A Diplomacia Cultural como meio para a Promoção da Interculturalidade no Brasil

Cultural Diplomacy as a means for the Promotion of Interculturality in Brazil

Autores

  • Taís Vasconcelos Cidrão UniChristus
  • Antonio Walber Muniz UNIFOR
  • Bianca Viana Thomaz UNIFOR

DOI:

https://doi.org/10.36311/2237-7743.2017.v6n3.06.p522

Palavras-chave:

Cooperação cultural

Resumo

Procurou-se através de um estudo predominantemente bibliográfico a correlação entre institutos da interculturalidade e da diplomacia cultural. O objetivo primordial do presente artigo é apresentar esta última como um instrumento de promoção do diálogo intercultural entre os países. A determinação do tema adveio da necessidade de promoção e da proteção das especificidades culturais de cada Estado e também o que cada um deles entende por direitos humanos. Busca-se, então, superar a polêmica acerca da dicotomia “universalismo x relativismo cultural”, propondo-se a interculturalidade como solução. Como a cultura não deve ser entendida como uma imposição de valores de um grupo sobre o outro, também não deve ser vista como um empecilho à preponderância dos direitos humanos. Dessa forma, a diplomacia cultural representa um instrumento ideal para a efetivação desse diálogo intercultural a fim de se alcançar uma confluência de chegada, e não de partida. A diplomacia cultural, por sua vez, é capaz de promover um diálogo sobre direitos humanos pautado no respeito e, sobretudo, na diversidade cultural. Defende-se aqui que a interculturalidade, entendida sob a perspectiva da hermenêutica diatópica.

Palavras-chave: Brasil. Interculturalidade. Diplomacia cultural.

 

 

Abstract: It was sought through a predominantly bibliographic study the correlation between the institutes interculturality and cultural diplomacy. The primary objective of this article is to present the last as an instrument to promote intercultural dialogue among countries. The determination of the theme came from the need to promote and protect the cultural specificities of each State and also what each one understands by human rights. It seeks, then, to overcome the polemic about the dichotomy "universalism vs. cultural relativism", proposing interculturality as a solution. Since culture should not be understood as an imposition of values from one group to another, it should not be seen either as a hindrance to the preponderance of human rights. In this way, cultural diplomacy is an ideal instrument for the realization of this intercultural dialogue in order to reach a confluence of arrival, not departure. Cultural diplomacy is capable of promoting a dialogue on human rights based on respect and, above all, on cultural diversity. It is argued here that interculturality, understood from the perspective of diatopic hermeneutics.

Keywords: Brazil. Interculturality.Cultural diplomacy.

 

 

Recebido em: julho/2017

Aprovado em: dezembro/2017

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Taís Vasconcelos Cidrão, UniChristus

Graduada em Direito pela UNIFOR Aluna da especialização em Direito e Processo Constitucionais pela UNIFOR. Mestranda em Direito, Acesso à Justiça e ao Desenvolvimento pela Unichristus. E-mail: <taisvcidrao@hotmail.com>.

Antonio Walber Muniz, UNIFOR

Professor de Direito Internacional na UNIFOR. Especialista em negócios internacionais pela UNIFOR. Mestre em Direito Constitucional pela UNIFOR. Doutor pela USP.  E-mail: <walber@unifor.br>.

Bianca Viana Thomaz, UNIFOR

Alumni do Departamento de Estado dos Estados unidos da América. Graduada em Direito pela UNIFOR. Especialista em Direito e Relações Internacionais pela UNIFOR. E-mail: <biancavthomaz@gmail.com>.

Referências

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

CANOTILHO, Gomes.Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2003.

CHAKRABORTY, Kishore (Ed.). Dicionário de Diplomacia Cultural. Berlin: Center for Cultural Diplomacy Studies, 2013.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 1993.

DECLARAÇÃO E PROGRAMA DE AÇÃO DE VIENA. Conferência Mundial Sobre Direitos Humanos (junho, 1993). Disponível em: <https://www.oas.org/dil/port/1993%20Declara%C3%A7%C3%A3o%20e%20Programa%20de%20Ac%C3%A7%C3%A3o%20adoptado%20pela%20Confer%C3%AAncia%20Mundial%20de%20Viena%20sobre%20Direitos%20Humanos%20em%20junho%20de%201993.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2017.

FLORES, Joaquin H. Direitos Humanos, Interculturalidade e Racionalidade de Resistência. Sequência: Estudos Jurídicos e Políticos, Florianópolis, p. 9-30, jan. 2002. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/15330/13921>. Acesso em: 8 de março de 2017.

GRAY, John. A Anatomia de John Gray: Melhores Ensaios. Tradução: José Gradel. Rio de Janeiro: Record, 2011.

LADEIA, André Luiz Cosme. A Relativização da Soberania em Face da Preservação dos Direitos e Garantias Fundamentais. In: Anuario Mexicano de Derecho Internacional, Cidade do México, v. X, p. 245- 278. 2010.

MÉXICO. Constituição (1917). Constituição dos Estados Unidos Mexicanos. Disponível em: <http://www.constitucion.gob.mx/>. Acesso em: 18 mai. 2017.

DEPARTAMENTO CULTURAL DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Diplomacia Cultural. Disponível em <http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=698&Itemid=215&lang=pt-BR>. Acessoem: 19 de mai. 2017.

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. O ministério. Disponível em: <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/o-ministerio>. Acesso em: 02 dez. 2017.

NYE, Joseph S. Soft Power – The Means to Success in World Politics.New York: PublicAffairs. 2004.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948. Disponível em: <http://www.ohchr.org/en/udhr/documents/udhr_translations/por.pdf >. Acesso em: 19 mai. 2017.

PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

PIOVESAN, Flávia. Direito ao Desenvolvimento – Desafios Contemporâneos. In: PIOVESAN, Flávia; SOARES, Inês Prado (coord.). Direito ao Desenvolvimento. Belo Horizonte: Fórum, 2010.

RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional. Rio de Janeiro: Renovar, 2005.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Por uma concepção multicultural de direitos humanos. In: Revista Crítica de Direitos Sociais. 48: p. 11-32, 1997. Disponível em: <http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/pdfs/Concepcao_multicultural_direitos_humanos_RCCS48.PDF>. Acesso em: 7 de março de 2017.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988. 7. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

RIBEIRO, Edgard T. Diplomacia Cultural: Seu Papel na Política Externa Brasileira. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.

TAIAR, Rogério. Uma Discussão Sobre a Relativização da Soberania Face à Efetivação da Proteção Internacional dos Direitos Humanos.2009. 321fls. Tese (Doutorado em Direitos Humanos) - Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

WILDE, Ralph. In: POOLE, Hilary et al. Direitos Humanos: Referências Essenciais. São Paulo: Universidade de São Paulo: Núcleo de Estudos da Violência, 2007.

Downloads

Arquivos adicionais

Publicado

2018-02-03

Como Citar

CIDRÃO, T. V.; MUNIZ, A. W.; THOMAZ, B. V. A Diplomacia Cultural como meio para a Promoção da Interculturalidade no Brasil: Cultural Diplomacy as a means for the Promotion of Interculturality in Brazil. Brazilian Journal of International Relations, Marília, SP, v. 6, n. 3, p. 522–542, 2018. DOI: 10.36311/2237-7743.2017.v6n3.06.p522. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/bjir/article/view/7070. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.