Mapas mentais para o processo de aprendizagem
Artigos de Pesquisa
23
Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.7, n.2, p. 23-40, Jul./Dez., 2021.
M
APAS MENTAIS PARA O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
:
UMA PROPOSTA
DE INTERVENÇÃO
M
IND MAPS FOR THE LEARNING PROCESS
:
AN INTERVENTION PROPOSAL
Francisco Regis Abreu Gomes
1
Francisco Glauco Gomes Bastos
2
Jean Custódio de Lima
3
RESUMO: Envolver os alunos é um desafio para o docente, assim como a necessidade de
desenvolver todos que possam ser usados para atender as expectativas de eficácia e qualidade
da aprendizagem. Nesse contexto, existe a aprendizagem ativa que muda o foco do professor
para o aluno, ou seja, o aluno é incentivado a aumentar seu envolvido no processo de ensino-
aprendizagem e o Mapa Mental é uma estratégia usada para isso. O Mapa Mental é um diagrama
visual usado para organizar informações e facilitar as conexões cognitivas entre ideias. Uma revisão
sistemática da literatura que usou as recomendações PRISMA foi realizada em relação aos Mapas
Mentais aplicados no ensino. Essa pesquisa teve o objetivo de responder três questões. Entre os
resultados dessa pesquisa foram encontrados que a maior utilização dos Mapas Mentais é no apoio a
aprendizagem ativa e o tipo de curso que mais os utilizam é o curso de medicina. Foi proposto um
projeto de intervenção baseado na revisão bibliográfica. Essa intervenção consiste de seis atividades
para o uso de Mapas Mentais em qualquer disciplina de um curso do IFCE. Devido à pandemia do
COVID-19 essa proposta não foi aplicada, mas a revisão bibliográfica demonstrou os benefícios da
utilização de Mapas Mentais no processo de aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE:
Mapa Mental. Aprendizagem Ativa. Intervenção.
1
Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 2017). Graduado em
engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2005). Atualmente é professor do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Cea(IFCE) campus Fortaleza. E-mail: regisgomes@
ifce.edu.br.
2
Doutor em Educação pelo DINTER UNESP/IFCE. Graduado em LETRAS - Português/Literatura pela
Universidade Estadual do Ceará (1998). É especialista em Gestão e Avaliação da Educação Pública, pela
Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF e Mestre em Letras - área de concentração em Literatura Comparada
- pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Ceará (IFCE) campus Caucaia. Lidera o Grupo de Pesquisa Literatura, Regionalismo e Memória
Cultural do IFCE- campus de Morada Nova. E-mail: glauco.bastos@ifce.edu.br.
3
Doutor em Educação pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP). Possui graduação em Letras- Inglês/
Português pela Universidade Federal do Ceará (1997). Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
http://doi.org/10.36311/2447-780X.2021.v7.n2.p23
GOMES, F. R. A.; BASTOS, F. G. G.; LIMA, J. C.
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Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.7, n.2, p. 23-40, Jul./Dez., 2021.
ABSTRACT: Involving students is a challenge for the teacher, as well as the need to develop
methods that can be used to meet expectations of effectiveness and quality of learning. In this
context, active learning changes the focus of the teacher to the student, that is, the student is
encouraged to increase her involvement in the teaching-learning process, and the Mind Map is a
strategy used for this. The Mind Map is a visual diagram used to organize information and facilitate
cognitive connections between ideas. A systematic review of the literature that implemented the
PRISMA recommendations was carried out in relation to the Mind Maps applied in teaching. This
research aimed to respond three questions. Among the results of this research, it was discovered
that the greatest use of Mind Maps is to support active learning and the type of course that most
uses them is the medical course. An intervention project based on the bibliographic review was
proposed. This intervention consists of six activities for the use of Mind Maps in any discipline of
na IFCE course. Due to the COVID-19 pandemic, this proposal was unapplied, but the literature
review demonstrated the benefits of using Mind Maps in the learning process.
KEYWORDS:
Mind Map. Active Learning. Intervention.
INTRODUÇÃO
Envolver os alunos no processo de aprendizagem é um desafio
permanente para o docente, tanto prender a atenção dos alunos em sala de aula,
como motivá-los a estudar quando não estão em aula. Além disso, transmitir uma
nova matéria se torna uma tarefa árdua, uma vez que as ementas das disciplinas
contêm bastantes conteúdos e a carga horária para as aulas são cada vez menores.
Então, urge a necessidade de desenvolver métodos que possam ser usados para
atender as expectativas de eficácia e qualidade do ensino-aprendizagem. Por isso,
Gillies e Haynes (2011) destacam a importância de propor novas abordagens de
aprendizagem como essencial para atender às demandas dos estudantes por uma
experiência de sala de aula efetiva.
