JUSTIÇA EM PLATÃO E ROUSSEAU: A LEI GRAVADA NO CORAÇÃO DOS CIDADÃOS

Autores

  • Gustavo Cunha Bezerra Doutorando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Professor do curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2012.v4n07.4445

Palavras-chave:

Rousseau, Platão, Justiça

Resumo

Procuro analisar neste artigo a relação entre o pensamento de Platão e Rousseau quanto à concepção e condições que tornem possível a justiça. O recurso à dissimulação, largamente tratado por Rousseau em suas obras, permite a aparência da justiça ao injusto, o que torna a injustiça mais vantajosa do que a justiça. Esse tema é levantado a partir da passagem sobre o anel de Giges na República de Platão e retomado por Rousseau, que vê no hipotético uso desse anel a possibilidade de conhecer o íntimo das pessoas e, assim, julgá-las de forma justa. Dessa maneira, o “coração dos homens” é o lugar privilegiado ao qual Rousseau desejaria ter acesso para curar a sociedade. Ao pensar as formas saudáveis e prósperas de sociedade, uma preocupação central em Rousseau é o íntimo dos cidadãos. Influenciado pelas repetidas leituras da República de Platão e pela grande admiração que sente por essa obra, Rousseau defende uma educação que atinja o interior dos indivíduos – tal como o pensador grego – como única forma de se instaurar uma sociedade justa.

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Publicado

2012-07-31

Edição

Seção

Artigos