SHAKESPEARE E DERRIDA: CONSIDERAÇÕES SOBRE TRADUÇÃO E PERDÃO EM “O MERCADOR DE VENEZA”
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n29.07.p72Palavras-chave:
Perdão, Tradução, Desconstrução, ShakespeareResumo
Este trabalho tem como horizonte a leitura e consideração das noções de tradução e perdão, a partir daquilo que a contemporaneidade convencionou chamar de desconstrução. Esse pensamento ou, como sustentaremos, esse idioma filosófico da desconstrução teve na figura de Jacques Derrida sua expressão mais consistente. Tomando como pontos de partida a cena bíblica de Babel e a peça O mercador de Veneza, de Shakespeare, veremos como, para Derrida, tanto a tradução quanto o perdão são atravessados pelo caráter de impossibilidade que é, ao mesmo tempo, a sua chance de acontecer ou ter lugar. Trata-se, portanto, de dar a pensar algumas das questões contidas na cena babélica e na comédia do dramaturgo inglês, relativas à tradução e à ideia de perdão, a partir do apelo incondicional da desconstrução derridiana. Dando relevo ao caráter aporético da tradução, verifica-se aí ao mesmo tempo a impossibilidade e a possibilidade de perspectivação do perdão ele mesmo.
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