Segundo Lemov (2017) os melhores professores desenvolvem ao longo
da sua vida profissional um conjunto de métodos para conseguir atingir o objetivo
de ensinar seus alunos. Nesse sentido, D’Antoni et al. (2009) afirmaram que as
estratégias de aprendizagem ativas são ferramentas que os alunos podem usar para
adquirir informações eficientemente. Exemplos de estratégias de aprendizagem
ativas incluem mnemônicos (técnicas de memorização), gráficos e Mapas Mentais.
Nesse trabalho é estudada a estratégia de aprendizagem ativa denominada
Mapa Mental para apoiar o ensino de disciplinas na educação profissionalizante.
Segundo Buzan (2019), Mapa Mental é um diagrama visual com a finalidade
de capturar informações, para isso, usa o funcionamento do córtex cerebral que
corresponde à camada mais externa do cérebro, formada por cerca de 20 bilhões de
neurônios, sendo o local das representações simbólicas, ou seja, do entendimento,
da memória e da razão, ativando o uso dos dois hemisférios cerebrais, o esquerdo,
que é responsável pela lógica, e o direito, que é responsável pela criatividade.
A falta de envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem é
especialmente preocupante para os alunos que também trabalham que é uma
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realidade de muitos cursos da educação profissionalizante do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Nesse caso, o tempo de
dedicação fora de sala de aula é ainda mais reduzido. Então aproveitar bem o
pouco tempo disponível para estudo, tanto em sala de aula como fora, colaborará
com o processo de aprendizagem. Por isso, a importância de uma metodologia
para apoiar o envolvimento dos estudantes no processo de aprendizagem.
Esse trabalho apresenta uma proposta de intervenção com base em
Mapas Mentais aplicado ao processo de aprendizagem de discentes da educação
profissionalizante. Para isso foi usada uma metodologia de pesquisa bibliográfica
para responder três Questões de Pesquisa (QP): QP1: Quais as formas de utilização
de Mapas Mentais no apoio ao processo de aprendizagem? QP2: Quais os cursos
em que os Mapas Mentais são usados no apoio ao processo de aprendizagem?
QP 3: Existe demonstração mensurável dos benefícios da utilização dos Mapas
Mentais no processo de aprendizagem? As respostas a essas QPs são necessárias
para fundamentar e justificar a proposta de intervenção.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Rosciano (2015), o corpo docente precisa se afastar das
abordagens educacionais tradicionais centradas no professor e implementar um
ambiente ativo de aprendizagem centrado no aluno. É essencial criar experiências
de aprendizagem que facilitem a reflexão, a construção do conhecimento,
a resolução de problemas, a investigação e o pensamento crítico. Isso está em
consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Profissional Técnica de Nível Médio (MEC, 2012):
Art. Os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio têm por
finalidade proporcionar ao estudante conhecimentos, saberes e competências
profissionais necessários ao exercício profissional e da cidadania, com base nos
fundamentos científico-tecnológicos, socio-históricos e culturais (Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio,
p. 2).
Segundo Brown et al. (2012), a aprendizagem ativa consiste na
participação dos alunos além do modo passivo das aulas tradicionais. Incentiva
os alunos a ler, escrever, participar de discussões, atividades práticas, envolver- se
na solução ativa de problemas e no aprendizado colaborativo. As habilidades
adquiridas durante a aprendizagem ativa tendem a ir além da compreensão
básica das informações abordadas durante uma aula. Na verdade, o objetivo da
aprendizagem ativa não é apenas permitir a compreensão do aluno, mas também
ajudá-lo a cultivar aptidões valiosas para sintetizar, analisar e avaliar ideias e seu
potencial de aprendizagem.
GOMES, F. R. A.; BASTOS, F. G. G.; LIMA, J. C.
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Com o objetivo de promover um ambiente de aprendizagem centrado no
aluno, o uso dos Mapas Mentais foi analisado com uma ferramenta que possa
ser
usada para implementar um ambiente de aprendizagem ativa no contexto da
educação profissional. Segundo Buzan (2019), Mapa Mental é um diagrama
visual com a finalidade de capturar informações. Para isso, usa o funcionamento
do córtex cerebral, ativando o uso dos dois hemisférios cerebrais, o esquerdo, que
é responsável pela lógica, e o direito, que é responsável pela criatividade.
Os Mapas Mentais são usados para sintetizar ideias, organizar o
raciocínio, elaborar um planejamento, tomar notas, gerenciar informações, ajudar
no processo de comunicação com outras pessoas, entre outros (FENNER, 2018).
