QUEM EDUCA EM UM AMBIENTE EDUCACIONAL? O LEGADO PIAGETIANO PARA PENSAR A CONVIVÊNCIA ÉTICA NA ESCOLA E O PAPEL DA AUTORIDADE E DO PROTAGONISMO INFANTO-JUVENIL

Autores

  • Luciene Regina Paulino TOGNETTA Universidade Estadual Paulista - Araraquara - SP
  • Rafael Petta DAUD Universidade Estadual Paulista - Araraquara - SP

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-1655.2017.v9esp.10.p264

Palavras-chave:

Convivência ética; Piaget; Autoridade; Protagonismo.

Resumo

Quem educa em um ambiente educacional? A difícil, atual e ao mesmo tempo, velha resposta a essa pergunta foi pensada por Piaget ao se preocupar com a natureza da educação proveniente da escola: que esta forme o raciocínio pronto e a consciência moral. Certamente, há tanta dificuldade em tal tarefa quanto à atualidade de investigações que, há mais de um século, já situavam a necessária relação entre o Eu e o Outro. Pensar a convivência ética na escola impõe-se hoje como um desafio aos que nela acreditam. Renovar as certezas de que somente um ambiente livre de tensões, com relações de confiança e respeito mútuo possibilitará tal ganho é reiterar a obra de um gênio que soube dizer a seu tempo, que com viver significa viver a experiência de trocas com outro cuja responsabilidade é pela inserção no mundo moral (a autoridade) e outro cuja essência é a mover-se a ele, ou, como queiramos, se co mover (o par).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARENDT, H. A Condição Humana. Trad. Roberto Raposo, Posfácio de Celso Lafer. 10
ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
BANDURA, A. Social cognitive theory of moral thought and action. In W. M. Kurtines
& J. L. Gewirtz (Eds.), Handbook of moral behavior and development: Theory, research
and applications, v. A, Hillsdale, NJ: Erlbaum, p. 71-129, 1991.
______. Moral disengagement in the perpetration of inhumanities. Personality and Social Psychology Review, v. 3, p. 193-209, 1999.
______. Selective moral disengagement in the exercise of moral agency. Journal of Moral Education, v. 31, p. 101-119, 2002.
BIONDI, R. SAEB. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) /Ministério da Educação e do Desporto. Brasília, MEC/SEF, 2008.
Disponível em: <http://www.inep.gov.br/basica/saeb/> Acesso em: 12 mar. 2008.
CASASSUS, J. A Escola e a desigualdade. Chile: Liber Livro, 2008.
COWIE, H.; WALLACE, P. Peer Suport in Action. Londres: Sage Publications, 2000.
CUNHA, M. B.; COSTA, M. O clima escolar de escolas de alto e baixo prestígio. In:
Reunião da associação nacional de pós-graduação e pesquisa em educação: sociedade,
cultura e educação. Novas Regulações, 2009, Caxambu: Anped, 2009.
DEBARBIEUX, É., et al. Le «Climat scolaire»: définition, effets et conditions
d’amélioration. Rapport au Comité scientifique de la Direction de l’enseignement scolaire, Ministère de l’éducation nationale. MEN-DGESCO/Observatoire International de
la Violence à l’École, 2012.
DUCKENFELD, M.; REYNOLDS, B. School Climate and Dropout Prevention. In:
DARY, T.; PICKERAL, T. (ED) School Climate Practices for Implementation and Sustainability. A School Climate Practice Brief, Number 1, New York, NY: National
School Climate Center, 2013.
DUBET, F. A formação dos indivíduos: a desinstitucionalização. Revista Contemporaneidade e Educação, São Paulo, v. 3, p. 27-33, 1998.
FREIBERG, H. J.; STEIN, T. A. Measuring, Improving and Sustaining Healthy Learning Environments In: FREIBERG, H. J. (org) School Climate: Measuring, Improving
and Sustaining Healthy Learning Environments. Taylor & Francis e-Library, 2005.
287
Volume 9 Número Especial/2017
www.marilia.unesp.br/scheme
ISSN: 1984-1655
GAGE, N. A.; PRYKANOWSKI, D. A.; LARSON, A. School Climate and Bullying
Victimization: A Latent Class Growth Model Analysis. School Psychology Quarterly,
Vol. 29, No. 3, P. 256–271, 2014.
GARCIA, J. Indisciplina, incivilidade e cidadania na escola. Educação Temática Digital, Campinas, v.8, 1, p. 121-130, dez. 2006.
GARCIA, J.A.; TOGNETTA, L.R.P.; VINHA, T.P. Indisciplina, conflitos e bullying na
escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2013.
GAZIEL, H. O clima psicossocial da escola e a satisfação que os docentes do segundo
grau encontram no seu trabalho. Le travail humain, tomo 50, n. 1, p. 35-45, 1987.
GIDDENS, Anthony. As conseqüências da Modernidade. Tradução de Raul Fiker. São
Paulo: Unesp, 1991.
JANOSZ, M. et al. L’environnement socioéducatif à l’école secondaire: un modele théorique pour guider l’évaluation du milieu. Revue Canadienne de Psychoéducation, v.
27, n. 2, p. 285-306, 1998. Disponível em: Acesso em: 22 jan. 2015.
LA TAILLE, Y. Autoridade na escola. In: AQUINO, J. (org.) Autoridade e autonomia
na escola. São Paulo: Summus, 1999.
______. Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
LEME, M. I. S. Convivência, conflitos e educação nas escolas de São Paulo. São Paulo:
ISME, 2006.
______. Educar para a convivência: a gestão de conflitos na escola. Educação, São Paulo, v. 1, p. 46-55, 2007.
LOUKAS, A. What is school climate? High-quality school climate is advantageous for
