O CONCEITO DE FELICIDADE EM FREUD

Autores

  • Jaqueline Feltrin Inada Mestranda em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2009.v1n01.4292

Palavras-chave:

Felicidade, Princípio de prazer, Freud, Constituição psíquica

Resumo

Em O mal-estar na cultura, Freud dedica um espaço privilegiado de reflexão para o tema da felicidade. Para o autor, a felicidade, tal como é comumente concebida pelos homens, significa obtenção de prazer. Por ser determinada pelo programa do princípio de prazer, passa a denotar, além de obtenção de prazer, evitação de desprazer. Mas esse princípio visa, sobretudo, evacuar toda a excitação presente no aparelho psíquico, o que conduz a afirmativa de que o aparelho psíquico não está voltado para produzir um estado prazeroso. Assim sendo, O mal-estar na cultura anuncia uma contradição entre aquilo que constitui o propósito dos homens em suas vidas, ou seja, a felicidade no sentido de obter prazer, e a possibilidade real dela ser alcançada, uma vez que toda a constituição psíquica está voltada para atingir o estado zero de tensão. O conceito de felicidade pode, neste sentido, ser entendido como um estado sem excitação, visto que é determinado pelo princípio de prazer.

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Referências

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Publicado

2009-03-20

Edição

Seção

Artigos