Desse modo, os Mapas Mentais podem ser usados de diversas formas no processo
de aprendizagem, não no processo de transmitir informações, como também
podem ser integrados como um componente em uma estratégia de avaliação de
aprendizagem (NOONAN, 2013).
O Mapa Mental tem início de uma ideia central que pode ser escrita
ou representada por um desenho. A partir disso são desenhadas ramificações para
outras ideias que tenham associação com a ideia central ou ideia anterior. Dessa
forma criando uma representação visual de ideias conectadas que auxiliam o
processo de compreensão e memorização da informação.
Para construir um Mapa Mental de qualidade alguns elementos são
indispensáveis. Segundo Buzan (2019), esses elementos são: pensamento radiante,
fluxo orgânico não linear, cor, imagens e palavras. Nesse sentindo o Mapa Mental é
uma representação que evolui do pensamento linear (unidimensional), passa pelo
pensamento lateral (bidimensional) até chegar ao pensamento multidimensional
ou pensamento radiante. Desse modo, os Mapas Mentais são uma forma muito
diferente de apresentar as informações, como pode ser visto na Figura 1.
O Mapa Mental pode ser aplicado pelo aluno facilmente, após uma breve
explicação por parte do professor. Não há limites para associações e conexões de
conceitos, favorecendo a autoexpressão e a exploração de um conceito pelo aluno.
O Mapa Mental permite que o aluno construa sobre o conhecimento existente
quando novas informações são apresentadas, permitindo uma aprendizagem
significativa (SPENCER et al., 2013).
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Artigos de Pesquisa
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Figura 1 Formas de organização da informação: linear e Mapa Mental.
Fonte: Fenner (2018).
Atualmente, Mapas Metais têm diversas aplicações. Eles são utilizados
com alunos menores da quinta e sexta séries mostrando ganho de aprendizagem
(MERCHIE e KEER, 2016), assim como também foi considerado uma
estratégia eficaz para alunos adultos com 25 anos de idade ou mais (DAVIES,
2010). Podem ser usados para aprendizagem individual, tanto como são usados
em aprendizagem em grupo ou colaborativa, ajudando a desenvolver nos
alunos atitudes positivas, pensamento crítico, capacidade de raciocínio, expor
as próprias ideias e a compreender as ideias dos outros (GILLIES e HAYNES,
2011; ROSCIANO, 2015). Os Mapas Mentais também são usados para ajudar
no processo de aprendizagem de alunos dos mais diferentes tipos de cursos, como
medicina (D’ANTONI et al., 2009), enfermagem (ROSCIANO, 2015), inglês
como segunda língua (FU et al., 2019). Mapas Mentais são usados em sistemas de
educação on-line (LIU et al., 2015) e como método de pesquisa (SIMONOVA,
2014).
Geralmente, os Mapas Mentais são elaborados por uma pessoa ou um
grupo de pessoas, manualmente ou com ajuda de uma ferramenta computacional
gráfica. Esse processo pode demandar bastante tempo e o resultado normalmente
será diferente para cada indivíduo que o fizer. Mas, o aumento no interesse nos
Mapas Mentais e o desenvolvimento da inteligência artificial nos últimos anos,
permite que hoje, com base em aprendizagem de máquina e interação humana
possam ser gerados Mapas Mentais rapidamente e com baixo custo de modo
semiautomático (CAMBURN et al., 2020).
GOMES, F. R. A.; BASTOS, F. G. G.; LIMA, J. C.
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METODOLOGIA
Para analisar o uso de Mapas Mentais na proposta de intervenção
para melhoria do processo de aprendizagem ativa foi realizada uma pesquisa
bibliográfica sobre essa estratégia. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir
de material teórico publicado, como livros e artigos. Embora em quase todos
os trabalhos científicos seja obrigatório algum tipo de pesquisa bibliográfica,
trabalhos científicos desenvolvidos exclusivamente a partir de fontes bibliográficas
(MARTINS e PINTO, 2001; GIL, 2008). A principal vantagem dessa técnica é
permitir um contato mais amplo do pesquisador com o tema (MARCONI e
LAKATOS, 2007; GIL, 2008).
Segundo Treinta et al. (2014), a pesquisa bibliográfica em função do
grande número de artigos científicos publicados torna-se um desafio para os
pesquisadores escolher aqueles mais adequados na construção da argumentação
teórica dos seus trabalhos acadêmicos. Dessa forma, cabe ao pesquisador
estabelecer uma estratégia de pesquisa bibliográfica efetiva para o objetivo
estabelecido. Para tanto, o uso de uma metodologia de avaliação por meio de um
estudo bibliométrico pode ajudar nessa tarefa.
