se o que consta no parágrafo único do Art.
da resolução do Ministério da Educação que trata sobre as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de graduação em Zootecnia:
O curso de graduação em Zootecnia deve possuir um projeto pedagógico que
demonstre claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o
perfil desejado de seu formando, o desenvolvimento das competências e ha-
bilidades esperadas e a coexistência de relações entre teoria e prática, como
forma de fortalecer o conjunto dos elementos fundamentais para a aquisição
de conhecimentos necessários à concepção e à prática do Zootecnista, capa-
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citando o profissional a adaptar-se de modo flexível, crítico e criativo às novas
situações (MEC, 2006, grifo nosso).
Embora a característica principal da atividade prática seja o contato
direto do aluno com objetos e fenômenos, é importante destacar a possibilidade
que esta oferece de um maior envolvimento emocional e intelectual dos alunos
entre si e com o conteúdo, o que muitas vezes não é proporcionado nas aulas
expositivas (BASSOLI, 2014; MARANDINO, 2008, p. 22). Nesse contexto, as
aulas práticas, sejam elas por meio de demonstrações feitas pelo professor ou a
experimentação pelos alunos, contribuem com a problematizão dos contdos
abordados, a resolução de situações do cotidiano, o compartilhamento das
experiências vivenciadas e como eles poderiam utilizar dos conhecimentos
técnicos para modificar certa realidade, mostrando a conexão entre as diferentes
disciplinas, por meio das discussões em grupo. Como as atividades em grupo o
realizadas, a empatia e comunicação o estimuladas, o aulio ao colega para que
todos executem determinada atividade por igual contribui para uma formação
mais humanista, voltada ao respeito mútuo e o reconhecimento como parte de
um todo dentro da sociedade. Tudo isto esassociado ao perfil da aprendizagem
colaborativa e cooperativa (AQUINO, 2008). Todas estas características estão
alinhadas com o que consta nos documentos nacionais (BRASIL, 1998).
Dentro das disciplinas mais técnicas, percebe-se maior interação dos
alunos com a aula, assim como a visualizão da importância do seu curso e do seu
papel na sociedade quando a aula é dinâmica, contextualizada com situações que
eles enfrentam e enfrentao após sua formação (FREIRE, 1996). Isso os faz mais
motivados, mais conectados a instituição, o que reflete ainda no seu rendimento
acadêmico. Esta abordagem os estimula a procurarem se envolver em atividades
extra sala de aula, como monitorias, projetos de pesquisa e extensão, organização
de eventos, entre outros, participando e se envolvendo muito mais na sua ppria
formação, cobrando mais ainda da gestão o investimento na sua formação. Isto
impulsiona ainda mais as atividades dentro do campus, a interdisciplinaridade, o
dlogo e participação dos diversos setores nesse processo. A partir d o estudante
percebe também a importância de suas atividades técnicas e culturais dentro do
processo de sua formação.
No curso de bacharelado em Zootecnia a maioria dos alunos está inserida
na faixa etária de jovens adultos, de maneira que a formação deve promover
sua percepção como agente atuante e responsável diretamente na sua própria
formação. Segundo Aquino (2008), o adulto aprende mais e melhor quando lhe
é proporcionado meios para que se tenha autonomia para o seu desenvolvimento
intelectual, profissional e social. Assim, as aulas práticas regulares permitem que
os alunos observem e vivenciem as possibilidades de atuação após sua formão,
com a possibilidade de aplicarem estes conhecimentos na ptica. Vivenciar ações
muito especificas do curso, possibilitam sua maior identificação com o mesmo e
LIMA, G. L.; FERNANDES, M. A. F. B.
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com a possibilidade da aplicão desse conhecimento em programas de pesquisa e
extensão extra sala de aula, possibilitando a atuação ativa do aluno na sua própria
formação.
LIMITAÇÕES
PARA
A
REALIZAÇÃO
DAS
AULAS
PRÁTICAS
Diversos estudos vêm mostrando que entre professores, pesquisadores
e alunos um consenso sobre a relevância da realização de atividades práticas
no processo de ensino- aprendizagem nos mais diversos níveis de escolaridade
(BASSOLI, 2014). De fato, a aula prática promove o aprimoramento de
habilidades técnicas específicas para a formação do estudante, proporciona um
espaço mais dinâmico e interativo entre os estudantes, tornando o contdo mais
palpável e menos abstrato, ajudando no desenvolvimento do processo de ensino
e aprendizagem (CAMPOS; NIGRO, 2009; MORAIS; ANDRADE, 2010).
