LIBERDADE E DETERMINAÇÃO NA FILOSOFIA SARTRIANA

Autores

  • Thana Mara de Souza Professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES )

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2010.v2n03.4331

Palavras-chave:

Sartre, Liberdade, Determinação

Resumo

A literatura crítica costuma dividir a filosofia de Sartre em duas fases: a primeira, de O ser e o nada (1943), teria uma liberdade definida abstratamente e o homem descrito de modo solipsista; enquanto a segunda fase, de Crítica da Razão Dialética (1960), teria uma liberdade pensada historicamente e o homem descrito em meio a grupos sociais.Neste artigo pretendo mostrar, contrariando a tese de ruptura entre esses dois momentos (embora admitindo que há diferença de ênfase entre eles), que na dita “primeira fase”1 a liberdade não deve ser pensada como abstrata e sem relações com a história, mas que mesmo aqui a historicidade é considerada como fundamental. Para isso, analisarei o livro principal da chamada “primeira fase” a fim de mostrar que definir a liberdade como absoluta, o que é feito em O ser e o nada, não significa, em Sartre, defini-la como abstrata, mas sim pensá-la como necessária em toda ação e em toda fuga humana, em todo exercício de libertação e em todo exercício de opressão – e se essa noção exclui a possibilidade de uma determinação total, isso não implica desconsiderar a concretude de nossas vivências.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBÉRÈS, R.M. Jean-Paul Sartre. Belo Horizonte: ed. Itatiaia Limitada, 1958.

BELO, Renato. O paradoxo da liberdade: psicanálise e história em Sartre – dissertação de mestrado defendida na FFLCH/USP em 2008.

BORNHEIM, G. Sartre: metafísica e existencialismo. São Paulo: editora Perspectiva, 1971.

GARAUDY, R. Une littérature de fossoyeurs. Paris: éditions sociales, 1947.

GAUDEAUX, J. Engagements et marxismes chez Jean-Paul Sartre. Tese de doutorado na Universidade de Lille III, 2000.

GOMEZ-MULLER, A. Sartre, de La Nausée à l'engagement. Paris: éditions du Felin, 2004.

GRELL, I. . Les chemins de la liberté de Sartre, genèse et écriture. Berne: Peter Lang, 2005.

LOUETTE, J. Sartre: la littérature, hermeneutique du silence. Tese de doutorado apresentada na Universidade de Sorbonne Nouvelle (Paris III) em 1988.

LUKÁCS. Existencialismo ou Marxismo? São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas Ltda, 1979.

MARCUSE. “O existencialismo: comentários a O ser e o nada” In Cultura e Sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

MENDONÇA, C. O mito da resistência. Tese de doutorado defendida na FFLCH/USP em 2001.

MÉSZAROS, I. A obra de Sartre: busca da liberdade. São Paulo: ed. Ensaios, 1991.

MOUTINHO, L. Sartre – Psicologia e Fenomenologia. Dissertação de mestrado apresentada ao departamento de filosofia da USP, 1993.

NOUDELMANN, F. L’incarnation imaginaire. Paris: L?Harmattan, 1995.

PERDIGÃO, P. Existência e liberdade. Porto Alegre: LP&M, 1995.
SARTRE. O ser e o nada, Petrópolis: ed. Vozes, 1999.

______. “Matérialisme et révolution” In Situations III, Paris, Gallimard: troisième édition.

______. Questões de método. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

______. Que é a literatura?. São Paulo: editora Ática, 2004.

______. Oeuvres Romanesques. Paris: gallimard, 1981.

______. Entretien avec Sicard, “l?écriture er la publication” in Revue Obliques, n. 24/25, 1981.

SILVA, F. Ética e literatura em Sartre. São Paulo: editora Unesp, 2004.

______. “Metafísica e história no romance de Sartre” in Revista CULT, ano III.

Downloads

Publicado

2010-04-25

Edição

Seção

Artigos