Vanti (2002) define a bibliometria como conjunto de métodos de
pesquisa utilizados para descobrir a estrutura do conhecimento em uma área
científica através de uma abordagem quantitativa ou estatística de diversos dados
bibliográficos como, por exemplo, editoras, autores, palavras-chave utilizadas,
citações e relevância.
Devido a grande quantidade de artigos relacionados a Mapas Mentais
foi utilizada a metodologia de revisão sistemática da literatura (Systematic
Literature Review) para selecionar os artigos mais relevantes para responder as QPs.
Segundo Moher et al. (2009), uma revisão sistemática da literatura é uma revisão
de uma pergunta formulada explicitamente que utiliza métodos sistemáticos e
claros para identificar, selecionar e avaliar criticamente pesquisas relevantes, e
coletar e analisar dados desses estudos que são incluídos na revisão, pode-se ou
não usar métodos estatísticos (meta-análise) para analisar e resumir os resultados
dos estudos incluídos. Para identificar os estudos mais relevantes foram usadas
as recomendações PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and
Meta-Analyses) (MOHER et al., 2009; SHAMSEER, et al., 2015).
A base de dados da EBSCOhost (www.ebscohost.com) foi usada para
buscar os artigos. Na busca foram usados os termos mind map”, mind maps”,
mind mappingunidos com o operador or, combinado com termo learning
unido pelo operador and”. A busca foi realizada no dia 27/09/2020 em todas
as bases de dados disponíveis da EBSCOhost e não teve limite inferir de data de
publicação que resultou em 740 registros encontrados.
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Artigos de Pesquisa
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Inicialmente foram identificados 62 artigos duplicados. A seleção de
artigos foi dividida em duas etapas, a primeira consistiu de incluir mais critérios
na busca de modo a excluir artigos: não revisados por pares (184), não escritos
em português ou inglês (62), não possuindo texto completo disponível (308) e
não publicados em periódicos acadêmicos ou revistas científicas (1), o resultado
após essa etapa excluiu 555 artigos. A segunda etapa da seleção consistiu da leitura
dos
abstracts dos artigos restantes, eliminando aqueles que os Mapas Metais não
são
aplicados ao processo de aprendizagem de alunos com perfil da educação
profissionalizantes, ou seja, aplicados a: educação Infantil (6), auxílio à pesquisa
(33), representação de informação não aplicada ao ensino (33) e outros (23),
essa etapa eliminou 95 artigos. Assim a seleção de artigos exclui um total de 650
artigos. Isso resultou em 28 artigos completos elegíveis para revisão sistemática.
Após a leitura completa dos 28 artigos, constatou-se que seis não se aplicavam
ao ensino, assim 22 artigos foram revisados para responder as QPs. Para melhor
entendimento a Figura 2 apresenta os processos de seleção, elegibilidade e inclusão
de acordo com as recomendações PRISMA.
Figura 2 Diagrama de fluxo das recomendações PRISMA.
Identificação
(n = 740)
Registros
identificados em
outras fontes
(n = 0)
Registros após eliminar os duplicados
(n = 678)
Seleção
Registros selecionados
(n = 678)
Registros Excluídos
(n = 650)
Eligibilidade
(n = 28)
Artigos completes
excluídos, com
justificativas
(n = 6)
Inclusão
(n = 22)
Fonte: Adaptado de MOHER et al., 2009.
GOMES, F. R. A.; BASTOS, F. G. G.; LIMA, J. C.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os 22 artigos incluídos na revisão sistemática da literatura foram
apresentados no Quadro 1 a seguir, sendo que a primeira coluna indica o número
do artigo, a segunda coluna indica o título do artigo e a terceira coluna indica o(s)
autor(es) do artigo.
A seguir são apresentadas as respostas das QPs em forma de tabelas
com base nos artigos revisados. A primeira coluna da tabela apresenta a resposta
da QP, a segunda coluna apresenta os artigos que se enquadra naquela resposta,
a terceira coluna apresenta a quantidade de artigos daquela resposta e a última
coluna apresenta o percentual daquela resposta em relação ao total.
Quadro 1 Artigos incluídos na revisão sistemática da literatura.