Devido a sua importância, políticas públicas direcionadas ao estímulo do seu
uso nos ambientes educacionais, constando nos documentos oficiais brasileiros,
como consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educão Nacional “a compreensão
dos fundamentos cienfico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando
a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina” (BRASIL, 1996).
Contudo, apesar da relevância no processo de aprendizagem ser
demonstrada por diversos estudos e do estímulo e respaldo para a realização das
aulas práticas, estas ainda o utilizadas de forma tímida e insipiente na realidade
da maioria dos docentes (PAGEL; CAMPUS; BATITUCCI, 2015; ANDRADE;
MASSABNI, 2011; MUNFORD; LIMA, 2007). Na maioria das vezes as aulas
práticas surgem como um simples complemento às aulas teóricas, limitando-se a
seguirem um roteiro p estabelecido pelo docente, no qual o alunoo participa
na formulação das hipóteses nem na escolha da metodologia a ser adotada, não
entendendo o real objetivo da sua realização. Com isso ele observa resultados
muitas vezes esperados e continua exercendo papel de mero expectador no
processo de aprendizagem.
Para Lima e Garcia (2011) as atividades práticas não podem se
limitar a este formato, ao contrário, devem contribuir para o desenvolvimento
de habilidades importantes no processo de formação do pensamento científico,
constituído de uma ferramenta na fuga do modelo tradicional de ensino. Assim,
a prática, seja ela para fins de verificação ou de investigação deve sempre colocar o
aluno como sujeito ativo no processo de aprendizagem, promovendo um espaço
para interações, questionamentos, reflexões e interpretações. Para que isto seja
possível, o docente deve estar ciente desta importância e do seu papel como
condutor dos caminhos nesse processo e a instituição de ensino deve prover
condições para que isso seja possível, estimulando e facilitando a ocorrência das
aulas práticas.
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Nesse contexto, ressalta-se a importância da valorização da formação
do docente, e da sua atuação dentro da sua área de formação. Os saberes dos
professores não o saberes caracterizados unicamente por uma construção
individual, permitindo que as experiências em sala de aula tenham o efeito desejado
sobre o aprendizado do aluno. Assim, o professor precisa ter conhecimentos
técnicos que permitam a sua atuação em determinado componente curricular,
entretanto, sem saber a melhor forma de tratar esse conteúdo com os alunos o
processo de aprendizagem fica comprometido. Por outro lado, a experiência é um
fator determinante nesse processo, pois é por meio desta que os professores vivem
situações concretas a partir das quais se faz necessário habilidade, capacidade
de interpretação e improvisação, assim como segurança para decidir qual a
melhor estragia diante do evento apresentado (TARDIF, 2014). Todas estas o
características fundamentais para que se tenha sucesso na condução das aulas
práticas, para que estas consigam desempenhar o seu papel como ferramenta
auxiliar no processo de ensino aprendizagem. Na atuação EPT, algumas vezes
é cobrado do professor a sua atuação em áreas divergentes da sua formação,
levando a uma falha no processo e desmotivão do professor, refletindo no aluno
também, o que pode contribuir ainda para a baixa qualidade da sua formação e
aumentando os índices de evasão.
Dentre as dificuldades apontadas pelos docentes na realização das práticas
estão a deficiência de instalações, onde se observa que muitas escolas não possuem
estrutura de laboratório ou espaço apropriado para a condução de práticas mais
específicas, além da falta de reagentes e equipamentos (FERNANDES, 2012).
Apesar de estudos relatarem que a própria sala de aula pode ser utilizada como
ambiente para a realização das práticas (ATAÍDE; SILVA, 2011), elas podem limitar
a qualidade e a diversidade destas, especialmente nos cursos técnicos e de graduação,
quando se necessitam aprimorar habilidades técnicas mais específicas dentro do
campo de atuação dos estudantes. Além disso, as aulas práticas no ambiente de
laborario podem despertar curiosidade e, consequentemente, o interesse do aluno,
visto que a estrutura do mesmo pode facilitar, entre outros fatores, a observão de
fenômenos estudados em aulas teóricas (BORGES, 2002).
