Sensação e percepção no contexto dos estudos em Epistemologia Genética

Autores

  • João Alberto da Silva Universidade Federal do Rio Grande de Sul
  • Julio Cesar Bresolin Marinho Universidade Federal do Pampa - Uruguaiana-RS
  • Grasiele Ruiz Silva Instituto Federal do Rio Grande do Sul
  • Roberta Chiesa Bartelmebs Universidade Federal do Paraná - Curitiba-PR
  • Janaína Borges da Silveira Rede Municipal do município de Rio Grande-RS

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-1655.2014.v6n2.p51-67

Palavras-chave:

Sensação, Percepção, Aprendizagem, Abstração Reflexionante

Resumo

Este ensaio é uma revisão que tem por objetivo discutir a relação entre sensação e percepção no
contexto dos estudos sobre aprendizagem oriundos a partir da perspectiva da Epistemologia Genética, com o acréscimo de algumas contribuições das neurociências e da psicologia contemporânea. O estudo procura articular diferentes obras de Piaget que tratam do problema do conhecimento, em especial, sob a ótica da Teoria da Abstração. Igualmente, as neurociências têm diferenciado, atualmente, as ideias de sensação e percepção. Temos o entendimento de que a sensação refere-se a uma experiência sensorial que é iniciada por um estímulo externo, originado nos mecanismos biológicos, e a percepção diz respeito à interpretação que o sistema cognitivo tem a partir da sensação recebida. Em geral, as teorias da aprendizagem se movem em direção a uma ou outra interpretação sobre como o sujeito aprende, ora enfatizando o meio externo, ora entendendo que somente os processos internos são responsáveis pela aprendizagem. Nesse sentido, apresentamos a Teoria da Abstração Reflexionante, modelo elaborado dentro da Epistemologia Genética, como possibilidade para discutir os papéis da sensação e da percepção nos processos de aprendizagem. Compreendemos a aprendizagem como uma construção, uma vez que os processos pelos quais o sujeito elabora o conhecimento não são oriundos apenas dos objetos, nem tampouco estão contidos somente nas estruturas cognitivas. Com isso, defendemos que o conhecimento é uma síntese das interações entre sujeitos e objetos, sensação e percepção, através das estruturas cognitivas, permitindo um conhecimento de mundo cada vez mais aprofundado à medida que as interações com o mundo se intensificam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BEAR, M.; CONNORS, B.; PARADISO, M. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BECKER, F. O caminho da aprendizagem em Jean Piaget e Paulo Freire: da ação à operação.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
GAZZANIGA, M. S.; IVRY, R. B.; MANGUN, G. R. Neurociência cognitiva. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
KOFFKA, W. Princípios da Psicologia da Gestalt. São Paulo: Cultrix, 1975.
KOHLER, W. Psicologia da Gestalt. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.
PIAGET, J. Abstração Reflexionante: relações lógico-aritméticas e ordem das relações espaciais. Trad. Fernando Becker e Petronilha G. da Silva, Porto Alegre: Artes Médicas,
1977b/ 1995.
_____. A Imagem Mental na Criança. Porto: Livraria Civilização, 1966/ 1977.
_____. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1937/ 1979b.
_____. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho; imagem e representação.
Rio de Janeiro: Zahar, 1945/ 1978.
_____, J. ; Inhelder, B. Gênese das estruturas lógicas elementares. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar,
1959/ 1975.
_____. Memória e inteligência. Rio de Janeiro/Brasília: Artenova/UnB, 1968/ 1979a.
SAGAN, C. Cosmos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.
SOLER, M. A. Didáctica multisensorial da las ciencias: un nuevo método para alumnos ciegos, deficientes visuales, y también sin problemas de visión. Barcelona: Ed. Paidós Ibérica, 1999.
WOLFE, P. Compreender o funcionamento do cérebro e a sua importância para a aprendizagem.
Porto: Porto Editora, 2004.

Downloads

Publicado

2015-01-28

Edição

Seção

Artigo