Num
Título
Autores
1
Instruments that aid the student-centred assessment
Boacă et al., (2017)
2
The landscape of nonlinear structural dynamics: an introduction
Butlin, et al., (2015)
3
Learning programming language in higher education for sustainable
development: point-earning bidding method
Chen, et al., (2020)
4
Using a typed mind map as a Data Model in a TDD DICE System
Chien e Buehrer, (2008)
5
Enhanced and conventional project-based learning
In an engineering design module
Chua et al., (2014)
6
Mentoring master degree students in business engineering
Cismas et al., (2016)
7
Interrater reliability of the mind map assessment rubric in a cohort
of medical students
D’Antoni et al., (2009)
8
Does the mind map learning strategy facilitate information retrieval
and critical thinking in medical students?
D’Antoni et al., (2010)
9
Social Work and Sustainable Social Development: Teaching and
Learning Strategies for Green Social Work’ Curriculum
Drolet et al., (2015)
10
Mind mapping as a teaching resource
Edwards e Cooper (2010)
11
The efficacy of the ‘mind map’ study technique
Farrand et al., (2002)
12
Teachers’ knowing how to use technology: exploring a conceptual
framework for purposeful learning activity
Fischer et al., (2012)
13
“Did Ronald McDonald Also Tend To Scare You As A Child?”:
Working to Emplace Consumption, Commodities and Citizen-
Students in a Large Classroom Setting
Goodman (2008)
14
Concept Mapping and Mind Mapping to Lift the Thinking Skills of
Chemical Engineering Students
João e Silva (2014)
15
Making Large Class Basic Histology Lectures More Interactive: The
Use of Draw-Along Mapping Techniques and Associated Educational
Activities
Kotzé e Mole (2015)
16
The visual display of temporal information for e-textbook:
incorporating the mind-mapped timeline authoring tool
Lee e Yau (2018)
17
The effect of recommendation systems on Internet-based learning for
different learners: A data mining analysis
Liu et al., (2013)
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Artigos de Pesquisa
31
Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, v.7, n.2, p. 23-40, Jul./Dez., 2021.
18
University students’ understanding of the concepts empirical,
theoretical, qualitative and quantitative research
Murtonen (2015)
19
Mobile Knowledge Tool-kit to Create a Paradigm Shift in Higher
Education
Nada et al., (2008)
20
How Pictorial Knowledge Representations Mediate Collaborative
Knowledge Construction In Groups
Näykki e Järvelä (2008)
21
Mind maps as facilitative tools in science education
Safar et al., (2014)
22
Using Mind Maps to Improve Medical Student Performance in a
Pharmacology Course at Kunming Medical University
Ying et al., (2017)
Fonte: Elaborada pelo autor.
QP1: QUAIS AS FORMAS DE UTILIZAÇÃO DE MAPAS MENTAIS NO APOIO AO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM?
Uma ampla variedade de aplicações de Mapas Mentais foi encontrada
a partir da leitura dos artigos incluídos, sendo possível identificar sete formas
de utilização principal apresentadas na Tabela 1 a seguir. Entretanto, um
artigo
ter sido atribuído a uma determinada classificação não significa que não tenha
elementos das outras classificações, por exemplo, ser classificado como
aprendizagem colaborativa, não significa que também não tenha características de
aprendizagem ativa, mas essa classificação foi escolhida por causa da característica
de maior destaque no artigo.
Tabela 1 Formas de utilização identificados dos Mapas Mentais.
Formas de utilização
Artigo
Qtd
Perc%
Aprendizagem ativa
3, 5, 7, 10, 12, 13, 19
7
31,82
Avaliação de aprendizagem
1, 18
2
9,09
Aprendizagem colaborativa
9, 20
2
9,09
Matérias complexas
14, 15
2
9,09
Mentoria
6
1
4,54
Recordação de informações
8, 11, 22
3
13,64
Sistema informatizado para o ensino
2, 4, 16, 17, 21
5
22,73
Fonte: Elaborada pelo autor.
A principal aplicação identificada nos artigos revisados foi na área de
aprendizagem ativa com 31,82%, isso é coerente com a literatura que afirma que uma
das principais estratégias de aprendizagem ativa são os Mapas Mentais. Na aplicão
de aprendizagem ativa Chen et al. (2020) mostraram que o uso de Mapas Mentais
permitiu aos estudantes a se dedicarem a autoaprendizagem e recuperar o prazer pelos
estudos. A segunda utilização mais comum é sistemas informatizados para o ensino
com 22,73%. Chien e Buehrer (2008) exemplificam essa aplicação usando Mapas
GOMES, F. R. A.; BASTOS, F. G. G.; LIMA, J. C.