Outra limitação apontada é a ausência de interesse por parte de alguns
alunos nesse tipo de atividade. Essa falta de interesse por parte dos alunos é decorrente
de um entendimento equivocado do papel da aula prática e o seu uso inadequado,
corroborando com o que foi anteriormente exposto neste tópico. Quando se utiliza
a prática apenas como um complemento do que é exposto na aula teórica, no
formato engessado com um roteiro pré estabelecido, o aluno o se sente parte do
processo, não sendo uma metodologia atrativa ou convidativa a este. Dessa forma,
não se considera a experiência prévia do aluno, a sua percepção sobre o tema ou
a importância da aplicabilidade dessa habilidade prática na sua vida cotidiana e
profissional. Deve-se sempre incluir os contextos sociais, técnicos e culturais nesse
processo, tanto no planejamento da execução de determinada prática como na
LIMA, G. L.; FERNANDES, M. A. F. B.
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alise, discussão e refleo dos resultados. De acordo com PRAIA, CACHAPUZ
e GIL-REZ (2002, p. 258) “caso contrio, a experiência científica escolar toma
o sentido do fazer, sem saber por que e para quê”.
Outro ponto relevante nesse contexto, é a ocorrência de turmas muito
grandes que dificultam o acompanhamento do professor, assim como sobrecarga
e tempo insuficiente para planejar, providenciar o material e executar as práticas,
sendo estes responsáveis pela desmotivação do professor em realizar as aulas
práticas com os discentes (FERNANDES, 2012). Nesse sentido a instituição
de ensino deve prover condições para que esses obstáculos sejam superados e
estímulos para que as aulas práticas aconteçam.
METODOLOGIA
O método adotado no presente projeto é a pesquisa qualitativa, que
segundo Bortoni-Ricardo (2008, p.34), “(...) procura entender, interpretar
fenômenos sociais inseridos em um contexto” que pode ser a sala de aula, por
exemplo. A pesquisa qualitativa se preocupa com um nível de realidade que não
pode ser quantificado, ou seja, “trata de um universo de significados, motivaçoes,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais
profundo das relações, dos processos e dos fenõmenos que não podem ser reduzidos
à operacionalizão de variáveis (MINAYO; DESLANDES, 2007, p. 20)”.
Esta pesquisa é um relato de experiência de aula prática realizada na
turma de bacharelado em Zootecnia. Vale ressaltar que se trata de uma proposta
construída a partir da identificação de problemas e necessidades acerca do
processo de ensino-aprendizagem nas turmas de Reprodução e Inseminação
Artificial no referido campus. Esta disciplina requer a demonstrão de atividades
e o desenvolvimento e /ou aprimoramento de habilidades que o profissional da
Zootecnia necessita ter para o exercício pleno de sua profissão.
A aula prática foi realizada no IFCE campus Crato. O Instituto
Federal de Educação, Cncia e Tecnologia do Ceará - IFCE - campus Crato es
localizado na região do Cariri, sul do Estado do Ceará, fronteira com os Estados
do Piauí, Pernambuco e Parba. Localizado no sopé da Chapada do Araripe, hoje
o campus tem uma área total de 146,64 hectares que, além das salas de aula e dos
setores administrativos, conta com laborarios, biblioteca, setor artístico, quadra
poliesportiva, biotérios, entre outros.
O Curso de Bacharelado em Zootecnia congrega um conjunto de
atividades, habilidades e competências relacionadas ao planejamento, controle e
gestão da produção e da produtividade dos animais úteis ao homem e de suas cadeias
produtivas inseridas no agronegócio, com vistas ao aprimoramento e à aplicação
de tecnologias de melhoria da qualidade dos produtos, coprodutos e serviços
animais, está inserida também na preservão das espécies e na sustentabilidade
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dos meios de produção, visando à proteção ambiental e objetivando a promoção
da vida e do bem-estar social.
A turma na qual a aula prática foi conduzida consistiu na turma da
disciplina de Reprodução e Inseminação Artificial (6º período) do curso de
bacharelado em Zootecnia. A turma eraconstituída de 18 alunos, sendo 8 regulares
(44,4%) do período do curso, o qual tem duração total de 10 períodos (5
anos). A aula foi conduzida com a ajuda de 2 alunos de inicião científica na área
de Reprodução Animal, do mesmo curso.
Nesse sentido, o relato de experiência apresentado visou avaliar o
impacto das aulas práticas sobre os conteúdos/ou conceitos de Reprodução e
Inseminão Artificial do curso de bacharelado em Zootecnia do campus Crato e
a partir daí propor ões na tentativa de melhorar o processo ensino-aprendizagem
nesta disciplina, as quais podem ser extrapoladas a outras. Espera-se a partir dessa
observação e análise seja posvel gerar mudança e desenvolvimento, de forma que
todos os envolvidos participem.
