ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A GOVERNAMENTABILIDADE LIBERAL E/OU NEOLIBERAL A PARTIR DE MICHEL FOUCAULT

Autores

  • Tiago Nilo Mestrando em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2010.v2n03.4355

Palavras-chave:

Liberalismo, Neoliberalismo, Governamentabilidade liberal, Homo Oeconomicus, Capital humano

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de examinar duas características imprescindíveis no desenvolvimento do liberalismo para o neoliberalismo, a saber, as relações entre mercado e Estado e o aparecimento do chamado homo oeconomicus. Dito de um modo mais preciso, naquilo que Foucault chama de governamentabilidade, a arte de governar do liberalismo, em tal racionalidade, em tal prática, em tal exercício de governo, este trabalho, este estudo tem por objetivo buscar saber quais são os efeitos desta passagem: do liberalismo ao neoliberalismo. Para tal intento serão dois os pontos a serem examinados, a saber, as relações entre o mercado e o Estado e o aparecimento do chamado homo oeconomicus. A tensão existente entre as subjetividades dos cidadãos que compõem o Estado e a mínima administração deste. Isto é, de que forma o mercado, as relações de mercado se entrelaçam ou adentram nesta tensão. Equivale, portanto, questionar quem detêm o poder na governamentabilidade liberal: o Estado ou o mercado? As relações sociais no modelo de mercado econômico que outrora eram de troca, passam a ser relações de concorrência. Assim, a concorrência nas relações humanas propicia o desenvolvimento do chamado capital humano. E, para firmar, solidificar ou pactuar estas relações sociais, o direito e a economia consolidam um casamento perfeito. Deste modo, sociedade civil e o homo oeconomicus fazem parte de um conjunto chamado tecnologia da governamentabilidade liberal. Gerenciar ou governar passa a ser modelar as subjetividades que a compõem. Ou seja, governar, no modelo neoliberal, significa administrar as subjetividades que estruturam o Estado. No entanto, este „governar? significa, tão somente, gerenciar o chamado capital humano – o ser humano que investe em si mesmo.

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Referências

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

______. Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GIRARD, René. A violência do sagrado. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1990.

WEIL, Simone. Opressão e liberdade. Bauru: EDUSC, 2001.

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Publicado

2010-04-25

Edição

Seção

Artigos