O CONCEITO DE LIBERDADE EM CÍCERO E MAQUIAVEL À LUZ DO REPUBLICANISMO DE QUENTIN SKINNER EM SUA FASE INICIAL

Autores

  • Bruno Santos Alexandre Professor Colaborador no colegiado de Filosofia da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) https://orcid.org/0000-0001-8286-6382

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n32.p14-31

Palavras-chave:

Quentin Skinner, Maquiavel, Cícero, Liberdade, Republicanismo

Resumo

Trata-se, neste artigo, de elucidar a aproximação proposta por Quentin Skinner entre Cícero e Maquiavel no curso da assim chamada fase inicial da carreira do primeiro intérprete: quando então identificava uma concepção de liberdade negativa no republicanismo dos dois últimos autores. Sendo assim, num primeiro momento do trabalho, pretendo demonstrar como a referida interpretação está fundamentalmente baseada no que Skinner concebe como um paradoxo da liberdade nos dois clássicos autores republicanos: o próprio avesso da liberdade (ou seja, a lei) como seu instrumento de realização. Num segundo e último momento do trabalho, trata-se de questionar se não haveria algum anacronismo nessa definição de um conceito republicano de liberdade, residido em Cícero e Maquiavel, com contornos tão próximos ao liberalismo. Nesse sentido, trago à tona as interpretações de Michel Villey e John Pocock, bem como as polêmicas leis agrárias republicanas romanas, chegando à seguinte conclusão. Se, por um lado, notadamente sobre Cícero, corrobora-se muito da posição skinneriana discutida até então, por outro lado, impõe-se para ela algumas dificuldades, especificamente no que diz respeito à sua interpretação de Maquiavel.

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Publicado

2020-07-21