As etapas desenvolvidas no relato de experiência foram no primeiro
momento sobre o interesse e a participação do aluno, se houve algum tipo de
resistência em realizar os procedimentos durante a prática.
No segundo momento durante o processo, no qual foi avaliado o
desempenho individual do aluno e se houve trabalho em equipe e como foi esse
processo (amistoso ou não).
E no terceiro momento, ao termino da aula foram feitas perguntas de
forma oral e aleatória sobre o procedimento, observando se os alunos tinham
interesse em respondê-las espontaneamente, se houve complemento das respostas
pelos colegas e se as respostas estavam tecnicamente corretas. Adicionalmente, foi
questionado sobre a importância da aula prática e sua aplicabilidade futura na
vida profissional.
E no quarto momento a posterior, foi solicitado um relatório escrito a
ser entregue 4 dias após constando o procedimento técnico realizado e a percepção
do aluno sobre a aula, sua importância, críticas e sugestões.
Todas estas análises fazem parte do processo de ensino,
independentemente do tipo de atividade realizada, estas o avaliões realizadas
rotineiramente nas aulas, para que se possam adequar metodologias de acordo
com cada turma.
Atualmente se fala em avaliação como sinônimo de acompanhamento
contínuo do desenvolvimento do educando e não apenas uma verificação dos
conteúdos memorizados pelos alunos. Assim, diversas ferramentas e metodologias
podem ser utilizadas com esta finalidade. De acordo com Hoffmann (2007, p. 68)
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os “[...] instrumentos de avaliação são registros de diferentes naturezas: tarefas,
testes, cadernos, trabalhos e produções dos alunos analisados pelos professores”.
Nesse caso, a diversificação desse instrumento é importante, pois
permitirá avaliar diversas potencialidades do aluno. Assim, a avaliação pode
ocorrer durante a aula e/ou após cada aula, por meio de diversas metodologias,
como foi o caso desta atividade. Uma dessas metodologias é a observação do
aluno diante de uma discussão de um tema ou de um texto ou de uma atividade
desenvolvida em sala.
No primeiro momento, foi realizada a aula prática sobre “colheita e
avaliação de sêmen em ovinos”, com a participação ativa dos alunos durante o
procedimento, seguido da confecção de relatório de aula prática.
Essa aula prática teve um foco qualitativo, em que Gaskell (2010, p.
68) a define “pesquisa qualitativa não é contar opiniões ou pessoas, mas ao
contrário, explorar o espectro de opiniões, as diferentes representações sobre
o assunto em questão”. Dessa forma, a percepção dos alunos sobre o processo
ensino- aprendizagem no contexto da utilização do laboratório como ferramenta
nesse processo será incluída, assim como a sua opinião sobre a realização das
práticas nesse contexto. Como o aluno se no processo de construção desse
conhecimento dentro da perspectiva de aulas práticas também será levado em
consideração na análise, sendo de grande importância para a tomada de decies
futuras e de planejamento de ações dentro da disciplina.
A avaliação do processo será imprescindível para verificar até que ponto a
situação ficou resolvida e proporcionou melhor desempenho nos aspectos analisados.
O resultado obtido poderá servir para realimentar o processo, tornando-o cada vez
mais avançado e, assim, ser aplicado em outras situações semelhantes. Os dados
coletados poderão ser quantificados, sendo observado os percentuais em cada
categoria avaliada, gerando gráficos que seo uteis na avaliação.
Nesse sentido, a pesquisa não fica restrita apenas a um elemento da
realidade, nem a um indivíduo, pois todos poderão, ao mesmo tempo, ser sujeitos
ou objeto da pesquisa. De acordo com Andaloussi (2004, p. 163) “A pesquisa-
ação possui uma démarche própria para relatar e avaliar a implementação dos
dispositivos e das estruturas, seus funcionamentos, sua evolução e seus efeitos
sobre a mudança.”
A aula foi previamente apresentada juntamente com o planejamento de
aulas do semestre, sendo o dia do acontecimento e o plano de aula previamente
apresentado aos alunos. O objetivo da aula foi de proporcionar o aprimoramento
das habilidades cnicas e práticas dos alunos em relação aos métodos de colheita
de sêmen em ovinos, possibilitar o conhecimento dos diferentes métodos de
avaliação do sêmen, além de estimular o senso crítico diante da possibilidade de
escolha de diferentes métodos. Teve duração aproximada de 120 minutos.
