COMO APRENDEM OS ALUNOS ANSIOSOS? A DESCEN-TRAÇÃO E A TOMADA DE CONSCIÊNCIA COMO PRÁTICA PEDAGÓGICA DE PROFESSORES

Autores

  • Mariana do Nascimento Costa NASCIMENTO Universidade Estadual de Maringá-PR
  • Geiva Carolina CALSA Universidade Estadual de Maringá-PR

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-1655.2015.v7n2.p98-120

Palavras-chave:

Ansiedade. Descentração. Jogos de regras. Tomada de Consciência.

Resumo

A ansiedade está presente no comportamento humano, desde os tempos mais primitivos, visto que faz parte de sua natureza ter sentimentos de ameaça, perigo, enfim do que não é conhecido. Na contemporaneidade a ansiedade pode ser entendida como fruto da pós-modernidade e con-siderada “normal” para os sujeitos. Reportando-se ao âmbito educacional, estudos na área da psicopedagogia afirmam que a ansiedade em excesso pode influenciar negativamente na aprendizagem. Frente a esses estudos, a presente pesquisa objetivou investigar quais práticas pedagógicas podem auxiliar crianças com ansiedade a descentrar seu pensamento. E como hi-pótese inicial inferiu-se que o recurso cognitivo da descentração e tomada de consciência podem auxiliar na melhoria da aprendizagem de alunos em condições de ansiedade desde que mediado pelos docentes. Os aportes teóricos adotados foram os estudos de Piaget (1978a, 1978b, 1983, 1987, 1994, 2007, 2010), Bauman (2005, 2007, 2008, 2010, 2013) e da Psicanálise. Para con-cretização do estudo, buscou-se nos sítios BDTD e CAPES, durante o período de 2005 a 2014, trabalhos que relacionassem ansiedade e descentração. Os resultados dessa busca indicam que não há pesquisas que tratem simultaneamente das duas temáticas. Os estudos mostram também que os jogos de regras constituem-se instrumentos pedagógicos que podem auxiliar a redução da ansiedade dos indivíduos além de outros objetivos. Conclui-se que a descentração aliada aos jogos de regras podem se constituir ferramentas pedagógicas relevantes para auxiliar a redução da ansiedade dos alunos. Se acompanhados de intervenção adequada do docente favorece a tomada de consciência desses sujeitos sobre seu pensamento e o pensamento do outro.

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Publicado

2016-01-31

Edição

Seção

Artigo