MORAL: VIDA E EMOÇÃO

Autores

  • Gilberto Bettini Bonadio Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Campus Guarulhos

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2013.v5n10.4534

Palavras-chave:

Bergson, Moral, Vida, Emoção, Intuição

Resumo

Bergson em As duas fontes da moral e da religião se propõe a investigar a origem da moralidade e da religiosidade humana, encarando-as como formas criadas pelo élan vital no curso do desenvolvimento da vida. Bergson concebe o surgimento da sociedade como algo natural, isto é, como um artifício da natureza para que o homem pudesse perseverar no mundo; assim, sua pesquisa visa encontrar e analisar os caminhos que a vida mesma armou no interior do humano, em sua constituição biológica, para que ele pudesse se apegar de diversas formas à existência. Descortinando os motivos pelos quais as variadas sociedades, bem como suas mais diferentes morais se constituem como fechadas ou visando aos interesses da espécie, e abertas, tendo na humanidade uma referência por onde o amor criativo passaria, o filósofo nos mostra como determinados homens, excepcionais, vêm ao mundo encarnado em múltiplos sentidos uma nova atitude criadora, ainda não expressa, que se revela através de uma intuição despertada por uma emoção profunda. Dessa forma, a relação entre moral, vida e emoção é o que cumpre aqui estabelecer, uma vez que as leis morais seguidas pela humanidade são, no limite, necessidades vitais colocadas pela natureza e que só alcançam um desenvolvimento melhor graças à inteligência humana que, mesmo atrelada à necessidade imposta, também pode encontrar dentro de si a abertura para uma liberdade possível.

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Publicado

2013-12-19

Edição

Seção

Artigos