Relato de experiência
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A aula envolveu conhecimentos de diferentes disciplinas, como
Anatomia Animal e Fisiologia, além da disciplina propriamente dita de
Reprodução e Inseminação Artificial. Para a realização da aula foram utilizados
6 ovinos machos, provenientes do Biotério de Ovinocaprinocultura do IFCE
Crato, com idade superior a 1,5 ano da ra Santa Inês, previamente condicionados
a colheita de sêmen por meio de vagina artificial. Esta foi manufaturada na
própria instituição pelos alunos estagiários do laboratório de Biotecnologia da
Reprodução da instituição.
Foi proposta uma discussão entre os alunos para que fosse apontada
qual seria a importância de se realizar a colheita e avaliação do sêmen e sua
aplicabilidade, e qual seria a melhor forma de realizar a colheita de sêmen nesta
espécie, invocando o conhecimento e experiências prévias dos alunos sobre a
temática, além de resgatar o contdo trico visto em sala de aula. Esta discussão
durou aproximadamente 20 minutos.
Posteriormente à esta discussão, foram apresentados os materiais e
equipamentos necessários para a ptica, seguida da demonstração da montagem
da vagina artificial e preparação dos animais. Após a demonstração, os alunos
foram estimulados a realizarem o procedimento em duplas. Esta etapa durou
aproximadamente 20 minutos (total).
Logo após, em um dos animais foi demonstrada a colheita de sêmen,
utilizando a vagina artificial, na qual o animal foi exposto a uma fêmea em estro
e no momento da monta, o pênis foi desviado para a vagina artificial, sendo
procedida a colheita em tubo graduado. Após este procedimento, foi dada a
oportunidade da realização do procedimento para cada aluno, espontaneamente.
Esta etapa durou em média 40 minutos (total).
O ejaculado obtido foi, então, submetido às análises macroscópicas
de volume, coloração, odor e pH e analises microscópicas de motilidade, vigor,
movimento em massa, concentração, viabilidade, funcionalidade de membrana
e morfologia espermática. Todo o procedimento havia sido explanado durante
as aulas teóricas e mais uma vez antes da sua realização, com a interação dos
alunos, os quais foram questionados sobre o melhor método de colheita no
caso apresentado. Cada análise foi demonstrada, passo a passo, para que então
pudessem ser realizadas por cada aluno. Após a demonstração, os alunos foram
estimulados a realizar todo o procedimento, com a ajuda dos colegas, sob
supervisão, havendo a participação dos mesmos e o questionamento do que
estava sendo feito, na qual eles explicavam o passo a passo do procedimento e
a importância e aplicação desse método nos sistemas de produção. Esta etapa
durou em média 30 minutos.
Ao finalizar a aula, foi realizado um questionamento oral com as
seguintes perguntas: Por que a vagina artificial é considerada o melhor método
para colheita de sêmen em ovinos? Quais as principais alises realizadas após a
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colheita do sêmen? A aula prática contribuiu para o aprendizado sobre o tema?
Esta etapa durou em média 30 minutos.
Foi requerida, ainda, a confecção de um relatório no qual além de
descrever o procedimento, foi relatada a importância da aula e sua influência
no processo de ensino-aprendizagem, para que fosse realizado um feedback da
mesma.
Em cada etapa foi observada a participação e desenvoltura do aluno,
individualmente, e sua interação com os demais. Em caso de alguma resistência
na participão haveria a abordagem para tentar saber o motivo e o estímulo para
que fosse realizado.
RESULTADOS
E
DISCUSSÕES
Durante a aula foi observada interação de 100% da turma em algum
momento desta. No primeiro momento, durante a avaliação do conhecimento
prévio dos alunos sobre a temática a participação foi menor, na qual apenas
cerca de 50% da turma participou efetivamente, relatando sua experiência prévia
(Tabela 1).
Tabela 1: Número de alunos participantes em cada etapa da aula prática de
colheita e avaliação de sêmen em ovinos no IFCE campus Crato.