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Mentais em um método de estudo denominado de Desenvolvimento Orientado a
Testes, que por fim, é disponibilizado em um Sistema de Avaliação Auxiliado por
Computador. Em terceiro lugar está a utilização em recordações de informações
com 13,64%. Farrand et al. (2002) realizaram uma pesquisa com dois grupos de
estudantes, divididos aleatoriamente, um usou Mapas Mentais e o outro escolhia
sua técnica de estudo para estudar um texto de 600 palavras para um teste, o teste
realizado com os estudantes imediatamente após os estudos não mostrou diferença de
desempenho entre os grupos de estudantes, mas o teste realizado após uma semana
do estudo resultou que o grupo que usou Mapas Mentais teve um desempenho em
média 10% superior ao grupo que não usou Mapas Mentais. Em quarto lugar estão
empatas as utilizações em avaliação da aprendizagem, aprendizagem colaborativa e
marias complexas com 9,9% cada. Boacă et al. (2017) proporam os Mapas Mentais
para uma avaliação que é centrada nos processos mentais do aluno, pois oferece a
ele a possibilidade de colocar as informações em uma ordem lógica que auxilia na
construção de novos conhecimentos. Drolet et al. (2015) proporam Mapas Mentais
para o estudo colaborativo sobre sustentabilidade e desenvolvimento local porque
acreditam ser uma forma eficaz para os alunos associarem os conceitos que envolvem
esses dois temas. João e Silva (2014) apresentaram a utilizão de Mapas Mentais na
disciplina de Projeto de Produto e Processo para alunos de mestrado em Química
e Biologia, mostrando as potencialidades do método na etapa de geração de ideias
de forma a permitir o livre fluxo de pensamentos entre os alunos. E, por último,
com 4,54% a utilização em mentoria com o artigo de Cismas et al. (2016) que
apresentaram Mapas Mentais na mentoria de alunos de mestrado com objetivo de
melhorar suas competências nas suas carreiras e os resultados mostraram melhorias na
geração de ideias, criação de soluções alternativas e diagnóstico de lacunas.
QP2: QUAIS OS CURSOS EM QUE OS MAPAS MENTAIS SÃO USADOS NO APOIO AO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM?
É importante conhecer os cursos que utilizam Mapas Mentais para
analisar a viabilidade de utilização nos cursos do IFCE. Na Tabela 2 a seguir são
apresentados os cursos identificados que usam Mapas Mentais.
O curso que mais foi identificado à utilização de Mapas Mentais foi
de medicina com 31,82%, isso se deve a grande quantidade de informações que
os
alunos desse curso têm que lidar (D’ANTONI et al. 2010). Em segundo
lugar
estão os cursos de formação de professores com 18,18%, isso demonstra o
interesse em estratégias inovadoras para melhorar a aprendizagem por parte dos
futuros docentes. Três artigos não especificaram os cursos que foram aplicados
porque consistiam de propostas de aplicação genérica, representando 13,64%.
Em seguida aparecem os cursos de engenharia, pós-graduação, computação,
geografia e serviço social. Constata-se que os Mapas Metais podem ser aplicados
a qualquer tipo de curso.
Mapas mentais para o processo de aprendizagem
Artigos de Pesquisa
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Tabela 2 Os cursos identificados que usam Mapas Mentais.
Cursos
Artigo
Qtd
Perc%
Computação
3
1
4,54
Engenharia
2, 5, 14
3
13,64
Formação de professores
1, 12, 20, 21
4
18,18
Geografia
13
1
4,54
Medicina
7, 8, 10, 11, 15, 19, 22
7
31,82
Não especificado
4, 16, 17
3
13,64
Pós-graduação
6, 18
2
9,09
Serviço Social
9
1
4,54
Fonte: Elaborada pelo autor.
QP 3: Ex
ISTE DEMONSTRAÇÃO MENSURÁVEL DOS BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO
DOS
M
APAS
M
ENTAIS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
?
Uma forma de defender a utilização de Mapas Mentais é demonstrar
quantitativamente os benefícios da sua utilização. Na Tabela 3 a seguir são
apresentados os artigos que possuem demonstrações mensuráveis e que não
possuem. A maioria dos artigos não possui demonstração mensurável dos
benefícios, ou seja, 63,64%. Entretanto, 36,36% possuem demonstração
mensurável dos benefícios, ou seja, oito dos 22 artigos revisados. De toda forma
é uma demonstração quantitativa significativa dos benefícios da utilização dos
Mapas Mentais no processo de aprendizagem. Por exemplo, Kotzé e Mole (2015)
estudaram o efeito da elaboração guiada de Mapas Mentais após grandes aulas
de uma classe de Histologia Básica de quase 400 alunos do primeiro ano de
medicina, fisioterapia e dietética de uma universidade da África do Sul, após a
última aula da disciplina, os alunos responderam um questionário anônimo e
voluntário (taxa de resposta de 78%), em que 94% dos alunos consideraram
os Mapas Mentais elaborados úteis e 93% acreditam que continuarão usando
no futuro, além disso, um aumento significativo foi encontrado nos resultados
dos testes dos alunos que receberam a intervenção atual em comparação com os
alunos de anos anteriores que receberam Mapas Mentais apenas como apostilas
ou
não tiveram intervenção.
