O ESPÍRITO DE CONTRADIÇÃO DESORGANIZADO: IRONIA, RELIGIÃO E DIALÉTICA NA RELAÇÃO ENTRE HEGEL E O ROMANTISMO

Autores

  • Régis de Melo Alves Mestrando em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n30.08.p109

Palavras-chave:

Dialética, Romantismo, Ironia, Estética, Filosofia da religião, Solger

Resumo

Este trabalho intenta analisar a relação de Hegel com a ironia romântica através de sua consideração da ironia subjetiva de Schlegel e da ironia "objetiva", divina, de Solger a fim de compreender em que sentido o pensar especulativo supera o espírito de contradição desordenado da ironia romântica que bloqueia o desenvolvimento dialético. Abordaremos primeiro os momentos centrais em que Hegel trata da ironia em sua obra em ordem cronológica, no âmbito ético e estético, nos quais destaca-se a consideração da subjetividade moderna desatrelada dos conteúdos substanciais do espírito, cujo maior representante aos seus olhos é Friedrich Schlegel. Por fim, concentraremo-nos na análise hegeliana do pensamento de Solger apresentada na Resenha dos Escritos Póstumos e Correspondência de Solger, já que sua compreensão da ironia é muito próxima da dialética hegeliana, ocupando, assim, um lugar limítrofe entre romantismo e filosofia especulativa. Solger teria superado a unilateralidade da subjetividade romântica que se contrapunha à efetividade (Wirklichkeit). Porém, apesar de aceder à necessidade da unidade dialética dos opostos na apreensão do absoluto, Solger ainda concede primazia à experiência do divino como algo contraposto às mediações conceituais, deste modo, mantendo-se na perspectiva do entendimento que pressupõe o absoluto como um em-si inapreensível pelo pensamento e que apenas pode se manifestar na forma da experiência imediata.

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Publicado

2019-12-31

Edição

Seção

Artigos