Tipo de participação
dos alunos
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE A AULA
Preparação
do material
Colheita de
sêmen
Avaliação
do sêmen
Discussão
final
(feedback)
Participaram
ativamente
(expuseram
sua opinião ou
executaram a
atividade prática)
14/15
(93,33%)
15/15
(100%)
15/15
(100%)
15/15
(100%)
Estavam atentos
à aula, mas não
participaram
ativamente
1/15
(6,67%)
0/15
(0,00%)
0/15
(0,00%)
0/15
(0,00%)
o demonstraram
interesse
1/15
0/15
(0,00%)
0/15
(0,00%)
0/15
(0,00%)
0/15
(0,00%)
Total
15
15
15
15
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Foi observada uma inibição inicial, seja por medo de errar e serem
julgados pelos colegas, seja pela característica de maior introspecção do próprio
aluno ou falta de experiência prévia sobre o tema. Como o desenvolvimento da
autonomia é o ponto central no processo da aprendizagem significativa, esta
barreira precisa ser ultrapassada. Nesse contexto da aprendizagem significativa os
alunos precisam ser estimulados a entenderem sua postura como agente ativo no
processo de aprendizagem. De acordo com Gasparin (2001, p. 8):
Os alunos são jovens que vivenciam a paixão, o sentimento, a emoção, o en-
tusiasmo, o movimento. Anseiam por liberdade para imaginar, conhecer, tudo
ver, experimentar, sentir. O pensar e o fazer, o emocional e o intelectual, eso
entrelaçados, de maneira que estão inteiros em cada coisa que fazem.
Dessa forma o educador precisa tornar a sala de aula um ambiente
estimulante para a aprendizagem, problematizando o conteudo e tornando a aula
um espaço em que o estudante se sinta seguro em participar. Assim, para ultrapassar
estas limitações, nesse momento foi necessária a intervenção estimulando-os
a resgatarem o conteúdo previamente abordado em aulas teóricas e em outras
disciplinas, fazendo perguntas e associação com outros momentos de interação
em sala de aula à respeito do tema, assim como perguntando se eles tinham
visto a colheita de sêmen ou inseminação artificial em outras escies, se alguém
tinha acompanhado algum procedimento e como foi esse acompanhamento.
Além disso foi questionada qual seria a importância do procedimento na prática
do profissional formado e o impacto da adoção do procedimento para a
produção animal.
Após este estímulo foi observada a participação de quase todos os
alunos. Estimular este canal de comunicação e mostrar que é um ambiente
seguro e fundamental para que todos se sintam confortáveis em participar, tirar
dúvidas e compartilhar experiências. De acordo com Santos (2008, p. 65), “é
necessário provocar a sede de aprender, problematizando o conteúdo, tornando-o
interessante e não tirar o sabor da descoberta dando respostas prontas”.
Por outro lado, durante a realização da prática propriamente dita, desde
a preparação do material aa realização da avaliação do sêmen, houve participação
de
todos os alunos espontaneamente. Este interesse foi demonstrado por meio da
realização de perguntas sobre o procedimento, curiosidade e atenção no momento
da demonstração de todas as etapas e pela atitude em se voluntariar a realizar
o procedimento após a demonstração inicial. Durante essa etapa as perguntas
mais frequentes foram: “qual a temperatura da água é utilizada na montagem
da vagina artificial?”; “existem dispositivos pprios para cada espécie?”; “após a
colheita de sêmen, qual o intervalo de tempo entre a análise e a inseminação?”.
Quando estas perguntas surgiram foi estimulado que outros alunos interagissem,
refletindo sobre os questionamentos e tentando resgatar o conhecimento prévio
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para que eles mesmos elaborassem uma resposta. Essa abordagem foi exitosa, pois
houve a interação dos colegas, o intercâmbio de informações e a reflexão sobre
a problemática apontada. Todas as perguntas foram respondidas pelos próprios
alunos (Figura 1).
Figura 1: Aula prática de colheita e avaliação de men em ovinos no IFCE
campus Crato. A-preparação do material. B e C-Colheita de sêmen. D
Avaliação de sêmen. Todas as etapas sendo realizadas pelos alunos.
Em um estudo realizado por Castanho (2002), com professores de
ensino Superior, dentre as vantagens apontadas sobre as aulas práticas estão,
promover a oportunidade de o aluno fazer correlações e que o professor tem o
papel de permitir e orientar a sua realização. Estas correlações são fundamentais
para a percepção do aluno sobre seu papel ativo na aprendizagem. O próprio
ambiente da realização da ptica, neste caso, o Laboratório de Biotecnologia da
Reprodão Animal, é por si um fator que promove novos estímulos. Por se
tratar de um ambiente novo, no qual não o mesmo formato da disposição de
mesas e cadeiras de uma sala de aula tradicional, onde equipamentos diferentes,
desperta a curiosidade e o envolvimento do estudante.