all students and may be particularly beneficial for at-risk students. Leadership Compass,
Virgínia, USA, v. 5, n. 1, p. 1-3, 2007.
MENESINI, E. ET AL. Moral emotions and bullying: A cross-national comparison of
differences between bullies, victims and outsiders. Aggressive Behavior, 29(6), p.515-
530, 2013.
PERKINS, B. K. Where we learn: the Cube Survey of Urban School Climate. Alexandria, VA: National School Boards Association, 2006.
______. Where we teach: the Cube Survey of Urban School Climate. Alexandria, VA:
National School Boards Association, 2007.
PIAGET, J. O juízo moral na criança. São Paulo: Summus, 1932/1994.
288
Volume 9 Número Especial/2017
www.marilia.unesp.br/scheme
ISSN: 1984-1655
______. Las relaciones entre la inteligência y la afectividad em el desarrollo mental del
ninõ. In: DELAHANTY, G. PERRËS (comp). Piaget y el psicoanálissis. México: Universidade Autonoma Metropolitana, p.181 –290, 1962/1994.
______. Como se desarolla la mente del niño. In: PIAGET, J. et al. Los años postergados: la primera infancia. Paris: UNICEF, 1975.
______. O nascimento do raciocínio na criança. 5ª. Ed. São Paulo: El Ateneo, 1969,
1993.
PIKAS, A. The common concern method for the treatment of mobbing. In.: ROLAND,
R.; MUNTHE, E. (Eds.) Bullying: An international perspective. Londres: David Fulton,
1989.
RICOEUR, P. Soi-même comme un autre. Éditions du Seuil, 1990.
RIGBY, K. What children tell us about bullying in schools. Children Australia, v. 22,
p.18-28, 1997.
SALMIVALLI, C. Bullying and the Peer Group: A Review. In: Aggression and Violent
Behavior, 15 (2), p. 112-120, 2010.
SALMIVALLI, C.; LAGERSPETZ, K.; BJORKQVIST, K.; OSTERMAN, K.; KAUKIAINEN, A. Bullying as a group process: participant roles and their relations to social
status within the group. Aggressive Behavior, v. 22, p. 1-15, 1996.
SILVA, E. N.; ROSA, E. C. S. Professores sabem o que é bullying?: Um tema para a
formação docente. Psicol. Esc. Educ. [online], vol.17, n.2, pp. 329-338, 2013.
SMITH, Adam. Teoria dos sentimentos morais. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
TAVARES, M. R., et. al. Avaliando valores em escolares e seus professores: proposta
de construção de um escala. Coleção Textos FCC (Impresso), v. 46, p. 1-85, 2015.
______. Construção e validação de uma escala de valores sociomorais. Cadernos de
Pesquisa v.46 n.159 p.186-210 jan./mar. 2016.
THAPA, A., et al. School Climate Research Summary: August 2012. School Climate
Brief, no. 3. National School Climate Center, New York, NY., 2012. Disponível em:
<www. schoolclimate.org/climate/research.php>. Acesso em: 06, fev. 2014.
______. Review of School Climate Research. Review of Educational Research. 19
April 2013. Disponível em:
289
Volume 9 Número Especial/2017
www.marilia.unesp.br/scheme
ISSN: 1984-1655
<http://rer.sagepub.com/content/early/2013/04/18/0034654313483907>. Acesso em: 06,
fev. 2014.
TOGNETTA, L. R. P. A construção da solidariedade e a educação do sentimento na
escola. Campinas: Editora Mercado de Letras 2003.
TOGNETTA, L. R. P et al. Um panorama geral da violência na escola e o que se tem
feito para superá-la. Coleção: Os meus, os seus, os nossos bagunceiros. Campinas: Editora Mercado de Letras, volume 1, 2010.
TOGNETTA, L. R. P.; DAUD, R.P. Formação docente e superação do bullying: um
desafio para tornar a convivência ética na escola. Anais do Congresso Nacional de Formação de Professores e Congresso Estadual Paulista de Formação de Professores.
Unesp: Águas de Lindóia, p. 3918-3929, 2016.
TOGNETTA, L.R.P.; DAUD, R.P.; GONÇALVES, C. C. Validação de um instrumento
de desengajamentos morais para professores. Relatório de Pesquisa. Texto não publicado, 2017.
TOGNETTA, L. R. P.; VINHA, T. Reconhecimento de situações de bullying por gestores brasileiros e as intervenções proporcionadas. In: LINARES, J. J. G. et al. Investigación en el ámbito escolar: un acercamiento multidimensional a las variables psicológicas y educacionales. Almeria/Espanha: Editorial GEU, p. 227-232, 2013.
VASCONCELOS, M. S. Indisciplina no contexto escolar: estudo a partir de representações de professores do ensino fundamental e médio. Apresentação de trabalho. Florianópolis: ANPEP, 2005.
VEIGA NETO, A. A ordem das disciplinas. Porto Alegre: Tese de Doutorado UFRS.
1996.
VINHA, T. P. O educador e a moralidade infantil. Campinas: Editora Mercado de Letras, 2003.
VINHA et. al. O clima escolar e a convivência respeitosa nas instituições educativas.
Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 27, n. 64, p. 96-127, jan./abr. 2016
______. Em busca de caminhos que promovam a convivência respeitosa em sala de aula
todos os dias: investigando o clima escolar. Projeto de pesquisa. Unicamp/Fapesp, Processo 2014/24297-5, Edital das Ciências Humanas e Sociais. Campinas, 2015.
VINHA, T.; TOGNETTA, L. R. P. Construindo a autonomia moral na escola: os conflitos interpessoais e a aprendizagem dos valores. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n.
28, p. 525-540, set./dez. 2009.

Downloads

Publicado

2017-07-25

Edição

Seção

Artigo