Tabela 3 Existe demonstração mensurável dos benefícios da Utilização de
Mapas Mentais.
Existe demonstração
Artigo
Qtd
Perc%
Sim
5, 8, 11, 15, 18, 20, 21, 22
8
36,36
Não
1, 2, 3, 4, 6, 7, 9, 10, 12, 13, 14, 16, 17, 19
14
63,64
Fonte: Elaborada pelo autor.
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A partir da revisão bibliográfica pôde-se comprovar a viabilidade e
os benefícios da utilização de Mapas Mentais no processo de aprendizagem. A
seguir é apresentada uma proposta de intervenção para aplicação dessa técnica em
qualquer disciplina de um curso do IFCE.
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES A SEREM REALIZADAS
Atividade 1 - Preparação da disciplina/professor:
antes de iniciar a
disciplina o docente deve elaborar os Mapas Mentais, tanto da disciplina como
um todo, para ter uma visão geral da mesma, como um Mapa Mental para cada
aula ou tópico da disciplina. É claro que o docente pode mudar essa quantidade
de Mapas Metais, por exemplo, fazer mais de um por aula. Os Mapas Mentais
podem ser elaborados à mão com papel e lápis, mas a literatura destaca que a
utilização de software especializado para produção de Mapas Mentais é mais
eficiente que fazê-los a mão (SAFAR et al., 2014), na seção sobre recursos será
explicado melhor esse aspecto. A necessidade do docente já ter esses Mapas
Mentais feitos antecipadamente foi mostrado mais adiante.
Atividade 2 Treinamento dos alunos: no início da disciplina deve-
se treinar os alunos a elaborar seus próprios Mapas Metais, tanto à mão como
usando um software especializado. Seguindo o exemplo de Kotzé e Mole (2015),
o professor pode exibir um Mapa Mental pré-preparado aos alunos como um
modelo ideal e mostrar passo a passo como ele foi construído, depois pedir para
cada aluno elaborar seu próprio Mapa Mental oferecendo explicações adicionais ou
esclarecendo dúvidas dos alunos. Nesse momento é importante os Mapas Mentais
que o docente elaborou na Atividade 1, porque poderá usar como exemplo para os
discentes, mas sem entregar o Mapa Mental pronto para os discentes.
Atividade 3 Aplicação durante as aulas:
o docente deve reservar
no
fim de cada aula um tempo para que todos os alunos elaborem seus Mapas
Mentais da aula daquele dia. Deve buscar garantir que todos os alunos façam seus
próprios Mapas Mentais, ao invés de apenas copiar de algum colega. O discente
ao elaborar seu próprio Mapa Mental está construindo conexões sinápticas ou
conexões entre os neurônios que existem no cérebro que são responsáveis pelas
funções cognitivas, tais como memória e linguagem, ou seja, transformando
aprendizado em memória de longo prazo. Além disso, deve-se incentivar que
quando o aluno estiver estudando pelo Mapa Mental que ao perceber a necessidade
de aperfeiçoá-lo o faça de modo a melhorar a compreensão sobre o assunto. Para
esses aperfeiçoamentos dos Mapas Mentais ficam claro os benefícios da utilização
de um software especializado para a elaboração de Mapas Mentais.
Atividade 4 Preparação/Revisão para avaliações:
o professor, a
partir dos seus Mapas Mentais elaborados na Atividade 1, deve exibi-los para os
Mapas mentais para o processo de aprendizagem
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discentes para esses os comparar com seus próprios Mapas Mentais. É importante
destacar que não existe um Mapa Mental exato para um determinado assunto,
ou seja, o Mapa Mental dos alunos não precisam e dificilmente serão iguais aos
Mapas Mentais do professor, mas devem sim, retratar as informações de modo a
representar da melhor forma o tópico estudado. Nesse momento o professor pode
verificar se existem e quais são as lacunas entre o seu Mapa Mental e dos alunos
(BOACĂ et al., 2017). Essa é uma forma de evidenciar quais os conceitos que os
alunos não conseguiram apreender, sendo o caso do professor revisá-los de modo
aos alunos não ficarem com nenhum conceito sem entendimento. Desse modo os
alunos se prepararão melhor para as avaliações. Esse também é uma oportunidade
de melhorar os Mapas Mentais do professor, se for constatado que precisa de mais
detalhamento para ajudar o entendimento dos alunos.