Ao finalizar a aula, foi realizado um questionamento oral com as
seguintes perguntas: Por que a vagina artificial é considerada o melhor método
para colheita de men em ovinos? Quais as principais análises realizadas após
a colheita do sêmen? A aula prática contribuiu para o aprendizado sobre o
tema? Este momento foi requerido tanto para avaliar o processo de ensino-
aprendizagem em si, como verificar a percepção do aluno em relação ao efeito
de uma aula prática realizada no laboratório de biotecnologia sobre o processo.
Todos os alunos responderam os questionamentos técnicos sobre a aula, o que
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é reflexo da sua interação e comprometimento durante a sua execução. Sobre a
percepção do processo de aprendizagem todos afirmaram que a aula prática em
um ambiente específico é mais proveitosa, sendo isto registrado na confecção do
relatório, como segue:
Esta aula prática ocorreu como o esperado, ou seja, conseguimos
compreender melhor o manejo reprodutivo dos ovinos, como as características
da raça e identificar um bom reprodutor. Concluindo-se que os alunos tiveram
um bom desempenho em relação a estas atividades práticas e que o uso destes
métodos proporciona bons conhecimentos.
Participante 1
A aula contribuiu para o nosso conhecimento, sendo posvel analisar o
movimento em massa dos espermatozoides do carneiro, observar o padrão racial
do animal, a simetria dos testículos, identificar as partes do epidídimo e escore
corporal do animal.
Participante 2.
Ao final da aula experimental, foi possível entender o qo é importante
para o profissional da genética animal ter o contato físico com os parâmetros para
reprodão e inseminação artificial na perspectiva das condições reprodutivas do
macho, aptidão reprodutiva e qualidade seminal.
Participante 3.
Foi uma aula prática de bastante aprendizado e conhecimento de
acordo com o que foi passado pelos colegas, diante toda a manhã. Onde abrange
mais de um pouco de prática que pode ser usado e aplicado de acordo com o
mercado de trabalho no futuro.
Participante 4.
Estes relatos corroboram com estudos sobre as práticas em sala de
aula, nos quais a fixação do conteúdo explicado anteriormente de forma teórica
é a vantagem mais apontada (CASTANHO, 2002; HUET et al., 2004). Como
os alunos aplicam de fato o que foi compreendido na teoria, eles conseguem
correlacionar melhor os conteúdos, participam ativamente da solução de problemas
que vão surgindo durante a execução, resgatando conceitos e informões que
foram apresentadas teoricamente e podem aprimorar habilidades técnicas
requeridas para a sua formação profissional. De acordo com Nicola, Paniz (2016,
p. 364) “aulas práticas, quando bem elaboradas, atuam com contraponto das
aulas teóricas e aceleram o processo de aquisição dos novos conhecimentos”.
Am disso, o estudante torna-se mais confiante ao conseguir executar
determinada tarefa e mais motivado a buscar informações relacionadas a temática
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por si só, estimulando cada vez mais a percepção de que ele é um sujeito ativo no
processo de aprendizagem.
O fato de alunos da iniciação científica terem auxiliado a execução da
prática também foi um fator positivo, pois tratam-se de estudantes do mesmo
curso, o que permite uma identificação com os mesmos. Isso faz com que os alunos
se sintam mais confortáveis e menos inibidos em participar da aula. Além disso,
tornam-se representados por eles, de forma que podem se espelhar positivamente
nessa experiência e despertar o interesse em participar de projetos de pesquisa e de
extensão na instituão, o que foi percepvel nessa experiência, que, aormino
da aula 3 alunos procuraram saber como seria possível acompanhar a rotina do
laboratório e dos experimentos.
Ao longo da aula foi verificada uma grande interação entre os alunos,
o que normalmente não ocorre na aula teórica, em sala de aula, de forma que
todos puderam se ajudar na execução dos procedimentos e no esclarecimento de
dúvidas que surgiram. A aula prática neste ambiente de interação, contribuindo
para aprendizagem de qualidade, uma vez que este processo acontece do âmbito
social para o individual, o compartilhamento de experncias e a execução de uma
atividade em conjunto, como a que foi apresentada, promove uma construção
coletiva de uma experiência que se tornará única, ao ser apropriada por cada
participante (VIGOTSKY, 2007). Este desenvolvimento social e humanístico
faz parte do processo educativo e da formação do profissional da área, de modo
que esta interação proporcionada durante a realização da aula prática auxilia o
desenvolvimento de competências humanísticas, como a capacidade de
administração do tempo e dasões, gestão e de tomada de decisão, a comunicação
e a liderança.
