FORMAÇÃO DOCENTE E O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

O PROGRAMA “QUEM AMA ABRAÇA” NA REDE MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ/SP

Autores

  • Marta Regina Paulo da SILVA Universidade Municipal de São Caetano do Sul
  • Magali da FONSECA Universidade Municipal de São Caetano do Sul
  • Reny Scifoni SCHIFINO Prefeitura Municipal de Santo André

DOI:

https://doi.org/10.36311/2236-5192.2019.v20esp.05.p51

Palavras-chave:

Formação docente, Feminicídio, Relações de gênero

Resumo

O artigo apresenta a experiência do município de Santo André/SP com a formação de professoras(es) para as questões de gênero, como parte da estratégia de enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio. Parte do pressuposto de que o fenômeno da violência doméstica é resultado de um longo processo histórico marcado pelo patriarcado. O trabalho foi desenvolvido pela Secretaria de Políticas para Mulheres de Santo André em parceria com a Secretaria de Educação, através da adesão à campanha “Quem Ama Abraça, fazendo escola”. Dentre as ações, foi realizado curso de extensão universitária com estágio em vários equipamentos de atendimento à mulher vítima de violência. O referencial teórico contou com os estudos feministas e de gênero. Os resultados demonstram que, no período de realização da campanha, o Centro de Referência da Mulher de Santo André registrou aumento no número de atendimentos às mulheres, que procuravam orientações para sair do ciclo da violência e/ou solicitavam abrigo e medidas protetivas. Nas escolas observou-se discussões mais sistemáticas sobre a temática, em que os estereótipos de gênero e as práticas sexistas foram problematizadas. Conclui que é urgente criar, nas escolas, espaços de reflexão como forma de enfrentamento dessa violência que machuca e deixa marcas em crianças, jovens e adultas(os).

Recebido em: 14/05/2019
Aprovado em: 20/07/2019

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marta Regina Paulo da SILVA, Universidade Municipal de São Caetano do Sul

Doutora em Educação (UNICAMP). Professora na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

Magali da FONSECA, Universidade Municipal de São Caetano do Sul

Mestranda na Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Mestrado Profissional. Linha “Formação Docente”.

Reny Scifoni SCHIFINO, Prefeitura Municipal de Santo André

Mestre em Educação (UNICAMP). Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Rede Pública Municipal de Santo André/SP.

Referências

ALTMANN, Helena. Orientação sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estudos Femininos. Florianópolis, SC, v. 9, no. 2, p. 575-585, fev./2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8641.pdf. Acesso em 18/04/2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: orientação sexual, v. 10. Brasília. 1997. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro102.pdf

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. 2ª versão. Brasília, DF, 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Brasília, DF, 2017.

BRASIL. Lei Maria da Penha. Lei n. 11.340/2006. Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. Presidência da República, Brasil, 2006.

BRASIL. Lei 13.104 de 09 de março de 2015. Prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio. Presidência da República, Brasil, 2015.

BRASIL. IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA. Atlas da Violência: Feminicídio. Brasília, 2018. Disponível em http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/filtros-series/3/violencia-por-raca-e-genero. Acesso em 05 de maio de 2019.

BRASIL. IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA. A Institucionalização das políticas de enfrentamento à violência doméstica no Brasil. A Lei Maria da Penha: surgimento e repercussões. Brasília, 2015. Disponível em http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/artigo/23/a-institucionalizacao-das-politicas-publicas-de-enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres-no-brasil. Acesso em 05 de maio de 2019.

CONCHÃO, Silmara. A experiência da Campanha Quem Ama Abraça em Santo André no grande ABC paulista. In: KAMENSKY, Andréa Paula dos Santos Oliveira (org). Políticas & Direitos: políticas públicas de formação docente em direitos humanos, gênero e diversidade na escola no Brasil (2006-2016). São Paulo: Editora Pontocom, 2016, p.164- 209.

MATOS, Marlise; PARADIS, Clarisse Goulart. Desafios à despatriarcalização do Estado brasileiro. Cadernos Pagu. Campinas, SP, no. 43, p. 11-57, 2014.

ONU. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável do Planeta. 2015. Disponível em https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em 05 de maio de 2019.

Rede de Desenvolvimento Humano; Magna Mater; Instituto Avon. Quem Ama Abraça, fazendo escola. 2011.

SANTO ANDRÉ. Mulheres de Santo André em Pauta – Perfil Socioeconômico e o Mapa da Violência. Santo André: Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo; Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos; Secretaria de Política para as Mulheres; Departamento de Enfrentamento à Violência contra as mulheres e Equidade de Gênero, 2015.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 20, nº 2, jul./dez., 1995.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Teorias do currículo: uma introdução crítica. Porto: Porto Editora, 2000.

UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, 1998. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000086291_p. Acesso em 05 de maio de 2019.

Downloads

Publicado

2019-10-23

Como Citar

SILVA, M. R. P. da, FONSECA, M. da, & SCHIFINO, R. S. (2019). FORMAÇÃO DOCENTE E O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: O PROGRAMA “QUEM AMA ABRAÇA” NA REDE MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ/SP. Educação Em Revista, 20, 51–66. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2019.v20esp.05.p51

Edição

Seção

Artigos