ERRÂNCIAS ESTÉTICAS: SURREALISMO, SITUACIONISMO E ARTE RADICANTE

Autores

  • Ricardo Nascimento Fabbrini Professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2015.v7n15.5700

Palavras-chave:

Errância, Radicante, Vanguarda, Comunicação, Revolução

Resumo

Esse artigo caracteriza o projeto moderno na arte e na arquitetura pela esperança de reconciliação entre arte e vida, destacando, em seu interior, o intento de tomar o “caminhar como prática estética”; como nas vagâncias dadá-surreais dos anos 1910 e 1920, herdadas da flânerie baudelaireana do século XIX; nas deambulações situacionistas e nas peregrinações da land art, dos anos 1960 e 1970; e, no período dito pós-vanguardista, no nomadismo dos artistas radicantes, na expressão de Nicolas Bourriaud, dos anos 1990 e 2000. Mostramos, por fim, que embora o artista radicante compartilhe com as vanguardas o objetivo de produzir a vida cotidiana como obra de arte, delas se distancia porque não é movido pelo intento de libertar a potência revolucionária do desejo, abrindo-se à imponderabilidade do devir, mas pela ideia de trocas culturais enquanto prática intersubjetiva conforme o paradigma contemporâneo da comunicação.

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Publicado

2016-01-02

Edição

Seção

Artigos