Nesse contexto, deve-se sempre considerar que cada pessoa aprende de
forma diversificada, portanto, o professor deve se utilizar de estratégias também
diversas para que o aprendizado seja possível. Como nem todos os alunos aprendem
da mesma forma e ao mesmo tempo, cabe ao professor lançar mão de várias
metodologias, atuando como mediador, no intuito de diminuir a distância entre o
desenvolvimento potencial e o real do aluno (VIGOTSKY, 1998) e, dessa forma,
contribuir para a aprendizagem (TABILE; JACOMETO, 2017, p.79). Nesse
processo é fundamental sempre estimular o aluno a utilizar seus conhecimentos
pvios, inserindo-os na temática abordada durante a aula, pois isso promove uma
correlão direta entre a sala de aula e a sua vivência como profissional, fora dela
(SILVA; DELGADO, 2018). Segundo Martins (2007, p. 39):
O importante para o professor é reconhecer que necessidade de mudanças
de atitudes, de renovação corajosa e busca de novos procedimentos didáticos.
Tudo isso implica optar por novo estilo docente ou, melhor dizendo, pelo
‘reaprender a ser professor’ -, acostumar-se em suas atividades, a procurar ver
mais longe, a estar atento às mudanças que o mundo de amanhã exigirá dos
nossos alunos.
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Dessa forma, cabe ao professor criar diferentes estratégias para obter
o máximo de benefícios com as metodologias ativas para a formação de seus
alunos, como cada aluno aprende de forma diferenciada, diferentes abordagens
também devem ser utilizadas para que suas potencialidades sejam contempladas
e aprimoradas.
Na realização desta aula prática foi possível evidenciar os três momentos
outrora referidos por ANASTASIOU (2006, p. 31-33): “a mobilização para o
conhecimento, a construção do conhecimento e a elaboração da síntese do
conhecimento”. Inicialmente os alunos foram provocados a fazer uma conexão
dos conhecimentos prévios com a temática; em seguida foram estimulados a
planejarem e adotarem a melhor estratégia para a realização da técnica proposta,
de forma a refletirem sobre como aplicar conhecimentos técnicos em determinada
situação; e por fim foi consolidado os novos conceitos e realizada uma reflexão
sobre a aula.
A questão do ensino não se limita à habilidade de dar aulas, também
envolve a efetivação de levar ao aprender. É importante ressaltar que a experiência,
o
planejamento e o conhecimento do professor são fundamentais para o êxito de
uma aula prática e esse conhecimento técnico tem que estar alinhado a saber a
melhor forma de tratar esse conteúdo, caso contrário o processo de aprendizagem
fica comprometido. Dessa forma, a instituição de ensino deve considerar o
contexto do professor e do aluno na elaboração e execução do ensino de forma
integrada e participativa, provendo condições para que haja este diálogo e fluxo
de ações, as quase devem estar em constante (re)construção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do que foi exposto pôde-se observar a importância da aula
prática no laboratório de Biotecnologia da Reprodução como uma ferramenta
metodológica exitosa na disciplina de Reprodução Animal e Inseminação
Artificial. Dentre as principais vantagens apontadas pelos alunos está a maior
fixação do contdo que foi visto anteriormente nas aulas teóricas. Foi observada
uma participação maior dos alunos e a maior interação entre eles, o que traz
benefícios a curto, médio e longo prazo na aprendizagem. Além dos pontos
positivos no aprimoramento das habilidades técnicas, a aula prática promove a
socialização, a confiança e motivação, além do senso de planejamento e refleo
sobre seu papel ativo na aprendizagem. É necessário que as instituições possam
fornecer condições para que os docentes e alunos possam ter aulas práticas com
segurança e eficiência.
Assim, sugere-se a realizão de pesquisas interventivas não no curso
de bacharelado em Zootecnia, mas na perspectiva de realização em todos os
cursos do campus Crato, no intuito de se compreender melhor a importância da
LIMA, G. L.; FERNANDES, M. A. F. B.
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realização de aulas práticas, dentro e fora do ambiente de laboratórios específicos,
no processo de ensino-aprendizagem. Estes projetos serão norteadores para se
conhecer a realidade das aulas práticas dentro do campus, as dificuldades, as
experiencias exitosas e quais estratégias poderiam ser adotadas, de forma
institucional, para a melhoria do processo, inclusive, sendo um importante
estímulo para que outros professores posam adotar essa metodologia de ensino,
promovendo, ainda a interdisciplinaridade.
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Submetido em: 05/04/2021
Aprovado em: 02/06/2021