Atividade 5 Elaboração das avaliações:
o docente deve elaborar suas
avaliações tendo a preocupação de fazer ligações com os Mapas Mentais que
produziu na Atividade 1. Isso faz todo o sentido, porque a disciplina esta sendo
ensinada com utilização dessa técnica, além de ser importante para a próxima
atividade dessa proposta de intervenção.
Atividade 6 Feedback e Motivação:
a aula após a avaliação o docente
deve discutir com os discentes a avaliação com base nos Mapas Mentais, associando
as questões com os Mapas Mentais apresentados na Atividade 4. A importância
dessa atividade é mostrar aos alunos que utilização de Mapas Mentais favorece na
resolução das questões da avaliação, e ao mesmo tempo incentivar sua utilização.
RECURSOS NECESSÁRIOS
Os Mapas Mentais podem ser construídos à mão com o uso de papel,
caneta e lápis de cor. Sugere-se que os alunos façam dessa forma durante as aulas
pela sua praticidade e velocidade. Mas também se sugere que depois sejam passadas
para o computador ou smartphone com base em software especializado para esse
fim. Existem diversos software específicos para produção de Mapas Mentais, entre
eles o Coggle (https://coggle.it/)) e MindMup (https://www.mindmup.com/)
que possuem versões gratuitas. O benefício de usar software é a capacidade de
atualizar sem precisar ter que reescrever todo o Mapa Mental, salvar na nuvem e
acessar de qualquer lugar com aparelhos conectados a internet. A mesma sugestão
para a elaboração de Mapas Mentais se faz para os docentes que forem adotar
essa metodologia, principalmente pelo que demonstrou o trabalho de Safar et
al. (2014) em que futuros professores afirmaram que ficaram muito satisfeitos
com
a utilização de Mapas Mentais e que preferiram a utilização de softwares
especializados para construí-los em vez de desenhá-los à mão ou com aplicativos
de produtividade de desktop regulares. Além disso, todos os participantes dessa
pesquisa consideraram o software especializado como um dos requisitos de
sucesso para a utilização de Mapas Mentais.
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RESULTADOS ESPERADOS E AVALIAÇÃO
Essa proposta de intervenção não foi aplicada em uma turma de
discentes real do IFCE, por isso, não se têm resultados para apresentar.
Entretanto, os resultados esperados são semelhantes aos encontrados na literatura
como: dar ao aluno a possibilidade de organizar as informações de forma lógica
e criativa (BOACĂ et al., 2017; EDWARDS e COOPER, 2010), favorecer o
autoaprendizado e o aprendizado em grupo (CHUA et al., 2014), a transposição
de textos para um esquema cognitivo aumenta a eficácia e a facilidade na
abordagem de tarefas complexas (CISMAS et al., 2016), entre outros. Da mesma
forma, não se têm uma avaliação para apresentar, mas se sugere que quando
for implementada essa proposta de intervenção, seja aplicado questionários de
satisfação com os alunos para avaliar os benefícios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A grande quantidade de informações disponíveis atualmente, além das
diversas fontes sobre o mesmo tema, torna o processo de captar o que realmente
tem valor uma tarefa às vezes muito difícil. Por isso, a importância de usar Mapas
Mentais que são materiais de consulta rápida, inteligente e eficaz que podem ser
melhorados continuamente.
Após uma revisão bibliográfica sobre o uso de Mapas Mentais usados
no processo de aprendizagem foi apresentada uma proposta de intervenção,
mas devido à excepcionalidade do ano de 2020, marcado pela pandemia do
COVID-19 não foi possível aplicar em uma turma de discentes real do IFCE.
Mas a partir da revisão bibliográfica, constatou-se o grande potencial dessa técnica
para melhorar o aprendizado dos discentes, como é o caso do ensino da medicina
que é um curso que combina teoria e prática (Farrand et al., 2002; Ying et al.,
2017), sendo uma demonstração que pode também ser usada com sucesso na
educação profissional.
Para trabalhos futuros é sugerida a aplicação dessa proposta de
intervenção em uma turma real, aplicado questionário de satisfação com os
alunos e realizado uma análise estatística dos resultados. Outra proposta de
trabalho futuro é separar dois grupos de alunos da mesma disciplina, um usando
a metodologia proposta, outro grupo não usando e comparar os resultados dos
dois grupos.
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